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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

A Mula também experimenta coisas e fala sobre isso #26 Vichy Dercos Anti-Dandruff Shampoo

O milagre do meu couro cabeludo

Descobri o milagre da vida, ou neste caso, o milagre da vida do meu couro cabeludo com eczema e dermatite seborreica.

 

Desde que me conheço que padeço deste mal, essencialmente nesta altura do ano - primavera e outono piora significativamente - andar de preto ou de roupa escura é complicado, já que a roupa cobre-se de plaquinhas brancas. É horrível, é desconfortável... É triste, é essencialmente triste. Sinto-me profundamente envergonhada quando percebo que tenho a minha roupa cheia de pelezinhas brancas, como se não tivesse uma boa higiéne ou algo que o valha, e na realidade nada tem que ver, que a vossa Mula é muito limpinha e até lava o cabelo mais vezes do que deveria. 

 

Mediante se é eczema ou dermatite posso ter comichão - e então com a comichão até parece que tenho piolhos -, mas o problema nem é só isso, por vezes chega a doer e chego a ganhar feridas na cabeça... É realmente desconfortável e após andar de dermatologista em dermatologista aceitei que não tem cura e que é para vida. Percebo que ainda há algum estigma de que é contagioso, mas não é! Fiquem descansados, que não é.

 

Desde miúda que experimento todo o tipo de champôs e produtos, e se um por outro até ajuda a atenuar a verdade é que ela acaba sempre por voltar. Quando era adolescente existia um champô que durante muitos anos resolveu o meu problema, o Selenix, que era um champô com um cheiro bastante desagradável, que deixava as pontas do meu cabelo seeeeeecas, mas a verdade é que caspa era resolvida em meia dúzia de lavagens. Esse champô foi retirado do mercado há uns anos - já não me lembro o motivo - e desde então que a busca pelo Tal champô começou.

 

Experimentei o famoso dos famosos, o Nizoral, os da Isdin, entre outros mais ou menos famosos. Não me resolviam o problema em tempo útil. Outros nem resolviam de todo. Lembro-me que o Nizoral demorava quase um mês a fazer efeito para além de que não gostava da forma como tratava o fio, que também o sentia mais ressecado quando usava.

 

Há uns meses encontrei finalmente o tal champô, por acaso. Vi-o numa parafarmácia, e meia descrente, comprei-o:

 

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Para mim, o melhor champô para a dermatite seborreica e eczema. E não, não me estão a pagar a publicidade, pelo que podem confiar na vossa Mula, ainda que acredito que cada cabeça sua sentença, e poderá não funcionar com toda a gente da mesma maneira, mas comigo funciona mesmo muito bem e em menos de uma semana de uso - e em crises lavo o cabelo todos os dias para atuar bem - recupero o controlo do meu couro cabeludo - sobrancelhas e orelhas... - e posso voltar a usar preto sem vergonha. O champô não me resseca o cabelo e ainda há a versão para couro cabeludo sensível. 

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Esta versão para couro cabeludo sensível é o meu favorito - apesar da versão normal fazer mais espuma e ser necessário menos produto -, mas nem sempre o consigo encontrar. O triste deste champô? É que o uso tem de ser continuado, não posso parar de usar porque caso contrário volto exatamente a ter o mesmo problema. Quando lavo demasiadas vezes seguidas o cabelo no ginásio, por exemplo - que tenho um outro champô mais baratucho no saco - começo logo a sentir a comichão a voltar.

 

O mês passado terminei mais uma embalagem e não o consegui comprar porque não havia e optei por experiementar um outro até mais caro, da Revlon, para o mesmo efeito mas voltei a ficar muito atacada, pelo que tive de voltar a comprar o da Dercos urgentemente, porque realmente não o posso deixar terminar e é se quero ter o meu couro cabeludo limpinho e sem crostas ou feridas ou placas brancas na roupa.

 

Sei que há muita gente que sofre com este problema crónico e por isso hoje partilho convosco algo que mudou a minha vida, na esperança de poder mudar a vida de mais alguém com o mesmo problema... 

 

... Esta sensação é algo que não desejo a ninguém!

Pela nossa saúde...

.. Mental e vital!

Cada vez mais, temos dificuldade em saber, verdadeiramente, o que estamos a comer. Se no tempo dos nossos avós a fruta, os legumes, a carne e os ovos eram uma verdadeira injeção de nutrientes benéficos para o nosso bem estar... Todos sabemos que já não é bem assim. Mesmo o que consideramos saudável não o é tanto como desejado e cada vez mais o natural está impregnado de químicos, de corantes, de conservantes, e não daquilo que verdadeiramente o nosso corpo necessita. Quem já reparou que a fruta vendida pela maioria dos supermercados não envelhece e apodrece da mesma maneira que a bela da fruta biológica?

 

Com o tempo a nossa saúde reclama. Falta-nos vitalidade, memória, energia no geral. Na realidade falta-nos nutrientes essenciais ao nosso bem estar físico e mental.

 

A par da alteração dos alimentos saudáveis, está o nosso ritmo diário. Cada vez mais vivemos num ritmo alucinante, onde não há tempo para nada. Vivemos num mundo onde sandes, bolachas e pequenos snacks são almoço, lanche e jantar. Vivemos num mundo onde gostamos de estar rodeados à mesa a partilhar uma refeição com quem amamos mas também num mundo onde tudo é feito à pressa e onde já não apreciamos verdadeiramente uma refeição. Quantos de vocês tomam o pequeno almoço em pé a olhar para o relógio? Eu acuso-me!

 

O nosso corpo queixa-se e vai dando sinais. Teimamos em ignorá-lo. Eu treino, quem me segue no Instagram sabe que eu treino, mas nem todos os dias tenho um verdadeiro rendimento. Quantas vezes vou treinar sem lanchar? Quantas vezes depois de um treino é chá, bolachas e cama? Adoro reclamar da falta de resultados... Mas mudar o que está errado... É demasiado complicado! Nem sempre há tempo... Ou paciência. Raramente me alimento mal por falta de conhecimento. Quase sempre é por falta de vontade de fazer diferente. É mais fácil e mais rápido fazer mal. Volta e meia os joelhos queixam-se, porque a minha recuperação muscular é terrível - porque será, não é verdade? -, a cabeça lateja durante os treinos, provavelmente por fome... Ou desidratação que beber água também não é comigo, porque a minha memória é terrível e esqueço-me de beber água mesmo com a garrafa ao lado...

