Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Livro: Mulher Solteira Procura Vingança de Tracy Bloom

Nunca fui fã de romances, mas descobri que gosto de comédias românticas, por isso este título chamou de imediato a minha atenção assim que o vi. Não o devorei, não o achei um livro inesquecível, mas gostei muito e os momentos que passei com ele, foram sem dúvida momentos muito bem passados e por isso tenciono voltar a ler mais desta escritora que até então me era totalmente desconhecida.

 

 

 

 

Mulher Solteira Procura Vingança conta a história de Suzie Miller, uma mulher sem sorte ao amor. Jornalista e escritora de uma coluna sentimental num jornal, decide vingar-se de todos os seus ex-namorados, desde a adolescência até à atualidade, essencialmente depois de ter sido abandonada pelo seu último namorado de um momento para outro e sem que nada o fizesse prever. A par dos seus objetivos pessoais, Suzie inspira outras mulheres a fazerem o mesmo através da sua coluna sentimental que se torna um êxito. Irá Suzie conseguir-se vingar de todos os ex-namorados? E no meio desse caminho, encontrará finalmente o amor?

 

Este livro é mesmo muito engraçado, e a forma como Suzie se vinga dos ex-namorados é hilariante. É um livro muito visual, com imensas referências musicais conhecidas, o que torna fácil fazer-mos parte da história e criar empatia com as personagens.

 

Apesar de ser um livro cheio de clichés. É um livro que nos mostra como às vezes por estarmos demasiado focados na vingança, perdemos tempo e coisas boas na vida. Demonstra que quando queremos encontrar o amor devemos olhar à nossa volta que ele pode estar mais perto do que imaginamos.

 

Como qualquer comédia romântica o final é previsível mas nem por isso é menos emocionante. Tem uma escrita ligeira e é perfeito para os dias em que procuramos algo leve e pouco rebuscado. 

 

Recomendo, é optimo para os tempos livres essencialmente agora que os dias são maiores e as temperaturas estão a aumentar. É uma boa companhia.

 

Alguém já leu? Opiniões?

Uma espécie de curta do dia #56

Ora expliquem aqui à Mula, como se a Mula fosse mesmo muito burra:

Eu não posso fazer o teste ao Covid-19 porque não abundamos em testes e temos de ser selectivos, ah e tal e só pessoas com sintomas é que podem ser testadas. Mas porque o dinheiro compra tudo, fizeram testes a uma manada de caramelos para entrarem para um programa de televisão.

 

Qual é o propósito mesmo? 

Uma espécie de curta do dia #55

Admiro imenso aqueles pais que conseguem agir normalmente com as crianças a berrar como se estivessem numa sala com um silêncio imenso... Esses pais têm gatos quase de certeza e treinaram com eles. Eu também ando a treinar, ouço-os a destruir a casa toda e respiro fundo e penso para comigo "isto não está a acontecer! Está tudo bem, respira só mais um bocadinho que a ansiedade já passa!" Na melhor das hipóteses eles param realmente e a estabilidade regressa, na pior das hipóteses trancamo-nos num espaço pequeno sentamo-nos no chão balançando o corpo com as mãos nas orelhas e eventualmente a guerra de gatos termina.

Séries da Quarentena: Auga Seca

Esta quarentena, mesmo não sendo totalmente desocupada, já que estou em teletrabalho, tem dado para colocar as séries em dia. Uma das séries que me chamou a atenção foi a série  luso-galega, Auga Seca notícia por ter sido a primeira série portuguesa na HBO Portugal e Espanha.

 

 

Auga Seca é uma série policial pequena, tem apenas uma temporada - pelo menos para já - e são apenas 6 episódios, e conta a história de Teresa que quer descobrir o motivo da morte do irmão. Assim, deixa a vida em Lisboa, muda-se para Vigo e quando dá por si, encontra-se no meio de uma rede de tráfico de armas entre Portugal-Espanha-República Democrática do Congo. Será que Teresa vai descobrir o que realmente aconteceu?

 

A série é boa. Cativou-me desde o primeiro episódio e após ignorarmos o mau galego da Victória Guerra, desfrutamos da trama que não tem muitos floreados ou clichés. Agrada-me a forma como a história foi sendo contada e como se desenrolou, revoltou-me o final [spoiler alert!!!!] por ser demasiado semelhante ao mundo real. Normalmente gostamos que na ficção a justiça seja feita, já que no mundo real nem sempre é. Na Auga Seca como na vida a justiça é relativa e os ricos e poderosos safam-se sempre, nada diferente da vida real portanto.

 

O final é bastante aberto pelo que prevejo que possa existir uma segunda temporada - e assim espero! -, mas ainda não vi qualquer informação sobre isso. 

 

Quem já viu? Que opinais vós?

Sobre a perspectiva de felicidade

 

Isto da quarentena está-me a dar tempo para pensar em coisas que anteriormente me passavam ao lado, provavelmente até demais.

