Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Raposas em Valongo

 

Em Fevereiro o Mulo disse que viu três raposas junto ao prédio. Como nunca mais se viram nem há no Google qualquer referência à existência de raposas em Valongo - e como sabem, o que não existe no Google não existe na realidade - assumi que poderiam ter sido cães confundidos com raposas. Até porque era de noite e foi nas traseiras do prédio onde não há iluminação. Entretanto nunca mais pensei nisso... Até segunda feira à noite.

 

Estava eu descansada a tentar dormir quando um chinfrim me desperta. Ouço gatos a bufar, um outro animal a guinchar e abro de imediato a janela. O meu primeiro pensamento foi de que alguém estaria a tentar dar cabo dos gatos aqui da zona - que são dezenas deles e há uma ninhada recente. Já preparada para insultar e chamar a polícia abro a janela do quarto aflita e eis que não quero acreditar no que vejo: Uma raposa!

 

Uma raposa e dois gatos à volta. Vejo a raposa a tentar atacar os gatos e vejo os gatos a bufarem à bicha, por isso não percebi quem começou a provocação. Entretanto numa gritaria desmedida desaparecem por entre a vegetação, a mesma vegetação onde costumam estar os mais recentes bebés. Entretanto um terceiro gato corre em direção à vegetação e depois... Silêncio! Vejo a raposa afastar-se e não me pareceu ter caçado alguma coisa. 

 

Supostamente as raposas comem ratos, coelhos, galinhas e fruta. Não há referência de as raposas comerem gatos, mas digamos que um gato bebé não difere muito de um rato ou de um coelho e não se sabe defender por isso não descarto esta hipótese.

 

Na terça-feira à noite novamente gritaria. Abro de imediato as janelas e ei-la novamente a rondar. Não a vejo com gatos mas onde ela estava não tinha iluminação suficiente para perceber. Vejo apenas uma gata, ao longe, a tentar perceber o que se passava  curiosa. Depois, novamente silêncio e volto a ver a raposa afastar-se e desta vez parecia levar alguma coisa com ela...

 

Só me apetecia chorar, só de pensar que poderia ser um dos bebés... 

 

Uma ou duas horas mais tarde novamente chinfrim. Não é uma, mas duas raposas! Ora  tendo em conta que são animais solitários acredito que o chinfrim poderia dever-se a uma luta, entre elas, pelo território...

 

E é assim que descubro que sofro de uma espécie de racismo animal: Só desejo que a caça que ela tinha na boca fosse um pássaro, um rato ou o que fosse... Tudo menos um gato!

 

Não deixa de ser estranho morar tão próximo de um centro urbano e existir raposas... Foi um misto de sentimentos, quando vi. Medo. Eu chego a casa tarde do ginásio e estaciono na rua onde elas andam... Raiva. Que não venham para atacar os gatos! Surpresa. Como assim raposas em Valongo? Admiração. Não é todos os dias que se vê um animal selvagem no seu habitat.

 

Não sei, por isso, se me agrada a ideia de ter raposas aqui tão perto...

 

Mas já agora  alguém que me explique como se eu fosse muito burra: como é que há raposas tão perto de um centro de cidade? 

Em estado de choque

Não sou de comentar a atualidade. Este blog não é sobre isso, mas há coisas que me chocam... Por isso não vejam esta publicação como um comentário a uma notícia, mas antes como uma reação chocada à notícia.

 

Estou chocada...

 

Quando achamos que já vimos tudo aparecem estas notícias em rodapé para nos lembrar que há muito mais nesta vida para ver.

 

Para quem não viu/leu e não lhe apetece clicar ali no link para ler, eis um curto resumo: Uma criança de 9 anos diz que é homossexual e suicida-se 4 dias depois.

 

Primeira reação: 

Mas o que é a sexualidade/heterossexualidade/bissexualidade para uma criança de 9 anos? O que é que uma criança sabe de si com 9 anos?

 

A identidade sexual para mim forma-se na adolescência, e uma criança com 9 anos à partida não é adolescente. Para mim a orientação sexual está relacionada com sentimentos e pensamentos eróticos, relativos a sexo, e não a sentimentos de amizade ou de brincadeira.