 

Tudo isto se vai refletindo ao longo do tempo e piorando a nossa saúde com o passar dos anos. O nosso corpo vai dando sinais. Quando a alimentação não é adequada e quando não obtemos os nutrientes necessários temos por vezes de recorrer a suplementos alimentares de modo a colmatar determinada carências. Por exemplo, por vezes ficava com os olhos trémulos e a visão baça e só quando fui ao oftalmologista é que percebi que era carência de magnésio e precisei de tomar suplementos de magnésio durante uns meses. Claro que depois disso comecei a usar e abusar das bananas desta vida, mas ainda assim às vezes não é suficiente e lá regresso ao magnésio! É incrível como o nosso corpo funciona. Eu pelo menos, quanto mais aprendo sobre alimentação, mais me surpreendo.

 

 

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A pensar em pessoas como eu, e provavelmente como tu que me lês e que te interessas pela tua saúde e bem estar, nasceu a loja de suplementos Oollive, uma loja online especializada em suplementos alimentares e nutrição funcional, nomeadamente de suplementos para o cérebro - para que a vossa memória não seja tão ruim como a da vossa Mula -, pelas mãos da Patrícia, licenciada em Engenharia Alimentar e Pós-Graduada em Nutrição Funcional e Terapêutica Ortomolecular, que baseando-se na premissa de que "o alimento é o remédio", selecionou suplementos premium, 100% naturais e por isso sem corantes nem conservantes ou adoçantes artificiais.

 

A Oollive disponibiliza portes gratuitos em compras superiores a 49€ - 79€ no caso das ilhas - e envia para Portugal e Espanha continental.

 

Se quiserem experimentar, deixo-vos aqui o código OOLLIVE5 para beneficiarem de um desconto de 5% na primeira compra.

 

Porque a saúde é o nosso bem mais precioso!

 

E por aí, já tomaram suplementos alimentares? Qual a vossa opinião?

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: Um Homem Chamado Otto

Nunca um filme mexeu tão abruptamente com as minhas emoções como este filme. Confesso que inicialmente estava bastante relutante, já que é uma adaptação do sueco Um Homem Chamado Ove e (que li, mas não vi o filme original) e quando percebi que até o nome do homem tinham mudado, fiquei com medo de não gostar. Mas não foi o que aconteceu.

 

Um Homem Chamado Otto conta a história de Otto, um homem recém viuvo, muito rabugento, com pouca paciência para pessoas no geral, e que após a morte da mulher mergulha numa profunda depressão, perdendo o entusiasmo de viver, até que com a chegada dos novos vizinhos, a vida de Otto muda radicalmente. 

 

Este é daqueles filmes que não sabemos se queremos rir ou se queremos chorar, se estamos a chorar de tanto rir, ou a rir de tanto chorar. É toda uma explosão de sentimentos e emoções que colidem entre si, cena após cena. Digamos que é um filme emocionalmente confuso. Adorei!

 

A prestação do Tom Hanks, é a que já estamos habituados: Incrível! A atenção é captada desde os primeiros momentos até aos últimos e quando acabou fiquei apenas triste porque não me queria despedir da histórias e dos seus personagens. Não é nada maçador e nem damos pelo tempo passar.

 

O filme destaca várias temáticas sociais importantes: O luto, a viuvez na terceira idade, a forma como a sociedade tenta descartar os mais idosos, e a importância da inclusão dos idosos na comunidade, assim como a importância da criação de estruturas de apoio comunitário com os mais jovens. Todo o filme é uma grande aprendizagem, a par com uma história de amor de nos amarfanhar o coração até ao último minuto.

 

Recomendo!

 

Já viram? O que acharam?

Cascatas de Ouzoud

Queria muito ter ido ao deserto. Há quem diga que ir a Marrocos e não ir ao deserto é como ir a Roma e não ir espreitar o Vaticano... Mas a viagem não foi assim tão longa para dar para tanta coisa e tivemos de fazer opções e tendo em conta o tempo, o calor imenso, optamos por ir às cascatas em vez de sermos cozinhadas no areal quente.

 

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Por isso, escolhemos ir às Cascatas de Ouzoud no penúltimo dia. Apesar de nesse dia as temperaturas ultrapassarem os 40ºC, a verdade é que escolhemos o melhor dia porque o dia amanheceu cinzento e apesar do bafo quente, o sol não nos cozinhou, só nos derreteu...

 

A caminho de Ouzoud

 

Ouzoud fica a 3 horas de Marraquexe, numa viagem longa por estradas desertas por entre as montanhas que nos mostrou bastante a pobreza do país. Vi gente no meio das montanhas a dormir, vi crianças a caminharem sozinhas pelas estradas sem nenhuma vila nas proximidades. Vi crianças numa manifestação que mesmo não entendendo o que diziam pareciam lutar pelos seus direitos. Rapazes e raparigas unidos na luta pelos seus direitos. Vi muita gente sentada na beira da estrada sem ver uma única casa em muitos, mas muitos quilómetros... Vi camelos nas montanhas... ao longe... Vi muita miséria e o meu coração não ficou indiferente. Sem dúvida que vivo num país privilegiado, com acesso a bens e serviços que tomei ao longo da vida por adquiridos e por isso esta viagem, mais do que qualquer outra, foi uma bofetada de realidade, de uma dura realidade.

 

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A manifestação

 

Após 3 horas, finalmente chegamos a Ouzoud - que significa azeitonas, em berbere, devido às imensas oliveiras que rodeiam a montanha - nas Montanhas do Atlas Médio. Passar de uma carrinha com ar condicionado fresquinho para um ambiente de mais de 40ºC é terrível. Senti que a minha alma me saiu do corpo naquele choque.

