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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

O início...

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Sempre gostei de escrever. No entanto, durante muitos anos, apenas conseguia escrever poesia, parecia que em prosa as palavras não fluíam...

 

Comecei a escrever poesia era eu ainda uma criança. Lembro-me que o meu primeiro poema foi escrito com a ajuda da minha professora, porque eu mal sabia escrever, e escrevi-o para mostrar à minha mãe o quanto ela era especial para mim. Tinha eu uns 6/7 anos, e o dia da mãe estava à porta. Fico feliz por saber que ela ainda o guarda religiosamente na gaveta do móvel do hall, juntamente com outros desenhos e prendinhas.

 

Depois, na adolescência, comecei a escrever para me libertar do sofrimento que as paixões me causavam. Parecia que a minha imaginação poética andava a par e passo com o meu sofrimento. Sempre em rima, parecia que era obrigatório um poema rimar, e aquele que não rimasse estava condenado à lixeira e era para lá que eles iam.

 

Escrevia em papel... riscava e reescrevia vezes sem conta, amarfanhava folhas e enchia o quarto de papel. Agora já não sei o que isso é. Com os dedos cravados nas teclas do computador, vou escrevendo e reescrevendo textos que me dão prazer. Sem poder regressar ao que se apaga, às vezes perdem-se ideias e perdem-se textos. Já no papel isto não acontecia, que eu nunca riscava de forma a não poder reler. É a evolução. Há quem diga que há vantagens, há quem diga que há desvantagens, eu admito a ambivalência.

 

 

 

Chamas-me Mula...

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Chamas-me Mula porque sou eu quem carrega os teus sentimentos mais negros, aqueles que sentes por quem te trata mal - pelo teu chefe, pelos teus familiares e pseudo-amigos. Chamas-me Mula para não chamares nada de pior a ti próprio, porque os teus piores sentimentos são por ti, e talvez por mim - um bocadinho -, porque sou eu quem te lembra do teu mau feitio, do teu olhar vazio e distante. Sou eu quem te exige que sejas uma melhor pessoa. Não por ti, não por mim, mas por nós.

 

Chamas-me Mula porque sabes que te amo e que aguento, achas que sempre irei aguentar. Talvez não aguente eternamente, porque em mim também tenho guardados sentimentos negros por aqueles que me tratam mal, também pelo meu chefe, pelos meus familiares e pseudo-amigos, e como não chamo Mulo a ninguém não tenho como descarregar a energia que me atormenta e me mata um bocadinho a cada dia. 

 

Chamas-me Mula, mas quando esta Mula deixar de ser mula, talvez não chames Mula a mais ninguém...

Uma aranha por dia, nem sabe o mal que me fazia

Mas será que não existe um único dia que não encontre uma aranha na minha casa? Alguém que me relembre o motivo de ter comprado uma casa no fim do mundo, quase no meio do mato, porque eu já me esqueci.

 

Sério que vou continuar a ter aranhas pelos próximos 45 anos da minha vida? Eu odeio insectos... rastejantes... voadores... O-DEI-O! 

 

Eu acho que o meu medo deve-se ao facto de sempre me terem dito que me deveria apenas "meter" com gente do meu tamanho... e convenhamos que estes terríveis bichos são bastante mais pequenos e aterrorizam-me e eu sinto-me sem capacidades de defesa...

 

Ando eu a trabalhar para ser uma Mula honesta, para depois ser assim...

Pedido de desculpas

Venho por este meio, fazer um pedido público de desculpas a todos aqueles que vêm ao meu blog ao engano... 

 

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Ontem, alguém que apenas procurava um porno lésbico, acabou por vir ter à minha humilde casa virtual, que nada tem de prazeroso e muito menos de erótico ou pornográfico. Então, imagino qual o espanto desse alguém que apenas queria fazer um gosto aos olhinhos, ao dar de caras com um blog totalmente desconhecido e desinteressante.

 

Gostaria também de pedir desculpas ao Google, que muito provavelmente foi igualmente insultado pela minha existência.

 

Prometo começar a ter mais cuidado com os títulos para que a situação não se volte a repetir. Não, provavelmente continuarei a não ter cuidado nenhum, porque o blog é meu e sou eu quem decido. Tenho que ter poder de decisão em algum campo da minha vida, não concordam? 

