Adoro crianças, adoro mesmo! Dos zero até aos oito/nove anos. O meu amor por estas criaturas começa a diminuir com o aproximar da puberdade, e tenho por estes o ódio total quando entram na adolescencia. Ora vejamos, cinco razões para eu, Mula, odiar adolescentes! [não querendo generalizar, mas já generalizando.]
1. Para todo o lado que vão, a cara de frete acompanha-os sempre!
Quer a vida lhes corra de feição, quer não, a cara de um adolescente, na presença de um adulto, é sempre de grande frete. A ideia é parecer que odeiam os pais, que não ouvem nada e que desaprovam tudo o que estes lhes digam, mesmo quando no fundo sabem que estes têm razão. As caras que eles fazem, fazem esta pobre Mula revirar os olhos e querer partir para cima deles à porrada enquanto lhes diz: "acorda prá vida!"
2. Acham-se muito adultos, mas têm atitudes que já nem os meninos de 8 anos têm.
Consideram-se muito adultos, dizem com frequência que quando crescerem vão fazer e acontecer, mas já vi birras de crianças de 4 anos serem mais racionais que a dos adolescentes. Os pais são pobres mas querem, porque querem uns ténis todos XPTO; não fazem por entender por que é que aos 15/16 anos ainda é cedo para andarem de discoteca em discoteca sozinhos; acham que as suas opinião são as úncas válidas e verdadeiras, e muitos nem se preocupam em justificar os seus maus comportamentos... A sério, não tenho paciência para argumentar com um adolescente, ele vai sempre ganhar-me, quanto mais não seja pelo cansaso. Isto leva-nos diractamente para o ponto número 3.
3. Só eles é que sabem, só eles é que sentem, só eles é que sofrem, só eles é que sabem como a vida é cruel.
A psicologia descreve a adolescência como sendo um periodo onde reina o egocentrismo e a imaturidade, a utopia e a ingenuidade. Pois é, e todos nós já passamos por ela, e todos nós fomos parvos, egocêntricos, imaturos e com a sensação de que conhecíamos a vida como ninguém. Mas ainda assim, como qualquer adulta, não tenho paciência para os constantes fins do mundo que estes referem estar a chegar.
4.São, umas autências pestes quando andam em grupo.
Pior do que um adolescente, são vários adolescentes. Apesar de quando isolados serem muitas vezes, uns coninhas - generailzando, claramente - a verdade é que em grupo são terríveis. São mal educados, demasiado barulhentos, acham-se muito fortes e acham que podem fazer tudo o que lhes apetecer que como são um grupo nada lhes acontece. Odeio faltas de respeito e má educação. Por isso odeio adolescentes no geral.
5. Não têm a mínima noção de bom senso.
Desde a forma como se vestem ao modo como actuam em sociedade, fazem-me uma grande crise de urticária. Meninas de calções a mostrar as nádegas, meninos de calças ao fundo do rabo a mostrar os boxers, pés em cima dos acentos nos transportes, total deprezo pelos seus semelhantes e sensação que nunca lhes acontece nada e que podem tudo, são só alguns dos múltiplos exemplos da falta de bom senso destas criaturas.
Confesso que fui uma adolescente igual a qualquer outra, por isso também as minhas atitudes foram deploráveis, felizmente tive uma adolescência curta e tudo passou sem consequências maiores, mas infelizmente nem sempre é assim.
Uma coisa que não vos contei: O meu vestido de noiva tem 29 botões pequenos... Imaginam a trabalheira na noite de núpcias para o maridão? Sorte a dele que lhe deram um gancho do cabelo curvado e lhe disseram: "guarda-o com a tua vida, que hoje vais precisar dele!" e que jeito fez!
Agora que voltei, acho que já vos posso contar como correu o casório. Assim muito resumidamente... Soube a pouco, por mim vivia tudo de novo, mas de forma mais demorada, em slow motion para aproveitar tudo ao pormenor.