 

O cineasta Martin Scorcese gravou cenas do filme Kundun (1997) no Kasbah Du Toubkal, primeiro hotel local, inaugurado em 1995. Este hotel situa-se mesmo na entrada do trilho para as Cascatas de Ouzoud.

 

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Praia fluvial antes de descer para as cascatas. Normalmente as águas são cristalinas, mas como tinha chovido bastante no dia anterior, as águas estavam lamacentas.

 

Interpretamos mal as excursões, e achamos - ou eu achei, vá, que fui eu que comprei, admito a culpa - que para podermos fazer a viagem de barco - não sei se barco será o termo correto... mas assumamos que era um barco - que teríamos de fazer a caminhada por entre os montes. Que grande burrice. Poderíamos ter ido à viagem de barco e visto os macacos sem termos de andar por entre montes ermos e escorregadios com zero proteção.

 

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Entrada pelo trilho mais longo cuja única medida de proteção era esta correntinha...

 

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Pelo trilho... Não vale tropeçar!

 

Pronto, já começaram as críticas, pensam vocês. Mas a verdade é que o caminho é perigoso, pessoas caíram - eu só não queria ser a primeira, mas depois dos ingleses terem caído já estava por tudo - e o caminho tinha zero vedação ou amparo, e um passo em falso poderia levar-nos para mais perto de Alá e Maomé. O guia ficava muitas vezes entre nós e a falésia para nos proteger, apoiando-se apenas num ou outro rochedo. Não li relatos de alguém ali ter morrido nalguma excursão, mas se tivesse lido a verdade é que não me chocaria, porque estranho é que nunca tenha acontecido nenhum acidente.

 

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As vistas em todo o percurso são de cortar a respiração. É incrível!

 

Como tinha chovido no dia anterior as cascatas estavam lamacentas, mas diversas fotos por essa internet fora provam que as águas normalmente têm um aspeto cristalino, convidativo a banhos. Não foi o caso, tivemos azar, ou talvez não tenha escolhido assim tão bem o dia, poderíamos ter sol e águas cristalinas para molharmos os pezinhos e refrescarmos a nuca, mas não se pode ter tudo.

 

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As cascatas de Ouzoud têm uma altitude e 110m e são as segundas maiores cascatas de África, ficando apenas atrás das Victoria Falls no Zimbábue. Demoramos cerca de 1 hora, 1 hora e pouco até chegarmos à base das cascatas para o passeio de barco, já incluindo com a pausa para um belo sumo de romã, natural, espremido na hora.

 

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Bendito sumo fresquinho de romã

 

Depois da pausa para o suminho fantástico, continuamos a descer... Desce, desce Mula! Descemos até à base das cascatas para um passeio de barco diferente para apreciarmos de perto... Bem de perto... As Cascatas!

 

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O barco

 

 

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O belo do passeio, onde o guia quase nos enfia debaixo da queda de água que parecia pouco macia - no sentido de doer, provavelmente, se levássemos com ela em cima directamente!

 

Depois do passeio alucinante de barco, onde ninguém permaneceu seco, por opção e diversão do próprio guia, fomos encaminhados para o restaurante onde poderíamos degustar couscous, tangine ou então - o que eu escolhi - as típicas espetadas de frango com batata frita.

 

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O almoço nas montanhas

 

Depois do almoço, comigo a temer ter de subir tudo novamente - porque já se sabe, que quando se desce, tem de se subir... - descobrimos que existia um atalho bem menos ermo, alcatroado, com degraus, comércio e... macacos! Se lá voltar, claramente será o curso que escolherei, apesar de se perder imensa perceção da altitude, mas digamos que é uma experiência para uma vez na vida. 

 

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Ólha ó passarinho, macaquinho!

 

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Sempre curiosos...

 

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Tranquilos no meio dos humanos.

 

Os macacos pareceram dóceis, ainda que nos tenham avisado que se eles nos abraçassem para não o fazermos de volta porque poderíamos ser surpreendidos com uma dentada de pouco amor. Os macacos estavam completamente livres, andavam soltos pela montanha e eram atraídos pelos guias e pelos visitantes com amendoins, que claramente adoravam. Quem me conhece sabe que eu tenho medo de macacos, por isso fui-me mantendo afastada e admirando-os à distância, e deliciei-me com a interação entre eles e os humanos, tão amistosa. Uma senhora inclusive caiu nas graças de um e o seu escalpe não escapou de ser catado.

 

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Sempre a aguardar por mais um amendoim...

 

Aqui, em Ouzoud, os comerciantes são totalmente diferentes dos comerciantes da Medina de Marraquexe. Podíamos  ver os produtos à vontade, não nos bombardeavam com perguntas, e pudemos ver produtos típicos com toda a tranquilidade, o que obviamente me agradou bastante.

 

Terminada a excursão... Mais 3 horas até à Medina...

 

Nesse dia caí na cama e não me lembro se quer de sonhar!

O lado B da viagem a Marraquexe

B de Bom

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Mula no Ben Youssef Madrasa

 

Porque há sempre dois lados de uma mesma história, nem tudo foram espinhos na viagem a Marraquexe. Enquanto não saí do hotel estive bem! Brincadeira. Mas não, nem tudo foram espinhos na viagem a Marraquexe. Vi coisas lindíssimas, comi coisas boas, os virgin mojitos ao pôr do sol eram deliciosos, ainda que teria agradecido um pouco mais de álcool e pelo caminho também encontrei gente simpática e hospitaleira.

 

O pôr do sol de Marraquexe foi dos mais bonitos que já vi, independentemente do ponto de onde o víamos. As cores, foram sempre incríveis. Era mágico, e quando penso em Marraquexe, a primeira imagem que me vem à cabeça - a seguir àquela em que eu andava toda tapada dos pés à cabeça - são as cores da cidade ao pôr do sol.

