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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Não sei se me ria... ou se lhe bata! #17

Ele sabe que eu não gosto que ele use os meus champôs. É a única coisa em todo o casamento que não gosto de partilhar. Em minha defesa, uso champôs demasiado caros, e ele usa qualquer champô, que ao contrário de mim não é esquisito.

 

Na semana passada pede-me que lhe chegue o champô que está na despensa. Chego-lho com todo o orgulho.

 

Mula: Muito bem, não usaste o meu champô!

Mulo: Pois não convém porque já usei ontem...

Mula: [silêncio] 

Mulo: Mas usei muito pouquinho... Tão pouquinho que nem fez espuma. 

 

 

Os meus atuais champôs não fazem espuma! 

Não sei se me ria... ou se lhe bata! #16

Estávamos atrasados, queríamos ir resolver uns problemas antes de irmos trabalhar hoje de manhã.

 

Já pronta para sair de casa, não encontrava o telemóvel. Acho que já vos falei como fico quando não tenho o telemóvel comigo. Começo a entrar em stress. Vou ao quarto,  nada. Vou à cozinha, nada. E ele já a bufar! Entre dentes começa a resmungar porque estávamos atrasados e se queríamos ir tratar desse assunto teríamos de nos despachar... Peço-lhe para ele me ligar, para ver onde andava o bicho.  Ele liga e eu não ouço o telemóvel a vibrar em lado nenhum, logo o meu que faz sempre imenso barulho a vibrar.

 

De repente diz-me ele....

 

Mulo: Ah! Olha está aqui...

Mula: Onde???

Mulo: No meu bolso... 

 

"Aqui", no bolso... Dele! Ora vejamos: fulminou-me com o olhar, resmungou entre dentes e afinal a culpa era inteiramente... Dele!

 

Vá  digam-me lá: Rio-me ou bato-lhe? A vida do Mulo está nas vossas mãos!

Não sei se me ria... ou se lhe bata! #15

Tenho acendido a lareira quase todos os dias, com o cair da noite a casa fica muito fria e se quero estar confortável preciso de algum calor, não humano mas madeiresco. O Mulo ontem chega a casa e a lareira estava apagada, porque não tinha frio. Acendi a lareira a pedido e como tinha umas acendalhas biológicas manhosas - cuja qualidade única é não terem cheiro, porque também não servem para acender - e as ditas não davam calor suficiente para queimas os toros, começo a adicionar folhas de papel da impressora.

 

Mulo: Não ponhas mais folhas!

Mula: Não queres a lareira acesa?

Mulo: Quero. Mas não à custa de um eucalipto!

 

Mula:

 

Bem sei que não usamos madeira daquela grossa, que usamos aqueles briquetes de serrim, mas... Continua a ser madeira, continua a vir das árvores, continua ... Não entendi!

Não sei se me ria... ou se lhe bata! #14

Compramos um sumo de cenoura. Não um de laranja-cenoura, não um de cenoura-maracujá,  não um de manga-cenoura. Cenoura só.

 

Mulo: Já provaste o sumo?

Mula: Não, porquê?

Mulo: Não presta!

 

Mula prova o sumo. 

 

Mula: Qual é o problema do sumo? Está bom, sabe a cenoura...

Mulo: Pois é isso, só sabe a cenoura, parece que foram trituradas cenouras e enfiadas aí dentro!

 

Não sei se me ria, não sei se chore #5

Em tempos disseram-me:

 

          - Não vais gostar desse livro*!

          - Por que é que dizes isso? - perguntei.

          - Porque me disseram que não é um livro para qualquer pessoa...

 

É possível que não tenha sido com intenção - ou provavelmente foi - mas senti-me insultada!

 

* O livro é Para onde vão os guarda-chuvas do Afonso Cruz e só para ser do contra, estou a gostar!

Não sei se me ria, não sei se chore #4

Contei-vos que fui fazer uma aula de zumba na praia, num sunset, certo? O que não vos contei foi que antes de lá chegar, tive um quiproquó com um vizinho.

 

Quando estava para ir embora, chego à garagem e está um carro a impedir a saída da minha carrinha, ou seja, mesmo estacionado em frente ao meu lugar. É habitual o carro ali estar, mas o vizinho costuma estar por perto. Olho em volta... Nada! Vou lá fora ver se o vejo... Nem sinal do homem. Eu sei quem o senhor é, mas não fazia ideia de onde morava até porque a garagem é comum, mas são três blocos de apartamentos, com 5 entradas distintas.

