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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Timmings e Compromisso

Se há situações que me colocam à beira de um ataque de nervos, são situações em que as pessoas não cumprem os prazos indicados. Odeio ter de esperar. Confesso. Odeio mesmo ter de esperar. Mas prefiro que me digam que me entregam um determinado pedido/serviço no mês seguinte, e eu dizer "bolas tanto tempo?" mas resignar-me, do que dizerem que amanhã está pronto, e... Nem amanhã, nem depois, nem sexta! Odeio a incerteza, odeio sentir-me esquecida e acima de tudo odeio que me tentem fazer passar por palhaça, do género... "Ela vai-se esquecer!" Acreditem, não vou!

 

O mesmo se aplica aos atrasos de compromissos. Prefiro saber que a pessoa está atrasada uma hora, do que achar que a pessoa só está atrasada 15 minutos e depois eu ficar a secar, qual bacalhau, e ficar com o tempo condicionado. Se me disserem "vou demorar mais uma hora", eu bufo, é verdade que bufo, reviro os olhos, é verdade que reviro, mas apesar de bufar e revirar os olhos vou arranjar qualquer coisa que me ocupe aquele tempo, e acreditem, no final, é como se não tivesse esperado, estou bem disposta, fui fazer qualquer coisa de útil, estou bem. A menos que esteja à espera no meio de uma serra em pleno nevão, aí provavelmente estarei debaixo de uma árvore despida a saltitar para não congelar. Aí por favor, não me deixem morrer ao frio, despachem-se! Agora, se estou a contar com um atraso de apenas 15 minutos, e no final daqueles 15 minutos vocês não aparecerem, e demorarem na realidade 1 hora, vou ficar os restantes 45 minutos a rogar pragas! No final, esperem tudo de mim menos boa disposição.

 

Por isso já sabem, se demora, demora, tudo bem, eu aguento. Mas não me digam que não demora nada, para a minha reação momentânea ser a melhor e depois dizerem que afinal... Ou passarem a ignorar os meus e-mails e chamadas. A sério... Não façam isso!

 

 

P.S.: Se algum dia conhecerem o Mulo e ele vos disser que está a chegar, que são só mais 5 minutos? Esqueçam, vão lá tomar um café, façam as compras do mês, e depois ide, ide lá para o ponto de encontro! 

O Serviço Nacional de Saúde revolta-me!

Como contei aqui, o menisco do Mulo já teve melhores dias. Como já tinha passado 10 horas no hospital público com a minha mãe, por causa de um problema na coluna que a imobilizou por completo, e nada fizeram nessas 10 horas para lhe minimizar o sofrimento, e porque ele estava cheio de dores e já sabíamos que se fossemos ao público a história se iria repetir, optamos por ir a um hospital privado, já que ele tem seguro de saúde. Fomos logo atendidos. Não esperamos na sala de espera mais do que 10 minutos. Fizeram-lhe um RX para ver a gravidade da situação, e pelo que os médicos disseram - que eu cá não percebo nada - a imagem não estava bonita, os resultados não eram animadores, e ainda pior: as imagens eram inconclusivas para tornar seguro a aplicação daquilo a que o médico chamou de tortura chinesa para o colocar a andar, que é nada mais nada menos, que puxarem a perna até o menisco voltar para o sítio dele, de onde nunca deveria de ter saído. Mas era arriscado. Os ossos parecem fracos, poderia não resultar e pior, poderia fazer pior, muito pior. Fizeram-lhe uma infiltração na esperança que o dito voltasse ao sítio. Não resultou. Entrou lá de cadeira de rodas, saiu de lá de cadeira de rodas. Nada mudou. É preciso fazer uma ressonância magnética, para ter total perceção da situação, mas não era possível fazer na hora, e também ainda não conseguiram arranjar uma vaga para ser feito o quanto antes.

