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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Escapadinha - Dois dias e meio em Valência parte III

E chegamos à última parte da escapadinha de dois dias e meio por Valência. Já vimos como é o centro da cidade, já vimos como é a cidade velha, e chegou a altura de vermos a parte mais moderna: A Cidade das Artes e das Ciência projetada por Santiago Calatrava e Félix Candela. Santiago Calatrava foi também o projetista da Estação do Oriente em Lisboa e é possível encontrar algumas semelhanças.

 

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Cidade das Artes e das Ciência:

 

Fomos para a Cidade das Artes e das Ciências de autocarro. No centro, na Plaça de l'Ajuntament há uma carreira de autocarro - a carreira nº 35 - que nos deixa mesmo juntinho ao El Palau de les Arts Reina Sofía. Toda esta zona é moderna, desde os edifícios projetados, aos edifícios das zonas envolventes. Fez-me lembrar Bruxelas, que é até hoje a cidade mais moderna que já tive o prazer de conhecer.

 

 

(zona envolvente da Cidade das Artes e das Ciências)

 

 

(Vista geral da Cidade das Artes e das Ciências)

 

 

 

A Cidade das Artes e das Ciências é constituída essencialmente pelos seguintes edifícios:

 

 

L'Hemisfèric  que serve como Cinema Imax, Planetário e Laserium. Com aproximadamente 13.000 m².

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El Museu de les Ciències Príncipe Felipe  que é um Museu interativo de ciências e que tem aproximadamente 40.000 m² distribuidos por três pisos.

 

 

 

 

L'Umbracle, que é uma zona ao lar livre com plantas selvagens, e que serve como galeria de arte com esculturas de artistas contemporâneos.

 

 

 

L'Oceanogràfic  que é o maior aquário oceanográfico da Europa, com 110.000 m² e com 42 milhões de litros de água.

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El Palau de les Arts Reina Sofía  que é uma casa de ópera com apresentações de artes. Contém quatro grandes salões.

 

 

 

L’Àgora que estava em obras e que é um edifício para concertos e eventos desportivos.

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E conta ainda com uma imponente ponte: A El Puente de l'Assut de l'Or, cujo pilar de 125 metros de altura é o ponto mais alto da cidade. Por ser demasiado grande não a conseguimos fotografar.

 

Como podem ver é uma zona moderna e imponente.

 

A Cidade das Artes e das Ciências conta ainda com uma área de relógios de sol para aprendermos enquanto nos divertimos.

 

 

 

Para além desta área de aprendizagem, existe ainda atividades que podem ser realizadas no lago onde se situa o  L'Hemisfèric, como andar nas "bolhas" - ou lá, como aquilo se chama! - ou em canoas.

 

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É sem dúvida um local a não perder numa visita a Valência, como podem ver.

 

 

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Após palmilharmos toda esta zona, foi altura de ir até à Marina e até à praia.

 

 

Costa Marítima:

 

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A zona marítima de Valência é bastante verde como podem ver. Para caminhadas podemos escolher ir pela zona do areal, pela zona pedonal, ou ainda pela zona verde. É à escolha do freguês. Aqui claro que fomos molhar os pezinhos - vá, eu fui! - e descansar um pouco porque andamos imenso. Só para terem uma noção, só na zona da Cidade andamos cerca de 10 km, fora o que já tínhamos andado de manhã. É realmente cansativo, mas... É tão bom!

 

 

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Confesso que imaginava o mar mediterrâneo um pouco mais quente. Mas estou a ser tão injusta, porque ao molhar os pezinhos não houve um único arrepio e é mesmo muito mais quente que o nosso atlântico, essencialmente se nos referirmos ao atlântico aqui da zona Porto, que nem no verão eu vou à água...

 

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E como podem ver é muito sereno. Será certamente ótimo para um mergulho e para passar ali o dia. Saudades de passar o dia dentro de água. 

 

Terminamos assim a nossa viagem a Valência. Como veem é uma cidade muito completa e rica, por isso não deixem de visitar!

 

E então: Ficaram com vontade de viajar?

