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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

A Mula também experimenta coisas e fala sobre isso #16 Bed Head By Tigi

Esta sempre foi uma marca que me intrigou. Com um design atrativo, bom humor - adoro o nome do champô Dumb Blond! - embalagens com cores vivas, confesso que durante muito tempo pensei que fossem apenas produtos da moda, engraçados mas com pouca qualidade, ou com qualidade igual aos produtos de supermercado. Como sou ignorante meu Deus!

 

Comprei o primeiro produto da Bed Head numa promoção que encontrei na showroomprive só mesmo para experimentar e desde então que são os meus produtos de eleição. Eu que basicamente só usava Revlon e Loreal no meu cabelo, apaixonei-me pelos produtos da Tigi e tão cedo não conto mudar.

 

O primeiro champô da Bed Head que experimentei foi o Colour Goddess:

 

 

É um champô que promete cuidar das cores vibrantes, como o meu ruivo. É enriquecido com pró-vitamina B5, vitamina E, óleos diversos e queratina, prometendo devolver a suavidade e o brilho dos cabelos que são submetidos a colorações que tantas vezes deixam o cabelo baço e áspero. Não são só promessas, sem dúvida que este champô cumpre o que promete. Ao contrário dos champôs que limpam mais em profundidade, este não desbota o cabelo e a cor dura muito mais tempo sem retocar.

 

Tendo-me apaixonado pelo Colour Goddess comprei, por necessidade, um outro que fui lavando intercaladamente: o Catwalk Headshot.

 

O Catwalk Headshot é indicado para cabelos danificados. A grande vantagem deste é que contrariamente a outros champôs de reconstrução, é indicado para cabelos pintados, e enquanto ajuda os fios a ganharem outra vida protege a cor. Muitos outros champôs que utilizei de reconstrução danificavam muito a cor e neste não verifiquei isso. Este champô serviu o seu propósito muito bem, usava-o intercalado com o colour goddess e era indispensável essencialmente após as colorações. Depois fui para os Açores, estraguei o meu cabelo todo nas águas termais que me escureceram o cabelo. Para corrigir isso, descolorei o meu cabelo - não consegui comprar o ColourB4, comprei um da Revlon que era mesmo descolorante e não correu muito bem -  e o meu cabelo ficou mesmo muito estragado. Continuei a usar este produto, a usar muito sérum mas tive que aumentar a potência, porque apesar de já ter cortado um bom pedaço de cabelo o bicho continuava muito fraco.

 

Eis que chego ao terceiro produto - neste caso a gama completa, que para grandes males, grandes remédios - que é o Kit Ressurration cujo nome é Urban Antidote Resurrection 3, ou seja, promete ressuscitar cabelos até estragos de grau 3 e é composto por champô, condicionador e máscara:

 

 

A verdade é que fui adiando o que não podia ser adiado, eu já deveria de ter cortado o meu cabelo há muito tempo, porque o que acontece é que quando as pontas ficam danificadas, o estrago vai subindo, vai subindo, vai subindo, e a única coisa que acontece é que quando chegar a altura de cortar vamos ter de cortar muito mais. Pois que estou com o cabelo bem curtinho e escureci o cabelo para ver se intervalo mais as colorações, o meu cabelo precisa de uma pausa.

 

Como não quis cortar muito à frente, comprei este kit na esperança de não ter de cortar as pontas da frente - estou com um corte escalado de trás para a frente, também conhecido por medium bob. Tinha este kit a caminho, chegou há duas semanas, e olhem foi a minha salvação.

 

Já estava em casa a chorar que também iria ter de cortar bastante à frente uma vez que parecia palha de aço, e assim só iria ficar com o cabelo ultra curto até que pensei: perdida por 100 perdida por 1000. Lavei de imediato o cabelo assim que os produtos chegaram a casa, coloquei a máscara e deixei secar ao natural. As pontas continuaram assustadoramente secas. Então, decidi colocar um pouco de máscara só nas pontas e fui dormir. De manhã pareciam ainda mais horríveis, mas mal molhei o cabelo, tão fofinhas que afinal estavam, só estavam feias por terem ali produto depositado. E assim aos poucos começo a recuperar as pontas do meu cabelo, e o meu cabelo em geral, e ao fim da terceira lavagem, senti que estava realmente muito melhor, significativamente mais saudável. Funciona mesmo, felizmente.

