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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Açores - S. Miguel // Parte I

Foi uma viagem há muito desejada confesso. Já há muitos anos que queria ir até S. Miguel e deste ano não passou. Tenho tanto para vos contar e mostrar que vou optar, como tem sido habitual, dividir em vários capítulos para não vos maçar a alma. 

 

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Dia 1

Aterramos em Ponta Delgada ao final da tarde e contrariamente ao esperado - acho que nem o IPMA consegue prever o tempo na ilha - estava bastante calor, bastante sol, um final de tarde lindo.

 

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(Ponta Delgada vista do avião)

 

 

Fomos buscar o nosso carro à rent-a-car de imediato e o senhor da rent-a-car que nos levou do aeroporto até às instalações era muito simpático e falou-nos um pouco sobre a ilha, sobre o que ver e o que fazer, ou seja fez um pouco de guia turístico.

 

Para visitarem S. Miguel é mesmo aconselhado que aluguem carro, a não ser que comprem todo o tipo de excursões - o que acho que deve acabar por ficar bastante mais caro - porque tudo fica longe - dentro do que é possível ser longe numa ilha cuja altura máxima é de 15km e largura máxima de 65km - e a rede de transportes não é assim a maior do mundo, a menos que acabem por ficar apenas em Ponta Delgada. Sei que muita gente visita a ilha a pé, mas só tínhamos 4 dias efetivos - dia de chegada e partida não contam - para visitar por isso ou víamos o máximo que conseguíamos de carro - mesmo que isso implicasse perder algum encanto das caminhadas - ou então andaríamos a pé e não veríamos nem metade do que vimos. Optamos pela primeira.

 

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(Zona marítima de Ponta Delgada)

 

 

O que achei engraçado em Ponta Delgada e que desde logo reparei foi no trânsito, que não é muito, mas curiosamente as pessoas mesmo em grandes e largas avenidas andam devagar, são bastante calmas a conduzir, e isso confesso agradou-me bastante.

 

A vantagem de comprarmos - como foi o caso - tudo com bastante antecedência permitiu-nos viajar com preços mais reduzidos e até o hotel onde ficamos  ficou bastante barato. Confesso que quando vimos onde íamos ficar a dormir que ficamos um pouco abananados, porque não contávamos com tanto luxo, e ficamos a achar que nos iriam pedir o resto do valor assim que nos aproximássemos da receção, mas não. Conseguimos realmente um ótimo valor por um hotel de 4* bem junto ao centro de Ponta Delgada.

 

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(Hotel VIP Azores, e vistas do quarto)

 

 

Chegamos com fome, pois claro, Mula que é Mula numa terra com comida da boa, tem fome. E como conhecíamos alguns amigos que tinham estado na ilha à pouco tempo pedimos algumas referências de restaurante, e assim conhecemos a Taberna Açor, onde passamos a jantar quase todas as noites. Aqui comemos à base de tapas, tábuas de queijo e enchidos, muito pão e torras de massa sovada, pratos de moelas e orelheira de porco, só coisas boas. E a cerveja regional? Uma delícia. Quer a preta quer a branca, uma verdadeira delícia.

 

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(Delícias da Taberna Açor, Ponta Delgada) 

 

Se forem a Ponta Delgada não deixem de visitar a Taberna Açor, as pessoas que servem são muito simpáticas, as tapas são muito boas, os queijos deliciosos, os enchidos... Não falemos dos enchidos. Saí daqui sempre tão cheia, mas tão cheia que em 4 refeições apenas numa comi sobremesa: o fantástico ananás caramelizado que aqui servem com gelado. No entanto se decidirem ir a este espaço convém que reservem antecipadamente ou então preparem-se para esperar. Chegamos a esperar uma hora. Se chegarem um pouco mais tarde, por volta das 22h é mais fácil arranjar mesa.

 

Depois de jantarmos fomos dar um passeio à noite, pela marginal, pela marina, pelas ruas pedonais. Um outro conselho: não percam tempo a tentarem estacionar na rua, os parques da Tecnovia são muito baratos, a primeira vez até achamos que a máquina estava avariada porque estivemos cerca de 3 horas lá estacionados e pagamos apenas 1,20€, não compensa por isso dar voltas e voltas e mais voltas à procura de um lugar que nem existe.

 

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(Portas da Cidade de Ponta Delgada à noite)

 

E assim foram as primeiras em S. Miguel, foram poucas mas bem aproveitadas.

Não percam os próximos episódios, porque eu também não!

Trabalhar numa área de homens...

