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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

A Mula Informa: Livro de Reclamações

E porque já há muito tempo que a Mula não vos informa de nada importante e relevante para que possam seguir mais informados, hoje Na Mula Informa, trago-vos um assunto importante. Vamos falar sobre o livro vermelho dos estabelecimentos: O Livro de Reclamações.

 

O povo português é conhecido por nunca estar bem com a vida que tem e de estar constantemente a reclamar, no entanto, raramente o faz como deveria de fazer. A verdade é que não adianta reclamar para o lado, para o ar e com o vizinho, porque como sempre ouvi dizer palavras, leva-as o vento. [E isto hoje é um post carregado de sabedoria popular, olhem que bem.]

 

Não há nada que me enerve tanto como essas pessoas que são só palavras e nada acções, à espera que alguém faça o trabalho por si. Por exemplo, no dia da Corrida da Mulher em que o comboio vinha largamente acima da sua capacidade, como disse aqui, muita gente estava, obviamente, indignada, e não houve uma só pessoa que não reclamasse. Aposto o meu dedinho mindinho - sem o risco de o perder - que nem um terço daquelas pessoas procederam à reclamação no Livro de Reclamações. Aliás, arrisco-me até mesmo a dizer que nem uma única pessoa se dirigiu à bilheteira, ou ao balcão de apoio ao cliente, e procedeu à devida reclamação formal da situação inaceitável que aconteceu nesse dia. Provavelmente reclamaram apenas aquelas pessoas que pretendiam deslocar-se para o trabalho e não conseguiram entrar no comboio. Provavelmente essas, SE até essas tiverem efectivamente reclamado. 

 

 

Por isso, vamos lá perceber uma coisa de uma vez por todas. Reclamar é no livro de reclamações, é reclamando no livro que as coisas de futuro poderão ser diferentes. É o livro que pressiona as empresas, uma vez que é a única forma de a nossa reclamação, o nosso ponto de vista, chegar às entidades reguladoras. Reclamar com o amigo, com o vizinho e até mesmo com o funcionário não vai modificar nada, a não ser o nosso coração, que ganha mais uma artéria entupida com os nervos. Reclamar é na hora, no local e no livro, sim? Caso não seja possível, por uma questão de tempo, de disponibilidade, reclamarem no imediato, façam-no assim que possível, mas façam-no!

 

Por isso, não façam como na música dos Deolinda, e não se sentem de braços cruzados, à espera que alguém lute por vocês. Exijam os vossos direitos, e saibam que toda a gente é obrigada a fornecer-vos o livrinho vermelho (salvo muito poucas excepções), que caso contrário vocês devem chamar a polícia e participar a recusa da entrega do livro.

 

No entanto, e porque sei que muita gente até tem vontade de o fazer, mas não sabe muito bem como se faz, deixo-vos algumas dicas e informações à cerca do Livro de Reclamações.

 

 

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.