Lingerie adequada? Tudo preto, porque "com o preto, nunca me comprometo". Check.
Isto de ir às massagens é quase a mesma coisa que ir para o engate, só que a primeira tem quase sempre prazer garantido. E desta vez não foi excepção.
Há um ano, o Mulo ofereceu-me um voucher da Odisseias Spa e Momentos Zen, que eu andava a guardar para utilizar mais próximo da data do casamento para relaxar, mas ando tão cansada e tão desgastada que senti que tinha de o utilizar agora... e eu sempre ouvi dizer, que não se deve deixar para amanhã o que se pode fazer hoje, ate porque, sabe-se lá se eu amanhã estou viva... mais vale prevenir, e se morrer amanhã, morro ao menos feliz, relaxada e essencialmente... ZEN! Hell yeah!
Decido então, na semana passada folhear novamente o livrinho das experiências e constato o óbvio: Difícil é escolher.
Quando finalmente me decido, entre 50 tipos de massagens, limpezas de pele e unhas de gel, escolho inicialmente uma experiência de um local que provavelmente já não existe, e cuja chamada foi parar a um telemóvel particular, que já andava a receber chamas sobre os vouchers há vários meses. "Começo bem..." pensei. Entretanto, continuo a folhear o livro e encontro este local: Beautiful & Happy Day SPA - que merece toda a publicidade e mais alguma, já que foi tudo fantástico. Liguei, marquei, e lá fui eu.
Cheguei antes da hora, estava com medo de não dar facilmente com o espaço, já que a morada do livrinho não correspondia à morada do Facebook - mesma rua, mesmo edifício, mas porta e andar diferente -, mas foi fácil afinal dar com o espaço.
Chego lá, e sou atendida por duas meninas extremamente simpáticas e acolhedoras. Já não é a primeira vez que faço massagens, e apesar de nunca ter tido problemas com o atendimento, às vezes nota-se algum distanciamento, alguma simpatia forçada. Não foi o caso.
Preenchi uma folha com os meus dados, e assim que chegou a hora lá fui eu chamada para o Paraíso.
A menina que me acompanhou e que me realizou a mensagem, para além de uma simpatia enorme, pôs-me logo à vontade e rapidamente descobri que tinha umas verdadeiras mãos de fada.
Foi a primeira vez que fiz massagem com pedras quentes e fiquei surpreendida com a temperatura das ditas cujas, temi inclusive, inicialmente, sair de lá queimada. Longe disso, logo logo me habituei à temperatura e depois disso foi só desfrutar. Uma hora que estive no céu... mas... soube a pouco, sabe sempre a pouco. No final colocou-me uma almofada quente nas costas e fiquei a relaxar durante mais alguns minutos, e serviu-me um chá acompanhado por um chocolate de caramelo... É que acertou na mouche!
A única coisa má, e deixo aqui a sugestão... é que depois deveria de ser transportada numa maca até casa, é que voltar para o trânsito, para a rua e para os transportes públicos, deixou-me a precisar de outra massagem!...
Assim que conseguir falo sobre a experiência! Agora preciso de me concentrar para não adormecer pelo caminho, de tão relaxada que eu estou! Isto deveria de estar abrangido pelo SNS e ser obrigatório.
A Mula voltou ao cinema. E desta vez foi ver O Renascido.
Em primeiro lugar, deixem-me que vos diga que escolheram mal o título do filme. O título deveria de ser O Imortal, é que... o homem sobreviveu a uma guerra de flechas de índios, a um ataque de urso, a uma queda de um penhasco, a uma queda de uma cascata, a um ataque com armas pelos franceses, entre muitas outras provações... e não houve maneira de o homem morrer. Adianto-vos que os restantes homens morriam à primeira facada, ou ao primeiro tiro...
Bem, mas deixem-me contar-vos sobre o filme.
O filme conta a história de um homem, Glass (Leonardo DiCaprio) que pertence a um grupo de caçadores de animais para o comércio de peles. Logo no início do filme esse grupo é atacado por índios que origina muitas perdas humanas e materiais, e Glass é um dos poucos sobreviventes. Entretanto é atacado por um urso que o deixa em estado crítico e que obriga os restantes sobreviventes a avançarem, na sua fuga para um local seguro, mais lentamente, até que o capitão ordena a dois homens que fiquem com Glass até que este morresse, de modo a lhe proporcionarem um funeral digno, enquanto os restantes prosseguiriam em busca do lugar seguro. No entanto os dois homens acabam por abandonar Glass antes que este morresse e um deles mata-lhe inclusive, o filho. Glass que assiste a tudo sem conseguir se mexer, jura vingança e o restante filme é o esforço e sofrimento de Glass para conseguir prosseguir a sua viagem sem ajuda.
Creio que o mal deste filme é a duração. A história é apenas esta e creio que se o filme tivesse uma duração normal poderia considerá-lo um bom filme, assim considerei ter perdido três horas da minha vida. Prolongaram o sofrimento da personagem ao expoente da loucura. É um filme com imagens... não diria violentas, direi mesmo nojentas e a meu ver desnecessárias... ao ponto de ficar enjoada e as pipocas caírem me mal. A verdade é que todo o filme reporta ao sofrimento do homem, à sobrevivência do homem, predominando as cenas dele - e de outros - a comer carne de animais mortos, explicitamente, como se de um animal selvagem se tratasse. Predominam cenas de baba, de sangue, e de outras gosmas esquisitas igualmente nojentas. As imagens das feridas do homem são igualmente muito repetitivas, e creio que exploraram demasiado o sofrimento do homem em vez de explorarem a história. Aliás, a meu ver a história acaba por se perder e esquecer, porque mais parece que estamos a assistir a um documentário sobre "como sobreviver se..." da BBC Vida Selvagem.
Não senti aquela emoção de "mas o que é que vai acontecer a seguir?" e o fim foi expectável não existindo surpresa. É um filme quase sem diálogos. Vale pela imagem em si, que vai mostrando paisagens incríveis. No entanto, e isso é inegável e admirável, a prestação de Leonardo DiCaprio, quase irreconhecível neste personagem, que traz imensa realidade ao papel.
Há no entanto, algumas críticas subjacentes que se retém no filme, nomeadamente, no que toca à amizade, à lealdade, aos valores éticos e morais, às diferenças raciais, e ao sentimento de pertença do território... só que uma vez mais são abafadas e pouco exploradas, devido à exploração quase exclusiva da violência a que o homem sofreu.
Em suma... não gostei e pelos comentários que fui ouvindo à saída da sala de cinema, não fui a única. Claro que às vezes este tipo de desilusões também se devem às expectativas que cada um vai criando à volta dos filmes, e as minhas expectativas estavam demasiado altas. Acho que quem goste de filmes como o Saw de James Wan - que não é o meu caso -, vai adorar este filme.
Espero por isso fazer melhor escolha da próxima vez.
Depois de 10 pregos piercings espetados num pé... A Mula pilota uma avioneta vestida de noiva e ruma a Lisboa para se casar. Vou começar a vender sonhos para Hollywood...