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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Ei-la...

... Sorrateira. Matreira. Que tenta chegar em pézinhos de lã mas que derruba tudo à sua passagem.

 

Ei-la, que me faz questionar toda a minha vida. Que me faz chorar. Que me faz berrar com as pessoas. Que me faz odiar a vida e o mundo no geral.

 

Ei-la, que me faz sentir mais cansada que o normal. Que me faz desesperar. Que me faz estremecer a cabeça e engolir ben-u-rons como rebuçados. Ei-la, que me faz querer dizer não, mesmo sem ouvir as perguntas só pelo prazer de estar calada, sossegada e em silêncio.

 

Ei-la que me tira de mim, que me tira o sorriso e me devolve a rabugentice. Que me tira a paz e no seu lugar coloca um turbilhão de emoções, reais e irreais. Que me faz ter vontade de desistir de tudo e todos só pela preguiça de lutar.

 

Ei-la... Que me desgasta!

 

Ei-la... Que faz com que eu, seja um bocadinho menos eu.

 

Bem-vinda TPM, como sempre, muito pontual!

Livro: Foi sem querer que te quis de Raul Minh'Alma

Terminei de ler o livro que comecei a ler depois das férias: Foi sem querer que te quis de Raul Minh'Alma. Até é vergonhoso o tempo que o demorei a ler, tendo em conta que são só 300 páginas, mas pronto, foi indo, foi indo, e já foi.

 

Quem me conhece, e até quem me lê, sabe: Não sou nada fã de romances, mas não sei porquê, houve algo neste livro que me cativou. A mim e à minha mãe, e estou com ela: Mas que raio de final é aquele? Não querendo ser spoiler e avançando...

 

 

Foi sem querer que te quis conta a história de como Beatriz - doce, sonhadora, apaixonada - se apaixona por Leonardo - frio, mimado, e sem qualquer intenções de se apaixonar - com um problema crónico e com um passado e presente amargurado por não ter crescido com o pai. Nicolau - avô de Leonardo - pede a Beatriz uma missão quase impossível: devolver a Leonardo a felicidade e a alegria que outrora sentia em criança, mas Leonardo não vai tornar essa missão fácil. Assim Beatriz desenvolve um projeto que implica uma série de passos que Leonardo deve ultrapassar para assim cumprir a última vontade do seu avô. Será que Beatriz vai conseguir?

 

Não é um livro incrível, que me tenha prendido desde a primeira à última página, mas na generalidade gostei bastante. É um livro ligeiro, com um toque de humor perfeito para as tardes de verão - dentro do que é possível ser verão - e que cumpre o que promete, e nos entretém.

 

É no entanto um livro cheio de clichés - como de resto todos os romances são - e só por isso é um livro que não me apaixona e que não me marca. Mas para quem goste do estilo vai de certeza adorar.

 

Achamos que sabemos como o livro vai terminar mas o final é totalmente inesperado, e posso já dizer-vos que fui gozada por ter chorado no final, em plena praia. As últimas 100 páginas do livro foram incríveis, e sim prenderam-me e cativaram-me, o final achei desesperante, revoltante, e apetecia-me matar o autor, mas de resto... Achei uma história bonita, a forma como a personagem do Leonardo foi evoluindo é cativante, apesar de eu achar que ninguém evolui assim... Apesar disso, gostei da forma como Beatriz foi persistente e conseguiu traçar o seu objetivo independentemente de todas as dificuldades.

 

Eu que estava assim com baixas expectativas, confesso, foi um livro que surpreendeu. Apesar de tudo, gostei e recomendo o livro. Podia ser um livro escrito pelo Nicholas Sparks, é dentro do mesmo estilo. 

 

Quem já leu? Opiniões?

Sobre o voltar aos sítios onde já fomos felizes...

Eu não volto, ou não gosto de voltar, aos locais - reais ou sentimentais - onde já fui infeliz, agora se eu fui feliz eu volto!

 

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Voltei ao Pena Park Hotel, e é incrível como os mesmos espaços com pessoas diferentes são também espaços diferentes. É bom fazer novas memórias sem que isso implique esquecer as anteriores. Todas são importantes e podem conviver dentro do nosso coração.

 

O Pena Park Hotel teve a gentileza de oferecer à Mula um voucher para voltar a usufruir deste fantástico espaço. E desta vez usei e abusei do SPA que da outra vez não tive oportunidade de usufruir por razões que agora também não interessam nada, mas a verdade é que antigamente usava os hotéis essencialmente para dormir e nunca usufrui muito dos outros serviços e espaços à disposição. Agora é diferente. Quem me acompanha gosta tanto da boa vida como a Mula, por isso temos de aproveitar.