Escapadinha - Dois dias e meio em Valência parte II

Percorrido todo o centro de valência, chegou a altura de vos falar sobre o centro histórico. Tão belo, tão rico. Acho que me habituaria a caminhar por entre as várias vielas deste centro histórico diariamente.

 

Se querem comida típica, o centro histórico parece-me adequado. Digo parece-me, porque realmente de típico não comemos nada, mas as esplanadas e restaurantes estavam cheias, por isso parece-me um bom local para comer, ainda que os preços fossem um pouco fora do que desejamos pagar e daí nos termos afastado deste local no que toca a refeições.

 

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Centro Histórico:

 

O ideal para conhecer o centro histórico, também conhecido por Cidade Velha - se não quiserem ir a pé - é sair na estação de metro de Colón que não sendo propriamente no centro histórico é bastante perto.

 

Chegamos à Plaza de la Virgen e aqui encontramos a Catedral de Santa María de Valencia, sendo que a porta que aqui vemos na fotografia é conhecida pela Porta dos Apóstolos.

 

 

IMG_20180416_153543.jpg(Catedral de Santa María de Valencia vista pela Plaza de la Virgen)

 

 

Logo ali ao lado, temos a Basilica de la Virgen de los Desamparados, conhecida pela incrível cúpula de tijolos azuis, sendo uma das mais importantes da cidade uma vez que é onde se encontra a padroeira da cidade: A Virgem dos Desamparados.

 

 

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(Basilica de la Virgen de los Desamparados, vista da Plaza de la Virgen )

 

 

Um pouco mais à frente, caminhando por uma rua que liga à praça, encontramos a Porta de Serrans, cuja subida à torre fica gratuita com o nosso Tourist Card.

 

(Torre de Serrans) 

 

 

(Vistas da Torre de Serrans) 

 

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(Há sempre tempo para algumas brincadeiras)

 

 

Um pouco acima do centro histórico, bem visível aqui do cimo da Torre de Serrans, temos o Jardim de Túria, planificado no antigo Rio Túria. São nove quilómetros de jardins, pontes, lagos e diversos parques para diversas atividades para miúdos e graúdos. O Rio Túria foi desviado do centro de Valência após as inundações de 1957 que devastou a cidade e onde morreram 81 pessoas, assim de forma a evitar futuros incidentes, desviaram o rio e no seu canal construiram algo que as pessoas da cidade pudessem usufruir, sendo atualmente o maior parque espanhol. 

 

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(Antigo Canal do Rio Turia - Atual Jardim de Turia)

 

 

Algo que achei curioso em Valência é que tudo está escrito em duas línguas: Valenciano e Castelhano, mas pelo que percebi, entre si as pessoas falam o castelhano. O valenciano é estranho, é como se fosse uma mistura entre o italiano, o castelhano e o francês a pesar de se perceber minimamente achei-o demasiado estranho.

 

É uma cidade com muitas pessoas. É uma cidade de  movimento: As ruas sempre cheias de gente, com imenso barulho, com transportes sempre a passar e confesso que isso nos agrada. Já a zona da costa - talvez por ainda não estarmos no verão - é uma zona mais calma, com menos movimento do que imaginei, apesar do calor.

 

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(Plaza de la Virgen)

 

Algo estranhamente curioso é a reação das pessoas com a temperatura. Só os turistas andavam de t'shirt, de vestidos, e de corpo ao léu. Já os nativos... Os nativos andavam como se fosse inverno. De casacos, de lenços, de tudo como se estivessem 10ºC, e não como os 30ºC, que estiveram na terça e na quarta-feira.

 

À noite, as ruas continuam cheias de gente, mas torna-se mais difícil para jantar. Pelo menos todos os restaurantes que tentamos ir estavam fechados à noite. E os que estavam abertos, eram os mais turísticos: uma vez mais, esses não nos interessavam. O que gostei muito nesta cidade é que dá a sensação de uma cidade segura. Não se vê gente estranha, nem pessoas a tentar vender coisas ilegais, mesmo no metro. Eu não gosto de andar no metro de Londres porque é povoado por gente demasiado estranha que dá uma sensação de insegurança, mas aqui não. Foi muito tranquilo.

