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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Desafio de Cinema | 52 filmes em 52 semanas

#18 Don Corleone Feelings

Chicoteiem-me aqui e agora: Eu nunca vi O Padrinho... Mas é para eleger o nosso filme favorito de mafiosos não é verdade? Tinha que ser um do Tarantino pois claro. Poderia aqui escolher uma saga que eu adoro: Kill Bill. Mas acho que não é bem enquadrado com a categoria, por isso escolho o Cães Danados, que tem tanto de estúpido, como de cómico, como de mórbido e até um pouco - na realidade é muito - de nojentice!

 

 

Sobre o filme? É fácil de resumir.

O cabecilha é Mr. Joe (Lawrence Tierney) e a quadrilha é composta por seis indivíduos com nomes de cores para não serem associadas as suas verdadeiras identidades: Mr. Blonde (Michael Madsen), Mr. Blue (Edward Bunker), Mr. Brown (Quentin Tarantino), Mr. Orange (Tim Roth), Mr. Pink (Steve Buscemi) e Mr. White (Harvey Keitel). A quadrilha a mando de Joe organiza um assalto a diamantes que corre muito mal. Quem é que os tramou? Basicamente o filme gira em perceber o que é que correu mal à medida em que uns vão ficando contra os outros e começam a morrer.

 

Não sou propriamente fã de filmes violentos, mas Tarantino é a exceção à minha regra. Adoro!

 

E por aqui, quem é que viu o Cães Danados?

Curtas do dia #988

Regra para passar despercebida num local onde não deveríamos de estar:

Andar em passo apressado, de cabeça erguida como se fizéssemos parte dali, e como se pudéssemos andar por ali.

 

... Se esta regra falhar, pegar imediatamente no telemóvel e fingir que se está discutir. 

 

... Se depois disto vos continuarem a querer pôr fora dali... Bolas, vocês foram mesmo parar ao sítio errado!

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: Noite de Jogo

Já tinha saudades de ver uma comédia no cinema. Passamos por fases. Já passamos por fases em que só víamos comédias, outras que só víamos filmes dramáticos, e outras.... Vá, também já passamos pela fase em que só víamos bonecada como diz o Mulo. Desta vez fomos ver um filme de comédia dos mesmos realizadores de Chefes Intragáveis, que adorei, por isso tinha tudo para correr bem... e correu claramente!

 

 

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Max e Annie adoram jogar todo o tipo de jogos e reúnem-se frequentemente com os amigos para jogarem desde jogos de charadas a jogos de tabuleiro. Tudo corria bem até que o irmão de Max regressa e decide organizar uma festa com um jogo inesquecível. Contratou uma empresa deste tipo de eventos e alguém seria raptado e quem conseguisse encontrar essa pessoa ganharia um prémio que seria um carro. A noite começa, o irmão de Max - Brooks - é raptado e toda a gente achou que fazia parte do jogo, mas com o desenvolver da história perceberão que é mais do que um jogo e que Brooks corre perigo. Assim os amigos juntam-se todos para descobrir o mistério e salvar Brooks, mas rapidamente vão perceber que nada é o que parece, e ninguém é quem diz ser.

 

É um filme muito divertido. Para além da comédia é um filme com muita ação com muito mistério e com muitos volte-faces e por isso é um filme que nos prende do principio ao fim. Apesar de ser um filme com muita ação é um filme de comédia por isso é de esperar algumas macacadas para nos fazer rir. Não é um filme que desilude, até pelo contrário é um filme muito engraçado que surpreende e que vai além do óbvio o que nem sempre é fácil num filme de comédia onde tudo já foi feito. É um filme de comédia mas não é um filme pateta como são muitas das vezes os filmes que nos arrancam gargalhadas do início ao fim.

 

É um filme que nos põe a pensar sobre os limites, sobre o limite do razoável. Gostamos de nos divertir, mas a que custo? Excluímos os outros e criamos um grupo coeso, mas a que custo? É um filme que também fala sobre a amizade, porque o grupo de amigos está disposto a correr perigo para salvar um amigo. Mas é também um filme que fala do perigo da popularidade, do que as pessoas são capazes de fazer para se manterem ao lado de alguém sem noção dos riscos e dos perigos para se divertirem colocando outras pessoas em perigo.

 

Gostei bastante do filme e além do mais adoro a Rachel McAdams.

 

Quem é que daqui já viu o Noite de Jogo?

 

Sinto uma dor no peito...

 

 

Ele parecia tão diferente dos demais. Enganou-me bem todo este tempo... E eu que raramente me engano! Estou com uma agonia no peito como há muito não sentia. Mal dormi e passei o dia enervada.

