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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

O meu blog é a minha coisa boa!

Queria participar no passatempo do Sapo para me habilitar a ganhar o O Livro das Coisas Boas da Marta Spínola. Como dava para republicar um texto, fui então aos primórdios do blog procurar uma publicação antiga que falasse disso mesmo: de coisas boas. Assim descobri que estive mais de três meses a falar para o boneco e não desisti do blog. Estou chocada. Descobri também que textos sobres coisas boas é coisa que pouco abunda por esta casa, que a Mula é mal disposta desde o dia em que criou o blog até aos dias de hoje. Só que isso em vez de me deixar chocada ou aborrecida, deixou-me com um sorriso verdadeiro e gigante no rosto. Descobri ainda que tenho o blog há 1 ano e meio e que não me imagino a viver sem ele, que me completa e me alimenta a alma como nunca.

 

Não encontrei a publicação boa que procurava, mas descobri que o procurava esteve sempre à minha frente, todo este tempo, porque a coisa boa que eu tenho, a melhor e a mais perfeita de todas, aquela que me faz viver mais feliz nos dias tristes, aquela que me faz ouvir melhor o mundo para o expor no curral, aquela que me faz sentir melhor tudo para espremer todos os sumos possíveis no blog, é o próprio blog. A minha coisa boa, é o meu blog.

 

O blog trouxe-me histórias e com as histórias reacendi o enorme gosto que tenho desde sempre pela escrita, para além de me ter trazido amizades que não se esgotam na caixa dos comentários e que se prolongam em conversas em privado.

 

O blog trouxe-me o melhor do mundo: o carinho dos outros, que é como quem diz, trouxe-me a Passarada e as Fofinhas. E para uma rapariga pouco dada a amizades, a desabafos e a noitadas com as amigas, este tipo de carinho representa muito mais do que possam imaginar, e faz-me sentir muito mais do que possam imaginar.

 

Este blog trouxe-me destaques atrás de destaques, que para além de trazer visibilidade a esta rapariga na vida real invisível, permitiu-me partilhar com o mundo coisas que me deixam feliz e me fazem imensamente feliz: como viagens, a minha experiência com o meu casamento, as minhas opiniões. Haverá algo melhor que nos darem voz e nos deixarem contagiar - ou não - o mundo com a nossa opinião, e com a nossa experiência?

 

Sem dúvida que o meu blog é o meu livro de coisas boas, um livro com muitas páginas por escrever coisas boas e más, porque a vida não pára e nem sempre podemos ver o copo meio cheio, que ver o copo meio vazio também faz parte de quem somos.

 

Livros são livros, e O Livro das Coisas Boas da Marta Spínola ficava tão bem na minha mesinha de cabeceira para nunca me esquecer que as coisas boas existem. Mas no fundo, e sem desmerecer a Maria Spínola, eu também tenho o meu livro de coisas boas e vou tentar nunca me esquecer disso quando a vida me virar a cara e me fizer carrancas!

A Mula Conservadora

Esta semana com uns amigos, surgiu uma saudável discussão acerca das crianças de hoje em dia com visões muito opostas sobre a mesma situação. Nenhum de nós é pai ou mãe, no entanto tentamos socorrer-nos dos nossos valores, para ver como reagiríamos se fosse connosco. Eles, desvalorizaram. Eu, claro, como conservadora que sou com alguns assuntos, confesso que não consigo concordar ou aceitar.

 

Semana passada na Segurança Social uma mãe muito orgulhosa, dizia da sua filha que não tinha mais de 5 anos, que era muito vaidosa, que não saía de casa sem o seu batom. Que em tempos até chegou atrasada a um compromisso, porque a miúda teve de voltar para trás para casa porque se tinha esquecido do seu batom em casa e assim não saía à rua.

 

Contextualizando. Cresci numa família onde os adultos eram adultos e as crianças colocadas no lugar: maquilhagem só no dia de carnaval, verniz para as unhas só quando o rei fazia anos e a mãe estava bem disposta. Como tal, não consigo conceber que seja permitido a crianças tão pequenas rotinas de maquilhagem como se de um adulto se tratasse.

 

Os amigos defendiam que achavam piada a essa atitude, ela psicóloga de profissão, dizia que não mais se tratava de um comportamento de imitação de adulto e que não existe por isso - baseando-nos apenas neste comportamento - má ação paternal porque a situação é engraçada e que não prejudica ninguém.

 

Eu discordo totalmente. Por muito que até possam ser maquilhagens próprias para crianças - que não sei se efetivamente eram ou não - a verdade é que tenho as minhas dúvidas que isso faça bem à pele das mesmas. Nem a nossa maquilhagem nos faz bem, quanto mais a uma pele tão sensível como é a das crianças. 

 

Não consigo conceber que uma criança tenha acesso a maquilhagem tão cedo, e choca-me, mesmo as adolescentes hoje em dia, andarem pintadas que nem umas macacas em dias de circo. Não só porque faz mal à pele, mas porque acho que se está a criar uma sociedade baseada nas aparências, no físico, na vaidade e na ostentação em vez de nos preocuparmos com o que é realmente importante: como a bondade, a aceitação, entre outros.

 

Pois bem, admito que sou uma Mula conservadora, porque cresci também num ambiente conservador. Mas agora pergunto-vos:

 

Crianças e adolescentes maquilhadas: sim ou não?

