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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Se todos ajudarem com uma migalha...

... Conseguimos, entre todos, construir um bolo!

 

Por muito que eu gostasse muito de aumentar a minha estante e de receber um suporte de livros, a verdade é que quero muito, muito, muito que vocês ajudem outros patudos e patudas a serem um poucochinho mais felizes, dentro do que é possível ser-se feliz numa associação.

 

Por isso vá lá, com 2€ apenas vocês podem habilitar-se a ganhar o livro A Serpente de Clive Cussler, um suporte de livros, e o melhor de tudo, e sem sorteio, ajudam a Movimento Animal na sua árdua tarefa, que é cuidar diariamente de 40 animais.

 

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Passem lá pelo cantinho da Magda para verem como participar.

"Se lhes dou a mão, eles ficam-me com o braço..."

"... e ao fundo eu vou também!" Cantam assim os Deolinda!

 

A verdade é que uma pessoa tenta ajudar, tenta fazer o bem e depois as pessoas abusam e podem até prejudicar-nos, ainda que inconscientemente - espero eu, que seja inconsciente.

 

Em tempos veio um sem-abrigo aqui à loja perguntar-nos se tínhamos cobertores em casa, que já não precisássemos e que lhos pudéssemos dar. Acrescentando também que estava receptivo a receber roupa que já não nos servisse ou que já não usássemos. Disse-lhe que iria ver, mas que provavelmente não teria nada mas que iria ver. Entretanto, e após o senhor dizer que estava com fome, peguei 1€ da minha carteira e dei-lho para que ele pudesse ir comer qualquer coisa.

 

Desde então, não me desampara a loja... literalmente.

 

Em tempos, veio cá, eu não estava. Perguntou por mim aos meus colegas e eles disseram que eu estava de folga. Pediu-lhes se eles não lhe poderiam dar uma ajuda, e se não lhe poderiam dar uma das camisolas que nós vendemos, porque estava a precisar de roupa. Disseram-lhe, obviamente, que somos funcionários e que não podemos dar nada da loja a ninguém, ao que o senhor prontamente responde: "Pronto está bem, mas eu depois venho cá, que a menina ajuda-me!" ora, os meus colegas conhecem-me bem, mas vamos supor que eu trabalhava há pouco tempo... O que é que eles iriam pensar? Que eu andava a dar produtos da loja? Que andava a roubar?Oh céus... uma pessoa quer ajudar, e depois é isto.

 

Agora vem duas e três vezes por semana aqui à loja pedir-me dinheiro... Às vezes ajudo, até porque sei que precisa. Mas outras não posso ajudar e digo-lhe que não... Mas creio que ganhei uma pedra no meu sapato e que não há nada que eu possa fazer. Em tempos, veio cá também pedir se ele podia utilizar a morada da loja para dar na segurança social - como se morasse cá - para pedir o rendimento social de inserção. Obvio que isso não é possível... É que por mais que eu goste de ajudar, a verdade é que eu estou longe de o poder fazer com a frequência que me é solicitada. Depois, também porque é contra os meus princípios, porque sou contra ajudar com dinheiro, até porque o senhor é alcoólico e nunca sei se o dinheiro é realmente para comer. Então ultimamente vivo sempre em constante dilema: Continuo a ajudar quando posso? Ou deixo completamente de o ajudar, para impedir futuros abusos?

 

Pois não sei... E é isto...

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.