 

Este fim de semana, quando terminava de ler um livro concluí: As pessoas não querem saber sobre a felicidade, mas de tudo o resto e de todos os percalços e de todas as infelicidades até se alcançar a verdadeira felicidade, mas quando se alcança.. já não interessa! Quando um protagonista de um livro conquista finalmente o seu amor, o livro acaba. Quando um protagonista de um filme consegue finalmente vingar-se daqueles que lhe fizeram mal, o filme acaba, e até nos filmes de animação é isto que acontece. Ninguém quer saber como corre a vida da princesa após se alcançar o auge. Já não interessa. Mesmo quando há um seguimento, uma sequela, tem que ter outras aventuras, outros problemas, algo tem de correr mal para se voltar a buscar o auge, a estabilidade, e uma vez mais termina quando é alcançada.

 

Parece-me até um pouco mórbido esta realidade. Concluo que uma vida sem percalços, banal, não é interessante. Isto leva-me a outra conclusão. Quando procuramos algo na nossa vida e finalmente alcançamos, logo logo procuramos um novo objetivo e até objeções. Nunca estamos felizes realmente, porque somos eternamente insatisfeitos. É mau? Não creio que seja mau, porque o que nos move são realmente as nossas ambições. Mas é bom? Também não creio que seja bom porque estar permanentemente insatisfeito demonstra também um certo grau de arrogância, de ingratidão pelo já alcançado. Seremos por isso eternamente infelizes? Se nunca estamos satisfeitos, a verdade é que seremos eternamente infelizes, porque o alcançado nunca é suficiente. Queremos um trabalho, arranjamos um trabalho, até gostamos do que fazemos, mas logo logo implicamos com os colegas, com os chefes, e já não gostamos do que fazemos, queremos um outro trabalho, uma outra função. Queremos um marido? Arranjamos um marido, até gostamos dele, mas logo logo a rotina alcança-nos e descobri-mos que não era aquele o caminho e divorciamo-nos. Queremos uma casa? Arranjamos uma casa e até gostamos dela, mas logo logo arranjamos um problema com um vizinho ou a infiltração nas paredes nos faz odiar aquela que já foi o lar de sonho e iniciamos uma nova busca. Assim não é possível sermos felizes, mas pelo que a ficção e a literatura me ensina, nós não queremos a felicidade, nós queremos o turbilhão de emoções, os nervos e a ansiedade, queremos a montanha russa e brincar com a nossa vida como se de uma roleta russa se tratasse...

 

Por isso a felicidade parece-me que é a capacidade de agarrar um balão, e acho que simplesmente às vezes o largamos propositadamente.

Ser ou não escritor, eis a questão!

O José da Xã desafiou-me a dissertar sobre uma questão que realmente me parece bastante pertinente:

 

Alguém que escreve um blog pode ser considerado um escritor?

 

Imagem retirada daqui

 

A resposta da Mula é não.

 

Como escreveu o José e muito bem "um escritor não basta criar conteúdos e passar para papel algumas ideias. É necessário muito mais". A resposta da Mula é não, mas também com muita consciência de que felizmente assim o é em alguns casos, assim como também acho que há muitos autores - o que para mim é diferente de ser escritor - que não são verdadeiros escritores, e nem vou aqui enunciar nomes, porque não é disso que se trata. Escrever histórias sem fio condutor, sem nexo, com meia dúzia de frases bonitas estampadas num livro não é, na ótica da Mula claro, ser escritor porque isso qualquer um de nós o pode fazer, haja dinheiro! Ser escritor é ser mágico, é saber transportar as pessoas para diversos lugares. Lugares áridos, lugares encantados, lugares até abstratos, mas é transportar alguém para um lugar, por isso não considero, por exemplo, um autor de um livro técnico um escritor. É na realidade um formador que passa o seu conhecimento através da escrita.

 

Mas, contrariamente à opinão do José, não considero a publicação um requsito para se ser um escritor e por isso considero que há muitos escritores nesta blogosfera, sem livros publicados, mas está-lhes na alma, é um dom. Não acho que se possa aprender a ser escritor, por muitos cursos de escrita que se possa realizar, ou as pessoas têm no seu âmago essa magia ou então sairá tudo demasiado forçado e se é forçado não é mágico. Se é aprendido não é verdadeiro. O que pode acontecer, é as pessoas terem o dom e o treino e o exercício ajudarem a explorar esse lado e a desenvolvê-lo, mas aí é outra questão.

 

Falando de mim. Não me considero escritora, mas considero que já estive mais longe. Acho que, por exemplo, muitas das minhas poesias podem ser consideradas de qualidade o que poderiam aproximar a Mula desse círculo tão restrito. Escrevo poesia desde que aprendi a escrever, isso está-me no sangue. Não me considero escritora, mas gosto de brincar aos escritores. No fundo é um pouco isto que faço com o meu blog. Brinco aos escritores, às vezes com sucesso, outra vezes nem tanto. 

 

Mas... Não é por não considerar muitos dos blogs que sigo, de escritores, que gosto mais ou menos de os ler, porque o que me encanta nos blogs é a vida, são as pessoas, são as opiniões. Para o resto, tenho os livros!

Pág. 1/3

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.