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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Todos os dias a minha paciência é posta à prova...

... Mas hoje acho que estão a exagerar! E eu estou a trabalhar há 9 dias seguidos e não estou propriamente com pachorra.

 

Estão a perguntar-me mais de uma dúzia de vezes as mesmas coisas - as mesmas pessoas. Há pouco a mesma pessoa perguntou-me o preço de um produto mais de quatro vezes, porque sempre que eu dizia o preço ela falava por cima. Pedi a outra no mínimo umas seis vezes para carregar verde antes de marcar o código no terminal multibanco, e ela insistia em marcar só o código. Outra pediu-me para virar para marcar o código - não fosse eu roubar-lhe o cartão. Outra pede-me que lhe mostre onde estão os aventais, peço para me seguir e a dita vira-me as costas e vai para a outra ponta da loja ver outra coisa qualquer. Após eu dizer que não tenho determinado produto, um senhor atreveu-se a dizer "ah afinal tem aqui...... Ah! Afinal não é!" tentando passar-me um atestado de estupidez. Estão fartos de perguntar-me coisas e falar para mim, quando estou a atender e a falar com outro cliente - quanta má educação... Para além de hoje estar toda a gente a cismar com os preços: "por que é que isto é tão caro?".

 

Já me perguntaram se vendia: bolas de natal, sacos de papel, meias e bolachas.

 

A sério, segurem-me que eu hoje estou quase a cortar os pulsos!

 

Os tamanhos ridículos das roupas

Todos os anos a mesma coisa, nada de novo até aqui, mas não consigo deixar de me sentir sempre chocada com a continuidade do ridículo que são os tamanhos das roupas nas lojas.

 

Fui às compras, preciso de um anoraque quentinho para o inverno que não tarda chega. Vejo este na Zara e apaixonei-me:

 

anoraque.jpg

 

A minha preocupação foi ver se tinha o meu tamanho - o XL - e tinha, nem estava a acreditar, fiquei deliciada até que o vesti... Como é que um XL não me serve?! É que não me fica apertado, nem tão pouco é possível apertar! A minha mãe é magra, bastante magra e este XL era o tamanho adequado para ela. Alguém me explica como é que isto é possível?!

 

Caramba, eu sou gorda eu sei que sou, já por isso procurei o XL e não ambicionei caber dentro de um M, que isso sei que seria impossível. Sou gorda mas não sou tão gorda assim! A minha mãe que normalmente veste M - por ter algum peito - o M era pequeno e este XL era o ideal! Como...?! Mas quem faz a roupa não percebe do quão ridículo é esta situação? Eu tenho camisolas M... e até tenho tops S... ainda que a grande maioria possa ser o L. Como é que é possível existir tão grande discrepância nos tamanhos da roupa?

 

Em tempos foram umas calças fora das lojas habituais. Eu uso o 42 normalmente, e fui a uma loja que tinha umas calças lindíssimas 42 que não me passavam dos joelhos...

 

Onde é que posso reclamar sobre isto para que alguém me oiça de verdade?!  É que já está mais do que na hora das lojas terem tamanhos reais para pessoas reais!

 

É por estas e por outras que me é totalmente impossível comprar roupa online... É que corro o risco de encomendar uma camisola XL e chegar uma camisola para uma criança de 7 anos!

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: O misterioso Louis Drax

Voltei ao cinema sem ver o trailer do filme - tinha por isso tudo para correr mal - mas como a mãe já tinha lido a sinopse da história e disse que lhe parecia interessante lá fomos nós. Fomos ver O misterioso Louis Drax. Estarmos quatro pessoas na sala de cinema também não foi bom presságio, bem sei que foi o primeiro dia em sala mas, nunca é bom presságio atribuírem ao filme uma sala tão pequena - apenas 7 filas - e estarem tão poucas pessoas a assistir.

 

 

Antes de mais, dizer-vos que acho o cartaz horrível e nada convidativo a ver o filme e talvez por isso apenas quatro pessoas - nós incluídas - estivessem na sala. Para mim a capa seguinte seria muito mais convidativa:

 

 

O filme conta a história de Louis Drax que apesar de ser dotado de uma inteligência fora do normal, é um menino tido como despistado e propício aos acidentes. Um acidente por ano. A mãe a uma certa altura diz-lhe que se ele fosse um gato já teria morrido, porque os gatos só têm sete, mas que ele é um anjo e que nunca morre. A verdade é que desde o primeiro ano que acidentes muito estranhos acontecem com Louis. O último, aos nove anos, leva o menino ao coma devido a ter misteriosamente caído de um penhasco. O pai que desde esse dia desapareceu é tido como principal suspeito. O filme é assim contado ao estilo do The Lovely Bones (Vista do Céu), com o menino em coma a narrar toda a história e a conduzir os protagonistas para a descoberta dos mistérios envoltos em toda a sua história desde o nascimento até ao dia da queda do penhasco.

