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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

São cenas!

Isto ainda é um bocadinho sobre as voltas e as voltas e as voltas das voltas que a vida dá...

 

 

Quem me conhece sabe que acredito em cenas. Acredito em cenas, pronto! Que cenas? Em cenas... Tipo destinos, sobre o que nos está predestinado, sobre as voltas que a vida pode dar e voltar ao mesmo lugar se assim já estiver traçado, sobre o que não tem solução solucionado está e que não adianta insistir se não tiver de ser. Cenas, pronto! Imagino que vocês estejam a pensar que eu já deveria de ter idade para começar a ganhar juízo - e atenção, não vos tiro a razão! - mas a verdade é que mais do que nunca tenho recebido provas de que assim é.

 

Cenas que prontos, que aprendi nos últimos tempos:

    - Todas as histórias precisam de um princípio, um  meio e um fim. Uma das minhas "histórias" teve um fim apenas 16 anos depois. Foi preciso reviver tudo outra vez, para eu perceber a importância que cada pessoa tem na nossa vida, e a importância de dar um fim, para dar um nome ao que sentimos, vivemos, queremos. As pessoas não deixam de ser importantes quando lhes damos um fim, mas as histórias sim, perdem a sua importância e só conseguimos seguir, verdadeiramente, em frente quando essas histórias são verdadeiramente arquivadas e não obscurecidas em nós. Obscurecer não é esquecer, é apenas tornar maior, mas oculto.

 

    - Podemos achar que encontramos a pessoa perfeita, mas se não é perfeita para nós, não adianta insistir. O destino vai dar mais do que provas de que não é a pessoa certa para nós e mesmo que nós continuemos a tentar encaixar o que não encaixa, tarde ou cedo perceberemos que nunca irá resultar. Há pessoas perfeitas, mas são apenas perfeitas para outras pessoas, se não encaixa não é perfeito para nós. Temos de seguir em frente.

 

    - Podemos passar anos a conviver com uma pessoa que não nos diz nada e ser essa a pessoa que nos está predestinada. Nem só de amores à primeira vista vivem os homens - e as mulheres! - às vezes os amores à segunda, terceira e quarta vista têm tanto poder quanto os primeiros. E acho que é aqui que descobrimos o quão macabra pode ser a vida, e de como essas voltas podem ser rebuscadas e mirabolantes, porque essas pessoas podem nos estar predestinadas independentemente dos anos que tiverem de passar.

 

    - Há situações que mesmo sendo erradas precisamos de as viver. Errar para aprender. Viver para conhecer. Sabemos que o caminho não é por ali, mas é por ali o caminho se tivemos vontade e há coisas que têm dia e hora para acontecer e têm dia e hora para terminar. Não é porque não tem futuro que não tem de acontecer, porque é nestes pequenos nada que nos construímos e nos testamos.

 

Descobri que podemos ser felizes a fazer coisas erradas. Descobri que podemos sorrir mesmo quando a luz ao fundo do túnel ainda não é visível e é possível viver pensando no hoje, esquecendo que o amanhã também existe. Mas acima de tudo descobri que cenas boas nos podem acontecer, por mais macabras e rebuscadas que possam parecer e que nunca é tarde para ser feliz e que às vezes a nossa felicidade passa por onde menos esperamos, a fazer coisas que nunca sonhamos, com pessoas que até então nunca desejamos.

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.