 

Já vos falei aqui sobre o fantástico espaço e serviço, já vos mostrei como são amorosos os quartos. As vistas continuam fantásticas. É bom acordar aqui. 

 

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Antes de mais, não posso deixar de dar os parabéns pela política do hotel na utilização do SPA: todos podem utilizar, mas as crianças têm horários restritos, o que permite a pessoas que não tenham grande paciência para barulho poderem usufruir em alguns períodos do espaço de modo mais tranquilo. Fui lá várias vezes em vários períodos diferentes - eu disse que usei e abusei... - e tive bastante sorte porque as famílias que usaram o espaço eram bastante tranquilas e as crianças em algum momento incomodaram.

 

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Como podem ver pelas fotos, o SPA tem um circuito de águas, banho turco e sauna, e no espaço do circuito de águas temos vista para a fantástica paisagem e piscina exterior, através de grandes janelas em toda a parede lateral.

 

Nas férias, nestes espaços, há grandes dilemas SEMPRE... E aqui não foi exceção: Ficamos no SPA ou vamos pra piscina? Que difícil decisão... Optamos por ir pra piscina ao final da tarde e depois no dia seguinte retomamos ao SPA de manhã e um bocadinho à piscina antes de irmos embora. Entretanto deixem-me só avisar-vos que se querem aproveitar a piscina exterior só para vocês, que a melhor altura do dia é de manhã, que a malta está toda dividida entre o SPA e o pequeno-almoço. Já de tarde... De tarde é complicado nadar, ou encontrar um espaço para nos esticarmos ao sol. Fiquei na borda da piscina a apanhar sol, que arranjar cadeiras, puffs ou o que fosse, foi simplesmente impossível.

 

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Quando fui a primeira vez, a piscina exterior ainda estava em construção e fiquei bastante agradada com o espaço que criaram. Há partes que ainda me parecem em construção e o acesso à piscina parece-me demasiado improvisado e estranho, mas possivelmente ainda não será o acesso definitivo. 

 

Conhecia o restaurante do Hotel, lembro-me bem de ter adorado tudo por isso tive de repetir: Até já fico a salivar novamente só de recordar... Mas adiante.

 

No restaurante Biclaque, cada prato é um momento de prazer, de degustação, onde os sabores são bastante apurados. É realmente um restaurante com comida fantástica. Requintado mas despretensioso. Apesar de ser fora do meu habitat natural, que isto de ser Mula chique pobre tem destas coisas, senti-me sempre confortável e de algum modo os funcionários nos fizeram sentir que não pertencíamos ali. É mesmo um espaço confortável e acolhedor, com gente simpática que sabem acolher.

 

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Para além das normais entradas de pãozinho quentinho e azeite da região para molhar - só coisinhas saudáveis portanto - optamos por um naco de carne - costoletão? - muito tenro, muito bem temperado e saboroso, acompanhado por umas batatas estranhamente boas. Digo estranhas porque não vos sei dizer como eram feitas. Eram batatas altamente crocantes como se fossem panadas mas sem ser - acho eu... -  e uma salada. Ele finalizou com a telha de chocolate, que é uma explosão de sabores de chocolate negro e frutos vermelhos e eu comi apenas o melhor gelado de sempre. Só quem conhece as bolas de berlim do Natário - de Viana do Castelo - me vai compreender mas... Imaginem uma bola de berlim do Natário, mas em gelado. Basicamente é isto. Foi um gelado de doce de ovos frito, polvilhado com canela e açúcar e é só a coisa mais fantástica que eu comi, e olhem que eu já comi coisas muito boas nesta vida!

 

Tenho também de salientar, e apesar de ter zero fotografias, que o pequeno-almoço é dos mais diversificados que eu já vi num hotel. Muita fruta variada, como amoras, mirtilos, cerejas, morangos, e muito sumo de fruta - mesmo fruta! -, compotas várias, panquecas fantásticas, pão de todas as qualidades, formas e farinhas, bolos, queijos. Muito bom. E desta vez não caí no erro de pedir o pequeno-almoço no quarto. É bom poder escolher o que quero comer e repetir as vezes que desejar. É bom comer de pijama e na ronha, mas é ainda melhor ter comida à descrição... E não me julguem, já sabem como eu sou.