 

Assim fomos à médica do centro de saúde para ser pedida a baixa médica, já que ele está a faltar ao trabalho. Perguntamos se era possível receitar uma ressonância magnética, já que no privado os custos são muito elevados. Não é possível, pelos vistos. De acordo com o que nos foi indicado, só os médicos da especialidade podem requisitar ressonâncias magnéticas, e então a única forma de ele realizar uma ressonância magnética pelo serviço público seria ter uma consulta com um ortopedista no hospital. Sim senhora. Pode tratar disso? e eis que fico chocada. Não sei como ainda é possível nos dias que correm eu me chocar com tal - eu que tive mais de 3 anos à espera por uma consulta no hospital em miuda, que nunca aconteceu -, mas a verdade é que não me é possível não me chocar! Poder eu posso... mas aviso-o que só será chamado dentro de 6 meses, se não for mais, que é o tempo que estão a demorar!. A sério? Apesar de ser uma situação urgente não há como ser chamado de forma mais urgente, acrescentou. Sugeriu que fossemos à urgência ao hospital para ver se o médico poderia dar entrada do Mulo diretamente na especialidade e encaminhá-lo para a cirurgia, mas... Mas é como contar com ovo no cu da galinha. Não é prática corrente, é apenas uma possibilidade em mil. Pode nunca acontecer! E anda ele para trás e para a frente como uma bola de ping pong.

 

Por acaso o Mulo tem um seguro de saúde que lhe permite obter algum desconto nos serviços privados, em alguns hospitais, ainda que a altura seja péssima. Incrível! Eu vou ficar desempregada - ah! desde que disse ao indiano que trabalhava apenas 4 dias por semana, porque nessas 4 horas já trabalhava as 40horas semanais de lei, ele nunca mais me ligou, já por aqui se vê que é muito sério! - , ele está de baixa, e o serviço nacional de saúde está empenhado para que as nossas poucas poupanças se esfumem o mais rapidamente possível. É que é mesmo tudo a ajudar!

 

Aguardamos assim próxima consulta no hospital privado e esperemos que já seja possível fazer a ressonância magnética e resolver esta situação o quanto antes.

 

Se o Mulo não tivesse seguro de saúde, se nós não tivéssemos nem um cêntimo a mais que pudéssemos usar em nosso proveito - como é normal em tantas famílias -, o que teria acontecido era: termos passado horas e horas na sala de espera de um hospital público, ficar numa lista de espera durante 6 meses para sermos chamados para um ortopedista, e a correr bem,  ser operado ao fim de 8 ou 9 meses e durante esse tempo todo ele iria ficar sem andar? Faz algum sentido isto?

 

É RIDÍCULO! RIDÍCULO! Já disse que é RIDÍCULO?

Resposta: Os Planos Furados

Os piores planos que se podem fazer... são os planos furados.

 

Este fim-de-semana deveria de ter sido um fim-de-semana romântico, passado em harmonia com a natureza, em Castro Laboreiro. Há muito que deveríamos de ter tido este fim-de-semana, mas acontecia sempre alguma coisa que nos impedia de ir, ou eu não conseguia um fim-de-semana, ou ficava doente, ou ele tinha de ir trabalhar. Alguma coisa sempre nos impedia.

 

Parece que estávamos desde sempre condenados. E quando estamos condenados, não há nada a fazer.

 

Achávamos que deste fim-se-semana não passava, marcamos tudo, marcamos hotel, fizemos planos, tratamos de tentar aproveitar. Pois que chegamos à barragem do Lindoso, felizes, apaixonados, num estado de romantismo e alegria e eis que tudo muda. Num segundo tudo pode mudar, porque como disse aqui quando achamos que tudo vai correr bem, a vida demonstra-nos que estamos enganados. E a vida adora mostrar-nos que estamos enganados.

 

O Mulo passou de um total estado de alegria ao total estado de agonia em 5 segundos e o nosso fim-de-semana romântico terminou ali. Foi-se o menisco do Mulo, neste momento não consegue andar, e por isso tivemos de regressar imediatamente ao Porto e ir ao hospital. Estar em contacto com a natureza tem os seus pontos fracos: encontrar uma farmácia foi para esquecer, corremos várias terras e terrinhas e as poucas - quase nenhumas - que encontramos estavam fechadas. Entretanto, algumas horas mais tarde conseguimos chegar a uma terra com farmácia para tentar minimizar as dores e tornar a viagem o menos desagradável possível.

 

Parece que o destino fica com ciumes de os outros ainda poderem ser românticos... Talvez para o ano, que este ano não estou a ver jeito... Mas agora só quero que ele fique bom rapidamente.

 

Malditos planos furados!

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.