 

 

Algo que adorei em todos os champôs da Bed Head foi o cheiro. Todos os produtos da Bed Head têm um cheiro muito bom: o Colour Goddess tem o cheiro entre o caramelo e a baunilha, o headshot cheira a pastilha elástica daquelas tipo bubaloo e de acordo com o Mulo o ressurration cheira a melancia - demorei a perceber a que cheirava só sabia que cheirava bem e cheirava a fruta. Por isso quanto mais não seja ao lavarmos com Bed Head ficamos todas cheirosas, mas a grande vantagem é que são produtos mesmo muito bons!

 

Alguém que já tenha usado produtos desta marca? Qual é a vossa opinião?

 

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Por muito que gostasse este produto não é patrocinado, todos estes produtos foram adquiridos por mim, mas Tigi, se me estiveres a ler, patrocina aqui a Mula que a Mula promete elevar todos os vossos produtos num pedestal banhado a ouro!

Sr. Pulga, Sr. Doente

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O meu Pulga é um gato com pouca saúde. Para além dos acessos de raiva que por vezes lhe dá e que ninguém compreende, também tem problemas urinários e durante vários meses andou medicado para os cristais na bexiga. Felizmente encontrei uma ração que o permitiu deixar a medicação e tem andado bem, há vários anos que não tem nenhuma crise renal. 

 

Semana passada começou a vomitar todos os dias. Inicialmente só à noite - achei que comia à pressa por causa do frio e não liguei - e então mudei-lhe o quarto de sítio. Depois começou a vomitar também durante o dia - aqui comecei a ficar preocupada, mas como continuava enérgico e continuava a comer fui deixando andar - e uns dias depois deixou de comer - estranhamente continuou enérgico... - e bebia muito mais do que o normal. Levamo-lo ao veterinário na segunda-feira. Passei o fim-de-semana com o coração nas mãos. A veterinária disse que era uma virose e que ele estava com uma inflamação ocular e na garganta e era por isso que vomitava - ardia-lhe a comer e ele acabava por deitar tudo cá para fora - e então deu-lhe uma injeção com antibiótico, com o objetivo de dar a segunda dose de antibiótico dois dias depois. Ontem levou a segunda dose de antibiótico e a garganta dele já estava bastante melhor apesar de ele continuar a comer muito pouco - húmida ainda come, mas seca está mais difícil. Na apalpação encontraram-lhe um papo na tiroide...

 

Vai então fazer uma ecografia para a próxima semana para despistar a possibilidade de tumor na tiroide... 

 

É que este gato não me dá descanso.

 

E é assim... Quase a fazer dois anos da morte do meu Mimo, tenho o meu Pulga doente, curiosamente o Pulga está com a mesma idade do Mimo quando morreu... Eu não quero pensar nisso mas... É inevitável não fazer associações é inevitável não me preocupar, é inevitável não sofrer com tudo isto...

 

Bolas, mas porque raio tenho eu animais? Sofro demasiado com eles... Eu não deveria de ter animais...

Curtas do dia #889

Ontem e antes de ontem a Mula era fit. Hoje a Mula é apenas gelatina! Sinto-me como se tivesse sido agredida por um lutador de sumo e depois projetada e atropelada por um camião na autoestrada. Por tudo isto, hoje é possível que eu comunique apenas com os olhos: se piscar uma vez é sim, se piscar duas vezes é não. Se não piscar... Pode dar-se o caso de ter morrido. Esclarecido o manual para hoje...

 

... Bom dia alegria!

 

 

P.S.: Sabes que não és uma pessoa fit quando te esqueces de fotografar o primeiro dia de ginásio! Nem uns pés, nem uma máquina, nem o suor. Zero! Decididamente não tenho jeito para isto.

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: O Passageiro

Domingo que se preze tem, em casa ou fora dela, uma noite - pode ser uma tarde também - de cinema e desta vez e pela primeira vez em 14 anos  - estou a ser injusta, acho que foi na realidade uma segunda vez - o Mulo escolheu o filme. Queria ir ver O Passageiro. Já tinha visto o trailer, já me tinha interessado o suficiente e lá fomos nós. Posso  já adiantar-vos e poupar-vos à review: Adorei o filme. Ide, ide, ide!