Agora assim de modo nada resumido... Cá vai:
(O meu bouquet com as minhas flores favoritas: Girassóis e Gerberas)
O dia amanheceu lindo, e apesar de não ter conseguido dormir a adrenalina permitiu-me manter bem desperta. Tudo aconteceu muito rápido: A maquilhagem, o penteado, a preparação, as múltiplas sessões fotográficas, a chegada ao altar, tudo a correr, aliás, há inclusive convidados que dizem não me ter visto a entrar de tão rápido que eu ia. Houve até quem pedisse bis. A melhor descrição foi "parecias um foguete!" A verdade é que estava tão nervosa, mas tão nervosa, que eu só queria chegar rápido ao altar, estava atrasada, a música já estava a tocar, eu queria chegar antes de tropeçar, antes de começar a chorar, antes de ver as caras das pessoas que me aguardavam - sim, eu confesso, eu não vi ninguém para além do noivo, foi como se de repente tivesse entrado num túnel. Entrei ao som de Para Sempre dos Xutos e Pontapés. Ele notava-se um pouco impaciente e muito nervoso, porque casamento que é casamento tem de ter contratempos, eu apanhei um acidente grande na VCI e cheguei atrasada, ainda que a tradição diga que a noiva deva chegar atrasada a verdade é que não estava nos meus planos, mas aconteceu. Quando lhe peguei na mão senti que tremia. Fiquei feliz por isso! [Sou mesmo má!]
(A Mula, a mãe da Mula e o vestido da Mula)
O segundo contratempo foi com os meus padrinhos, disseram-me que os meus padrinhos já estavam presentes, mas na realidade não estavam, ainda estavam a estacionar e chegaram depois de mim, foi uma risota "há casamentos em que se espera pela noiva... aqui espera-se pela noiva e pelos padrinhos, ao menos assim é sempre diferente" gracejou a conservadora. Eu obviamente com os nervos não conseguia parar de de rir. A cerimónia decorreu de forma tranquila, ainda que acho que a conservadora não nos queria casar: "Conhecem alguma coisa que impeça este casamento?" (*silêncio) "aí atrás estão a ouvir-me? Ninguém tem nada que impeça este casamento?!" e o pessoal só se ria... A cerimónia, tal como prometido terminou ao som dos Pássaros do Sul da Mafalda Veiga. [Acho que vos vi passarinhos, a sorrir lá ao fundo!]
(A ser preparada para a cerimónia enquanto esperava pelos padrinhos)
Depois foi o normal: muita choradeira - eu que dizia que não ia chorar, chorei, pois claro -, rimmel borratado, muitos beijos e abraços, algumas caras desconhecidas, muita gente à minha volta, muita gente a perguntar-me como é que me sentia, e nem eu sabia muito bem como me sentia, para além de estupidamente feliz.
(Já de aliança no dedo)
Eu não sou bonita, também não sou feia, verdade seja dita, mas não sou bonita, mas a verdade é que a maquilhadora fez milagres, nunca me senti tão bonita e graciosa na minha vida, senti-me tão vaidosa, mas tão vaidosa, que confesso, à noite até tive pena de me desmaquilhar e desfazer o penteado - que vos digo... o penteado deve ter-me feito mais pesada um quilo, graças à quantidade de laca e ganchos que tinha.
Tiramos muitas fotografias; comi o que consegui - a verdade é que os nervos toldaram-me a fome, mas tentei aproveitar para picar tudo o que gostava, desde o paté ao sushi -, deram-me comida à boca, seguraram-me nos copos e no prato, arranjaram-me guardanapos, os funcionários sempre muito solícitos e preocupados para que eu não me queimasse com os canapés quentes - os meus favoritos - e que nunca me faltasse bebida - tudo menos isso, eu Mula Maria, tenho de ter sempre um copito na mão quando estou em festa! Bebi Gin's e Caipirinhas e fui feliz!
A sala e o espaço estavam lindos e eu quase não os aproveitei: não me sentei nos sofás espalhados pelo espaço, nem fui namorar para trás das sebes nem para o interior da casa. Ao contrário do que costuma acontecer, não passei despercebida - e pela primeira vez fiquei verdadeiramente feliz por não passar despercebida. As muitas fotografias não me incomodaram, os beijinhos e abraços deixaram-me feliz, o dia até me pareceu mais cor-de-rosa que azul, a verdade é que nunca me tinha sentido tão feliz e apesar de o noivo estar reticente quanto ao casamento era possível ver que ele estava a adorar tudo quanto eu, felizmente ele ainda é mais transparente que eu e a felicidade estava-lhe estampada no rosto.
