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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

O Adultério regressou ao lugar que lhe pertence

O meu livro da primeira edição do livro secreto regressou ao seu cantinho na estante com um sabor agridoce.

 

Acho que a lição número um que retiro desta primeira edição, desta fantástica troca de livros, é a de que somos todas tão diferentes que é complicado um livro agradar a todas, e um livro que para mim estava cheio de significados, significou muito pouco a muitos dos seus leitores. Bem sei que poucas o leram - poucas, porque éramos todas meninas, sim? - e algumas das que leram não gostaram, acho que isso se nota pela quantidade de linhas e rabiscos que acolheu. No entanto, e se isso inicialmente me estava a doer na alma - por saber que não estavam a gostar - a verdade é que com o tempo aprendi a aceitar, até porque me passaram também livros pelas mãos que me vi e desejei para os conseguir ler, e alguns confesso, li quase na diagonal para saber como acabavam. Lição número um: O nosso livro especial pode não despertar a atenção do outro. Deal with it!

 

Poderia ter ficado com uma má experiência do desafio, é um facto. Mas isso não aconteceu.

 

Conheci tantos livros que desconhecia e com os quais me encantei. Li pela primeira vez Zafón que se tornou no meu escritor favorito, conheci Sándor Marái com umas velas que me falaram ao coração que de outra forma não teria tido contacto, falei de uma forma única e quase desconcertante com uma Contadora de Filmes. Foram tantos e tão diferentes livros que me transportam para a lição número dois: Não podemos julgar o livro pela capa. E quem diria que um livro com uma capa tão feia podia ser tão bom! Ó Mula, e já não sabias disso? Não! Não compro livros com capas feias, é um ponto assente na minha escolha literária e um motivo de seleção tão válido quanto qualquer outro.

 

O meu livro da primeira edição do desafio secreto foi o Adultério do Paulo Coelho, o que me leva para a lição número três: Paulo Coelho está a anos luz de reunir consensos. Desde adolescente que adoro Paulo Coelho, comecei com o Brida, passei pelo Verónika Decide Morrer, abalei-me com os 11 Minutos - o meu favorito, mas que não o possuo - e terminei com o Adultério.

 

 

E porquê o Adultério, Mula? Em que é que andas a pensar?

 

Em nada. Só que o livro mostra-nos que às vezes canalizamos as nossas energias, a nossa tristeza e apatia pela vida da forma errada, às vezes achamos que a nossa felicidade está onde efetivamente não está. Eu já tive depressão, passei por períodos muito negros e também eu já procurei a felicidade onde afinal ela não existia, acabando por me magoar mais, a ser ainda mais infeliz e a fazer os que estavam à minha volta miseráveis. Creio que muitas das vezes as nossas ações afetam mais os outros que a nós mesmos, e consegui ler neste livro isso mesmo e por isso o quis partilhar. É efetivamente um livro que fala de adultério, de traição, de mentira e de um jogo perigoso de sedução, mas é acima de tudo um livro que acompanha a auto-descoberta da personagem principal que apesar de ter a vida perfeita aos olhos dos outros, efetivamente ela não a sentia como tal.

 

E porque sou teimosa, na segunda edição do livro secreto enviei um novo livro que pretende mostrar a evolução de uma nova personagem, através de mistérios e algumas traquinices, mas desta vez da mais consensual Alice Vieira, tenho cá para mim que é impossível não se gostar deste livro, mas isso só com o seguimento do desafio irei perceber se tenho ou não razão, e no final, daqui a dois anos, se ainda cá estivermos todos pois claro, cá estarei para vos falar desse pequeno livro cheio de sentimentos e acontecimentos.

 

Boas Leituras!

A Mula e a Bela e o Monstro - Recordações da Infância

Havia um hábito que se cumpria religiosamente lá em casa quando eu era criança. Todos os fins-de-semana, quando não íamos sair, os meus pais alugavam dois filmes no clube de vídeo lá da zona - sim, eu ainda sou do tempo em que para se alugar um filme tinha de se sair de casa. Um filme para eles e um outro filme de animação, para mim. Durante mais de um ano, eu todos os fins-de-semana pedia o mesmo filme: A Bela e o Monstro.