 

 

O Passageiro conta a história de Michael McCauley, ex-polícia e atual vendedor de seguros que de um dia para o outro - e atualmente com 60 anos - é despedido da empresa onde trabalhava, sendo que é este despedimento que despoleta todo o filme. No comboio, durante a viagem para casa, Michael é abordado por uma misteriosa mulher que lhe coloca um desafio: Há uma pessoa que não pertence àquele comboio e ele, como passageiro regular, deveria de descobrir essa pessoa e sinalizá-la, sendo que tem apenas como pista que essa pessoa possui uma mala qual o seu destino final - o fim da linha daquele comboio. Para que Michael iniciasse a sua procura foram-lhe oferecidos 25.000 dólares - que estariam escondidos numa casa de banho e que ele só teria de procurar se aceitasse o desafio - e se concluísse a tarefa com sucesso receberia mais 75.000 dólares. Desesperado e numa altura em que precisava de dinheiro pois estava desempregado, Michael McCauley procura os 25.000 dólares, encontra-os e implicitamente aceita o desafio, mas o que lhe parece um mero capricho de uma mulher misteriosa, rapidamente se transforma num pesadelo e Michael descobre que o objetivo é abater essa pessoa, ainda que esteja longe de compreender o motivo. Quando tenta desistir percebe que está a ser vigiado e controlado ao pormenor e percebe que a sua família está em risco, por isso desistir não é uma possibilidade. Será que Michael McCauley  vai ser capaz de superar o desafio?

 

O Passageiro é um filme que parte da aborrecida rotina diária, que poderia ser a rotina de qualquer um de nós, e transforma-se num grande filme de quebra-cabeças. É um filme emocionante, cheio de suspense e de ação. É um filme enervante, é um filme que nos prende do início ao fim. 

 

É um filme que nos faz questionar as nossas decisões ao estilo: E se fosse consigo? E nós, aceitaríamos 100.000 dólares sem saber as consequências? Até que ponto estamos dispostos a prejudicar um desconhecido em nosso proveito?

 

É um filme com algumas falhas, que tornam o filme irreal - felizmente mais na reta final do filme - como já vem sendo típico nos filmes de ação, mas é no entanto um filme que vale muito a pena com um grande papel do Liam Neeson.

 

Quem é que já viu o filme? O que acharam?

São apenas quatro os passos para controlar a ansiedade...

... de acordo com a bíblia e um site todo modernizado da bíblia.

 

(imagem retirada daqui)

 

Já podiam ter avisado há mais tempo. É que a minha avó dizia que no tempo dela não existiam estes problemas e então achei que na altura em que escreveram a Bíblia também não existiriam... Então não sabia que nela se encontravam as respostas. 

 

Não sou de fazer paródia, não sou de falar de religião até porque toda a gente tem direito a acreditar no que quiser. A sério que acredito mesmo nisto que estou a dizer. Aliás, eu acredito em Deus. Não num Deus de cabelo comprido, mãos e pés esburacados e espinhos na cabeça (e nem este era Deus, ó céus que não estou mesmo bem da cabeça), mas acredito num Deus à minha maneira, que mais não é que uma espécie de energia positiva que nos poderá ajudar nas horas más, porque acreditar é meio caminho andado para o sucesso. Acredito também que as pessoas quando deixam a terra deixam uma energia que também poderá ser usada a nosso favor ou contra nós.  Mas vá, não é para falar sobre crenças nem sobre religiões que perdi a preguiça e acedi ao blog e carreguei ali no botãozinho de Novo Post, por isso adiante. Vamos lá saber como controlar a ansiedade de uma vez por todas.

 

Ontem, quando procurava uma imagem para ilustrar o post onde vos falava sobre a minha ansiedade encontrei um artigo: 4 Soluções da Bíblia para controlar a ansiedade, certo. Um ponto positivo para a palavra "controlar" e não "curar" mas ainda assim atentemos nas soluções fáceis e rápidas para praticarmos quando estivermos a ter um ataque de ansiedade.

 

Ora a primeira é óbvia, esta até eu sabia antes de abrir o artigo: Rezar. Ou seja, estão numa multidão, entram em ansiedade porque estão a ver muita gente à vossa volta? Estão num exame importante para terminarem a licenciatura e dá-vos uma branca e entram em pânico? Rezem. Rezem que tudo passa. Olhem que eu um dia rezei para um teste de matemática e a coisa resultou! Palavra de Mula! Se vos der um ataque destes para os lados de Alepo é que se calhar é melhor não irem por este caminho... Só um conselho parvo da Mula.

