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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

O poder das palavras

Dizia-lhe, no sábado, que precisávamos de um ferro de engomar novo que aquele já não estava a passar nada bem. Ele dizia-me que não, que este ainda estava bom e que só valia a pena comprarmos um ferro novo quando este avariasse.

 

No domingo liguei o ferro e o dito começou a deitar fumo e até faúlhas... 

 

Prometo não amaldiçoar mais nenhum eletrodoméstico aqui em casa, antes de ter assegurado outro para sua substituição.

Electrodomésticos, Casamentos e Divórcios: Co-relação ou coincidência?

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Antigamente a vida das pessoas era mais rotineira e fiel - fiel no sentido de não mudar com frequência. Ou seja, as pessoas nasciam, iam para a escola meia dúzia de anos - alguns nem tanto - escolhiam uma profissão e ficavam nessa profissão até morrer - ou até sofrerem um acidente e ficarem incapacitados. Casavam, e o casamento era para a vida toda. Antigamente não existiam os divórcios fáceis como existe actualmente, e divorciar não era uma coisa normal, era uma vergonha.

 

Agora pensemos nos electrodomésticos. Antigamente, eram electrodomésticos para a vida. Nunca ouvi a minha avó dizer que tinha o frigorífico avariado, que precisava de comprar outro fogão. Mesmo a minha mãe, tem batedeiras do tempo que eu nasci, o frigorífico é o mesmo desde que me lembro, e tem uma máquina de sumos do tempo em que a fruta não era tão bonita e tão prefeita mas era mais saborosa. A verdade é que, juntei-me à 7 anos, e já mudei de micro-ondas, tenho de comprar um outro aspirador, já queimei uma batedeira e uma varinha mágica e estou a precisar de comprar um frigorífico que não me congele os ovos e os iogurtes.

 

Olhando para estas duas questões: casamentos e durabilidade dos electrodomésticos, parecem duas questões bastante distintas, mas eu acredito mesmo que antigamente os electrodomésticos eram mais duráveis, porque a pessoa iria ficar naquela casa com aqueles electrodomésticos e com a pessoa que escolheu viver, para sempre. Hoje em dia, não prestam para nada, mas as empresas têm esperança que ninguém perceba, porque o mais certo é a pessoa divorciar-se e precisar de comprar outro mais cedo ou mais tarde...

 

É isto, ou sou eu apenas a delirar?

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.