 

 

Ao fim de terceira ou quarta vez, a minha mãe tentou convencer-me a ver outros filmes, já que aquele eu conhecia de cor e salteado, e haviam tantos outros que nunca tinha visto, mas não havia hipótese. Houve até uma altura em que ela me começou a trazer dois filmes: este e um outro qualquer que eu pudesse gostar de ver, mas eu acabava sempre e ainda assim, a pedir o mesmo. Eu só queria ver aquele filme, eu já conhecia outros como o Rei Leão, o Aladdin, mas a Bela e o Monstro era sem dúvida o meu preferido, e então foram fins-de-semana a fio a ver A Bela e o Monstro no meu quarto, a chorar e a rir sempre com a emoção da primeira vez. Incrível! Bem ainda hoje sou assim com a Vida é Bela, mas não o vejo tantas vezes...

 

Até que a cassete começou a ficar com a fita gasta e o filme deixou de dar para ver...

 

Por isso, este filme a par com o Papuça e Dentuça - que foi o seu substituto, mas cujo filme eu tinha a cassete - foi o filme que mais vezes vi. Um ou dois anos mais tarde os meus pais pelo Natal decidiram-me oferecer a cassete com o filme da Bela e o Monstro, já que eu já não a podia alugar, mas... foi a versão de natal e fiquei um pouco desiludida, confesso, vi-o apenas algumas vezes, mas não tinha a piada do original.

 

Há muitos anos que não vejo este filme, mas fiquei toda empolgada quando vi nas próximas estreias que vai sair o filme A Bela e o Monstro em versão humanos - dentro do que é possível chamar humanos...

 

 

Como eu fiquei em pulgas! A data da estreia está prevista para 16 de Março e a criança que há em mim veio a cima e até bati palminhas. Pelo que percebi a história vai ser bastante fiel à original, àquela que conheço bem, mas assim que estrear tenciono estar lá - não na primeira fila que não gosto, mas na última - a recordar a minha infância com o Lumière e o Horloge, e com todas as personagens que me viram crescer e me faziam rir e chorar!

 

E vocês? Têm algum filme de infância que vos ficou no coração?

Semana 8 - Desafio 365 Fotos

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Mais uma semana, mais uma rodada de fotos. Foi uma semana em grande!

 

Foto 1- Fui à baixa e aproveitei para visitar alguns espaços que adoro e que já tinha saudades. A Pérola do Bolhão é uma das mercearias mais antigas do Porto, fundada em 1917, com azulejos lindíssimos com referências à rota das especiarias.

 

Foto 2- Assim como assim, já que estava no Porto, dei ali um saltinho até à Amorino e provei, finalmente, os seus gelados. Fantásticos! Aqui na imagem: pistáchio, morango e tiramisù, os meus favoritos!

 

Foto 3- Procurando uma foto e remexendo em pastas antigas, encontrei esta foto que me fez saudades de uma tripa de Aveiro com chocolate!

 

Foto 4- E junto com a foto de Aveiro, estava também esta de uma visita à Quinta de Santo Inácio no Porto, onde esta família de gansos brancos, se alinharam para a fotografia.

 

Foto 5- Na visita que fiz o ano passado ao Luxemburgo, encontrei o Nemo!!! Alguém ainda anda à procura dele?

 

Foto 6- Sábado foi dia de dar um passeio com o Mulo e a cidade escolhida foi Mirandela. Descobri que temos uma Genebra em Portugal, fiquei maravilhada e parva: como é que já lá tinha ido algumas vezes e nunca tinha reparado?

 

Foto 7- Terminei finalmente a leitura de Viver Depois de Ti, e despedi-me para sempre do Will Traynor, para a semana falo dele aqui no blog. Ainda tenho um nó na garganta! É incrível, vi o filme e ainda assim ler o livro foi como se fosse a primeira vez... Acho que tinha esperança que o final fosse diferente... Não foi!

 

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Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: Vedações

Curiosa já há algum tempo com o filme, finalmente fui ver o Vedações para mal dos pecados da mãe que já não tinha posição na cadeira. Acho que isto diz muito sobre o filme. Sinceramente nem sei muito bem a opinião com que fiquei, acho que é uma opinião dividida. Se por um lado gostei, por ter uma história fortíssima, por outro achei-o aborrecido, é demasiado lento, e a meu ver, com diálogos desnecessários.

 

Se eu achei o Moonlight um filme lento, que atravessa três grandes etapas de crescimento do personagem principal, ao longo de quase duas horas. Vedações então que parece que não sai da mesma cena, ao longo de duas horas e vinte, é lentíssimo. Acho que aqui o trailer enganou-me bem. Mas não se deixem enganar que apesar de lento a história é das que amarfanha o coração.

