Finalmente terminei de ler Acasa dos espíritos de Isabel Allende e finalmente pude devolvê-la à sua fiel depositária. Confesso que já não me lembrava de demorar tanto tempo a ler um livro, é mais um daqueles casos cujo problema sou eu, não ele, mas enfim. Terminei é o que importa.
A Casa dos Espíritosretrata a história da Família Trueba, uma família chilena, ao longo do século XX. Apesar de ser uma história romanceada desta família, este livro relata paralelamente o movimento de esquerda revolucionária chilena até ao golpe de estado de 1973 pelas forças armadas chilenas que matou o presidente chileno, Salvador Allende - primo do pai da escritora - e que vitimou muitos civis.
Esteban Trueba na história foi um dos homens que mais esteve envolvido contra o movimento de esquerda. Era um homem de ideias extremistas, muito conservador, defensor da pátria e dos patrões. Esteban era um homem violento, com frequentes acessos de raiva, e devido ao seu poder, ninguém lhe faz frente. Este casa-se com Clara, uma jovem muito diferente, que com nada se importava e que possuía poderes místicos, conseguindo mover saleiros com a mente e comunicar com espíritos, esta consegue ainda prever o futuro, e com isso vamos tendo algumas informações do que acontecerá mais tarde, apesar de não sabermos efetivamente como. Clara é a única que durante algum tempo consegue controlar o marido, mas não será sempre assim. Deste casamento nasce Blanca, Jaime e Nicolau, também eles muito distintos entre si e que vão tendo papéis muito diferentes na história. Com o desenrolar da história Esteban acaba por afastar toda a família de si. Nenhum dos filhos se dá verdadeiramente com o pai, e só quando a sua neta Alba - filha de Blanca - nasce é que Esteban dá sinais de começar a amolecer.
Esta história é narrada por três narradores, o que dá uma visão bastante global e diferente da história: É narrada por Esteban, por Clara e por Alba e que se baseia nos diários escritos por Clara ao longo da vida e não é uma história narrada no presente. A história é contada olhando para um passado, com as devidas emoções da vida que não correu como deveria, e com um certo pé na nostalgia e no arrependimento.
A Casa dos Espíritos é uma história muito completa, muito sul americana - com imeeeensas mortes -, e muito moderna para a época. É uma história que à parte de tudo, relata a história de uma mulher que ama outra mulher. De uma mulher que toda a vida ama um homem de uma classe social inferior e cujo maior inimigo é o próprio pai da moça. É uma história que demonstra que não há regimes políticos perfeitos e que retrata o sofrimento de um povo cujos políticos não se entendem. É uma história que consegue dividir o leitor em certa medida. Exemplificando. Esteban Trueba decide reedificar a terra Las Tres Marias que era da família e que desde a morte do pai estava ao abandono. Sem Trueba o povo não sabia cultivar, as casas estavam apodrecidas e as pessoas passavam muitas necessidades. A chegada de Trueba foi uma alegria, conseguir reerguer a terra, o povo voltou a ter trabalho, e Las Tres Marias passou a ser uma referência da região. Aquelas pessoas passaram a ter trabalho, passaram a ter o que comer e passaram a ter melhores condições de vida. No entanto, com a ascensão do comunismo isso não era suficiente - e não o é, efetivamente - e o povo começou a rebelar-se contra os patrões. Quando o comunismo voltou a chegar ao poder, a terra voltou a ficar mal parada - porque ninguém trabalhava para outrem - e tudo voltou a ficar destruído. Ou seja, o povo precisava de alguém que o gerisse, e a verdade é que cada um reger-se por si, não dá bom resultado, e vários episódios da história portuguesa e mundial demonstram isso mesmo. Então o livro divide o leitor: porque se por um lado queremos apoiar os comunistas porque realmente os trabalhadores merecem melhor, por outro lado sabemos o que é que vai acontecer se os apoiarmos. No final, com o golpe de Estado tudo piorou e instalou-se inevitavelmente uma ditadura onde muitas atrocidades foram cometidas, inclusive contra a família Trueba que até então era intocável..
