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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Lua-de-mel - Dia 1 - Genebra

A lua-de-mel no seu todo, teve essencialmente três partes e como as histórias se começam pelo princípio... Cá vai. A verdadeira lua-de-mel, teve a duração de apenas três dias, três dias que souberam a pouco - demasiado a pouco - e que passaram a correr.

 

A verdadeira lua-de-mel iniciou-se de madrugada, quando apanhamos o voo das 06:30h para Genebra.

 

Como descrever Genebra... Genebra é uma cidade relativamente pequena, num dia conseguimos visitar praticamente todo o centro mais importante e turístico. É uma cidade de transito caótico e louco - sempre a buzinarem, a passarem sinais vermelhos, a insultarem-se, e a buzinarem ainda mais... Já vos disse que buzinam muito? Credo é trânsito para gente doida - e é também uma terra de gente muito pouco simpática e muito pouco acessível - não sei se é do frio, mas sorrir e simpatia não é com este povo. Exemplificando: Logo à saída do aeroporto existe uma máquina de emissão de bilhetes, que permite apanhar o comboio gratuitamente - por um período de 30 minutos, após emissão do bilhete - para a cidade, e não estávamos a compreender se poderíamos apanhar qualquer comboio - visto que haviam uns mais rápidos que outros - e fomos perguntar a uma revisora do comboio que estava lá na estação e a senhora nem abriu a boca, assinalou como os burros com a cabeça que podíamos entrar, com um ar muito pouco simpático. Confesso que entramos a medo - muito desconfiados que tal comboio pudesse estar incluído no bilhete - mas lá fomos. Dez minutos depois - talvez nem tanto - estávamos no centro de Genebra.

 

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(Foto superior - interior da estação ferroviária do aeroporto ; Foto inferior - envolvente da estação ferroviária do centro de Genebra)

 

Falar inglês não é muito a cena deles. Felizmente que encontramos alguns portugueses pelo caminho - imigrantes - que nos auxiliaram quando o nosso francês não era suficiente. Fomos sempre recebidos pelos portugueses com um sorriso no rosto e uma saudade ao canto do olho.

 

O que funciona lá muito bem são os transportes públicos - eléctrico, trolley e autocarro -, os bilhetes diários são realmente bastante baratos e os transportes no centro bastante frequentes. Pagamos pouco mais de 4€  por um bilhete diário e andamos o dia todo para trás e para a frente. Em Genebra é permitido entrar por qualquer porta do autocarro - e não só pela frente como cá - não existindo controlo de bilhetes por parte do motorista, não existe qualquer validação no interior, e apenas devemos mostrar o bilhete se o fiscal aparecer e o solicitar.

 

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(Foto esquerda - envolvente da estação ferroviária da cidade ; Foto direita - Monumento em frente ao World Trade Organization nos arredores)

 

O que é horrível em Genebra são os preços. Considerada este ano a nona cidade mais cara do mundo, Genebra tem preços loucos. Almoçamos apenas dois hambúrgueres com apenas uma batata e uma bebida e pagamos 40€! Querem beber uma cerveja? Desembolsem 7€, nos locais mais baratos! SETE euros! Uma coca-cola no supermercado, de litro e meio, custa 3€. Os magnéticos para o frigorífico custam NOVE euros. Pobrezinho do meu frigorífico que não ganhou nenhum magnético Suíço. Optamos apenas por comprar uma latinha - espécie de leiteira de metal - com chocolates no interior e alguns postais. Querem fazer um xixizinho? 1€! UM EURO por uma ida à casa de banho!

 

A ideia inicial quando compramos os bilhetes de avião em promoção  - apenas 19€ por pessoa na EasyJet - era dormir a primeira noite em Genebra, mas os preços das estadias são de tal forma incomportáveis que decidimos comprar bilhetes de comboio nesse mesmo dia - que com a devida antecedência ficaram por cerca de 30€ por pessoa -, e por volta das 18h apanhamos o comboio em direcção a Milão.

 

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(O nosso menu de 40€...)

 

Uma das maiores atrações de Genebra e também a imagem de marca da cidade é o famoso Jet d'Eau. O Jet d'Eau é uma das maiores fontes do mundo. Uma curiosidade sobre esta famosa fonte: Jorra 500 litros de água por segundo a uma altitude de 140 metros a uma velocidade de 200km/h. Tirando em casos de geadas ou de ventos fortes, o jato de água funciona 24horas por dias, 7 dias por semana. Incrível!

 

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(O Jet d'Eau)

 

Toda a cidade está bem preservada não se encontrando edifícios devolutos. As ruas estão todas muito limpas e os jardins sempre perfeitamente cuidados e talvez por isso seja considerada a cidade com maior qualidade de vida. Algo curioso é que existem vários bebedouros espalhados pela cidade para que os genebrinos se mantenham hidratados.

 

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(Foto da esquerda - edifícios do centro, perto das ruas das boutiques ; Foto da direita - um dos muitos bebedouros da cidade)

 

Apesar do tempo curto em Genebra, ainda tivemos tempo para um passeio pelo Conservatório e Jardim Botânico da Vila. Criado pelo botânico genebrino Augustin Pyrame de Candolle o Jardim Botânico encontra-se nos arredores de Genebra desde 1904 e é composto por 28 hectares, albergando uma coleção de cerca de 16 mil espécies de plantas de todo o mundo. Na parte do conservatório tivemos ainda oportunidade de ver uma exposição de cactos de todo o mundo, divididos pelos diferentes continentes.

 

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Gostei muito de Genebra, apesar de cinzenta e fria - como é perceptível a partir da cor das imagens - e gostava de um dia de regressar com mais calma e com tempo para me perder pelas várias vielas, de preferência com algum - muito - dinheiro no bolso para umas Luis Vitton e talvez com dinheiro para oferecer um belo relógio ao maridão - que se encantou com alguns que custavam o mesmo que a nossa casa.

 

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(Foto da esquerda - edifícios do centro da vila ; Foto superior direita - A Mula ; Foto inferior direita - Patos e cisne do lago Léman)

 

O tempo em Genebra passou a correr, e chegou a hora de apanhar o comboio para Milão. O comboio em direcção a Milão atravessa os Alpes Suíços e a viagem é lindíssima. Fizemos uma boa parte da viagem com os Alpes em pano de fundo, lá ao longe, carregados de neve, e aproveitamos o momento e a paisagem e jantamos no restaurante do comboio com tal quadro pintado de branco. A comida no comboio não é nada má. Para mim e já para começar a entrar no espírito italiano, massa, para ele que ainda estava com o espírito meio deprimido de Genebra, Chilli com carne. Os preços, ainda não sendo baratos, estavam dentro do orçamento, tendo em conta que tínhamos gasto QUARENTA euros em dois hambúrgueres - confesso que esta ainda me está meio entalada.

 

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Amanhã há mais... Mas com Milão como cenário! E por agora despeço-me com a bela da paisagem suíça, imagem que não me sai da memória!

 

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.