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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Semana 9 - Desafio 365 Fotos

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Que dizer-vos a cerca desta semana.... Foi fantástica. Fui de mini-férias, vi coisas lindas, chegaram alguns dos produtos que encomendei para me começar a embonecar mais. Foi sem dúvida uma boa semana, como há muito já não tinha. Estava mesmo a precisar destes dias de paz, que dentro de duas semanas a paz vai voltar a acabar e vou voltar a tribunal. Ai que não vejo a hora disto terminar. Mas não falemos de coisas tristes que a altura é de alegria. Vamos lá ver como foi a minha semana em fotos.

 

Foto 1- Foto em Barqueiros, Vila Real, a uma linha de comboio que liga o Porto ao Tua e o Pocinho. Adoro linhas de comboio, adoro sinalética ferroviária.

 

Foto 2- E na terça-feira amanheceu assim em Penedono, não é lindo? Transmite uma paz que precisava mesmo.

 

Foto 3- De regresso a casa passamos ainda por algumas terras histórias, como Trancoso e Marialva, que é o que vemos na foto.

 

Foto 4- E ainda passamos em Pinhel e socializamos um pouco com o senhor Camilo Castelo Branco. Um senhor calado, mas muito simpático.

 

Foto 5- As coisas que se faz por uma foto... Captada pelos olhos do meu fã número um.

 

Foto 6- E finalmente a minha encomenda da Kiko chegou, e amanhã deve chegar a minha encomenda da showroomprive da Pink Paris Cosmetics, que não conhecia, mas que tem coisinhas tão baratinhas, que espero gostar.

 

Foto 7- E a mensagem de pacote de açúcar que melhor me descreve é: "Bom dia a quem não tem papas na língua". Tão eu, tão eu!

 

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Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: Manchester by the Sea

E finalmente vi este tão falado dramalhão. Obrigada Popcorn por me facilitares a vida. O Jackie também já está na mira, durante a próxima semana devo vê-lo, que também estou bastante curiosa.

 

Realmente este ano os candidatos aos Óscars têm histórias bastante pesadas. Depois de Moonlight, Vedações, chegou a vez de Manchester by the Sea e confesso que foi o único dos três que me fez chorar, ainda que não nego, o meu favorito continua a ser o Moonlight e fico feliz por ter sido este o vencedor de melhor filme.

 

Relativamente ao Manchester by the Sea, confesso, as expectativas estavam elevadas, e o filme foi totalmente diferente do que estava à espera e surpreendeu-me bastante, este é, no fundo, uma história dentro de uma história e talvez tenha sido isso que mais me surpreendeu e que me fez gostar deste filme.

 

 

Este filme conta a história de Lee, que após a morte do seu irmão Joe, se vê como guardião e tutor legal do seu sobrinho Patrick, sem estar à espera. Este acontecimento muda totalmente a vida de Lee, que o obriga a regressar à sua terra natal - Manchester - obrigando-o a recordar mais do que desejava. À medida que são retratadas as dificuldades de Lee a educar o adolescente Patrick, vamos tendo conhecimento da vida passada de Lee e das motivações que o levaram a afastar-se da cidade. Lee não quer ficar em Manchester, não consegue ficar em Manchester, mas Patrick não quer ir para Boston com o seu tio. Será que vão chegar a um acordo? Que será de Lee e de Patrick? Vejam o filme, vale muito a pena.

 

Este é um filme acima de tudo que retrata os lutos, e as diferentes formas de se reagir a um luto. É um filme que também foca que há feridas que por mais que o tempo passe que nunca curam, porque são impossíveis de curar porque há acontecimentos que mudam totalmente a vida das pessoas de uma forma irremediável.

 

Este é daqueles filmes que por mais parados que seja - que é, é muuuito parado, ainda que não aborrecido - que é impossível ficarmos indiferentes, é impossível não nos comovermos, porque é um filme que trata tantas questões que nos tocam de alguma forma.

 

Não diria que é um filme complicado de ver, mas exige alguma atenção, uma vez que há constantes flashbacks sem aviso prévio que podem dificultar a compreensão, mas com atenção percebe-se bem quando é atual e quando é pensamento.