 

Antes de me despedir deste hotel, tenho de salientar a simpatia de todo o pessoal. Da receção ao SPA, passando pelo restaurante e pelo pessoal do bar. Muito prestáveis, sempre com um sorriso pronto. São os mesmos de quando ali estive. Fiquei feliz por ter percebido isso. E por isso mesmo se me voltarem a ler: Parabéns pelo paraíso que criaram!

 

Já sabem... Se eu gosto, eu volto, e aqui fica a promessa que voltarei!

A Mula virou novamente loira...

... E muitos irão dizer: Eu bem te avisei!

 

Pois é, a Mula virou loira não por opção mas por necessidade. Diz a sabedoria popular que Tantas vezes vai o cântaro à fonte, que um dia lá fica e foi mais ou menos isto que aconteceu. Tanto pintei o meu cabelo que o cabelo deixou de conseguir absorver cor. Basicamente e resumidamente é isto.

 

Voltando um pouco mais atrás.

 

Encontrei a cor perfeita para mim - para este verão, claro! - uma cor pela qual me apaixonei, uma com a qual tanto me identifiquei, que é esta fantástica:

 

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Digam lá que não é linda! Muitos dirão que é demasiado, que exagerei, mas não me importo, eu adorei, a verdade é que olhei finalmente para o espelho e disse: É isto! Nem mais claro, nem mais escuro... É isto! E confesso que quase soltei uma lagrimazita de felicidade. A malta estranhou, mas adorou. Até a mãe que inicialmente me chamou de chalada da cabeça - não por estas palavras, mas com outras de igual significado - gostou.

 

Tanta felicidade e consegui mantê-la nada mais nada menos que... Uma semana! Voltei a forçar, voltei a pintar, e novamente só uma semana durou no cabelo. Desisti da cor e pintei então de um castanho para descansar até o cabelo ganhar outra força e eis que a cor voltou a sair ficando um tom desbotado, manchado e estranho, demasiado estranho... Não era loiro, não era ruivo, era uma mistura entre os dois. Eis que percebi que a solução era tirar estas cores todas que estavam sobrepostas a sair aos poucos - com este produtinho que já vos falei aqui -, e manter uma cor estável, e já que não o conseguia escurecer, tive de o aclarar. E pronto é assim que me irei manter até que o cabelo da Mula assim o ditar...  O pior é que - e só quem é loira falsa entende - o loiro nunca é suficientemente loiro para uma loira... Por isso já sei que vou acabar por esticar a corda na mesma...

 

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Há quem diga que não foi o cabelo que perdeu a capacidade de absorver a cor, que é apenas o stress que me está a tramar - digamos que as unhas também não estão na sua melhor performance e andam a partir com bastante facilidade - e que enquanto não me acalmar no trabalho que a coisa não vai resultar... Pois não sei.

 

Assim como assim... Acho que é motivo mais que justo para pedir uma baixa psicológica: Olhe doutora, ando demasiado stressada, quero pintar o cabelo e não estou a conseguir, que me diz a dar-me um mesito de baixa? Acham que ela era capaz de alinhar?

Ser adulto nem sempre é ser adulto...

Voltei ao cadeirão de infância...

 

Não, não ao de baloiço da minha sala, não ao da minha antiga sala de aula, nem nenhum cadeirão da casa de algum familiar. Voltei ao cadeirão do dentista da minha infância... 

 

E é incrível como nada mudou e eu continuo a ser a mesma miúda pequena, cheia de medo e desconfortável no cadeirão.

 

Estava com as mãos entrelaçadas a tentar relaxar e ela diz "se doer levante a mão direita" e que faz a Mula? Desentrelaça logo as mãos e prepara-as para levantar as duas - não vá o diabo tecê-las - a qualquer momento, qual maratonista preparado na linha da frente...

 

Tenho 31 anos... E há situações que continuo a comportar-me como uma criança...

Não podemos mudar a nossa essência

Há coisas mais fortes que nós.

 

Não é porque estamos num ambiente seguro, confortável, protegido, de brincadeira, que deixamos de ser nós. E não podemos simplesmente ignorar o que nós somos. Somos o que somos.

 

Esta semana tive uma formação no trabalho, uma formação que implicou muitas - demasiadas - simulações. E o que são simulações? Basicamente num pequeno grupo de colegas, fizemos de operadores e de clientes, simulando situações extremas, que podem ocorrer no dia-a-dia para ver como reagimos. O objetivo era tirarem-nos na nossa zona de conforto. E conseguiram... Ó se conseguiram!

