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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

A Mula e os Remakes

 

Não sou uma pessoa de remakes, tenho algumas exceções, mas normalmente prefiro histórias originais, porque... Qual é a piada de ver um filme que já existe mas com outros atores?

 

Aceito que os filmes sejam modernizados, como aconteceu com a trilogia de filmes portugueses, modificados pelo Leonel Vieira, que me garantiram - os três - umas boas gargalhadas. Aceito que peguem num filme infantil e o transportem para o mundo do cinema real, com personagens de carne e osso, ou vice-versa. Aceito ainda remakes de filmes muito antigos, que pelas cores antigas, pela falta de qualidade das câmaras e afins, se pretenda recriar algo com mais condições. Não me chocaria por isso remakes de grandes obras antigas como E tudo o vento levou ou o Casablanca.

 

Mas não compreendo que se façam remakes de filmes recentes, que se façam duas vezes o mesmo filme, com a mesma história, o mesmo tempo histórico, com as mesmas personagens, mudando apenas os atores, de filmes que têm 10 ou 20 anos, simplesmente não me faz qualquer sentido. Por exemplo, o filme Millennium: alguém me explica porque raio se fizeram dois filmes, um em inglês outro em sueco, com a diferença de 2 anos? As legendas não são suficientes? Eu confesso que não vi nem um nem outro, mas reportando-se ao mesmo livro, não serão filmes iguais?

 

Agora, com o filme Perdidos, alguém me explica qual é a piada de fazer um filme igual ao Pânico em Alto Mar, que tem apenas 11 anos? Um dia destes ainda se lembram de gravar um novo Titanic, não?

 

Para mim os remakes representam uma coisa: Falta de criatividade, porque só se pode pensar em refazer o que já foi feito, quando não há ideias para fazer algo novo, algo diferente. Por isso não vejo os remakes com bons olhos. Posso até estar a ser injusta, e a qualidade dos novos filmes não está em questão - que podem ter ou não ter - mas não consigo ver a necessidade de se gastar rios de dinheiro em fazer algo que... simplesmente já existe!

 

O caso ganha outras proporções - mais graves diria - quando os remakes se tornam mais famosos do que os originais, porque basta fazer um remake com um ator mediático, quando o original não era com ninguém famoso da nossa praça, para que ninguém se aperceba que existe outro filme. O caso mais flagrante são os remakes de filmes japoneses, que ninguém conhece - raramente chegam até nós filmes japoneses - e que vemos pela primeira vez realizado pelos americanos e que temos como filmes originais - mesmo que até diga na capa e em mil e um sítios que o original é de 1900 e troca o passo realizado por um realizador que ninguém conhece, com atores que nunca ninguém ouviu falar. Acho um bocadinho injusto para quem escreveu a história, para quem fez o guião e se deu ao trabalho de construir o filme.

 

Provavelmente irão dizer que estarei a exagerar, que não há mal algum em repetir o que já foi feito... Mas ora vejamos um outro exemplo: Recordam-se do filme Scarface protagonizado pelo Al Pacino em 1983? Pois muito bem. Esse filme é um remake do filme Scarface de 1932, e agora em 2018 vem aí um novo remake de Scarface... Mas quantos mais filmes iguais se irão fazer ao longo dos anos? Provavelmente já não estaremos cá para contabilizar um quarto e um quinto remake mas... Não estaremos a exagerar?

 

A verdade é que se não acrescenta nada... para quê fazer-se?

 

Vá minha gente boa, aprocheguem-se cá à Mula:

 

Remakes, sim ou não?

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