Falava no outro dia em igualdade de género, em como achava que mulheres e homens são tão diferentes que não poderiam ser considerados iguais, porque efetivamente não o são. Falava da perigosidade da expressão. Uns concordaram, outros nem tanto, compreendo as várias opiniões.

 

No entanto nunca neguei em todo o texto que ainda existe discriminação, não neguei que existem pré-conceitos, preconceitos e estereótipos associados aos dois géneros, mas acredito piamente que as mulheres não sejam as únicas alvo de discriminação.

 

Escrevia num comentário dessa publicação que se é esperado que a mulher seja dona de casa dedicada, boa mãe e excelente cozinheira, que também é esperado que o homem seja um líder, um bom gestor, um exemplo de força e proteção. Quando assim não o é, acho que a sociedade cai em cima dos dois. Porque existe necessidade de apontar sempre o dedo a alguém, seja esse alguém homem ou mulher. Exemplificando: Em Portugal ainda existe a mentalidade que em casa quem tem de vestir as calças é o homem, e se for a mulher? A mulher não é descriminada, é antes de tudo admirada, colocada lá no alto "uma grande mulher, de personalidade forte" diz o povo, o homem é que o coitadinho "é um conas!" dizem. Por que é que um homem tem de ser um conas por a mulher gerir as finanças? Pois não entendo.

 

Mas não nego. As mulheres ainda são alvo de muita discriminação e isso revolta-me. Aliás eu sinto-me diariamente discriminada por trabalhar num meio que é habitualmente ocupado por homens. Mas acredito, que um homem também seja descriminado por trabalhar num mundo de mulheres. Não? Homens que me lêem e que trabalhem num mundo de mulheres, nunca sofreram discriminação?

 

Mas agora falando do meu caso em específico...

 

Não, eu não trabalho numa profissão de homem, trabalho numa profissão que tanto é ocupado por homens como por mulheres - apesar de sermos todas mulheres, tirando um moço que ali caiu recentemente de paraquedas - porque como diz uma colega, depois de entrar no ritmo até o Gervásio conseguiria executar a função na perfeição - por ser rotineiro - mas trabalho numa área de homens, numa área em que os homens não aceitam que as mulheres podem fazer parte: na área automóvel.

 

Soubessem vocês a quantidade de homens que se recusam a falar comigo porque eu sou mulher e não percebo nada disto... Por isso adoro quando estes mesmos homens se acham superiores mas depois não sabem responder a metade das questões que faço sobre os veículos que têm... E gaguejam! Adoro vê-los a gaguejar! É que eles podem estar descansados que eu não vou executar nada nos veículos, porque provavelmente abrindo o capot não distingo o motor da caixa do filtro do habitáculo, mas não me interessa conhecer a prática, porque a teoria é suficiente. E as pessoas - essencialmente os homens - deveriam de ter noção de que se ali trabalho é porque conheço o meu trabalho.

 

Não, eu realmente não percebo muito de carros, nem gosto propriamente de conduzir, mas nem por isso deixo de executar as minhas funções devidamente, até porque tive formação para a função, tenho ferramentas que me capacitam e me auxiliam nas minhas tarefas diárias, mas ainda assim temos pessoas que se recusam a falar connosco, porque acreditam mesmo que lhes vamos dar respostas erradas. É curioso quando nos pedem um contacto de um cliente difícil e é o moço que liga: todo um lobo perde a pele e se torna num cordeiro, sem arrogâncias, sem superioridades, porque falam de macho para macho. Isto confesso, revolta-me as entranhas.

 

E querem rir-se comigo? É que se eu não percebo nada de carros, o moço é duplamente mais ignorante que eu no que toca a este meio - mas os clientes acreditam mais nele do que em mim -, mas ainda assim conseguimos os dois executar devidamente o nosso trabalho. Mas confesso neste ponto dou por mim a ter pensamentos preconceituosos:

 

"Bolas é homem e não sabe isto que é tão básico?"*

 

Mas confesso que está tão enraizado na cultura o que é suposto um homem saber/gostar ou não, que dou tantas vezes por mim a cometer esse erro, por isso como podemos pedir a toda uma sociedade com pessoas de tantas idades que esqueçam simplesmente tudo o que apreenderam e enraizaram até aos dias de hoje? Não se pode... Só se lhe pode pedir que seja uma sociedade mais compreensiva. Por isso eu ultrapasso sempre que possível o meu preconceito e sou compreensiva com os outros, e só desejo que os outros partilhem dessa compreensão comigo.

 

Acho que ainda estamos a anos-luz dessa compreensão devida, mas acho que para lá caminhamos.