 

Para jantar, ao fim de andar e andar e andar e já começar a desesperar e a procurar o McDonalds mais próximo, encontramos um pequeno restaurante italiano que nos pareceu muito bem. Pizza vegetariana para ele, um fusili com pesto para mim. Delicioso.

 

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E terminamos assim o dia dois desta escapadinha por Valência.

 

E o terceiro e último post está quase aí. E então, vão deixar passar?

Escapadinha - Dois dias e meio em Valência parte I

Na altura do meu aniversário gosto de viajar. Aliás, na realidade gosto de viajar sempre, mas por vezes precisamos de algumas desculpas, porque o dinheiro não é fêmea e não se multiplica como deveria. Então, aproveitamos alturas especiais para colocar-mos os pés ao caminho e ir ver mundo - como gosto de dizer.

 

 

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Fomos pela primeira vez a Valência, terra da paella, que para quem não sabe se situa na costa mediterrânica a leste de Espanha. Já tinha estado ali bem pertinho por duas vezes, em Múrcia, mas esta parte ficou por visitar.

 

Valência é uma cidade muito antiga - fundada ainda antes de Cristo - e por isso é uma cidade cheia de história, com imensos museus e edifícios históricos. Adorei a arquitetura valenciana, tão diferente, tão distinta. Quando vamos a Madrid, ou a Londres encontramos um certo padrão arquitetónico, onde os edifícios nos parecem todos semelhantes - soubessem a dificuldade que tivemos para encontrar o nosso primeiro hotel em Londres devido às ruas serem todas iguais naquela zona... -, mas aqui em Valência senti diversidade, e isso confesso que me agradou imenso.

 

A nossa visita por Valência foi breve, tivemos apenas dois dias e meio para palmilhar o que conseguimos e se é tempo suficiente para visitar o mais importante, não é, de todo, suficiente para viver a cidade como merecia. Muito ficou por ver e absorver, e confesso que fiquei com imensa pena de não ter feito uns dias de praia, já que a praia me pareceu maravilhosa e a água bem apetecível e o tempo fantástico para uns dias de bronze.

 

Para ser mais fácil de partilhar convosco esta viagem, dividirei a cidade em três pontos fundamentais e de visita obrigatória e em três publicações para não ser demasiado exaustivo: Centro da Cidade (parte I), Centro Histórico (parte II) Cidade das Artes e das Ciências e a Costa Mediterrânica (parte III). Mas antes de vos falar sobre cada um destes pontos referir que andamos sempre a pé e de transportes, e é uma cidade muito fácil para andar uma vez que é bastante plana. Compramos por isso o Valencia Tourist Card para 72 horas, que dá para autocarro, metro e comboio e andamos despreocupados. Este cartão dá ainda acesso gratuito a alguns edifícios e museus, para além de descontos em muitos outros de entrada paga, assim como em vários serviços e produtos.

 

Felizmente o tempo esteve ótimo. É uma cidade quente. No primeiro dia ainda apanhamos um pouco de chuva da parte da manhã - umas gotinhas, nada que incomodasse - mas de tarde quando o sol se pôs os termómetros subiram bastante. Quanto às noites, foram frescas mas agradáveis.

 

Centro da Cidade:

 

Comecemos pelo início. Começamos a conhecer a cidade após sairmos na estação de metro de Xàtiva, que nos deixa mesmo no coração da cidade.

 

 

(ruas do centro da cidade de Valência)

 

(Estació del Nord - Estação ferroviária em Xàtiva)

 

 

Mesmo ao lado da Estació del Nord temos uma das praças de touros mais antigas do país, de estilo neoclássico, criada  pelo valenciano Sebastián Monleón Estellés e que como disse a menina do nosso hotel achando que éramos italianos - apesar de ter um cartão de cidadão que diz Portugal na mão - é uma praça semelhante ao Coliseu Romano. Eu não gosto do que as praças de touros representam. Sou contra as touradas e o que elas representam, no entanto é-me impossível não gostar da arquitetura das mesmas e dariam belíssimos espaços para concertos e outros espetáculos ao ar livre.

