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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Feliz Dia do Pai!

 

 

Estive longe de ter o melhor pai do mundo.

 

Aliás quase não tive pai - não por ausência física, mas por ausência emocional. O que tinha era sinónimo de terror e não de respeito - como o das minhas amigas - que esse não se conquista com berros e ameaças. Nunca foi, por isso um dia que eu festejasse, contrariamente ao Dia da Mãe, que não havia dia que não fosse roubar uma flor à vizinha para lhe entregar. Na escola - na primária - fazia-se presentes e presentinhos para se entregar, nunca fiz os meus com emoção, até porque sabia que iriam ser largados numa qualquer gaveta sem qualquer interesse ou orgulho.

 

Nunca tive grande orgulho no meu pai, não porque não tivesse feito coisas espectaculares e admiráveis como os outros pais, porque até tinha, mas porque ele também não demonstrava ter orgulho em mim. Na boca dele eu era a filha mais desastrada do mundo, a que não fazia nada de jeito, como admirar um pai que trata assim uma filha? No entanto, este meu pai - que já não anda por este mundo - ensinou-me uma coisa muito importante nesta vida: como não ser pai - nem mãe. E este ensinamento ficou-me gravado na memória e espero, deste modo ser melhor mãe do que ele foi pai. Espero que os meus futuros filhos tenham orgulho em mim, que me abracem o tempo todo, que me lambuzem o tempo todo, que se grudem em mim o tempo todo.

 

Apesar da minha experiência, sei de fonte segura que neste mundo existem pais espectaculares, que merecem todo o reconhecimento, toda a compreensão. E é para esses grandes homens que hoje eu me dirijo e digo com toda a felicidade.

 

 

Feliz Dia do Pai!

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.