 

Segunda solução: Dar a ansiedade para Deus. Confesso que esta é a que mais me agrada, e com a qual eu mais concordo. Aliás se algum dia tiver oportunidade de privar com Deus, vou entregar-lhe a minha ansiedade como prenda, a parte chata aqui, é que ele é extremamente ocupado e então é complicado - ainda por cima numa altura de crise que mal articulamos palavras - andar por aí a perguntar onde é que anda Deus, se alguém viu Deus... A coisa pode não ser fácil e entregar encomendas por outras pessoas não costuma dar bom resultado. Pior. Imaginem uma pessoa a ter um ataque de ansiedade, com a típica cara de perdido no mundo e ainda por cima a perguntar onde é que anda Deus. É possível que venham uns senhores de camisa branca ter com essa pessoa e levá-la para um sítio onde tudo é branco. Por isso cuidado com esta, apesar de ser, para mim atenção, a melhor se fosse possível claro, porque pelo menos assim resolvíamos a questão de uma vez.

 

Terceira solução: Confiar em Deus. Esta não será, neste caso, possível porque se ele não aparece para lhe dar-mos a ansiedade como é que podemos confiar nele?... Não é, como explicar... Compatível. É mais ou menos como uma empresa: se existe um funcionário que nunca aparece, ninguém pode confiar nele para o trabalho ser feito. Certo? Pois, é só e apenas por aí.

 

Quarta e última solução: Procurar encorajamento. Entendo. Aliás, esta é aquela que menos me agrada - por fazer mal à carteira - mas é a que me parece mais viável. Deus não aparece para lhe entregarmos a ansiedade por isso não lha podemos confiar. Rezam... se forem como eu sabem muito poucas orações e aquelas que sei não me devem levar a lado nenhum. Só nos resta procurar um encorajamento que é como quem diz um psicólogo. Na ausência de Deus, os psicólogos são de certa forma seus secretários, seus substitutos.

 

O artigo termina da seguinte maneira: "Com a ajuda de Deus, você pode controlar a ansiedade!"

 

Na volta Deus está a dar consultas no Serviço Nacional de Saúde, e na volta é como tratar um problema tipo o meu da rinite crónica. Estamos inscritos, UM DIA vamos ser atendidas, UM DIA um médico da área vai falar connosco, mas esse dia ainda não chegou, temos de esperar. Com Deus será certamente assim também. Tenhamos esperança no futuro.

 

Assim como assim, depois deste artigo Deus já não vai querer falar comigo por isso é melhor saltar logo para o psicólogo - não que esteja associar a psicologia ao inferno ok? - para não perdermos mais tempo.

 

Vá, agora venham queixar-se à Mula que andam ansiosos, que levam logo com este link para verem como são as coisas! Quem é amiga, quem é?

 

 

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P.S.: Confesso que estou curiosa para ver quantos seguidores é que vou perder à custa desta brincadeira!

Curtas do dia #888

Desde ontem que sou uma Mula mais fit, mais saudável, mais tudo.

 

Inscrevi-me finalmente, num ginásio. Não, ainda não fui dar o corpo ao manifesto mas se soubessem a canseira que foi subir escadas, descer escadas, preencher papelada, dar cartão e tirar cartão, que saberiam o quão mais fit eu estou!

 

E é (já) hoje que vou à humilhação da avaliação física... Que sorte a minha que sou a primeira pessoa a rir de mim mesma.

Padeço de uma ridícula ansiedade

(imagem retirada daqui)

 

Não sei bem o que quero, mas sei que quero já!

 

Dizem que esta frase é um dos lemas das pessoas do signo carneiro. Não sei se é verdade, mas de facto é um dos meus lemas/defeitos/o que lhe quiserem chamar e sou do signo carneiro mas pode efetivamente ser pura coincidência. 

 

Sofro de um nível estúpido de ansiedade. Duma ansiedade dispensável - e não serão todas? - e que tantas vezes me tira o sono. Tenho um grave problema: quando coloco uma ideia na cabeça não descanso até concretizar. Seja uma mudança em casa, uma compra de algum produto, uma conversa, o que seja. E quando digo que não descanso é mesmo porque mentalmente não consigo deixar de pensar.