 

Não gostei do fim. Que é feito dos finais felizes, hein? Está certo, também não é um final triste ou infeliz, mas... imaginava algo diferente, algo que quebrasse o ciclo de sofrimento e a verdade é que isso não aconteceu.

 

Gostei bastante da personagem de Lee, e o Casey Affleck esteve realmente muito bem mas... Acho que a personagem não exigiu muita interpretação, uma vez que a apatia é dos estados que mais caracterizam Lee e por isso continuo a achar que o Denzel Washington merecia o Óscar de melhor ator pelo seu papel em Vedações, por considerar um papel com outro grau de emoção, com outro grau de exigência, mas isto já se sabe, isto sou eu que não percebe nada disto.

Curtas do dia #565

Precisei de ir ao centro para tratar de uns assuntos. Mas não queria, estava a chover. Esperei que a chuva passasse para sair à rua. A chuva passa. Eu saio à rua. Vou fazer as minhas coisas. Tudo bem. Não chove. Estou a chegar a casa, entro numa tempestade inesperada, levo com granizo em cima, o meu guarda-chuva desfaz-se em frangalhos e eu que não queria sair porque estava a chover, cheguei a casa pior que um pinto, toda encharcada! É que ninguém merece!

Livro: Viver depois de ti de Jojo Moyes

E na semana passada terminei de ler o livro Viver Depois de Ti da Jojo Moyes. Eu vi o filme, e como o filme me soube tão a pouco, saí da sala de cinema com a certeza e com a necessidade de ler o livro, eu queria saber mais, eu queria mais, mais e mais. E apesar de não ler o livro com a magia de descobrir o final, a verdade é que infantilmente li-o com a esperança de que o livro tivesse um final diferente, um final feliz diferente. Mas não. Mas é tão mais que o filme, que vale muito a pena lê-lo.

 

 

Certamente quem não viu o filme e vê esta capa, que imagina que estas folhas contam uma história de amor, ao estilo Cinderela, mas deixem-me que vos elucide: Esta história está longe de ser uma história de amor, e ainda mais longe de um conto de fadas. 

 

Após um acidente, Will Traynor tem uma lesão na espinal medula que o atira para uma cadeira de rodas sem hipótese de recuperação. Uma vez que Will apenas tem mobilidade na cabeça e nalguns dedos de uma mão, a mãe, contrata Louisa Clark, conhecida por Lou que acaba de ficar desempregada, para fazer companhia ao filho e ajudá-lo nas necessidades básicas, como a alimentação. No início, Will é mordaz, é arrogante, e maltrata Louisa, no entanto com o tempo, e devido à persistência de Lou - que precisa muito do emprego - acaba por aceitá-la na sua vida e os dois desenvolvem uma boa amizade. Will acha que Lou está a desperdiçar a sua vida naquela aldeia e convence-a a apostar em si e no seu futuro, mas esta não o leva muito a sério. No entanto tudo muda quando Lou descobre os verdadeiros planos de Will e faz de tudo para que este mude de opinião, mostrando-lhe que há muita coisa que ele ainda pode fazer para se divertir, só que Lou acaba por se envolver demais. O que será que Will quer fazer? Será que Lou conseguirá fazer Will mudar de opinião? Não sabem? Então têm de ler.

 

O livro é muito mais, dá muito mais conta da situação que Lou vivia com os pais e com o namorado. O livro aprofunda muito mais o facto de ela nunca ter sido levada a sério, que vai muito além das roupas que vestia, ela apenas não era a filha favorita, a que valia o esforço. Isso revoltou-me muito enquanto lia. Quando vi o filme parece que vi apenas a situação do Will, acho que o filme só focou o Will, mas o livro foca muito mais a visão dela, o sofrimento dela, os problemas dela e por isso gostei muito de aprofundar esta história.

