Em 2015 falei sem parar, irritei-me imensas vezes, chorei por tudo e por nada, senti vontade de desistir, voltei a ganhar forças para continuar, dei-me à preguiça, faltei ao ginásio, desisti da dieta, voltei a iniciar uma dieta. Criei um blog e uma página de facebook, desisti da página de facebook, voltei a reactivar a mesma. Enfim... Em 2015 cometi muitos erros, mas tambem sorri muitas vezes, amei todos os dias e vivi como melhor soube , tendo em conta tudo o que tenho.
Em 2016 continuo a pretender ser exactamente igual, pretendo continuar a errar e acima de tudo continuar a ser feliz, e mais ainda, se me permitirem!
E eu que andava a gabar-me que pela primeira vez terminava o ano sem uma gripe - no inverno - e parece que mesmo antes do ano terminar a gripe pregou-me uma partida... Estou mesmo a ver que o ano vai começar bem... Assim não há cuecas azuis no mundo que façam milagres.
Para os mais distraídos - e para quem quiser acompanhar novamente a novela iniciada pela Mula, desta vez para maiores de 18 anos - aviso que podem ler o segundo capítulo do conto Proibido aqui na casa ao lado, no O Sexo dos Outrosda Fatia Mor.
Aviso também que há promessa de - pelo menos - mais um capítulo.
O Varufakis aceitou o desafio e disse-nos que para o ano existiriam novidades... Veremos se será um capítulo com preliminares e até um tanto tântrico, ou se pelo contrário, será uma rapidinha com ejaculação precoce. Veremos...
Para o ano conto ter novidades, para já, resta-me apenas ficar curiosa e na expectativa!
Coisas que se ouvem por cá: "Mas eu conheço-te de algum lado para estares a falar comigo? Vai-te lixar meu ganda troll!" [Isto após a emissora da pérola ter mandado uma boca para um senhor, que chateado começou a ripostar!]
A rua onde eu trabalho é tão rica em pérolas, que se por cada pérola que eu ouvisse recebesse um cêntimo, estava rica, riquíssima!
Conteúdo com bolinha vermelha. És menor, virgem ou apenas sensível... é melhor ires fazer qualquer outra coisa de útil para a tua vida.
Ela sabia que era errado, e apesar do nervosismo da primeira vez, conseguia manter uma aparente calma que fazia acreditar já ser recorrente. Vestiu o seu melhor vestido e calçou os seus melhores sapatos. Queria sentir-se bonita, ainda que não precisasse de grandes artefactos para tal. Dona de uma beleza natural e de um corpo escultural, qualquer modelo lhe assentava na perfeição. E era assim que Ana desejava estar: perfeita. Ana sempre fora bastante exigente consigo própria, era mestre em esconder sentimentos, e sempre ocultara a sua infelicidade com um sorriso doce. Ana aprendera desde cedo a esconder e a disfarçar as suas verdadeiras emoções, e esta era apenas mais uma vez. Precisava de se mostrar confiante, de mostrar que tudo estava sob o seu controlo, mesmo não controlando nada, efectivamente.
Com o aproximar da hora, sentiu-se mais nervosa, o esfregar constante do pulso que empenhava um belo relógio, oferecido pelo seu marido no seu último aniversário, era prova desse nervosismo, ainda que só quem a conhecesse bem, perceberia. Era a primeira vez que conhecia pessoalmente alguém das suas conversas online e a primeira vez que sentia desejos de estar com outra pessoa, desde que se casara. Sentia um misto de emoções: medo, ansiedade, excitação... sentia acima de tudo algo que já não sentia há muito tempo: sentia-se viva.
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Ele chegou descontraído, sem imaginar que a moça mais bela da pastelaria, era o seu encontro. Julgou ser apenas mais um, não era a primeira vez, por esse motivo não estava nervoso. Vasco era sempre assim, descomplicado, descontraído e até um pouco desleixado com a aparência, tendo em conta que os seus vinte anos há muito tinham ficado para trás. Estaria bem para um miúdo, mas Vasco entrara este ano nos quarenta e para sua mãe, era este desleixo o motivo do seu estado civil: "solteiro e bom rapaz" como orgulhosamente anunciava.
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Reconhecendo-o pelo livro que transportava - combinado previamente - Ana acenou-lhe assim que Vasco entrou - tinha escondido o seu, na sua bolsa para que pudesse facilmente esgueirar-se, caso a visão não lhe agradasse - e convidou-o a sentar-se na sua mesa. Vasco desejou naquele momento, e pela primeira vez, estar mais apresentável, mas também não se deixou afectar por isso.
