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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: O misterioso Louis Drax

Voltei ao cinema sem ver o trailer do filme - tinha por isso tudo para correr mal - mas como a mãe já tinha lido a sinopse da história e disse que lhe parecia interessante lá fomos nós. Fomos ver O misterioso Louis Drax. Estarmos quatro pessoas na sala de cinema também não foi bom presságio, bem sei que foi o primeiro dia em sala mas, nunca é bom presságio atribuírem ao filme uma sala tão pequena - apenas 7 filas - e estarem tão poucas pessoas a assistir.

 

 

Antes de mais, dizer-vos que acho o cartaz horrível e nada convidativo a ver o filme e talvez por isso apenas quatro pessoas - nós incluídas - estivessem na sala. Para mim a capa seguinte seria muito mais convidativa:

 

 

O filme conta a história de Louis Drax que apesar de ser dotado de uma inteligência fora do normal, é um menino tido como despistado e propício aos acidentes. Um acidente por ano. A mãe a uma certa altura diz-lhe que se ele fosse um gato já teria morrido, porque os gatos só têm sete, mas que ele é um anjo e que nunca morre. A verdade é que desde o primeiro ano que acidentes muito estranhos acontecem com Louis. O último, aos nove anos, leva o menino ao coma devido a ter misteriosamente caído de um penhasco. O pai que desde esse dia desapareceu é tido como principal suspeito. O filme é assim contado ao estilo do The Lovely Bones (Vista do Céu), com o menino em coma a narrar toda a história e a conduzir os protagonistas para a descoberta dos mistérios envoltos em toda a sua história desde o nascimento até ao dia da queda do penhasco.

 

Antes da minha opinião, avisarmos que esta review tem spoilers e que não deverá ser lida por quem tenciona ver o filme e ainda não viu. Se for o caso, só dizer-vos que gostei bastante do filme, vejam-no, não saiam da sala antes dos primeiros 30/40 minutos de filme - aguentem, vá lá... - e beijinhos e obrigada, fechem a janela ali no canto superior direito, foi um prazer.

 

Se quiserem continuar a ler... é à vossa responsabilidade.

 

O filme começa de uma forma bastante estranha e por momentos pensei que fosse ter cometido um grande erro. Nos primeiros 30 minutos do filme estive boquiaberta a olhar para o ecrã e a pensar: "mas o que é isto...?!". O filme tem elementos do fantástico - que como sabem não sou apreciadora - e desenrola-se, de modo geral, bastante lento. No entanto após os 30 minutos iniciais o filme prende e sentimos vontade de descobrir mais, esse momento coincide com a entrada do Xô Doutor Pascal - Jamie Dornan - não sei se tem alguma coisa que ver! Nesse momento pensei: Bem por horrível que seja o filme sempre consolo as vistas, já não se perde tudo.

 

O filme contém alguns clichés que dão mote para o final do filme: A mãe sempre muito bem arranjada - apesar da tragédia -, sempre muito bem maquilhada, apesar do olhar de carneiro mal morto. O frágil médico com um casamento à beira da ruína que se apaixona pela mãe de Louis e se envolve demasiado na história. Não posso dizer que tem um final surpreendente - que não tem - mas tem elementos no final que são efetivamente surpreendentes. Passa uma mensagem muito bonita, a simbolização do monstro de algas que sempre acompanha o miúdo, as mensagens e as pontas soltas que o miúdo foi deixando no psicólogo.

 

Gosto especialmente do que transmitiu acerca da importância da infância e de como uma infância feliz ou infeliz tanto influencia o comportamento das crianças quando um pouco mais crescidas. É triste saber que é tão fácil manipular as crianças e imputar-lhes culpas e características que não lhe deveriam de ser atribuídas. É muito fácil dizer que a criança está a chamar a atenção, mas não se procurar a verdadeira razão ou tentar perceber por que é que as coisas acontecem, por que é que a criança é assim.

 

Há elementos no filme mal montados e totalmente irreais que na minha opinião estragam o filme e lhe tira seriedade. O hospital onde Louis se encontra é um deles. Nunca se vê lá ninguém, parece que o miúdo está ali sozinho e só quando é necessário alguma intervenção é que o restante pessoal surge do nada para ajudar. O facto da mãe se andar a pavonear de toalha - porque tomou banho - pelos corredores do hospital também acho totalmente inapropriado e confere ao filme um ar mais silly movie

 

No geral, considero o filme estranho, por ser bastante diferente do normal, mas gostei. Tem uma história bastante interessante, é contado de uma forma muito diferente, e apesar de ser um filme com pouco movimento, e inicialmente confuso vai encaixando as várias peças do puzzle e no final tudo faz realmente sentido. Aqui encontramos um pouco de tudo: algum suspense, drama e até alguma comédia, tendo em conta que os discursos de Louis são de um humor negro impressionante.

 

Deixo-vos com o trailer.

 

 

Se for caso disso, desejo-vos um bom filme!

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