 

À esquerda o pôr do sol na esplanada do quarto do hotel La Maison des Oliviers e à direita Virgin mojitos ao pôr do sol na esplanada do Café France, o tal sem multibanco

 

Cheguei a Marraquexe e a primeira noite foi passada num hotel incrível - mas afastado do centro -, com uma piscina incrível, com comida também bastante apetitosa - tirando um couscous que eu pedi para provar algo verdadeiramente típico e que rapidamente me arrependi porque não consegui comer - e com um serviço bastante bom. Aqui, neste primeiro dia, não me apercebi de que álcool era uma coisa difícil de encontrar, e desfrutei de uns bons mojitos junto à piscina tranquilamente com zero ansiedade.

 

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La Maison des Oliviers

 

O La Maison des Oliviers é incrível à noite ou de dia ao sol

 

Há álcool em Marrocos, escondido, mas há!

 

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O couscous que ficou cá todo praticamente... Não fiquei fã!

 

O pequeno almoço era bastante variado, até nas formigas como já vos tinha dito, mas como em Roma sê romano, eu comi tudo e mais que houvesse que a fome no dia seguinte era imensa - já que o couscous que eu não comi foi ao jantar.

 

Pequeno almoço no La Maison des Oliviers e o famoso chá de menta marroquino

 

Algo que percebi desde o primeiro dia, é que a pastelaria marroquina é muito boa. As sobremesas foram sempre muito boas. Um jogo de sabores intensos, tal como eu gosto.

 

Tentei provar o máximo de doces variados que encontrei e posso já dizer-vos que até a massa dos crepes e das panquecas é diferente. 

 

Já de salgados... fiz sempre escolhas seguras, que o couscous não comido ficou demasiado presente na minha vida, assim de mais típico apenas comi ovos berberes - à esquerda - e as espetadas de frango estilizadas - que as originais não são assim, mas também provei as originais e prefiro muito mais estas com molho barbacue,

 

Aqui no hotel, fiquei agradavelmente surpreendida. Tinha trazido uns biquínis mais tapados - não queria chocar ninguém... - mas a malta estava lá completamente à vontade a desfrutar do sol e dos quase 40ºC com biquínis reduzidos e não senti qualquer olhar ou desconforto por parte do pessoal do hotel, que foram sempre simpáticos e atenciosos.

 

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Mula junto à fantástica piscina no Hotel La Maison des Oliviers

 

Depois da primeira noite fantástica, fomos então para o nosso Riad na Medina. Solicitamos transfer no hotel e lá fomos nós. E foi aqui que eu percebi que Marraquexe não era  bem desfrutar de mojitos alcoólicos à beira da piscina sob 40ºC. O nosso motorista, perante o excessivo e caótico trânsito, decidiu deixar-nos uma praça antes do suposto, mas felizmente a dona do Riad veio ao nosso encontro. Uma senhora francesa muito amorosa que nos levou por entre a labiríntica Medina até à casa que iria ser "nossa" nos próximos dias. Foi aqui que eu comecei a temer pela vida. Motas. Muitas motas. Carroças, carros, motas todos a passar ao mesmo tempo na via, em contra mão, quase contra as pessoas, quase contra mim, por diversas vezes. Foram uns 5 minutos a pé que me pareceram 5 horas, confesso. Sobrevivi. 

 

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Mula na praça Jemaa-el-Fna

 

Como passávamos uma parte do dia... O melhor dos meus dias confesso!


Pedimos um mapa lá no Riad, pedimos conselhos à Yolande - a senhora francesa do Riad - e lá fomos para o centro, que estávamos cheias de fome.

 

DICA DE OURO: Como não tinha dados móveis - que o roaming é caríssimo, e eu já nem me lembrava que existia roaming... - antecipadamente descarreguei o mapa de Marraquexe no google maps, porque uma das coisas que eu li em todas as pesquisas sobre a cidade é que era um labirinto autêntico e que se pedíssemos informações ou direções, teríamos de pagar para as obter. Assim, sempre que estava num sítio com wi-fi, eu traçava o percurso no maps, mas se por acaso precisasse de utilizar o gps e não tivesse internet, o maps permitia navegação - mais complicada de interpretar, bastante mais complicada de interpretar porque não dá direções, mas deu perfeitamente para nos orientarmos. Por isso, sempre que viajarem para um país que tenham roaming, descarreguem antecipadamente os mapas que vão precisar para se orientarem. Posso dizer-vos que nunca regressei ao Riad sem GPS, que claramente nunca iria dar com ele que as ruas para mim eram todas iguais.

 

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Praça Jemaa-el-Fna

 

Como já tínhamos feito o trabalho de casa, vimos onde queríamos almoçar e lá fomos. Chegamos à praça mais famosa de Marraquexe, a Jemaa-el-Fna onde se localizava o restaurante e vi logo um macaquinho com trela a fazer peripécias para os turísticas que me revoltou as entranhas... Ai desculpem, é só para falar das coisas boas. Perdão, retomando. Almoçamos e fomos ao Museu Ben Youssef Madrasa - que para quem não sabe é a maior madraça - escola muçulmana de ensino superior especializada em estudos religiosos - de Marrocos. É incrível! As cores... A arquitetura!... É um edifício imponente e foi também aquele que mais gostei de toda a viagem, daquilo que visitei, que obviamente não foi tudo porque o tempo de estadia também não foi imenso.

 

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Ben Youssef Madrasa

 

Perto da Madrasa, temos também o Le Jardin Secret que é um pedaço de paz na Medina de Marraquexe e acreditem, depois de quase serem atropelados 50 mil vezes, encontrarem este espaço é simplesmente mágico. Poderem parar ao ar livre, estar sossegados na esplanada ou simplesmente no jardim, é impagável - na realidade pagam e bem que 8€ em Marraquexe é um balúrdio. Aqui relaxei, bebi uma bebida fresca, aproveitei uma bela de uma chuvinha boa e refrescante e recarreguei forças para continuar caminho.

 

Le Jardin Secret

 

Por falar em locais que visitamos, visitamos também no dia seguinte - até porque o nosso objetivo foi sempre fazer um pouco de piscina no Riad todos os dias para manter o bronze e a minha sanidade mental, convenhamos - foi o Le Jardin Majorelle. O Museu Yves Saint Laurent estava encerrado para obras por isso ficamos só pelo Majorelle, que foi criado por Jacques Majorelle, pintor francês, que se inspirou na arquitetura dos jardins islâmicos e hispano-mouriscos, comprado na década de 1980 por Yves Saint Laurent e Pierre Bergé.