 

Aguardei 15 minutos que alguém aparecesse para tirar a carro para eu poder sair, e findos esses 15 minutos achei que já era abuso esperar nem que fosse mais um segundo. Andei por isso pelos prédios ao lado - no meu bloco eu sabia que ele não morava - a perguntar pelos vizinhos se alguém sabia de quem era aquele carro*.

 

Recordam-se como é que eu ia vestida? A juntar à vestimenta justinha de licra, andava eu com o cabelo amarrado - tendo em conta que tenho o cabelo curto é mais o cabelo solto que amarrado - e desgrenhado. Andei linda, a desfilar pela zona onde moro naqueles fantásticos preparos.

 

Eu sabia que era um sinal que eu não deveria de ter saído assim à rua!

 

*E após tocar a três campainhas, lá encontrei o sujeito, nos entretantos ainda fui atacada por um mini-cão, que devia achar, pela maneira fluorescente que ia vestida, que era um animal qualquer a abater!

 

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Não sei se me ria, não sei se chore #3

E porque hoje falamos de comportamentos rodoviários, parece-me oportuno partilhar este momento convosco.

 

Duas senhoras com bastante alguma idade, no comboio falavam sobre deslocação... Uma pergunta à outra:

 

Senhora 1:  Porque é que não tiraste a carta? 

Senhora 2:  Porque é muito difícil... 

Senhora 1:  Difícil é conduzir um avião! 

Senhora 2:  Por que é que dizes isso? 

Senhora 1:  Já viste a quantidade de botões? Para além de que nos aviões eles têm de saber para onde vão!

 

Não está, obviamente, em causa que efetivamente a condução de um avião é complexa e por isso acho que comparar um avião a um carro é só estúpido, porque a exigência não é comparável, mas olhar para a condução de uma viatura - seja ela qual for - com esta leviandade, parece-me muito perigoso, e por isso espero que a senhora já não tenha carta - se efetivamente algum dia a teve, e por isso não sei se me devesse rir ou chorar perante esta afirmação...

 

E agora não consigo deixar de pensar...: Os automobilista não têm de saber para onde vão? Ó céus as coisas que eu oiço...

Não sei se me ria... ou se lhe bata! #13

Descobri que o Mulo é daltónico, e o pior é que ele quer-me levar a crer que eu, mulher possuidora de milhões de cones nos olhos, é que sou.

 

Esta semana pedi-lhe para me chegar uma taça de plástico branca que estava num armário ao qual eu não chego. Sou pequenina tá? Ao qual ele prontamente me responde: "Mas não há aqui nenhuma taça branca. Tens aqui duas: uma cinza e uma cor de rosa."

 

São as duas brancas, vos garanto que são.

 

O branco que ele chamou cinza ainda admito essa possibilidade que ele é assim meio sarapintado e como é velho, já está descolorado e então admito que possa ser mais cinza que branco - ainda que seja originalmente branco. O outro, não é rosa, vos garanto que não é. Certo que já não é branco puro como originalmente era, também já não é muito novo, mas que continua branco... Mas ele lá insistiu que não, que era cor-de-rosa e que até ia arranjar não sei o quê na Internet para me provar que aquilo era rosa.

 

Até equacionei publicar foto na Internet para perguntar à galera a cor do recipiciente e voltar a dividir os comentadores, mas acho que o mundo já está suficientemente dividido, e não fosse existir uns tantos daltónicos que lhe dessem razão o melhor é continuar-mos assim. Encolhi os ombros e segui com a minha vida. Mas vos garanto, aquilo é branco, quase que podia chamar o moço da TIDE e provar que branco mais branco não há.

 

 

 

Não sei se me ria, não sei se chore #2

Sexta-feira era dia de manicura, mas como estou com unha francesa e elas ainda estavam belas e brilhantes decidi adiar. Liguei para a menina que mas enfeita e disse-lhe que ia adiar porque as ditas ainda estavam impecáveis e como é francesa mesmo o crescimento não se nota grande coisa.

 

Até aqui tudo bem. Adiei uma semana.

 

Uma hora depois de adiar esmurro as unhas.

 

Confessem lá, foi karma ou praga da manicura por eu ter faltado?

Não sei se me ria... ou se lhe bata! #12

Estou a fazer o jantar, está na conversa comigo. Quando está quase, quase pronto diz-me ele:

 

Mulo: Bem, vou tomar banho!

Mula: O quê? Mas o jantar está pronto...

Mulo: É rápido, não demoro nada!

 

Rápido disse ele. Terminei o jantar; vim ao blog; visitei uns poucos de blogs; comentei outros tantos. Escrevi este post; agendei o post. Rápido disse ele. Então eu serei supersónica.

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.