Curtas do dia #532

Quando as palavras dos outros nos dizem mais que as nossas:

 

Dás reviravoltas ao corpo e à imaginação para afastar a tristeza. Mas quem te disse que é proibido estar triste? A verdade é que, muitas vezes, não há nada mais sensato que estar triste; todos os dias acontecem coisas, aos outros e a nós, que não têm remédio, ou melhor, que têm esse antigo e único remédio de nos sentirmos tristes.

 

Não deixes que te receitem alegria, como quem prescreve uma temporada de antibióticos ou colheres de água do mar em estômago vazio.

Hector Abad Faciolince in Receitas de Amor para Mulheres Tristes

Semana 4 - Desafio 365 Fotos

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Foto 1 -  Adoro rio e mar, deixa-me calma, então com gaivotas por perto, ainda melhor. 

 

Foto 2 - Terça foi dia de ir a casa da mãe, e encontrar pelo caminho flores que lembram a Primavera. 

 

Foto 3 - Em casa da mãe na quarta foi dia de sobremesa boa cuja receita encontram no sítio do costume

 

Foto 4 - Quinta tive de ir resolver umas questões e andei na rua com este tempo de frio e chuva. 

 

Foto 5 - Este frio fez-me lembrar esta foto antiga tirada há dois ou três anos na Serra da Estrela. "E agora  é para onde?!" As placas estavam todas cheias de neve. 

 

Foto 6 - Sábado com uns amigos cá em casa, foi dia de ir comer francesinha ao Cufra Grill no Edifício Transparente. 

 

Foto 7 - Em passeio pela baixa do Porto, fui dar um saltinho ao mural da Joana Vasconcelos. Eu que não sou fã do trabalho desta senhora, confesso que gostei bastante do mural. 

 

E assim foi a semana da Mula. Estas e outras fotos podem ver no Instagram da Mula.

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: A Street Cat Named Bob

Com mais de 1 milhão de livros vendidos apenas no Reino Unido, e traduzido para mais de 30 países, A minha história com Bob - do inglês A Street Cat Named Bob - chegou ao grande ecrã do Reino Unido a 3 de Novembro de 2016. A estreia em Portugal estava prevista para 12 de Janeiro, mas a verdade é que a ser verdade, deste ano já não é, e eu não sei o que aconteceu. Depois queixam-se que as pessoas recorrem à pirataria em vez de irem ao cinema, ou comprarem os originais. Quase 3 meses se passaram desde que estreou no Reino Unido, e quanto a mim, foi dos filmes mais esperados do ano. Queria vê-lo no cinema, tive de arranjar alternativas.

 

Não sou de ver filmes depois de ler os livros, mas esta história apaixonou-me desde sempre e cada livro sabe sempre a muito pouco por isso quando soube que ia para o cinema fiquei bastante curiosa.

 

 

A Street Cat Named Bob relata a história de James Bowen, sem abrigo viciado em heroína, que entra no programa de metadona para começar a recompor a sua vida. Com uma história complicada com os pais, acaba muito jovem nas ruas e quase destrói por completo a sua vida. No programa de metadona consegue uma casa, e a por acidente Bob entra na sua vida e não mais o deixou. Apesar de achar que não é o dono ideal de um gato, por achar que mal consegue tomar conta de si, quanto mais de um gato, acaba por ser afeiçoar àquele ser peludo, e muito da sua mudança e força de vontade, àquele ser peludo deve. É pois claro, uma história com final feliz e uma grande lição de vida.

 

Quando se espera muito um filme é impossível não criar elevadas expectativas, aqui não foi diferente, no entanto, e apesar do filme ser um pouco diferente da versão literária, gostei bastante, mas confesso, era impossível, não estar à espera de mais. Tudo no filme avançou demasiado rápido, enquanto no livro foi tudo muito devagar. Faltou por explorar tanto, mas tanto, mas tanto, que quando terminou pensei: "é só isto?". O filme fez parecer que foi tudo muito fácil, com apenas algumas provocações, mas a realidade está muito longe de assim o ser. James teve muitos problemas com os outros vendedores da Big Issue que levavam a constantes suspensões, James tinha muitas das vezes falta de dinheiro para ter luz em casa, aquecimento e comida - ainda que a questão da comida fosse efetivamente retratada no filme. James foi denunciado por maus tratos a Bob, baseados apenas no facto de ser um ex-toxicodependente a tomar conta de um animal, o que levou a constante vigia por parte da RSPCA, e colocar em causa todo o amor que James dava ao seu gato.

 

Spoiler Alert, Spoiler Alert. A Betty, não era uma pessoa que ele conheceu aquando do programa de metadona, já era uma amiga antiga, e ele no livro foi visitar a mãe à Austrália, e a Betty ficou a tomar conta do Bob, por isso ela também não foi embora.

 

Acho que ficou a faltar tantos pormenores, tantas questões importantes que ficou a saber a muito pouco, mas no geral é um bom filme, capta a essência da história, e por isso se tiverem oportunidade, vejam, que não se vão arrepender.

 

O que achei curioso é que se distingue muito bem - para quem conhece, claro - o verdadeiro Bob, dos outros Bob's, sempre que vos aparecer um gato gordo laranja com os olhos pouco abertos, não tenham dúvidas, é mesmo o Bob!

 

E pronto, já agora, alguém sabe quando é que efetivamente estreia em Portugal?

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.