 

Jardin Majorelle

 

As cores do Jardim Majorrelle são indescritíveis! O que também é impossível de descrever é o calor. O calor imenso que se fazia sentir neste dia! Como a rede de transportes em Marraquexe é praticamente inexistente, fizemos todo o percurso a pé e foi... duro, foi muito duro. Para terem noção as solas das minhas sandálias derreteram, e o tacão além de derretido ainda descolou o que tornou o percurso bastante desconfortável, pelo que... Nesse final de dia, a vossa Mula precisava de álcool.

 

Não é fácil encontrar álcool em Marrocos, porque é visto como algo pecaminoso, típico de prostitutas e drogados, de gente amiga do diabo. Mas sabíamos que haviam alguns bares na Medina recatados e caros - que os torna turísticos - e experimentamos um que já tínhamos lido opiniões e visto a entrada. Ai bendito cosmopolitan... Um dos melhores que já bebi. Afinal eles sabem carregar no álcool, um só e já saí dali meia besga - é mesmo b à Porto!

 

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Pelo que percebi os locais que vendem álcool têm de ficar relativamente escondidos, para que as pessoas não sejam propriamente vistas a consumir... Então estas eram as fantásticas vistas do nosso café, que ironicamente se chamava Café Árabe.

 

O que tem muito em Marraquexe e me deliciou as vistas são gatos. Gatos! Muitos gatos! Gatos que não ligavam minimamente à presença dos humanos e que eram apanhados a dormir em todo e qualquer espaço sem qualquer problema. Gatos que são respeitados. Nos souks - mercados típicos - vi gatos a serem alimentados, vi tacinhas de água espalhadas para eles, vi que eram bem tratados. Também vi um morto num canteiro de uma árvore, mas vamos só focar-nos nas coisas positivas!

 

Gatos, muitos gatos em Marraquexe!

 

Uma outra situação que ao início estranha-se mas depois entranha-se é as orações nas mesquitas. Todos os dias às 5 horas - eu nunca acordei mas a minha amiga sim - e depois à noite, por volta das 21 horas, tocava uma espécie de corneta e depois ouvia-se uns sons estranhos que suponho que fossem as orações. Inclusive quando vim à praça sozinha no - pseudo-fatídico acontecimento - eu vi os senhores à porta da Mesquita de rabo virado para Meca - quer dizer, sou-vos sincera, imagino eu que fosse para Meca, porque não faço a mais pálida ideia onde ficava Meca, tendo por base ali a praça Jemaa-el-Fna - e o que ainda é mais curioso é o respeito pela religião, porque enquanto se ouvem as cornetas a música nos restaurantes deixa de tocar, seja porque está a tocar um rádio, ou porque está um senhor de guitarra em punho. Achei incrível, mesmo, de coração. Ficava um silêncio de repente... E só se ouviam as cornetas que ecoavam em toda a praça!

 

Algo que também achei surpreendente - e então para mim que estava todo o dia a ressacar por internet - é um jardim totalmente gratuito com acesso à internet livre, que é o Cyber Park - Arsat Moulay Abdeslam Cyber Park para ser mais correta e claro, como não poderia deixar de ser, já que Marraquexe é conhecida pela cidade vermelha, a terra do parque era vermelha. Super tranquilo, deu também para relaxar longe de olhares desconfiados, recomendo vivamente.

 

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Basicamente foi tudo o que retive de bom - e acho que ainda foi bastante - aproveitando só para dizer que bebi chá de menta - a minha amiga já não me podia ouvir falar no chá de menta - bebi um delicioso chá berbere, comprei óleo de argão biológico - que a minha cara está a amar -, fugi de 100 mil comerciantes, conheci um casal de moçoilos muito simpáticos - um português e um espanhol - e que comi muita coisa boa. 

 

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Chá berbere feito por um homem berbere numa loja berbere, com 50 mil especiarias

 

Tenho ainda para vos contar da excursão às Cascatas de Ouzoud, mas este postal - como diz e muito bem o meu querido José da Xã - já está demasiado extenso, por isso fica para outros carnavais!

 

Espero que tenham gostado do lado B de Marrocos, e aproveito para vos questionar se preferem assim um post extenso, ou se teriam preferido que dividisse para ficar mais curto, ainda que já saibam que publicações curtas não é a minha especialidade!

O lado ruim da viagem

--- Marraquexe ---

Um dia, espero voltar cá com mais pormenores sobre a viagem a Marraquexe, com mais tempo, com fotos, contar-vos o lado belo da viagem, o lado que mostra o Instagram ou qualquer outra rede social. Mas hoje não é sobre este lado belo, não é sobre o incrível nem sobre o fantástico. Hoje quero contar-vos sobre aquilo que não gostei, sobre o lado ruim de viajar para um país tão diferente do nosso.

 

Antes de mais dizer-vos que foi a minha primeira viagem fora da Europa. E logo Marrocos, um país tão culturalmente diferente. Antes de ir tentei informar-me, li testemunhos, dicas, ... No fundo antes de ir, quis preparar-me para o que iria viver, mas percebi que nenhum blog por mais realista que seja, conseguiu preparar verdadeiramente a vossa Mula. Foi um choque, não vou negar, e apesar de um lado meu ter gostado, sem dúvida que os museus, os jardins, os locais turísticos de Marraquexe são muito belos,  um outro lado meu - e talvez o lado maior, que toda a gente sabe que não somos simetricamente concebidos - ficou aterrorizado com tudo o que viu e sentiu. Nenhum blog por mais realista que tentasse ser me conseguiu transmitir a intensidade dos cheiros e da quantidade de lixo que existe nesta cidade. Nenhum blog me conseguiu preparar realmente para a exploração animal que eu vi, para a falta de condições sanitárias a que eu assisti...