Esta é uma história incrível, muito tocante, muito bem escrita - apesar da edição que li estar cravadinha de gralhas ortográficas - no entanto a temática não me envolveu o suficiente para querer devorar o livro como gosto, não me motivou e por isso confesso, foi um livro que me aborreceu mais do que me divertiu. É para mim um livro demasiado político, demasiado histórico, demasiado descritivo, e são tudo características que não aprecio num livro, no entanto, sei separar as águas e tenho perfeita consciência que é um livro muito bom, só que não é um livro para mim.
Agora, quero ver o filme! Mas confesso-vos desde já que Antonio Banderas e Pedro Garcia Tercero são tão diferentes do que eu imaginava, e a Meryl Streep e a Clara não têm nada que ver! Acho que vai ser daqueles filmes que nenhuma das minhas personagens vai encaixar ali, mas estou curiosa para ver como é que transformaram esta trama tão densa num filme.
Dizer que não entende a minha frustração por ter deixado de perder peso, dizer que já estou bem e ainda acrescentar "daqui a pouco estás um pau de virar tripas" quando sabe perfeitamente que não é verdade...
Sempre assumi publicamente - porque é verdadeiramente o que sinto e não porque possa parecer bem, porque a falsa modéstia não assenta bem à Mula - que esta loucura de concurso criado pela Magda por pura brincadeira e que acabou por ficar com imenso trabalho sem contar, era pura brincadeira para a Mula. No entanto, é inevitável a alegria de ver o curral na lista dos 5 mais nomeados, não porque faça alguma diferença no final - porque efetivamente não faz -, mas porque é no fundo uma forma de reconhecimento. Significa - mais do que tudo - que há quem me leia e quem goste de me ler, e é impossível não ficar maravilhada com isso. Isso acontece em cada Follow Friday que se lembram de mim, em cada lembrança à minha pessoa, e acima de tudo em cada comentário onde demonstram que me conhecem já tão bem, e tão melhor que tanta gente que faz parte do meu dia-a-dia.
Mais do que todos os prémios deste mundo, vocês diariamente a ler os meus desvarios são a minha recompensa.
Estou na categoria generalista com quatro grandes blogs - não bloguers que este concurso é outro-, e sei que o fictício Sapo do Ano 2017 será bem entregue a qualquer uma de nós, porque a verdade é que somos 5 pessoas que se dedicam afincadamente por algo que é meramente filosófico, meramente espiritual. Há algo de muito pessoal em casa um destes blogs, todos tão diferentes e tão pessoais, sem máfias na manga ou planos obscuros. Sigo cada um dos quatro blogs que aqui estão nomeados e tenho a certeza que mesmo sem headers ou fundos personalizados, distinguiria cada uma das escritoras se apenas visse um texto em fundo branco sem qualquer alusão. Acho que é isso que faz um blog ser único e longe de mim imaginar em 2015 - quando criei este curral - estar nomeada juntamente com os grandes do Sapo, num concurso que jamais imaginei que alguém se fosse lembrar. É sem dúvida uma grande honra, até porque ainda sou muito bebé por aqui.
Falo destes outros quatro blogs, porque é onde a Mula está inserida, mas a verdade é que há tantos e tão bons blogs nas outras categorias, e tantos e tão bons blogs que não passaram a esta fase.
Poderia pedir-vos para votarem na Mula como se não houvesse amanhã, mas não o vou fazer.
Votem naqueles blogs que mais adoram, que mais vos fazem sentido e que mais vos acompanham no dia-a-dia. Votem até dia 14 de Dezembro. Por muito difícil que seja a votação - que em muitas categorias assim é - a verdade é que há sempre algum que se sobressai nem que seja por míseros milímetros. E pois claro, votem na Mula se isso vos fizer sentido, mas qualquer uma das meninas - a blogosfera está mesmo carregada de estrogénio pá! - merece o Sapos do Ano 2017!