 

Antes da minha opinião, avisarmos que esta review tem spoilers e que não deverá ser lida por quem tenciona ver o filme e ainda não viu. Se for o caso, só dizer-vos que gostei bastante do filme, vejam-no, não saiam da sala antes dos primeiros 30/40 minutos de filme - aguentem, vá lá... - e beijinhos e obrigada, fechem a janela ali no canto superior direito, foi um prazer.

 

Se quiserem continuar a ler... é à vossa responsabilidade.

 

O filme começa de uma forma bastante estranha e por momentos pensei que fosse ter cometido um grande erro. Nos primeiros 30 minutos do filme estive boquiaberta a olhar para o ecrã e a pensar: "mas o que é isto...?!". O filme tem elementos do fantástico - que como sabem não sou apreciadora - e desenrola-se, de modo geral, bastante lento. No entanto após os 30 minutos iniciais o filme prende e sentimos vontade de descobrir mais, esse momento coincide com a entrada do Xô Doutor Pascal - Jamie Dornan - não sei se tem alguma coisa que ver! Nesse momento pensei: Bem por horrível que seja o filme sempre consolo as vistas, já não se perde tudo.

 

O filme contém alguns clichés que dão mote para o final do filme: A mãe sempre muito bem arranjada - apesar da tragédia -, sempre muito bem maquilhada, apesar do olhar de carneiro mal morto. O frágil médico com um casamento à beira da ruína que se apaixona pela mãe de Louis e se envolve demasiado na história. Não posso dizer que tem um final surpreendente - que não tem - mas tem elementos no final que são efetivamente surpreendentes. Passa uma mensagem muito bonita, a simbolização do monstro de algas que sempre acompanha o miúdo, as mensagens e as pontas soltas que o miúdo foi deixando no psicólogo.

 

Gosto especialmente do que transmitiu acerca da importância da infância e de como uma infância feliz ou infeliz tanto influencia o comportamento das crianças quando um pouco mais crescidas. É triste saber que é tão fácil manipular as crianças e imputar-lhes culpas e características que não lhe deveriam de ser atribuídas. É muito fácil dizer que a criança está a chamar a atenção, mas não se procurar a verdadeira razão ou tentar perceber por que é que as coisas acontecem, por que é que a criança é assim.

 

Há elementos no filme mal montados e totalmente irreais que na minha opinião estragam o filme e lhe tira seriedade. O hospital onde Louis se encontra é um deles. Nunca se vê lá ninguém, parece que o miúdo está ali sozinho e só quando é necessário alguma intervenção é que o restante pessoal surge do nada para ajudar. O facto da mãe se andar a pavonear de toalha - porque tomou banho - pelos corredores do hospital também acho totalmente inapropriado e confere ao filme um ar mais silly movie

 

No geral, considero o filme estranho, por ser bastante diferente do normal, mas gostei. Tem uma história bastante interessante, é contado de uma forma muito diferente, e apesar de ser um filme com pouco movimento, e inicialmente confuso vai encaixando as várias peças do puzzle e no final tudo faz realmente sentido. Aqui encontramos um pouco de tudo: algum suspense, drama e até alguma comédia, tendo em conta que os discursos de Louis são de um humor negro impressionante.

 

Deixo-vos com o trailer.

 

 

Se for caso disso, desejo-vos um bom filme!

Curtas do dia #398

Esta semana recebi um mail de uma quinta... Pediram desculpa pela demora na resposta e perguntaram se eu ainda estava interessada no orçamento.

 

Não sei se o que me choca mais foi não me terem ligado no dia seguinte como prometido - sim eu cheguei a falar com eles e ficaram de ver a disponibilidade deles para eu visitar o espaço - se me responderem oito meses depois ou se por não terem sequer olhado para a data do casamento e verem que já foi... há três meses!

 

Gente organizada, esta!

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.