 

Ainda por estes dias não conseguia dormir porque queria colocar uns cortinados no quarto de arrumos. Simplesmente lembrei-me onde estavam os suportes para aplicar o varão e por mim levantava-me da cama naquele preciso momento - eram apenas 4 horas da manhã... - e ia aplicar os cortinados, mas depois lembrei-me que precisava de um escadote porque não chegava aos furos e comecei a enervar-me porque queria mesmo muito, às quatro da manhã colocar os cortinados num quarto que só serve para guardar a minha roupa... E serve também para estender roupa quando não dá para pôr lá fora, e ainda serve para, ter lá uma série de arcas de arrumos que não cabem em mais nenhum lugar da casa. Muito importante colocar os cortinados naquele dia, àquela hora, naquele preciso local, certo? Certo, para mim era e nessa noite não consegui dormir.

 

Em tempos cismei porque cismei que tinha de remodelar um móvel que serve de mesa de apoio aqui em casa. Fui de imediato ao chinês comprar vinil para aplicar. Enquanto fui passeei, vi mundo, arejei e a ânsia passou. Ainda hoje o vinil está fechado no seu invólucro algures na despensa e até já sobreviveu a uma mudança de casa. É assim. É só parvo.

 

Quando o Mulo me pergunta se tenho fome e eu fico a pensar se tenho e não tenho e decido que até tenho, ele tem pouco tempo até encontrar um local para comermos caso contrário fico rabugenta quase a roçar o insuportável. Até àquele momento eu não me tinha apercebido que tinha fome, mas de um momento para o outro essa passou a ser a minha prioridade. À custa disto, ele goza comigo, obviamente, e quando vamos sair de casa lá começa ele: "tens fome? Não tens fome? Então e agora? E agora, já tens fome?" [tudo de enfiada, sem pausas pelo meio] no meu estado normal eu rio-me com a situação, digo que ele está a exagerar e brinco com o que ele diz. Quando estou a viver a ansiedade de querer comer "já!" acreditem tenho tudo menos vontade de rir.

 

Se tenho um texto para escrever para o blog e não tenho como o escrever naquele momento começo a entrar em stress. Começo a dizer e a re-dizer mentalmente o texto para de alguma forma se entranhar na minha memória de passarinho. É só um texto. Às vezes nem é bom, e tantas vezes não passa dos rascunhos. Mas ainda assim... É mais forte que eu. Não é algo que eu consiga controlar.

 

Consequências disto? Se estiver na cama perco totalmente o sono, como se me invadisse uma dose enorme de adrenalina. Se estiver no trabalho perco a concentração. Se estiver sozinha como compulsivamente. Se estiver acompanhada torno-me mal humorada. Em suma: Nada bom! Nada bom! 

 

Agora imaginem quando tenho problemas graves, daqueles a sério, como quando andei em tribunal com o meu antigo patrão. Soubessem vocês as noites que passei em branco sem sono e no dia seguinte fresca que nem uma alface como se tivesse dormido mais de oito horas. É uma estranha adrenalina que se me injeta no corpo e me corrompe.

 

Depois passa e quando passa, eu volto a ser eu, novamente: paz, amor e calmaria. Felizmente este tipo de "ataques" têm diminuído a frequência, mas de quando em vez lá dão o ar da sua graça, sem terem graça alguma.

 

Não sei se há alguém desse lado que me compreenda, que saiba que merda é esta de ansiedade parva que me mói a alma, me faz acelerar o coração, roer os lábios, agitar o pé, bater com as unhas nas mesas e olhar para o relógio a cada 2 minutos. Não sei se alguém sabe o que é viver assim, nesta ânsia desesperada de precisar de algo "já", no "agora" no "momento". É cansativo. Posso garantir-vos que é muito cansativo. Mais do que cansativo... É desgastante.

Curtas do dia #887

O Mulo viu um episódio da SuperNanny. Nem 5 minutos depois pergunta-me: "A sério que há crianças assim? Tens a certeza que ainda queres ter filhos?"

 

Tenho cá para mim que a taxa da natalidade vai decrescer bastante, uma vez mais...

 

É que pensando bem, se tenho o azar de ter uma criança assim eu não tenho: nem paciência para aturar as birras, nem dinheiro para mandar a criança para um colégio interno, nem disponibilidade para andar nas consultas com o otorrino porque a única solução seria ensurdecer...

 

Meninas e meninos que ainda não são pais: Este tipo de crianças faz-vos pensar duas vezes?

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.