(A tenda e a decoração da tenda)
Fui uma noiva egoísta, choquem-se, sentei-me como os outros e comi e bebi como se estivesse num casamento - que não o meu. Só depois, de barriguinha cheia é que fui ver se os convidados precisavam de alguma coisa, mas a verdade é que era o meu dia e se não fosse egoísta neste dia, iria ser quando? Contrariei por isso tudo o que me disseram que iria ser, mas eu comi, quem me conhece sabe que eu também preciso de comer para ser feliz!
(O corte do bolo ao som de All You Need Is Love)
Como sabem fiz uma surpresa ao Mulo, mas a maior surpreendida ainda fui eu. Eu tinha combinado com o DJ abrir a pista de dança a cantar, já que o noivo não dança - disse-me ele, que sempre bateu o pé desde o início - resignada arranjei uma forma alternativa e lá cantei a Manta para Dois dos Deolinda, num espectáculo que só visto. Até que o DJ: "A noiva pensa que a pista já está a aberta... mas a pista ainda não está aberta!"E eis que o Mulo aparece ao som de When a Man Love a Woman e dançou comigo essa música - e só essa música, que foi à vontade mas não à vontadinha - e foi um momento completamente mágico, até porque eu estava longe de imaginar que ele iria dançar comigo, muito menos no meio da pista com toda as pessoas a olharem - romantismos não é muito coisa dele! Arrepiante, só vos digo, dançássemos nós alguma coisa de jeito e era um vídeo que merecia ser divulgado, assim fomos só dois destrambelhados muito felizes a fazer qualquer coisa parecida com dançar, mas isso pouco importa, porque o momento é que foi verdadeiramente importante. Um pequeno passo para o Mulo, um grande passo para a nossa felicidade! [E vocês aproveitem este meu lado todo meloso que não dura para sempre.]
(Para aqueles que duvidaram, eis a prova xD)
De resto, foi normal: gente divertida, muito bailarico, alguém meio distanciado dos outros a tentar estar sossegado, alguém bêbado, muito riso, muitas dores nos pés... acima de tudo muitas dores nos pés, e fui uma fraca, ainda mal tinha tocado nas entradas e já estava de sandália rasa...
Foi um dia maravilhoso, o melhor dia da minha vida, que terminou numa suite lindíssima com direito a um casal de cisnes e a um bom pequeno-almoço no quarto, umas horas depois! Se alguma vez vos disse para não se casarem, desdigo tudo: Casem-se e sejam felizes!
Gostava de vos ter mostrado fotos dos fotógrafos, com maior qualidade, até porque pedi algumas fotos específicas para o blog, mas parece que ainda vão demorar a chegar, por isso... Quem quiser ver mais fotos do casamento que esteja atento ao Instagram da Mula que em breve existirão novidades!
As relações familiares são complicadas: O meu tio é meu padrinho, o meu primo é meu sobrinho e a minha prima é minha madrinha que por sua vez é minha afilhada... Perceberam? É que até eu fiquei baralhada agora!...
Agora que estou em Portugal, sei que vocês querem saber sobre o casamento, verdade? Só porque sei que vocês querem muiiito muiiito muiiito, vou abrir uma pontinha sobre o assunto: estão mais de cinco quilos de bolo de casamento congelado na casa da mãe.
Não sou grande fã do São João - porque isso implica levar marteladas de desconhecidos e ver gente a vomitar rua sim, rua sim - mas gosto das ruas cheias de gente, das farturas e do cheiro a sardinha e pimento assado. Gosto de ver os balões luminosos que povoam o céu, e os pães com chouriço das Fontainhas. Ainda que raramente o festeje, porque quase sempre estou a trabalhar, gosto da alegria que se sente nas pessoas e das músicas parvas que se ouvem, mas que fazem tanto sentido nesta época. Não sou fã de sardinhas - apenas do cheiro -, mas raramente dispenso o entrecosto.
E então, e porque hoje é São João, e porque festa é festa, e festa pede música, e porque eu gosto de ouvir música no São João longe da confusão, aqui vai uma música um tanto diferente, mas que a meu ver, retrata bem esta festividade!