 

 

(Praça de Touros) 

 

 

Vir a Espanha é sempre - sempre que possível - sinónimo de matar saudades de uma das minhas marcas de gulodices favorita: A Dunkin' Donuts, que é uma marca americana que infelizmente não encontramos em Portugal, mas que está presente em várias cidades espanholas, para meu deleite. Não é típico de um pequeno almoço espanhol, mas churros carregados de óleo logo pela manhã também não me deleita nada. Fomos então tomar o pequeno almoço, e digam lá se não tenho razão para gostar disto? Donuts tão fofos que se desfazem na boca? Donuts para todos os gostos e feitios? É sem dúvida no Dunkin' Donuts.

 

 

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(pequeno-almoço no Dunkin' Donuts)

 

 

Bem ali no centro da cidade, junto a grandes lojas de grandes marcas - todas as lojas parecem gigantes aqui - encontramos esta estátua chamada "Callejeros" inaugurada apenas no mês passado com o objetivo de consciencializar as pessoas para os animais abandonados e para a importância de todas as pessoas que diariamente cuidam destes animais sem lar. Na estátua podemos ler: "als animals abandonats i a les persones que els cuiden." Claro que fiquei toda sorrisos a ver esta belíssima homenagem.

 

 

(estátua "Callejeros")

 

 

Caminhando um pouco pela cidade, rapidamente encontramos o Mercado de Colón, edificado em 1916 e reabilitado em 2003, servindo atualmente como centro de comércio e restauração.

 

 

(Mercado de Colón)

 

 

Não muito longe do mercado de Cólon (cerca de 1km a pé), encontramos um outro mercado, o Mercado Central. O Mercado Central de Valência é um dos mais antigos - e maiores - mercados da Europa ainda em funcionamento. Edificado em 1914, tem uma área de cerca de 8000 m² e é atualmente utilizado para comércio. Aqui destaco o preço dos espargos! Se não tivesse viajado com uma mochilinha teria carregado a mala com espargos. Ali custam 1/3 do que custam em Portugal. Acreditem, fiquei indignada.

 

 

(Mercado Central de Valência)

 

 

A cidade parece pequena, mas de pequena tem muito pouco. E após, andar, andar e andar, deu-nos claramente a fome, que donut e meio e um café não é sustento para ninguém - nem comida, propriamente dita dirá a minha nutricionista.

 

Uma vez mais nada de comida típica. Queríamos algo mais saudável para equilibrar o pequeno almoço, e encontramos uma casa de wraps e saladas que nos serviu lindamente o propósito. Wraps de frango para os dois, e sumo de limão, ananás e arandos. A minha nutricionista se visse ficaria orgulhosa... Mas o orgulho acabaria assim que percebesse que esta foi a única refeição saudável destes dias.

 

 

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(Zummsalads, Valência)

 

 

Almoço feito. Energias repostas. Fomos para o centro histórico. 

 

Neste primeiro dia, andamos cerca de 20 km. Fiquei com os pés feitos num oito, todos massacrados. Ainda por cima carregados. É que eu sou Mula, bem sei, mas não fui feita para Mula de carga.

 

Mas como não partilharei o centro histórico nesta publicação, avancemos um pouco até ao dia seguinte, onde atravessamos o antigo canal do Rio Túria para ver mais um pouco da cidade.

 

 

(Jardim de Túria)

 

 

Do outro lado da "margem" fomos visitar o museu das Ciências Naturais que se situa no interior dos Jardines del Real. É um museu igualmente gratuito se tivermos o cartão que já vos falei. Não achei muito interessante, é basicamente um museu de Paleontologia e eu apesar de ser grande fã das ciências, interesso-me muito pouco por pedras e por fósseis. Mas está um museu engraçado, ainda que com muito pouca interatividade.

 

 

(Museu das Ciências Naturais)

 

E terminamos assim a primiera parte desta escapadinha por Valência.

 

Na próxima publicação partilharei o centro histórico de Valência. Por isso não percam o próximo episódio porque eu também não perderei!

 

Boas viagens!

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.