 

Um bem haja a todos. E desejos de continuação de boa masturbação!  

Rubrica Semanal - Os Tais de Carlão

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Ano após ano a música portuguesa tem vindo a ficar mais rica - surgem novas vozes e reinventam-se outras. Este é um caso de reinvenção, que considero fantástica - o antigo Pacman dos Da Weasel, virado para si, reinventa-se e agora é Carlão e encanta-nos com a sua voz. E assim escolho a música para esta semana:

 

 

 

No dia em que tudo mudou...

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Houve um dia em que tudo mudou, e eu não dei por nada.

 

Nesse dia, deixei de olhar para os adolescentes e deixei de sentir que também poderia fazer parte do grupo. Estes agora, para mim são seres alienígenas que falam uma língua que eu não entendo, que se vestem de uma maneira que eu não aprovo e fazem coisas que eu não faria.

 

No dia em que tudo mudou, deixei de conseguir ter loiça suja na cozinha, e o chão por aspirar. Deixei de sair de casa sem fazer a cama. Deixei de dormir descansada com tudo por fazer. No dia em que tudo mudou, passei a ter menos tempo para mim, e mais tempo para a casa onde vivo.

 

No dia em que tudo mudou, deixei de olhar para a vida como um jardim florido, e um céu azul, passeei menos, e passei a sorrir menos, a chatear-me mais e a ser um pouco menos feliz, porque deixei de olhar para as coisas com um olhar de criança. Uma criança olha tudo como se fosse a primeira vez, com um encanto e doçura que eu também já possui. Mas houve um dia em que tudo mudou.

 

No dia em que tudo mudou, o meu cabelo mudou - ficou mais baço -, a minha pele mudou - ganhei mais rugas -, a minha postura mudou - fiquei mais curvada. No dia em que tudo mudou, passei a achar tudo normal e tudo patético, passei a achar tudo falso e cópias de tantas coisas. 

 

No dia em que tudo mudou, deixei de crer nas pessoas, deixar de querer acreditar em histórias, deixei de crer na inocência e no arrependimento. No dia em que tudo mudou, deixei de querer agradar aos outros, de me agradar a mim própria e o sol ou chuva deixou de ser importante.

 

No dia em que tudo mudou, preocupei-me menos, emocionei-me menos e compliquei menos. Em contrapartida, acomodei-me mais, aborreci-me mais e optimizei-me mais. No dia em que tudo mudou, passei a ser mais prática, menos dependente, e mais arrogante. No dia em que tudo mudou, os dias deixaram de ter uma cor vibrante e passei a viver mais apaticamente.

 

Houve um dia em que tudo mudou e eu também mudei, deixei de ser menina, passei a ser mulher. Dizem que crescer é isto...

 

See you*

Dos abraços e beijinhos ao "vamos foder?"

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Começamos a descobrir a sexualidade na adolescência. Como é sabido, mulheres e homens vêem a sexualidade de forma muito diferente. As mulheres, levadas pelos filmes e pela música romântica, idealizam um romantismo lamechas que leva muitas vezes as relações à ruína, porque, se por um lado o que é demais também enjoa, por outro, existe uma incompreensão do homem, que vê, maioritariamente, o sexo como algo abrutalhado e meramente orgásmico devido à pornografia que consome.

 

Deste modo, pela perspetiva feminina, existe desleixo nos preliminares e as relações que resistem a este flagelo do prazer, vão se moldando, e o que se verifica é que com o tempo as mulheres querem menos beijinhos e mais sexo rápido desprovido de carinho, e os homens começam a queixar-se...

 

Creio ser normal, e até bastante saudável, que os parceiros se moldem um ao outro, no entanto existe o problema de se voltarem a desencontrar, sugiro que se moldem com consciência e devagarinho para não existirem erros e desencontros.

 

Como mulher dou-vos uma dica: Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Demasiado carinho é bom quando estamos com gripe e precisamos de um apoio psicológico gigantesco,  e sexo rápido e à bruta, é bom quando estamos com pressa ou sem paciência. Habitualmente, porque não encontrar um meio termo? Aqui fica a dica.

 

Futuramente, falar-vos-ei de alguns mitos sexuais presentes na nossa sociedade e que também são prejudiciais às relações, uma vez que deturpam a forma como devem ser vistas as mulheres e os homens, atualmente.

 

See you*

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.