 

Este é um livro que fala sobre um tema muito triste, como já falei aqui, e polémico, essencialmente polémico: A Eutanásia. Até que ponto devem estas pessoas serem obrigadas a sobreviver agarradas eternamente a uma cadeira ou a uma cama, totalmente dependentes de outros, sem terem tão pouco a autonomia de comerem sozinhos. Will e a família eram ricos, tinham comodidades que muitas outras pessoas na mesma situação não possuem, nomeadamente a cadeira de transporte, o computador e afins. No fundo, obrigar alguém a viver agarrado a estas condições, ou falta delas, é, na minha opinião, um ato de egoísmo, porque creio que seja mais para os outros, os que cá ficam, não sofrerem, como se o sofrimento daquele que vive a situação, não valesse nada.

 

É um livro que fala da densidade das relações familiares, de como os casamentos se forçam apenas devido às circunstâncias e como isso pode influenciar a visão dos outros perante as situações, deixando as pessoas com sentimentos duais relativamente a um filho, a uma situação.

 

Este é um livro que leva às lágrimas os mais sensíveis, a mim levou-me às lágrimas e aos soluços apesar de conhecer a história...

 

Este é um livro para todos aqueles que têm esperança e amor, e para todos aqueles que gostam de ver o copo meio cheio, em vez do meio vazio, porque Lou vai sempre tentar mostrar o outro lado apesar do cenário ser negro. E no fundo, no fundo, até tem um final feliz... E se é verdade que Lousia mudou a vida de Will, também é inegável que Will mudou a vida dela, estamos por isso, perante um crescimento mútuo de dois jovens tão diferentes e que num outro contexto nunca se conheceriam.

 

Este é um livro para todos. Leiam, não se vão arrepender!

Curtas do dia #564

Isto de andar de carro muitas horas seguidas, tem muito que se lhe diga: nomeadamente no que toca às rádios. Mas será que existe assim tão pouca música no mundo para a mesma música repetir umas 5 vezes por hora na mesma rádio? Juro-vos, por causa deste fim-de-semana alargado fora, há músicas que eu já não aguento ouvir, a Rockabye é uma delas! Qual é a piada disto? Hein?

O que nunca contamos acerca das viagens

Acho que se nota um pouquinho que adoro viajar. Gosto de sair, conhecer mundo, e fazer quilómetros e quilómetros de estrada para ver o que ainda não vi. Pessoas como eu que adoram viajar também gostam, normalmente, de falar das viagens, é quase inevitável, queremos partilhar tudo o que de fantástico vimos, comemos, sentimos. Mas normalmente ocultamos o que menos bem correu, raramente partilhamos o que não gostamos - a menos que nos tenha marcado demasiado - e por isso quero com esta publicação falar disso mesmo, do que ninguém fala das viagens, das coisas más, do que pior acontece nas minhas viagens, nos meus passeios. Estão preparados? Cá vamos nós.

 

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Dormir numa cama estranha com uma almofada estranha

Dificilmente passo bem a primeira noite. E a segunda.... e a terceira... Dormir fora da minha cama nunca é algo muito agradável. Fico sempre, por mais confortável que seja a cama, tipo frango, rodo para um lado, rodo para o outro e quase não durmo. As almofadas nunca são do meu agrado. Gosto das almofadas altas e relativamente duras, nos locais onde dormimos são sempre moles e baixas. Acabo por isso a dormir com as almofadas decorativas para tentar alcançar um equilíbrio, mas nunca resulta muito bem. O Mulo tem ainda um problema extra: nem sempre as camas dão para o tamanho dele, e tem muitas das vezes de dormir relativamente encolhido, coisa que ele odeia.

 

Enjoo durante as viagens

Seja de avião, seja de carro, e às vezes até de comboio. Enjoo com alguma frequência. Isso faz com que muitas das vezes vá mais concentrada em não vomitar do que na paisagem. Faz com que eu vá mais calada, faz com que aprecie um pouco menos o que estou a ver e faz com que secretamente e inconscientemente deseje regressar a casa.

