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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

E é isto...

A malta sabe que eu sofro dos nervos... Mas adora esticar a corda!

 

Ando com uma dor num dente há cerca de duas semanas, e há cerca de uma semana um outro dente no lado oposto decidiu também dar um ar de sua graça e fazer-me deglutir um analgésico a cada 8 horas.

 

Ora, ainda antes do segundo dente me andar a fazer trepar paredes, liguei para a minha clínica dentária habitual e pedi uma consulta com urgência, já que via estrelas sempre que bebia algo que estivesse a menos de 30 graus, não precisava de estar frio, bastava não estar quente. Disseram-me que só conseguiam consulta para dia 9 de Agosto. Ora, peço uma consulta de urgência, a 20's de Julho, e só me dizem ser possível a 9 de Agosto... Claramente declinei a generosa oferta e comecei a procurar um outro dentista. Disseram-me para esperar mais uns dois ou três dias [TIC TAC] que me iriam tentar arranjar uma consulta mais breve.  [TIC TAC] 

 

Findos esses dois ou três dias ligam-me, já o meu segundo dente estava a doer desde a hora de acordar até à hora de deitar com ou sem bebidas quentes ou frias, para me darem a melhor "oferta" possível: dia 11 de Agosto! 

 

Vamos lá ver se eu entendi bem... 9 de Agosto é tarde.... 11 de Agosto é o quê?

 

Confesso que fiquei com uma vontade enorme de insultar a moça.  Bem sei que não tem culpa, mas era com ela que eu estava a falar, foi a ela a quem coube a ridícula tarefa de dar a informação de que a consulta mais breve que me arranjou era afinal mais tarde! Fiquei com vontade de perguntar se estava a gozar comigo, mas em vez disso disse um desesperado "esqueça!" despedi-me, desliguei e marquei uma consulta na primeira clínica que me apareceu na pesquisa do Google.

 

"Como é que nos encontrou?" perguntou do outro lado a voz. Nem eu sei muito bem, pensei. E pior... Desliguei a chamada sem saber muito bem para onde é que estava a falar, mas fiquei com o nome da rua. Ao menos isso. A verdade é que dentro de dois dias vou finalmente ser tratada. Agora a parte fantástica é que sendo dois dentes em lados totalmente opostos, um em cima e outro em baixo, não me deve tratar os dois, e vou ter que optar por aquele que me causa mais mossa que curiosamente não foi o que me fez tentar marcar uma consulta.

 

Ai vida minha... 

 

Não sei se já vos disse mas... ODEIO ir ao dentista! Mas odeio ainda mais que me dêem cabo dos nervos!

Monogamia

Há alguns animais monogâmicos. Poucos, mas há. Assim de repente, vem-me à memória os cisnes e os lobos que normalmente - salvo raríssimas exceções - formam casais para toda a vida. É tão romântico... A história destas espécies dariam belíssimas melodias sertanejas digo-vos já.

 

 

Mas não me lixem, homens e mulheres não são animais monogâmicos. São sim animais que tentam, à viva força, praticar a monogamia - aqueles que tentam, pois claro - mas que precisam de mais esforço para a praticar do que o contrário. No fundo o homem -  e a mulher! - fiel, está para a monogamia como o bacon para os vegetarianos. Ninguém nasce a dizer que não gosta de bacon - vá, ou de outro pedaço de carne qualquer! - há sim pessoas que devido a razões ideológicas fizeram um esforço para deixar de comer bacon. Não acredito que seja um processo fácil. E a monogamia também não o é. E a prova está na quantidade de divórcios que ocorrem devido a traições.

 

Um dia destes li algures por aí que a monogamia não é natural, é sobrenatural, e a verdade é que concordo.

 

Calma! Não estou, nem a dizer que concordo com a poligamia - porque não concordo, de todo! - nem a dizer que ando por aí com uns e com outros enquanto o Mulo dá no duro todos os dias no trabalho, porque não é verdade. Mas... Quem é que nunca pensou "ai se eu não fosse casada!" ou "se eu fosse solteira...". Há alguma maldade neste tipo de pensamentos? Continuamos vivos, continuamos com olhos na cara e coração no peito e creio que nos sentirmos atraídos por outras pessoas que não os nossos companheiros, que não seja algo totalmente horrível e vergonhoso. Para mim é normal. Não me choca. Não me arrepia. Não me escandaliza.

 

Não acho, tão pouco, que o facto de alguém comprometido poder olhar com desejo para outra pessoa que seja sinónimo de não estar feliz no relacionamento. Para mim há grandes diferenças entre o sentimental e o carnal. O cérebro é que é responsável por gerir depois isto tudo. O que pode ser horrível e vergonhoso é o que as pessoas podem fazer com essas sensações e sentimentos, quando o cérebro e tudo o resto falha. Pensamentos e fantasias não me arrepiam a espinha. Ações físicas confesso que sim.

