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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Não sei se me ria... ou se lhe bata! #2

Habituei-o mal com as sobremesas... Durante muito tempo, todos os jantares tinham uma sobremesa acompanhar, nem que fossem compradas: um bolo, um gelado, ou então feito por mim, como tartes, semi-frios, e até mesmo coisas mais simples como gelatina. Ultimamente, e porque a ideia é perder peso, já não faço - ou raramente faço - sobremesas. Ontem liga-me:

 

Mulo: Que vamos jantar?

Mula: Strogonoff... Pode ser?

Mulo: Pode! E sobremesa, o que é?

Mula: Sobremesa? Tens laranja...

Mulo: Oh... não vais fazer nada?

Mula: Não!

Mulo: Oh, mas podias fazer QUALQUER COISA*!

[*Verão de seguida que o qualquer coisa tinha um nome, até bem específico.]

Mula: O quê?

Mulo: Qualquer coisa...

Mula: Tenho gelatina, queres que faça?

Mulo: Não, isso não.

Mula: Queres salada de fruta?

Mulo: Não... isso também não...

Mula: Então o quê?

Mulo: Qualquer coisa... tipo aquela coisa que fizeste no outro dia...

Mula [já desconfiada]: O quê?

Mulo: Aquela coisa branca... com fruta...

Mula: Ah! A pavlova?

Mulo: Sim! Sim! Isso mesmo! O que precisas para fazer isso?

Mula: Preciso de iogurtes e frutos vermelhos...

Mulo: Então, veste-te, vamos às compras... Estou a chegar...

 

Ou seja: Ele quer uma sobremesa, QUALQUER UMA, apesar de querer especificamente uma pavlova, e apesar de ser ele a querer, eu também ainda tenho de me mexer e ir às compras!... Vêm como o habituei mal?...

 

Pior!

 

Como a pavlova demora imenso tempo a cozer, e eu tinha ovos, decidi fazê-la antes de ir às compras e deixa-la no forno, só que houve um pedacinho de gema que me fugiu para as claras... Ora acho que estão a ver o filme: As claras não bateram. Tentei de tudo, coloquei sal, bati, bati, bati... e nada. Ainda assim decidi arriscar e colocar no forno. Fui às compras e "cadê a pavlova?" eu coloquei-a no forno, mas a pavlova simplesmente desapareceu... desapareceu sem qualquer rasto, colou de tal forma ao papel vegetal que fazia parte do papel vegetal, toda aquela massa que tinha sido colocada no forno, evaporou-se, e ainda agora me questiono como é aquilo possível...

 

E depois? Perguntam vocês e muito bem. Depois... cheguei a casa, e tive de fazer tudo de novo... E a pavlova uma vez mais não parecia uma pavlova, parecia um pão de Mafra, daqueles gigantes, de tanto ter crescido! Aquilo sim, eram claras bem batidas! Mas depois... há dias em que nada corre realmente bem, a pavlova abateu e ficou tão fininha, demasiado fininha... Acho que abri o forno demasiado cedo. Porque como vos dizia de manhã, há realmente alturas na vida de uma mulher que o ideal é afastarmo-nos da cozinha...

 

De qualquer das formas... receita no blog ao lado.

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.