 

Comemos sempre muito mal

Não somos ricos, e por isso não há dinheiro para tudo, ou comemos em condições ou viajamos. E como tudo na vida é uma questão de prioridades, optamos por viajar e comer algo mais fraco e barato do que ir a restaurantes diariamente e depois não termos dinheirinho para o combustível. Quando andamos por cidades relativamente grandes, acabamos muitas vezes no McDonalds para uma refeição rápida, quando estamos no interior, como foi agora o caso, costumamos fazer apenas uma refeição quente - normalmente ao jantar - e ir ao supermercado comprar uns petiscos na outra refeição - para o almoço - aqui os pequenos-almoços dos locais onde ficamos são de elevada importância. O que muitas das vezes acontece, é que depositamos alguma esperança no jantar, e já aconteceu irmos dormir a uma terra com zero restaurantes abertos/convidativos e saltarmos essa refeição. Mas como vocês sabem, eu tenho muitas reservas de gordura, deve ser para essas situações.

 

Em modo caracol

Isto apenas acontece quando vamos para fora do país, de avião. Somos os chamados turistas de mochila às costas, literalmente, e então andamos sempre muito mais cansados e com dores nas costas, porque para além do nosso peso - que já não é pouco - ainda temos de suportar o peso das nossas tralhas às costas.

 

Xixi

Pois é. Sou uma pessoa que faz muito xixi, que fazer? O que fazer quando se tem xixi em pleno Alentejo, em pleno Douro, com zero cafés, zero casas de banho públicas, e afins? E o que fazer quando se está em Londres e se paga 50 pence para se aceder a uma casa de banho? Ou como em Genebra que se pagava 1€? Pois é, aguenta coração, aguenta. Aguentar.... aguentar.... aguentar.... É tão desagradável!

 

A preocupação com a casa e com o gato

Estou sempre com um nervoso miudinho quando estou longe de casa: desliguei o ferro? E o aquecedor? Será que a água está fechada? E se der algum curto circuito e a casa arder? E se rebentar um cano e a casa inundar? Pois bem sei: Qual é a probabilidade de isso acontecer? É baixinha, bem sei, mas que querem, não consigo não me preocupar com estas coisas. E com o gato? E se ele vira as dezenas de taças de água que espalho em casa? E se ele se fecha numa divisão? Um pedaço da minha alma fica sempre em ansiedade.

 

 

E nunca contamos nada disto porquê?

Porque na realidade pouco importa! Viajar é tão gratificante, tão prazeroso e aprende-se tanto e conhece-se tanto, que estas pequenas aflições são apenas pormenores!

 

E vocês? O que nunca contam quando viajam?

A nossa primeira vez em Turismo Rural: Penedono

O ano passado gente doida* uniu-se para me dar uma prenda de casamento e este ano, numa altura em que gastar dinheiro está complicado, foi altura de usar o voucher Fugas 2 noites da Odisseias.

 

Depois de termos tentado ir de fim-de-semana romântico em Novembro e a coisa não ter corrido bem, tentamos novamente uma escapadinha romântica, agora no Carnaval, que correu lindamente, tirando a chuva que foi demasiado constante e chata, mas que deu para descansar e desanuviar dos problemas. Já tínhamos querido usar os vouchers, mas tendo em conta que eram duas noites era complicado porque o Mulo só tem folgas ao sábado e ao domingo, e então teria de pedir férias para os usarmos. A altura chegou.

 

Estávamos a pensar ir até Óbidos, mas primeiro não conseguimos quarto nas noites que podíamos, em segundo, era bem capaz de existir Carnaval ali perto. Decidimos então um sítio mais escondido e sossegado no interior de Portugal e a nossa escolha foi Penedono e foi a primeira vez que dormimos num espaço de turismo rural. Estamos encantados.

 

Folheando os vouchers uma quinta em Penedono chamou-me a atenção, e foi assim que fizemos pela primeira vez turismo rural na Quinta da Picoila em Penedono.

 

Fomos em passeio, e já chegamos a Penedono de noite, reservamos o passeio para o dia seguinte. Levamos uma marmita e acabamos a almoçar com uma vista incrível em Portela do Gôve, em Baião.  Seguimos a linha do Douro. e seguimos viagem Douro acima e Douro abaixo - ou quererei dizer antes Douro à esquerda, Douro à direita? Só há uma coisa que não consigo gostar nestas terras: as curvas; sou de estômago sensível, que fazer? - e após passarmos a Régua, São João da Pesqueira e outras terras encantadoras, chegamos finalmente a Penedono e à Quinta da Picoila onde passamos duas noites.

 

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