Por isso, boa sorte a todos e a todas em todas as categorias e acima de tudo, leiam o que a Mula vos escreve: Divirtam-se e sejam felizes, sejam acima de tudo vós mesmos independentemente de concursos, nomeações ou votações.
Mais do que o que o blog provoca aos outros importa o que o vosso blog vos provoca.
Coisas que a Mula adoooora ouvir (ler à moda da Foz/Cascais):
"Então, o meu e-mail é, e tudo o que eu lhe vou dizer é em minúsculas e tudo pegado..."
Pergunto-me se alguém já viu algum e-mail que diferenciasse maiúsculas de minúsculas - é que eu pelo menos não, e talvez por isso se tenha estabelecido que se escreve em minúsculas - e se alguém algum dia já viu e-mails com espaços...
Ouço isto diariamente, e se não me choca ouvir de pessoas mais velhas, choca-me ouvir de pessoas que ocupam cargos altos em empresas conhecidas da nossa praça... Ou então, não tem nada que ver com cultura, e acham a Mula é burra que nem uma porta - às vezes confundem as espécies - e é necessário referir estes pormenores...
Continuo na luta, continuo com o meu regime, a cometer as minhas facadinhas ali e acoli como sempre fiz - e que nunca me impediram de obter resultados - mas agora simplesmente deixou de resultar, já não perco peso. Neste último mês não perdi peso. Vá perdi, míseras gramas. Não é nada. Não é mesmo nada. E agora o Natal está à porta, o desejo por pão-de-ló e rabanadas anda ao rubro e não sei o que fazer à minha vida.
Sei qual é a solução. Sei que inscrever-me no ginásio era uma solução. Mas também sei que ir ao ginásio implica abdicar de um tempo que eu agora não tenho. Que implicaria acordar mais cedo - que eu odeio - ou então chegar a casa ainda mais tarde - e eu já chego tão tarde - e ainda implicaria abdicar das minhas folgas - ou pelo menos de uma, que é tão essencial para ter a minha casa em ordem. Sinto-me desorganizada. Parece que tenho cada vez menos tempo. Por esta altura já deveria de estar abaixo dos 70 e isso não está a acontecer e confesso que me começo a sentir frustrada... E já se sabe o que acontece quando me frustro: fico com mais fome, como mais, engordo em vez de emagrecer e começa tudo de novo.
Curiosamente foi neste peso que empanquei há dois anos atrás quando fiz por minha livre e total espontânea vontade dieta sem qualquer ajuda ou plano, para ir minimamente linda e maravilhosa para o casório.
Hoje pela primeira vez não apareci na consulta de nutrição. Sinto-me tão mal que não consegui... Sinto-me culpada.. Ainda que não tenha tido assim tanta culpa porque continuo a seguir o plano.
Vi um ginásio aqui perto de casa: tem bons preços e a minha querida aula de Pilates existe à noite, por volta das 21h30 e daria para eu ir depois do trabalho. Mas depois penso: Estamos no inverno, e provavelmente iria converter-me na melhor cliente do ginásio: a que paga e não ocupa lugar, e isso deixa-me como uma maluquinha no meio da ponte...
Às vezes penso como é que fui capaz de recusar por algumas vezes publicidade paga aqui no blog. Depois entro num blog cheio de pop-ups e lembro-me porque o fiz. Irra que esta coisa da publicidade é tão, mas tão, mas tão irritante!
A Mula é bicho, mas odeia bicharocos. E esta é só mais uma história de um bicharoco que apareceu no quarto da Mula a horas indecentes, como tantos outros... Tantos outros. Ai como é horrível viver no mato.
Mula chega a casa, literalmente tarde e a más horas e vai-se deitar. Já a meia luz, enquanto toma os seus 254 comprimidos para as alergias, olha para a porta do quarto e vê algo que não é suposto. Era "só" mais um bicharoco indesejado.
