Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: A Canção de Lisboa
A Mula regressou ao cinema, e desta vez foi ver o terceiro e último remake da trilogia portuguesa antiga produzida por Leonel Vieira. Tive oportunidade de ver os três filmes, e dos três tenho a dizer-vos que é o menos pateta, sendo na minha opinião o melhor dos três, precedido pelo Pátio das Cantigas e por último o Leão da Estrela.
Como sempre, o remake usa apenas a história original como uma linha condutora, sendo um filme bastante diferente do original. Concordo que fazer remakes fieis de filmes tão amados pelo público é muito perigoso porque é complicado ascender a certas qualidades. Por exemplo, sou grande fã de César Mourão, considero-o um bom actor dentro do género de comédia mas... O Vasco Santana é o Vasco Santana, não há comparação possível. Por isso considero que foi uma atitude inteligente, pegar nas histórias originais e adaptá-las à actual realidade portuguesa. Mais do que inteligente, achei-a enriquecedora para o cinema português.
Esta nova Canção de Lisboa conta-nos a história de Vasco Leitão - o eterno estudante de medicina - que se apaixona duas vezes pela belíssima e brasileira Alice - recém-chegada a Portugal para apoiar o seu pai na campanha política. Acontece que Vasco não se lembra de a ter conhecido - por ter fumado algo duvidoso e ter batido com a cabeça - e Alice fica extremamente chateada quando o encontra pela segunda vez e este não a reconhece, achando que ele é um playboy desmiolado que não respeita as mulheres. O filme retrata por isso a história de amores e desamores entre os dois.
Fico muito feliz por terem mantido a famosa cena do "Esterno Cleido Mastoideu" do exame de medicina do Vasco, fico triste por não terem mantido a outra famosa cena do "Se eu não te estou a dizer a verdade que me cortem a cabeça" que a meu ver era uma cena que se encaixava na perfeição na nova história:
O filme é bastante divertido, tem vários elementos para prender o público do início ao fim, apesar de ter uma história corriqueira e expectável. Perde-se com este filme músicas que cresceram connosco - como a famosa Agulha e o Dedal da Beatriz Costa - mas ganham-se novas músicas escritas pelo Miguel Araújo, como é o caso da próxima música - que A-DO-RO!
Algo que gostei bastante no filme, foi a introdução de várias personagens homossexuais, porque acho que a ficção, em particular o cinema, tem um papel bastante importante na mudança de mentalidades e na descomplicação de questões sociais e relacionais.
Adorei o filme por isso aconselho vivamente a irem ao cinema deliciarem-se com este quase clássico português. Este é daqueles que vou, sem dúvida, rever!