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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: Só Te Vejo a Ti

Ai Mula, Mula! Daqui a pouco estás na miséria de tantos filmes que tens ido ao cinema ver. Mas que querem que vos diga? Não saio à noite, só vou jantar fora algumas vezes, compro roupa quando o rei faz anos - ou eu; também compro roupa quando faço anos - que tenho de gastar o dinheiro em algum lado para a economia funcionar, certo? Pois claro. Então olhem, gasto-o no cinema. E deixem-me que vos diga: deve haver muito mais pessoas a pensar como eu, porque já não me lembrava de ver tantas pessoas no cinema como nestes últimos tempos, até tenho encontrado filmes esgotados vejam só.

 

Desta vez fomos ver o Só Te Vejo a Ti. e já tenho o Amar-te à Meia Noite, o Dead Pool 2 e o Ocean's Eight na mira. Que fazer se adoro cinema?

 

 

Só Te Vejo a Ti conta a história de Gina, que devido a um trágico acidente automóvel, que vitimou os pais, fica irremediavelmente cega de um olho e praticamente cega do outro olho. Conhecemos Gina na atualidade, casada com James e a viver na Tailândia e vamos percebendo o que aconteceu através das suas memórias. O casal vivia feliz e a tentar engravidar quando Gina se submete a uma cirurgia inovadora de transplante de córnea, no olho que não perdeu totalmente as suas funções, e em poucos dias Gina começa finalmente a ver. Primeiro com pouca nitidez, posteriormente com bastante profundidade. É aqui que tudo muda. Gina fica maravilhada com o mundo. Com as cores, com as formas, com tudo aquilo que outrora os seus olhos conheceram mas já se tinham esquecido e James começa-se a sentir ameaçado, começando a achar que agora que Gina vê, poderá interessar-se por outras pessoas e então torna-se inseguro, obsessivo e descontrolado e o que outrora era uma relação feliz passa a ser uma relação minada pelo medo e pela desconfiança.

 

Só te vejo a ti, traz-nos uma realidade diferente. Vemos o mundo através dos olhos de Gina, percebemos as suas dificuldades, sentimos o medo que tem em andar sozinha e o que pode acontecer ao circular num lugar desconhecido. Vemos a dependência que sente do marido e como o mesmo se aproveita dessa dependência para a controlar. É um filme que nos fala sobre expectativas. Gina era casada com um homem que nunca viu, vivia numa casa que nunca viu, e quando começa a ver há um confronto com a realidade que a choca e que a faz colocar tudo o que conhece em cheque. Gina não se conhece, não conhece onde vive e é como se tivesse de descobrir tudo de novo. Aqui, começa a querer comandar a sua vida, começa a querer ter poder e a tomar decisões e por isso James perde o controlo que outrora tinha e isso incomoda-o. Não querendo ser spoiler, mas já sendo um bocadinho. James demonstra que amor e obsessão são coisas muito distintas, porque quando amamos alguém fazemos tudo para que esteja bem e feliz, e quando temos obsessão por alguém só queremos que essa pessoas esteja connosco independentemente de estar feliz, saudável e bem. Vamos ter claramente uma linha que separa estas duas situações no filme.

 

O que gostei bastante no filme foi que Gina mesmo quando era cega tinha muitas atividades demonstrando que tantas vezes as nossas limitações são mais mentais que físicas. Dava aulas de guitarra e praticava natação, fazia por se manter ativa.

 

É um filme que nos é contado de uma forma peculiar com alguns paralelismos à mistura. É intenso, é dramático, é um filme que nos mexe com os sentimos e os nervos, acima de tudo com os nervos. É por isso um filme que a Mula aconselha a quem gosta de filmes dramáticos.

 

Quem é que daqui já viu o filme?

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.