 

Para terem noção, eu vi fazerem cimento ao lado de uma padaria, com pão ao ar livre para venda imediata. Eu vi o pó do cimento a depositar-se em cima de todo aquele pão, que provavelmente era o mesmo que eu comia de manhã já que era das padarias mais próximas do meu riad. Eu vi formigas, num hotel bem luxuoso, a cirandarem em cima de tudo o que era para consumo do pequeno-almoço - do pão, das panquecas, das waffles, ..., das compotas. Em Roma, sê romano, dizem. Tentei abstrair-me e comi, não tinha grande opção e tinha fome. Tentei escolher produtos sem formigas de momento, e lá fiz a melhor seleção que consegui. Estou viva, aparentemente formigas não são venenosas ou nocivas para a saúde, e eu comi.

 

Não consegui, de todo identificar-me com a cultura, com a abordagem dos vendedores, com as motas e bicicletas a circular por entre os souks - mercados típicos - que mal tinham espaço para toda a gente que ali circulava, quanto mais para as carroças, motas e bicicletas que andavam por ali tranquilamente e sem grandes cuidados por entre as pessoas. Disto eu fui avisada, disseram-me que me davam um prémio se saísse de Marraquexe sem ser atropelada, e apesar de ter visto a minha vida negra em frações de segundos, por várias vezes, a verdade é que saí sã e salva daquela terra. Aguardo ainda o meu presente.

 

Nunca estive confortável, com exceção de quando estava num museu ou num jardim turístico ou a almoçar no meio de europeus e não-locais. Fora desses sítios, e quem foi comigo ria muito, eu parecia uma múmia, tapada até aos olhos: Vestido até aos pés, lenço pelos ombros, chapéu na cabeça e óculos de sol - que eu não queria qualquer tipo de contacto visual com os comerciantes - fossem três da tarde ou duas da manhã.

 

No 3º dia - creio! - fomos a um local menos turístico beber uma bebida fresca e ver o fantástico pôr do sol de uma das praças mais famosas de Marraquexe, a Jemaa el-Fna, e digo-vos já que é realmente um dos pores do sol mais belos a que assisti. Bebemos tranquilamente, queríamos comer mas a parte do restaurante estava completa e na zona onde nos encontrávamos só serviam bebidas - não entendi, mas respeitei - e assim iniciamos o processo de saída do local para irmos jantar. E digo que iniciamos o processo de saída do local porque foi uma situação complicada que durou provavelmente - ou talvez só na minha cabeça - cerca de uma hora. Pedimos a conta e pedimos para pagar com multibanco. O que seria um processo fácil, não foi. Não tinham multibanco.

 

Burras!!! Burras, que nos esquecemos de perguntar se tinham multibanco. Ainda que durante toda a nossa estadia foi o único local - de restauração - que não tinha multibanco. Até os souks tinham multibanco!

 

Mas adiante.

 

Era necessário levantar dinheiro, e eu é que tinha o cartão. Disseram-nos que o multibanco era ali perto e eu desci à praça para tentar encontrar o dito.

 

A praça:

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No meio de toda esta confusão, alguém encontra alguma coisa? Não, a vossa Mula não encontrou multibanco nenhum. Ora! A vossa Mula limitou-se a hiperventilar enquanto fugia com visão turva de todos os comerciantes, e vendedores ambulantes que tentaram impingir tudo e mais alguma coisa. Comecei a temer afastar-me demasiado do café e não conseguir encontrá-lo de volta - Marraquexe é labiríntico - até porque era Marrocos, não tinha dados móveis, ou rede, ou o que fosse, para tentar-me comunicar caso necessitasse. Com as pernas a tremer, com o coração a saltar-me do peito, com a visão totalmente desfocada - também poderia ser dos óculos escuros... - chego ao café a chorar, em pânico, que não encontrei o multibanco. Inicialmente, e como qualquer pessoa normal - teria de ir alguém normal, se não a viagem seria uma desgraça, não é verdade? - a pessoa que estava comigo pensou que me tivessem feito alguma coisa. Não, ninguém me tinha feito alguma coisa, mas na minha cabeça tinham-me feito tudo e mais alguma coisa - pensamentos limitantes, assumo a culpa. Lá parei, respirei e contei o que tinha acontecido, ou seja, nada, mas que não tinha conseguido encontrar o multibanco. Pessoas normais e racionais pensam de forma, obviamente diferente, e a minha amiga lá foi pedir a alguém do café que a acompanhasse ao multibanco com a justificação de que se eu não encontrei provavelmente ela também não conseguiria encontrar. E lá foi um moço do café, com a minha amiga ao multibanco, e pronto acabou tudo em bem, tirando para o meu coração.

 

Os restantes dias foram, claramente condicionados pela experiência fantástica de estar sozinha nas ruas de Marraquexe e nada mais foi igual. Quem me segue no Instagram viu nas histórias que me fizeram uma tatuagem de henna à força, e feia, o pior de tudo é que ainda por cima era feia! Fiquei com uma pulseira à força, bebi chá berbere - incrivelmente delicioso - após quase ser empurrada para dentro de uma loja berbere por um homem berbere que queria que eu comprasse mais de metade da loja, e eu com o peso na consciência da oferta do chá, lá comprei algumas coisas provavelmente mais caras do que compraria noutros locais...

 

E pronto, foi incrível... Foi incrível regressar! É inegável que eles têm coisas lindas, monumentos lindos, as cores são incríveis, o passeio à montanha foi incrível e também encontramos gente incrível pelo caminho, um dos senhores do nosso riad foi das pessoas mais gentis e pacientes que eu alguma vez conheci! No entanto, se alguma vez regressar será com um homem, de preferência com uma altura superior a 1,80m, com uma musculatura bem visível ou então com um grupo - acima de 4 pessoas está bom! - e de preferência que eu seja a única cagufas para que os outros me acalmem.

 

E é isto meus amores da Mula, não sei se já foram a Marrocos, se sentiram o que eu senti... Partilhem comigo. Se foram a outras viagens, a outros destinos, com histórias que vos fizeram tremer em mau, contem-me também que é para eu riscar do meu globo.