Conversaram alegremente, e quem os visse julgava serem amigos de longa data. Ana continuava a esfregar o pulso. Ana achava Vasco muito atraente, e começou-o a desejar cada vez mais, à medida que conversavam, até que sem rodeios e impulsivamente:
- Gostava de ir contigo para um local mais sossegado... - diz-lhe com uma voz sedutora que escondia o medo da rejeição.
- Eu moro aqui perto, queres ir até minha casa? - Diz Vasco admirado.
Normalmente era ele que tomava a iniciativa e o facto de não ter sido desta vez, deixou-o com ainda mais desejo. Era inegável que se sentia bastante atraído por esta mulher.
E assim seguiram calados o resto do tempo. Estava frio, era véspera de ano novo, e a chuva intensa molhava-lhes o corpo e gelava-lhes os ossos. Nenhum dos dois tinha guarda-chuva. À entrada do prédio, Ana deixou de resistir aos seus impulsos e esqueceu o frio que sentia. Agarrou Vasco ainda no corredor, e começou a despi-lo com fulgor e com uma urgência que só ela compreendia. Vasco não resistiu, meio atónito, mas não resistiu, levando-a para um espaço do prédio que ele próprio desconhecia. A casa das máquinas era um espaço apertado, bafiento, e sem luz natural, perfeito para crimes da alma, carregados de culpa e segredos. E foi ali mesmo, que Vasco suportou Ana no seu colo e a possuiu com a perícia e entrega de quem conhece realmente uma mulher. Ana gemia de prazer enquanto Vasco tentava, sem grande sucesso tapar-lhe a boca para que os gemidos não os denunciassem. Ana sentia o verdadeiro prazer que há muito desejava. Esqueceu inclusive, naqueles instantes quem era, o que ali estava a fazer, qual o seu propósito, pretendendo apenas aproveitar aqueles momentos que sabia que rapidamente passariam. Era hora de aproveitar o seu prazer, finalmente. Podia deixar de fingir, de fazer o que os outros esperavam que ela fizesse. Ali poderia ter o desejo dela sem culpa, sem pressões, sem mentiras nem fingimentos. Os corpos molhados, com paixão, aos poucos aqueciam e o suor que de ambos escorria fazia perceber o calor que os dois corpos continham e que não mais conseguiam suportar.
Cansados e extasiados deixam-se cair pelo chão e Ana, pela primeira vez em muitos anos, voltara a rir, a rir verdadeiramente, com sentido e sinceridade. Vasco tentou beijá-la mas Ana recusara amavelmente dando lhe um beijo sincero e carinhoso na face ruborizada.
Não sabe quando tempo passara desde que tinham caído os dois no chão. Pareceram-lhe breves instantes, mas o relógio indicou um tempo mais longo. Apressada, levanta-se e veste-se. O espaço tinha pouca luz e a silhueta de Ana que reflectia nas paredes brancas e sujas fizeram Vasco deseja-la novamente, puxando-a para si. Mas Ana recusa os investimentos do homem que quase implorava pela sua atenção, e despede-se dele, com a certeza que não mais se voltariam a encontrar.
Arrependida? Não. Ana tinha perfeitamente consciência do que tinha acabado de fazer e estava feliz, porque naquele crime da alma tinha encontrado novas forças para continuar com a sua vida, à luz dos outros, tão perfeita. Poderia assim voltar para a cama do homem que não lhe provocava qualquer desejo, e para a sua vida que não lhe trazia qualquer felicidade. Mas agora Ana tinha novas forças, novo ânimo.
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Estava muito frio, e a neve começou a cobrir as ruas. Era quase ano novo e era altura de regressar para junto do seu marido e filhos, para preparar a ceia que há muito estava programada. Ana estava mais sorridente que o normal, mas ninguém reparou, como era habitual. Ela estava mais bonita, com uns olhos mais brilhantes, mas ninguém reparou, como nunca reparavam. E assim prosseguiu com a vida que escolhera para si e nunca mais falara com Vasco, embora o visse todos os dias nos seus sonhos.
... Bem que podiam ter escolhido uns senhores mais jeitosos! Já que é para ver tanto polícia de metralhadora na mão, tipo montra de shopping, podiam pôr algo que nos alegrasse mais as vistas! Assim sempre dava para ver o lado bom da coisa...
Desde pequena que adoro bolas de neve, e desde pequena que sou maluca por caixas de música. Curiosamente nunca tive nenhuma caixa de música, e bola de neve tive uma, com golfinhos, já em adulta que me trouxeram de Palma de Maiorca. Era habitual ir a uma loja aqui no Porto e deliciar-me com as bolas de música que tocavam melodias clássicas. A minha toca O Tannenbaum enquanto os meus olhos brilham e acompanham o carrossel que vai rodando, e rodando, e rodando, enquanto flocos de neve caem! Olho para a bola de música que gira, e volto a ser criança novamente!
[É bom quando a pessoa que está ao nosso lado, nos conhece tão bem!]