Mula vai buscar inseticida. Mula borrifa inseticida em todo o bicho. Mula sente remorsos pelo bicho estar a demorar demasiado tempo a morrer e imagina o pobre bicho a sufocar. Mula quase chora porque o bicho está a sofrer e não tem coragem de o esmagar porque o bicho tem carapaça. A Mula, sabe-se lá porquê, não esmaga bichos com carapaça. Mula sente-se mal porque bichinho está a abanar as anteninhas e a tentar andar e só pensa que o bichinho está a definhar. Também não queria abusar do inseticida porque era suposto deitar-se para dormir dali a alguns minutos.
Eis que o puto do bicho levanta voo.
Cadê a Mula? A Mula desapareceu, pois claro.
Bicho toma de assalto o quarto da Mula e faz um barulho horrendo a voar. Bicho voa contra a parede - que a Mula viu pela frincha da porta do quarto entreaberta. Bicho voa contra o candeeiro da parede. Bicho deixa de se ouvir. Bicho desaparece. Mula perde todo o sentimento de pena pelo bicho. Mula passa a odiar o bicho.
Pânico! Oh pânico!
Mula de inseticida numa mão, chinelo noutra mão olha para todo o lado. Eis que a Mula acha que o bicharoco só pode estar no meio dos lençóis.
Pânico! Oh pânico!
Mula encontra o bicho no toucador, a caminhar como se nada se passasse. Mula ganha coragem, Mula bate com o chinelo. Puto do bicho não morre.
Pânico! Oh pânico!
Mula ganha coragem enrola metade de um rolo de papel higiénico numa mão e pega no bicho. Bicho vai pela sanita a baixo.
Mula dorme tranquilamente satisfeita com a sua valentia!
Sobrevivi pois. Comprei como se não houvesse amanhã, sem sair do lugar, sem filas e enquanto trabalhava... Pensando bem, eu sobrevivi, mas tenho dúvidas que a minha conta bancária possa dizer o mesmo...
E desse lado, quem é que se desgraçou na black friday, saturday and sunday?
Foto 1- É por altura da chuva que estas flores são mais bonitas.
Foto 2- E semana que é semana, tem de ter Baby Pulga no insta!
Foto 3- Uma coxinha de frango para animar o dia de trabalho. Estas são tão recheadas e tão deliciosas.
Foto 4- Aqui perto de minha casa tem umas plumas fantásticas, e de quando em vez uns pássaros decidem lá poisar. Delicioso, e vejo tudo da minha janela.
Foto 5- Árvore no curral feita, e com prendinhas já debaixo. É Natal no curral.
Foto 6- Numa visita ao Ikea decidi comprar para experimentar e adorei estas almôndegas vegetarianas.
Foto 7- Para dias frios e difíceis, o cafézinho é a melhor companhia.
Foto 1- E não é só o curral que está enfeitado. Também já tratei dos enfeites no local de trabalho. É Natal, É Natal!
Foto 2- Na nossa vida também é assim. Para alcançar-mos algumas portas temos de subir algumas escadas. Uma recordação de uma ida a Guimarães.
Foto 3- Baby Pulga a fazer o que ele sabe fazer melhor: A ser lindo e fotogénico.
Foto 4- Encontrei este coelhinho aqui numa loja próxima e que vontade de o trazer comigo... Mas acho que o Pulga não iria achar piada.
Foto 5- E porque já se sente frio, esta semana já se ligou a lareira.
Foto 6- Aqui mora a Mula. Mas pelo sim e pelo não, não comecem a tocar à porta, que esta é uma banal decoração e ainda tocam à porta errada.
Foto 7- Gatos de rua com aspeto de frio... Fico de coração partido. Mas imagino que os animais estejam habituados ao frio, na natureza assim é e não há mantas nem lareiras para os aquecerem.