 

Uma criança do sexo masculino com 9 anos que calça os sapatos da mãe e veste as suas roupas e quer pôr unhas postiças não é homossexual - pode ser, mas não é isso que irá definir a sua sexualidade. Uma criança do sexo masculino com 9 anos que calça os sapatos da mãe e veste as suas roupas e quer pôr unhas postiças é uma criança a praticar o tão famoso role-play. Está a experimentar. Faz parte. Claro que pode já existir algum tipo de tendência ou afinidade perante um determinado sexo, mas não há uma definição sexual definitiva da criança. Da mesma forma que uma menina de 9 anos que ande atrás de rapazes para lhes dar beijos na boca, não tem de ser heterossexual.

 

Freud é bem capaz de estar a remoer-se na tumba por isto que eu aqui escrevo, mas é realmente a minha forma de ver. Para mim uma criança é assexuada, torna-se um ser sexual quando efetivamente alcança a puberdade e consecutivamente a adolescência. Não é isso que a irá definir.

 

Parece-me, por isso, que há aqui uma grande falha parental no que toda a explicar à criança o que é ser um ser sexual, não sei o que aconteceu porque não estive, obviamente, presente mas o que diz na notícia é que a mãe "apesar de ter começado por achar que o filho estava a brincar, acabou por perceber que não era o caso e disse-lhe que o amava" [in Visão

 

Parece-me bem dizer que se ama a criança, passa a ideia, tal como deve ser, que cada um tem o direito de escolher o que quer ser, e que cada um deve viver de acordo com o que sente, sem medos ou receios. Mas creio que aqui faltou a parte do "ora vamos lá então conversar sobre isso, o que é para ti ser gay". Uma vez mais refiro, isto pode ter acontecido, baseio-me apenas na notícia.

 

 

Segunda reação:

Mas o que caralho sabem as outras crianças sobre o que é ser homossexual ou heterossexual para fazerem bullying ao ponto de uma criança - UMA CRIANÇA! JÁ VOS DISSE QUE FOI UMA CRIANÇA? - de 9 anos se matar... Claramente culpa dos adultos que os rodeiam que incutem que A, B ou C é errado, apesar de os maiores errados serem os próprios. Se eu educar o meu filho a dizer que um judeu - foi o que me ocorreu agora, tá? - é mau, filho meu vai repetir que um judeu é mau. Se eu incutir o ódio no meu filho, o meu filho vai passar a odiar um judeu. Mas... e o que é um judeu para o meu filho? Não faz ideia... O mesmo aqui se passou. Da mesma forma que uma criança não sabe para si o que é a sexualidade e qual a sua orientação os amigos da sua idade também não saberão, agora... repetem os comportamentos dos adultos, pois claro!

 

 

Terceira reação:

A mesma notícia termina com "A escola adianta que tomou medidas extraordinárias para ajudar os alunos a lidar com a morte do colega."  [in Visão]  Medidas para ajudar os alunos a lidar com a morte do colega? E medidas para combater esta criminalidade em tenra idade? E que medidas são tomadas para isto não se repetir, seja nos Estados Unidos, seja em Portugal, seja na China? Os pais dessas crianças não são responsabilizados?

 

 

 

É quando vejo estas notícias que o meu útero se amarfanha, encolhe e diz baixinho: É melhor não pormos nenhuma criança neste mundo, que este mundo não é bom para as crianças!

Curtas do dia #1100

Hoje uma perguntinha, que é na realidade mais uma curiosidade que surgiu em conversa esta semana com uma amiga. 

 

Vocês perdoariam mais facilmente:

 

a) a traição - carnal, entenda-se - de um companheiro/companheira. 

b) a traição de um amigo ou amiga - que nada tem de carnal, entenda-se.

 

Ou seja, e no fundo é esta a pergunta: é mais fácil perdoar um amigo ou um companheiro? E porquê?

Lutar contra o excesso de peso #23

(imagem retirada daqui)

 

 

Semana passada fui à nutricionista. Estive quase dois meses sem lá ir, e posso desde já dizer-vos que não é tão mau como imaginei, espaçar as consultas. A verdade é que aos poucos pretendo autonomizar-me para que possa de futuro deixar a nutricionista sem achar que vou engordar tudo o que perdi só porque já não tenho ninguém a controlar o peso.

 

Neste mais de mês e meio perdi 1,5kg e alguns, vários, centímetros em todo o corpo. 67kg diz a balança. Já estive com 84kg... É nisto que eu penso quando estou mais em baixo, quando sinto que deixei de conseguir perder peso. Eu já estive com 84kg. 17kg  já foram! Não sou de me gabar, mas é impossível não me encher de orgulho quando me dizem que estou ótima. É impossível não me encher de orgulho quando cabeças se viram ou quando ouço um piropo.