 

 

 

Nomeado para quatro óscares, o filme Vedações é protagonizado e dirigido por Denzel Washington que monopoliza praticamente todo o filme. Cheguei a encontrar críticas ao facto de Viola Davis não estar nomeada para Melhor Atriz Principal, mas efetivamente ela acaba por ocupar um lugar secundário no filme, ainda que não menos relevante.

 

Denzel Washington é Troy, um lixeiro negro que vive assombrado pelos brancos achando que sofre, e que toda a vida sofreu de preconceito e racismo e essa visão de si e do mundo irá condicionar toda a convivência com os seus filhos e consigo mesmo. Amante de basebol, Troy sente que não foi a idade avançada que o impediu de ser um brilhante jogador, mas sim a sua raça e como tal não pretende que os seus filhos sigam o seu caminho, afastando-os do desporto, dizendo que os brancos nunca dão valor aos negros, por muito bons que eles sejam. Quando o seu filho mais novo, Cory, pretende seguir a carreira de jogador de basebol encontra no seu pai o seu maior obstáculo e a partir daí são desencadeados uma série de acontecimentos negativos na vida daquela família que é estabilizada pela Rose, mãe de Cory, mulher de Troy, ao longo de todo o filme.

 

Troy tem um grande problema: julga demasiado os outros, vive atormentado com o que os seus filhos são e fazem, achando que sabe como é que a vida deles deve ser, para que sejam cidadãos exemplares, mas no entanto é Troy que acaba por desiludir a família e a desestruturar. Assim a personagem de Troy é desconstruída: de um perfeito homem de família, a um homem frio e quase amoral.

 

Senti desde sempre uma empatia muito grande com o Cory, desde o trailer, e talvez por isso queria tanto ir ver este filme. Também eu, como ele, tentou anos a fio agradar a um pai que não tinha agrado possível. Também eu ouvi exigências que não me correspondiam, e também ele, que se julgava dono da moral e dos bons costumes, desestruturou a minha família o máximo que conseguiu. Consegui por isso, fazer desde sempre grandes paralelismos do filme com a minha vida e talvez por isso me tenha tocado tanto. No entanto, mais de metade do filme parece que acontece sem propósito. São apenas diálogos que parecem que não levam a lado algum e por isso achei o filme um tanto aborrecido. Só na reta final, quando o filme começou a avançar, é que percebemos que há algo mais que irá acontecer para além de um homem que fala pelos cotovelos. A sério, acho que nunca ouvi nenhum personagem falar tanto e tão rápido, no entanto, é através das histórias que Troy conta que damos conta que ele não é um homem feliz, que nunca foi e que não sabe, no fundo, como o ser.

 

Acho que é um bom filme, no entanto é impróprio para pessoas que tenham tendência a adormecerem e que tenham dificuldades em manter-se atentas, porque efetivamente o facto do tempo no filme não avançar, o cenário ser sempre o mesmo, acreditem, não ajuda. No entanto, tem uma bela história com uma moral e peras: Quando só pensas em ti, acabas a destruir o outro e só por isso já vale a pena ver.

 

E na véspera dos Óscares acho que efetivamente o Denzel Washington merece levar o óscar de melhor ator, no entanto, relativamente ao filme a minha preferência recai sobre o Moonlight que sendo paradão, não me aborreceu um único segundo.

 

Quem já viu este filme? O que acharam?

Curtas do dia #557

Lembram-se de vos dizer aqui que estava viciada em vlogs de maquilhagem mas que não me maquilhava? Ó céus, estou com demasiado tempo livre e isso está a fazer-me mal.

 

Tenho a caminho: um primer, um iluminador, um corretor de olheiras, blush, pó compacto, pincéis vários, um eyeliner, uma paleta de sombras e até, imaginem só uma beauty blender! É que quando vos digo que só uso rimmel e batom, é que é só mesmo isso que tenho cá em casa...

 

Eu não sei onde isto vai parar, mas começo a ter medo de mim! E se eu me transformo numa betinha daquelas alaranjadas que vai ao solário 5 vezes por semana e não sai de casa sem o seu cat eye esfumado e sei lá mais o quê?

 

Nada disso, isso nunca irá acontecer que vão ver eu não vou saber utilizar nada daquilo que comprei!

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.