 

Não sou pessoa de me deixar afetar, acreditem que não. Vejo. Desligo. Sigo viagem. Mas desta vez está a ser diferente... Muito diferente... 

 

E eu que torci tanto, mas tanto, mas tanto por eles. Ela merecia tanto... Mas tanto! Mas agora olho para ele, para aquele pedaço de homem, e vejo-lhe maldade no olhar. Posso estar a ver coisas onde elas não existem, mas a verdade é que algo mudou. Eu sinto que sim!

 

Sabem o que vos digo? Há mesmo muito tempo que uma série não me afetava tanto!

 

Estou completamente viciada na série Entre Canibais. Já a comecei a ver há algum tempo, mas como só dava uma vez por semana com o tempo fui-me esquecendo dela na box. De quando em vez via um ou dois episódios, mas de repente aconteceu um click. Desde que as Seis Irmãs deixaram de ser transmitidas, recomecei a ver esta série que estava em atraso. Estou a ver episódio atrás de episódio como se não houvesse amanhã, quero saber tanto o que vai acontecer a seguir e estou tão atrasada... Mas tudo corria bem, continuava a ser só uma série, entre tantas outras que eu gostava de ver. Mas eis que a dita sofre um volte-face e o meu coração se amarfanha!

 

 

 

Eis que a série ultrapassa a paixão e começa a mexer-me a sério com os nervos. Eu-não-quero-que-o-Agustín-magoe-a-Ariana-porra! Ela merecia tanto ser feliz... Mas estou a ver o caso mal parado!

 

Isto é tão estranho: Adoro séries, filmes, literatura  e tudo e tudo e tudo, vocês sabem. Mas não costumo ficar afetada. Enervo-me o que me tiver que enervar, choro o que tiver que chorar, rio o que tiver que rir enquanto a televisão está ligada mas assim que termino, sigo com a minha vida com normalidade até ao próximo episódio. Mas desta vez não foi assim! Agora já não há volta a dar: a série enganchou de uma tal maneira que preciso muito de ver tudo de enfiada, e desde que percebo que a minha personagem favorita não é bem como foi pintado desde o início que fiquei inquieta... Como se fosse comigo! Há um aperto no peito anormal.

 

Alguma vez sentiram uma tal empatia forte com uma personagem que vos afetasse o dia? É que ontem passei mesmo o dia irritada por ter descoberto o que não queria e só queria vir para casa para ver  mais um episódio, e nunca tal me tinha acontecido.

 

Acredito que vá encontrar compreensão em alguns de vós, cinéfilos, bibliófilos e serieéfilos. Por favor digam-me que sim, digam-me que eu não estou a ficar maluca!

 

E já agora digam-me que é tudo da minha cabeça  que o Agustín é uma excelente pessoa e que vai fazer a Ariana muito feliz e tudo no meu coração se tranquiliza e eu já posso voltar a viver como se Entre Canibais não existisse!

Curtas do dia #987

Coisas que se me arrepiam a espinha:

Pessoas que andam na rua com chinelos de quarto como se estivessem a ir apenas da sala à cozinha. Fui aos CTT e lá estava um espécime de chinelos de quarto todos felpudinhos e barulhentos, ao arrastar pelo chão. Depois fui ao shopping e estava lá outra pessoa, a passear por entre as lojas com um outro tipo de chinelinho de quarto mas igualmente felpudo e barulhento a arrastar pelo chão...

 

É o fim do mundo a aproximar-se, certo?

Quando o aborrecimento impera...

...analisamos os outros!

 

Analisamos a forma de vestir, a maneira tantas vezes atabalhoada de andar, a maneira estranha de falar. Quem nunca analisou os outros à luz de estereótipos e preconceitos que atire a primeira pedra - e é agora que recebo uma data de pedradas, devo abrir o guarda-chuva?

 

Na fila de uma espécie de café de um centro comercial aguardava a minha vez. Um moço, bastante mais novo que eu estava à minha frente. Ar de moço com sustento*, levava uma torradinha de pão alentejano e uma meia de leite. Disse assim para com os meus botões, como se tivesse alguma coisa com isso: "A sério? Com uma montra de bolos é isso que lanchas? É que não tens nada ar de quem come torradas...

 

Bem sei, que parecia aquelas senhoras alcoviteiras das aldeias, que vai para a janela de casa tecer opiniões acerca dos demais. Mas acho que pensamentos parvos sobre os outros acabam por ser inevitáveis quando não há nada de verdadeiramente útil para fazer. Sorte a minha que guardo este tipo de pensamentos parvos para mim, tirando uma ou outra partilha. Típico de quem adora uma boa má língua de quando em vez.