 

Desde há três semanas que aumentei o número de idas ao ginásio. Estou a ir 4 vezes por semana fazer várias modalidades, e há muito que abandonei o meu plano por sugestão da nutricionista. A nutricionista aconselhou-me a fazer mais aulas e é isso mesmo que eu agora faço. Pilates à segunda-feira. Zumba à quarta-feira. Cycling à quinta-feira. TRX à sexta-feira. Se for ao ginásio no sábado, por me ter baldado algum dia durante a semana é cyling novamente. As aulas permitem-me uma maior rentabilidade pois não há aquela opção de: "bem estou cansada, vou-me embora!" Nas aulas por muito morta que eu esteja tenho de ficar até ao fim. Que remédio! Mas há dias, como sexta-feira passada, que me apetece bater e insultar os professores. Que ódio! Tenho concluído que quanto mais baixo é o professor mais demoníaco é também!

 

Esta semana perguntaram-me se eu continuava a fazer dieta ou se era só ginásio. Acreditam que não soube responder? Eu acho que já não estou a fazer dieta. Não sinto como se estivesse a fazer dieta. Como de tudo - meu Deus, comi 3 meias francesinhas no último mês! - e continuo a ter cuidados. Continuo a comer gelados, mas continuo a comer muitos legumes e a evitar os hidratos à noite - ou pelo menos a gerir muito bem a quantidade de hidratos que ingiro à noite. Já não é nada forçado. Já não ando com uma folhinha atrás para ver o que é que eu tenho de comer às onze horas e vinte cinco minutos e quantas amêndoas. A rotina já está interiorizada e continuo a ir à nutricionista mais para controlar medidas e receber dicas e alternativas ao que eu faço do que para me ensinar a comer. Eu isso já sei. Mesmo quando erro, eu sei por que é que estou a errar. Tornei o processo de comer muito mais consciente.

 

Neste momento uma das minhas maiores lutas é comer - quem diria que este dia iria chegar. Comer após o treino. Tenho ido para o ginásio super cansada e saído de lá exausta que a minha vontade de comer é zero. Por mim saía direita do ginásio para a cama. Mas não. Temos de comer proteína depois do treino para a recuperação dos músculos. Porra lá para a recuperação dos músculos!

 

Mas apesar de tudo sinto-me muito bem. Tirando os intestinos que sinceramente, desde que comecei a comer melhor, passaram funcionar pior... Mas verdade é que me sinto super bem, ando toda vaidosa, tenho roupa nova que adoro e que me fica bem. E andar bem é tudo nesta vida minha gente!

 

E agora temos como objetivo perder mais 1kg até à próxima consulta que é daqui a um mês, felizmente mesmo antes das férias!

 

Será que vou conseguir? Saberemos daqui a um mês!

Foto da Semana #33 e #34

E parece que semana passada me esqueci de publicar a foto da semana. Que cabecinha de vento a minha.

 

1535288887507.jpg

 

Como foto da semana 33 escolhi esta mensagem que encontrei em Baiona nas últimas férias. Porque enquanto existir esperança nós existimos e lutamos pelo que nos faz, ou pode fazer, feliz. Por exemplo, eu tenho esperança que estas próximas 4 semanas passem rápido para ir de férias, por exemplo!

 

 

1535288743021.jpg

 

E como foto desta semana, escolhi uma fotografia do concerto de ontem. Já vi o Rui Veloso umas duas ou três vezes e a verdade é que gosto muito. Gosto muito dele, das músicas dele e dos concertos dele. Por isso aproveitei que a minha empresa ia estar exposta na Agrival em Penafiel e fui gratuitamente - gratuitamente é como quem diz, que só o que gastei no jantar dava para pagar algumas entradas ao longo do ano.... - ver o concerto dele. Duas horas recheadas de músicas conhecias. Adorei! Quem é que já teve o prazer de ver o Rui Veloso ao vivo?

 

Boa semana, gente!

Curtas do dia #1098

Um dia destes ainda vão encontrar a Mula numa valeta qualquer. Recuperei o meu carro antigo para estar mais autónoma e ir fielmente ao ginásio. O problema é que, e não me perguntem porquê - quase sempre que dou o pisca à direita ligo os máximos. Conclusão, os carros da frente devem achar que estou a dar sinal de luzes. Um dia destes ainda encontro algum maluco pela frente que quer ajustar contas com a minha não ofensa.

Pág. 1/6

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.