 

 

*Bolas Mula, 10 Avés-Marias e 5 Pais Nossos e 20 chibatadas para aprenderes a não ter esses pensamentos.

Alfabeto Literário #T Três dos meus livros preferidos de sempre

Três dos meus livros preferidos de sempre:

Pergunta difícil, tenho tantos livros que adoro. Mas decidi-me por uma estratégia: dentro dos meus favoritos, os primeiros três que me vieram à cabeça.

 

 

A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón

Cuja opinião encontram aqui.

 

 

Herdeiros do Ódio, de Virgina C. Andrews

Cuja opinião encontram aqui

 

 

Para onde vão os guarda-chuvas, de Afonso Cruz

Cuja opinião encontram aqui.

 

 

E vocês têm algum top 3 definido?

 

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Por 26 dias, eu, a Magda, a Just, a Maria João Covas, a Sofia Gonçalves, a Alexandra, a Drama Queen, a Caracol, a Gorduchita, a B♥, a Sandra.wink.winka Fátima Bentoa Happya Carla B. e a Princesa Sofia  responderemos a 26 perguntas sobre livros, tendo como mote o alfabeto. Às 14h das segundas, quartas e sextas, cá estaremos com este desafio. Não se esqueçam de visitar os restantes blogs para verem as várias respostas.

 

Boas Leituras!

No dia em que eu vi um homem morto na berma da estrada...

Porque estou de férias, e porque nas férias acontecem sempre situações parvas - devo dar largas à imaginação, não sei... -, lembrei-me de uma situação que aconteceu há uns anos numas férias a dois. Algures ali entre 2008 e 2010.

 

Estávamos para os lados do Alentejo, creio que foi para os lados de Santiago do Cacém, numa estrada tipo via rápida daquelas que tem um separador no meio com árvores giras, acho que ia a caminho do Bafoca Safari Park. Estamos a circular normalmente, descontraídos e eis que olho de esguelha e vejo um corpo na berma da estrada.

 

 - Viste? - Pergunto-lhe.

 

Não viu. Pois claro estava a conduzir, não viu. Expliquei-lhe o que tinha visto, fiquei mesmo perturbada. Um corpo morto ali na berma da estrada em Portugal... Não parecia real, parecia tirado de um filme de terror qualquer. Não estava ali ninguém à volta, nem bombeiros, nem polícia e pelo que vi olhando para trás, ninguém parava ou abrandava, e assim seguia a vida. Mas eu não me sentia bem e pedi-lhe para voltar para trás, que queria perceber o que tinha acontecido, que era melhor chamar alguém. Vês muitos filmes, Mula. Dirão vocês, mas eu sei bem o que vi.

 

Pior é que estávamos num ponto que não dava para fazer inversão de marcha. Andamos imenso para chegar a um ponto e voltar tudo para trás, para depois voltarmos a fazer inversão de marcha para voltarmos a fazer a estrada no sentido correcto, onde tinha o dito corpo. Não nego, estava assustada. O Mulo dizia que não podia ser, mas eu sabia bem o que tinha visto.

 

Uns bons quilómetros depois, algum tempo mais tarde, eis que chegamos ao ponto onde estava o corpo...

 

... Era só uma árvore que tinha caído mal coberta por uma espécie de lona.

 

 

 

Sim vocês têm toda a razão, eu devo realmente ver muitos filmes...

 

Ainda tentei perceber se era mesmo ali, se no tempo em que fomos dar a volta o corpo não teria sido levado... Não, era mesmo ali e era só mesmo uma árvore!

 

Curtas do dia #769

De volta ao Porto e está este tempo frio e feio... Acho que é caso para dizer: Quero voltar - literalmente - para a ilha!

 

por falar em frio... Tenho no próximo sábado um casamento e porque o meu vestido é de verão - compridão, mas todo "descapotável" - imagino que vá sofrer dos frios.

 

Ajudem-me lá: casacos que fiquem bem com vestidos longos sem parecer que vou emigrar para a Sibéria? Sim porque deve estar frio mas também não quero exagerar... 

Alfabeto Literário #S Série que começou e precisa acabar

Série que começou e precisa acabar:

Vocês sabem, não gosto de Harry Potter, e outros que tais, no entanto não acho que exista algo que não deva existir porque se foi criado e tem público então é porque alguém aprecia. Por isso se é algo que vende, é deixar existir, agora há por aí muitas sagas que eu simplesmente nunca irei aderir por isso existirem ou acabarem é-me indiferente.

 

Alguma série que queiram ver exterminada desse lado?

 

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Boas Leituras!

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.