Tasca Estação

De babar e implorar por mais

Tinha de partilhar isto convosco. Ainda que isso possa provocar que no futuro lá vá e não consiga ter mesa, mas eu tinha mesmo de partilhar isto convosco.

 

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Nas férias conheci um novo restaurate que se tornou para mim numa nova referência. Apresento-vos o restaurante Tasca Estação, na Maia, que tem o menu mais difícil de escolher de sempre, porque nos apetece comer tudo.

 

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Comecei, achava eu, devagar. A primeira vez que lá fui comecei por um pão de alho - que é uma base de pizza enorme, e deliciosa, de alho e queijo - e umas bolinhas de alheira com creme de maçã. Numa outra altura, também já comi com um coulis - de framboesa, creio - e foi igualmente delicioso, mas confesso que prefiro o de maçã. Alheira e maçã é uma combinação perfeita.

 

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Destaco também a entrada de burrata. Divina! Divina! Divina!

 

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Confesso-vos que só as entradas nos alimentam bem, caí na armadilha, na primeira vez mas já não caí na segunda, porque da primeira vez poderia perfeitamente ter comido entradas, sobremesas, et voilá, que o prato principal ficou mais de metade por comer por incapacidades físicas de ingerir mais o que quer que fosse.

 

Um dos meus "pratos" favoritos é o hambúrguer de pulled pork -  de porco desfeito. Em pão brioche com carne suculenta e uns aros de cebola a acompanhar, bem como a bela da batata. Mas também já lá comi pizza e adorei. De todas as vezes reguei os pratos com uma sangria docinha e bem alcoolica que me faz sair de lá a rezar para não me cruzar com nenhuma operação stop em sítios ocultos e sem indicação no waze.

 

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A nível de sobremesas, destaco o cheescake de maracujá que é completamente diferente de todos os cheescake's que já comi e a tarte de chocolate com gelado que não é nada enjoativa - que aqui a Mula é sensível ao excesso de chocolate.

 

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E pronto meus amores, vêm do que vos falo? É tudo ótimo e o melhor, é que no dito encontram ainda pastas, francesinhas, tábuas de enchidos, ... Tudo com um aspecto delicioso!

 

 

 

P.S.: Querido Tasca Estação, informo que se me quiserem oferecer uma refeição grátis - porque já se sabe, quem não chora não mama - a Mula não se faz de rogada e faz o sacríficio de lá voltar as vezes que forem necessárias.

Cenas e situações de mentes gordas...

Num dos últimos dias das minhas férias, fui jantar com umas amigas. Uma refeição completa... Com direito a entradas, prato principal - una pasta bonissima! - e sobremesa - óbvio, né?

 

Tudo certo até aqui!

 

Terminada a bela da refeição, concordamos ir até um barzinho, junto à praia, beber um copo, até para desmoer, porque saímos do restaurante a desabotoar as calças.

 

Entramos no primeiro bar. À pinha! Entramos no segundo bar. Carregadinho de gente! E por fim, até porque à terceira é de vez, encontramos um bar, com pouco aspeto de bar, com uma decoração incrível e lá entramos!

 

Entregam-nos as listas, eu como bêbada que sou, fui logo à parte das bebidas alcoólicas ver o que ali se fazia e eis que alguém da mesa refere:

 

- "Alinham numa tábua de sobremesas?"

 

E foi assim que quase à 1h da manhã, numa espécie de bar em Leça da Palmeira - na realidade é um brunch bar - que comemos uma tábua gigante com panquecas e toppings vários, logo após refeição completa!

 

Mentes gordas realmente não têm descanso!

 

Mas se forem tão doidos e gulosos quanto nós... Deixo-vos a sugestão, até porque quanto a nós... será para repetir!

 

Caqui Brunch Bar

 

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Panquecas fantásticas! Toppings de arregalar os olhos e de querer chorar por não se ter barriga para comer tudo! Atedimento... incrívelmente divertido! 

 

Sem dúvida não poderia ter terminado as férias da melhor maneira!

O dia em que praticamente fui expulsa de um restaurante...

Dizem que o covid afetou muitos sectores... E que um dos sectores mais afetados foi o sector da restauração...

 

... Posto isto fico confusa!

 

Há uns meses fui com duas amigas almoçar ao restaurante Box 208 Italian Food, um restaurante que eu adorava e que tantas vezes recomendei... E a situação foi tão insólita que ainda hoje tenho dificuldades em crer que realmente aconteceu!

 

Marcamos mesa para as 13h, atrasei-me um pouco mas nada de especial e as amigas já lá estavam - alguém tem de ser pontual nesta vida para fazer ver aos outros. Mesmo em plena hora de ponta de almoço, e tendo em conta que era fim-de-semana, o restaurante estava praticamente vazio.

 

Pedimos entradas... Falamos... Afinal de contas era um almoço de amigas, não uma rapidinha de hora de almoço a meio do dia de trabalho.

 

Pedimos os pratos principais... Falamos. Afinal estávamos a viver uma pandemia, e uma delas eu já não via há bastante tempo, estávamos a colocar a conversa em dia.

 

Eis que chegou a hora de nos perguntarem se queríamos sobremesa. Que almoço de amigas gulosas não tem sobremesa? Queríamos pois! E foi aqui que todo um almoço agradável começou a descambar.

 

Perante resposta afirmativa a moça pouco contente com a nossa vontade de satisfazer o pecado da gula, olhou arrogantemente para o relógio e concluiu com um "com certeza!". Deveria de ter sido um alerta de que algo errado não estava certo, mas com a conversa animada, confesso que esta situação nos passou um pouco despercebida. Dois minutos depois regressa à mesa a perguntar se já sabíamos o que queríamos e a verdade é que ainda não nos tínhamos decidido, até porque queríamos partilhar. Pedimos mais uns minutos para decidir. A rapariga revirou os olhos e só aqui percebemos que realmente alguma coisa não estaria certa. Eram 14h30 - mais minuto menos minuto - e decidimos ir à internet perceber a que horas fechava o restaurante, já que a atitude da moça estava bastante estranha e realmente o restaurante já estava vazio - ainda que nunca tivesse estado cheio. Encerrava às 15h. Ok, tudo certo! Trinta minutos seria mais do que suficiente para comermos a sobremesa.