 

É incrível como eu consigo perder a calma com um colega a simular ser um cliente, num ambiente de brincadeira, como com um cliente real. É incrível como mesmo sabendo que ali estou bem, estou segura, consigo ficar irritada e desconfortável como se fosse uma situação real.  

 

Sei que é uma brincadeira? Sei! Sei que poderia fazer tudo diferente e tentar explorar um outro lado de mim? Se calhar até sim... Mas... Não há outro lado de mim. Eu sou eu, independentemente de ser real, ilusório ou apenas uma brincadeira. Não me enervem, ponto.

 

E é isto... Fui "acusada" de ser demasiado racional, demasiado objetiva, demasiado focada e não conseguir descentralizar-me quando estou a trabalhar, que deveria de ser mais permissiva com os meus clientes e deixá-los falar mais sem que isso me incomode. Mas incomoda... O que fazer quando a isso?

 

É o que há... E eu até tenho um lado emocional... Juro-vos que tenho. Mas lamento, não é enquanto trabalho.

Coisas que acontecem por cá...#9

Quando os clientes tiram o dia para me encanitar os nervos...

 

Cliente: Estou aqui à porta de uma oficina vossa, não está cá ninguém e se eu não ligo para vocês ninguém me ajuda! Cambada de incompetentes, eu nunca vi!

Mula: Mas o senhor está a ligar pela primeira vez, não tínhamos como saber que o senhor precisa de ajuda...

Cliente: Certo... - Fica pensativo - Mas e a vossa oficina? Estou aqui desde as 8h e são 10h e não está aqui ninguém! Se eu não vos ligo, continuava sem ajuda. Isto é inacreditável!

Mula: Senhor... Qual é o horário que está aí afixado?

Cliente: Hmm... Diz aqui: Das 9h às 18h de segunda a sexta-feira! 

Mula: E que dia é hoje senhor?

Cliente: Hmmm....

Mula: Hoje é sábado!

 

Muito obrigada por ter ligado!

Muito obrigada por me ter lembrado o motivo de eu ter deixado de fazer sábados.

Muito obrigada por me recordar que enquanto me lembrar não me volto a oferecer para dar apoio a um sábado!

 

Volte sempre!

AquaZumba - a Mula bailou, a Mula flutuou, a Mula moeu tudo que era músculos

A Mula foi a uma aula de AquaZumba. Sim, leram bem. A vossa Mula preguiçosa aspirante a maratonista de sofá foi a uma aula de AquaZumba... No Gerês. Se já era fantástico a Mula sair de casa para praticar um desporto que não seja comer, é ainda mais maravilhoso a Mula ter acordado super cedo para se enfiar num autocarro cheio de gente animada - quem me conhece sabe que não sou muito animada de manhã... - rumo a norte para... Zumbar... na água! E não só, também zumbei fora de água, mas adiante, que Zumba normal todos nós já ouvimos falar e provavelmente muitas de vocês já se atreveram a experimentar. Eu adoro, acho que já vos tinha dito algures, mas na água foi a primeira vez e só vos posso dizer que é... Difícil!

 

Só para vos sintonizar:

 

 

Os passos são simples, bastante mais simples que os da Zumba normal, mas tudo acontece a uma velocidade... incrivelmente lenta. Na nossa cabeça está tudo a acontecer em velocidade normal, mas quando percebemos que a instrutora já está no passo seguinte e nós ainda estamos a terminar o anterior, percebemos que temos de fazer o dobro ou o triplo da força para a coisa fluir de forma mais sincronizada. 

 

Acima de tudo é uma aula super divertida, e apesar de ter achado mais exigente fisicamente do que uma aula de Zumba normal, considerei ainda mais divertida, talvez pela dessincronização tosca que todas tivemos - sim, porque se a Mula já é pouco sincronizada com os dois pés bem assentes no chão, imaginem praticamente submersa. Mas adorei! Até porque quem me conhece sabe: Eu adoro água, adoro nadar, por isso diverti-me mesmo muito. No dia seguinte não vos nego: Parecia que tinha sido atropelada por um camião cisterna... Mas tudo vale a pena se a alma não é pequena.

 

E só para não dizerem que ah e tal Mula, sonhaste, não foste nada, que eu não te vi...

 

Eis a prova:

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(retirada do Instagram da Mula, que a Mula já não sabe da original)

 

Só para que não hajam dúvidas sou aquela pessoa ali ao fundo sentada na explanada! Mentira, que o meu super sexy sutiã de desporto, quando toda a gente estava de biquíni, não me trai e não me deixa mentir.

 

E vocês, contem-me tudo: Quem é que já fez e quem é que gostava de fazer?

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.