 

Uns momentos mais tarde, vou-me sentar, num lugar totalmente aleatório - agora, a sério, foi mesmo aleatório! - e vejo o moço da torrada. A torrada foi para a namorada, o moço estava era a comer um bruto hambúrguer, daqueles em que eu daria uma trinca se pudesse!

 

Mula 1 - Estereótipos - 0

 

 

 

*E contrariamente ao que podem estar a achar, o moço não era gordo. Só não tinha ar de quem comesse torradas ao lanche, sei lá eu vos explicar!

 

Curtas do dia #986

Adoro:

Estou sozinha numa divisão em altura de pausa. Estou com a luz acessa, sentada de livro em punho e a olhar para o livro aberto. Pelos vistos o que estou a fazer é dúbio, porque se entrarem cinco pessoas, as cinco pessoas perguntam:

 

Estás a ler?

 

Perguntem-me o que estou a ler, porque estou a ler, se estou a gostar do que estou a ler... Mas perguntarem-me se estou a ler é só... parvo!

 

Que perguntas parvas vos costumam fazer?

Cansaço é uma espécie de lixo?

O Mulo tinha de fazer uma pequena deslocação - pequeníssima, "só" cerca de 600km assim como quem não quer a coisa - assim que regressássemos de férias para tratar de uns assuntos. Digo-lhe eu, ainda antes das férias: "Chegamos tão cedo na quarta-feira, que podíamos ir de seguida e eu assim ia contigo, e no dia seguinte se tivéssemos tempo ainda dava para passearmos um pouco." A Mula para laurear a pevide está sempre pronta!

 

Combinamos assim: iríamos de seguida na quarta, regressaríamos na quinta, e eu na sexta de manhã já estaria sentada à minha secretária a trabalhar - que já se sabe que o que é bom acaba demasiado rápido.

 

Nem um único dia para descansar das férias? Poder-me-ia ter logo arrependido da ideia. Podia... Mas não.

 

Só me arrependi uns dias mais tarde, quando no primeiro dia de férias morri para a vida num quarto de hotel em Valência, onde uma parte de mim era cansaço e a outra metade era dor. Dor de costas, dor de pés, dor de pernas. Ou seja, 70kg de dor onde só a alma sorria. À medida que as horas foram passando - nem digo dias, porque foram tão poucos... - e o cansaço se foi instalando, eu só desejava passar umas horas sem fazer nada e aí confesso que comecei a deitar as mãos à cabeça porque essa coisa de descansar não iria realmente acontecer. Mas há uma coisa que eu sou: Sou Mula de palavra, mais por orgulho do que por palavra mas não interessa...

 

Foram realmente umas férias muito curtas e muito cansativas. As temperaturas não ajudaram, o facto de não ter dormido na véspera não ajudou... Nada ajudou, mas a verdade é que aterramos no Aeroporto do Porto às 16h com mais ar de mortos do que vivos. Mudamos de planos. Não fomos diretos: passamos primeiro em casa para tomarmos um banho e comer qualquer coisa.

 

Foi o primeiro banho a sério desses dias.  [Ei calma, gente! Eu tomo banhoca todos os dias, que isso de andar badalhoca não é para mim. Mas fomos de avião, não pude levar os meus champôs, o meu gel de banho e já se sabe como são esses produtinhos de higiene dos hotéis... Não foi um longo e revigorante banho de imersão, foi antes um rápido banho de 5 minutos de chuveiro mas foi suficiente.]

 

Eu estava de rastos, mas depois do banho ganhei uma energia que mais parecia que tinha tomado um banho de café. É por estas e por outras que no dia-a-dia evito tomar banho e ir logo dormir, porque a verdade é que fico demasiado desperta e depois tenho dificuldades em adormecer. No fundo o cansaço físico é uma espécie de sujidade que se agarra ao nosso corpo como uma espécie de caruncho que nos tenta corromper. Mas não deixo de achar estranha a energia que me subiu pelo corpo até aos cabelos, que me fez dançar e cantar no carro como se tivesse acabado de acordar após umas férias no spa. E assim foram os 300km de ida. Ainda que já não possa dizer o mesmo dos quilómetros de regresso...

 

Mas adiante... Haverá melhor sensação do que a de um banho revigorante?

Foto da Semana #17

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A Alexandra tem a FoTobias da semana, já eu poderia ter a PulGrafia da semana! Ou então não, porque podem ver pelo ar de importunado que o Pulga não é lá muito fã de servir como modelo. Um dia destes apanha-me distraída, pega no telemóvel e eu ainda o vou buscar lá em baixo ao jardim do prédio!

 

Está mesmo a dizer "ó humana para lá com isso, se faz favor!"

 

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.