 

Quer queiramos quer não queiramos, vivemos numa sociedade monogâmica, e sou a favor de que é preferível pôr fim a uma relação que não nos enche as medidas do que andar por aí a trair as pessoas a quem decidimos dedicar a nossa vida, porque acho que, acima de tudo, a falta de lealdade é muito pior que a traição física ou sentimental. Nisso os animais poligâmicos têm vantagem face ao humano: Não fazem compromissos, vivem apenas. No fundo, muitas pessoas deveriam de viver como estes animais, e não fingirem ser outro tipo de animais que não o são.

 

No meu local de trabalho é assustadora a quantidade de pessoas que traem outras. E a naturalidade com que o fazem. É assustador ir a eventos, ou saber de eventos, em que A casado, andou envolvido com B casada que já andou com C igualmente casado, e está tudo bem, toda a gente sabe, não é segredo, a não ser para os respetivos.

 

Isto confesso, choca-me sempre.

 

Acima de tudo assusta-me. Assusta-me porque os parceiros destas pessoas vivem na ignorância - nem todos, provavelmente - e eu fico a pensar: E se for eu? E se eu também estiver a ser enganada e não fizer nem ideia? Claro que confio no homem que escolhi para trocar alianças e com o qual vivo há 10 anos, nem estaríamos juntos se não confiasse mas... não deixa de ser assustador pensar que as outras pessoas provavelmente também confiam. E temo que a minha cabeleireira tenha razão quando diz "minha filha, não há homens fiéis! Há é homens que sabem esconder muito bem!"

 

Não. Os animais homem e mulheres não têm uma natureza monogâmica, mas acho que se poderiam esforçar um pouco mais...

Curtas do dia #1070

Sempre gostei de sextas-feiras, mesmo quando as sextas não eram sextas e eram apenas mais um dia que antecedia outro dia de trabalho. E se eu já gostava dessas sextas, imaginem destas sextas que antecedem um verdadeiro fim-de-semana de descanso!

 

Bom fim-de-semana meus fofuchos da Mula!

 

P.s.: E a propósito da curta desta semana... Estas sextas-feiras fazem-me sorrir! 

O flagelo dos GPS

Estamos a tentar recuperar um carro antigo que estava na garagem da minha mãe para eu poder ser um pouco mais independente e ter um carro só para mim. Foi o nosso carro durante algum tempo e ainda tinha algumas coisas nossas. Nele encontrei um mapa! Um mapa que durante algum tempo nos acompanhou durante as férias e que com ele descobrimos imensas terras que até à altura desconhecíamos a existência.

 

 

Basicamente adoramos sair da rota. Na altura planeávamos as nossas viagens e depois mediante o rumo sempre que víamos alguma terra ou lugar com um nome engraçado, no mapa, nós íamos. Assim descobrimos terras como Quarta-feira, no Sabugal - que curiosamente visitamos numa quarta-feira! -, Amor em Leiria, Namorados em Castro Verde entre muitas outras que agora não me vem à memória.

 

Descobrimos imensos lugares belíssimos no interior do nosso país, que não vêm nos guias e que até os seus distritos pareceram esquecer. Lugares silenciosos. Quase vazios. Lugares esquecidos. Pedaços do tempo e de história.

 

Desde que usamos GPS que as coisas estão muito diferentes neste aspeto. Para além da falta da aventura de "no cruzamento viras à direita" e que afinal era à esquerda, e de "fica para aquele sentido" e afinal ser para o outro, com o GPS deixamos também de encontrar o que não sabemos que existe, a menos que encontremos alguma placa pelo caminho com um nome engraçado. Mas a verdade é que, agora, se a localidade não se colocar no nosso caminho, nós também não nos colocamos no caminho da localidade. Isto é triste. Apesar de descobrirmos na mesma algumas pérolas preciosas do nosso Portugal e arredores - que também já descobri pequenos tesouros em Espanha - a verdade é que hoje as coisas são muito diferentes.

 

Se podíamos desligar o GPS, comprar um mapa e voltar a navegar à aventura? Podíamos... Mas parece que nos acomodamos à simplicidade de colocar um destino numa máquina e a máquina simplesmente nos levar. A idade também é diferente agora, a paciência e disponibilidade também...

 

Mas não deixo de sentir saudades.

 

As máquinas simplificam-nos a vida, mas também nos tiram um pouco do brilho que a vida tem.

Curtas do dia #1069

Sobre a expressão: "De boas intenções está o inferno cheio!"

 

Tenho tentado ajudar pessoas que de um momento para o outro desatam aos berros como se eu não as quisesse ajudar. Ou porque explico demais e as pessoas acham que eu as estou a fazer de burras, ou porque simplesmente as tento orientar e as pessoas acham um abuso a minha orientação porque não concordam, porque não ouvem se quer o que estou a tentar explicar, ou simplesmente porque são parvas - esta última é a maioria.

 

Ora pois que esta expressão nunca fez tanto sentido na minha vida como agora.

 

Agora pergunto-vos: Já tiveram assim alguma situação em que agiram cheios de boa intenção e foram tratados como se tivessem agido de má fé? Contem-me tudo!

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.