 

Chegam as sobremesas e com elas a conta! Assim, logo, TAU! Dois em um que é para as sobremesas nos saberem que nem ginjas! Como se as gramas a mais na balança fosse o maior dos meus problemas. Sim, o restaurante não é dos mais baratos onde se pode ir comer com amigas, mas a verdade é que realmente valia a pena - valia, leram bem.

 

Pousa as sobremesas na mesa e acrescenta "vou-vos pedir para pagar já porque estamos a fechar, mas podem estar tranquilas e comer com calma, é só para fecharmos a caixa, se não desejarem mais nada". Eu até queria café, mas perante tal atitude nem me atrevi, o que não faltam são sítios agradáveis para tomar café em Matosinhos. Faltavam 30 minutos para encerrarem e queriam que pagássemos já para adiantarem serviço, por mim tudo bem, de imediato pousei o cartão multibanco em cima da mesa para pagar, o mesmo fizeram as duas meninas que estavam comigo. Gostei da parte de que poderíamos comer com calma, e prosseguimos com a nossa vida complicada de nos lambuzarmos em chocolate  e gelado.

 

Cinco minutos depois, volta a moça toda chateada a dizer que já nos tinha dito que teríamos de pagar e que não estávamos a cumprir. Aí meus amores fofinhos da Mula, se até àquele momento eu estava zen, de repente o Buda que estava em mim desapareceu e deu lugar a um qualquer monstrinho tirado de um qualquer filme de terror. A mulher tirou-me do sério. Ainda assim, educadamente disse-lhe que desde que tinha colocado a conta na mesa que nem um minuto depois os cartões ali estavam a aguardar que ela trouxesse o terminal de multibanco e que se ainda não o tinha feito nada tinha a ver com nosso incumprimento. Não sei que olhar lhe deitamos, mas a moça pediu desculpa - não me pareceu sincero, mas deixei passar - e lá procedemos ao pagamento entre uma garfada no gelado crocante e uma dentada no tiramisu. 

 

Feita a sua vontade, virou costas e continuamos a comer tranquilamente, como ela nos chegou a indicar ser possível. A modos que pelos vistos o tranquilo era irónico - entendemos uns minutos mais tarde - e ainda a meio, desligou música e luzes! Basicamente ficamos num ambiente super romântico as três - #sóquenão - e com um senhor que estava numa outra mesa apenas a tomar café.

 

Estivemos a fazer sala? Não! Estávamos a comer, já sabíamos que o restaurante encerrava às 15h e estávamos a fazer os possíveis para cumprir, apesar de não compreendermos como é que um restaurante junto à doca de Matosinhos encerra às 15h num sábado, depois de uma pandemia dura, que trucidou a economia da restauração, dizem!

 

Às 15h10 estávamos a sair do restaurante. Apenas 10 minutos após o seu suposto encerramento. Parece que estivemos lá até à meia noite, eu sei, mas não aconteceu.

 

Eu adorava o restaurante? Adorava! Agora? Enquanto me lembrar disto - ou seja, para todo o sempre - não voltarei lá! Nunca fui tratada assim em tascos, por isso não admito que seja assim tratada em sítios onde quase deixei um rim para almoçar. A verdade é que agora também entendo o motivo de estar vazio quando já lá fui noutra época - antes da pandemia parece uma outra vida - e estava cheio e essencialmente quando já passei pela experiência de sair à noite, depois da hora - e aí sim, bastante depois da hora - por o empregado nos estar sempre a atestar o copo de limoncelo como se fosse a noite ainda uma criança - e no fundo era.

 

Simplesmente pré e pós pandemia parece um restaurante totalmente diferente... E isso deixou-me triste!

 

E assim se perdem 3 clientes...

Livro: A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert de Joël Dicker

Este foi o último livro lido de 2020. É a prova como este estranho ano também teve coisas boas. Agora aguardo ansiosa que a série chegue ao Netflix para a devorar como devorei o livro. Li que entra para o Netflix em finais de Janeiro, vamos ver se é verdade, que também já li que seria em Dezembro e até à data nada...

 

 

A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert conta a história de Nola Kellergan, uma jovem de 15 anos que vive um romance proibido com um escritor mais velho que chegou recentemente a Aurora. Nola desaparece misteriosamente e o jovem escritor Harry Quebert, é preso e acusado de assassinar Nola. Acreditando na inocência de Harry, Marcus - amigo e ex-aluno de Harry - desloca-se para Aurora e investigar o que aconteceu, registando em livro que no futuro contará a verdade sobre o seu amigo. Quem matou Nola Kellergan? Será Henry realmente inocente?

 

Antes de mais dizer-vos que gostei mesmo muito do livro. Confesso que não foi um livro que me prendeu de imediato - como de resto quase todos os livros que amei - mas a uma certa altura foi impossível de o largar. Ao longo do livro percebemos que ninguém é o que parece, que várias pessoas têm um motivo para matar Nola e que todos escondem segredos sombrios.

 

É um livro sobre um amor proibido e a forma como o amor nos pode libertar ou destruir. É um livro sobre sucesso e desgraçada, sobre a importância que as pessoas dão às aparências, e ao que gostassem que fosse, mesmo que não seja. É um livro sobre um livro que promete contar a verdade mas que poderá não ser bem assim. É um livro que nos faz questionar sobre o significado da verdade. É verdade se acreditarmos que é? E se há várias verdades mediante perspetivas qual é a mais fiel?

 

Gostei bastante da forma como a história se foi desenvolvendo, dos volte-faces constantes, da forma que o autor nos coloca na história e nos vai tecendo a teia que nos prende ao livro. Começar a ler este livro é um caminho sem volta, queremos sempre saber mais, o que vai acontecer, e temos sempre tantas questões... É emocionante e emotivo.

 

Recomendo.

 

E vocês já leram? O que acharam?

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.