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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Nunca serei uma Fit Girl

E esta é só uma das muitas razões.

 

Um dia destes jantei muito cedo - tão cedo que ainda nem eram horas de jantar - e por isso quando chegou a hora de ir dormir estava cheia de fome. Perguntei à minha mãe se tinha bolacha-maria, ela disse que sim, e lá fui eu aquecer leite para molhar lá a bela da bolachinha - ai como eu adoro à noite bolacha-maria molhada no leite!

 

Meto a bolacha à boca e não me soube bem... Pouso aquela e passo para a segunda. Estavam realmente horríveis. O meu primeiro pensamento é que tivessem estragadas, fora do prazo, ou algo assim e fui ver ao pacote a data de validade...

 

...

 

... Eram sem açúcar!

 

 

 

 

P.S.: Bolachas em açúcar? Como assim bolachas sem açúcar? Como raio é possível existir bolachas sem açúcar?

 

#deixemasbolachasempaz #teambolachasdocinhas

As mensagens que as novelas passam...

Estava encatrafiada no sofá, entre o tédio e a depressão e deixei-me estar a ver os Morangos com Açúcar. Como qualquer adolescente, segui esta série sem perder um capítulo e por isso achei graça rever alguns episódios numa maratona que durou algumas horas no domingo. Numa das cenas, um moço pediu uma moça em namoro e apesar da moça gostar do moço disse "tenho de pensar" e recordei-me como este pensamento me perseguiu durante imenso tempo durante a minha adolescência. Nos filmes e nas novelas as mulheres nunca diziam logo que "sim", sob pena de parecerem vulgares e/ou oferecidas.

 

Quando fui pedida em namoro pela primeira vez, no auge dos meus incríveis 12 anos, assim fiz, porque assim vi que se fazia. "Não sei... Tenho de pensar... " disse eu, do alto da minha grande sabedoria qual mulher experiente e adulta. Pois que sabia muito bem, andava atrás dele há meses, e ele andava há meses a levar-me todos os dias a casa, por isso sonhava com aquele pedido há séculos e mesmo assim disse "não sei... tenho de pensar...". Pior, o pedido aconteceu a uma sexta-feira, por isso tive todo o fim-de-semana numa camada de nervos, e foi um fim-de-semana eterno, que nunca mais terminava. Mas as novelas eram claras: menina que é menina não podia demonstrar logo assim tanto interesse, tanto desejo.

 

E assim continuou, sempre que era pedida em namoro ou diziam que gostavam de mim - mesmo que fossem correspondidos - fazia-me de rogada por muito que isso me causasse taquicardia e ansiedade... Mas era assim que as novelas ensinavam...

 

... Se fosse hoje as coisas seriam muito diferentes.

 

E vocês, que coisas parvas faziam/fizeram por causa das novelas?

Intensidade

 

Às vezes gostava de amar as coisas com menos intensidade. Viver com menos intensidade. Sentir com menos intensidade. Gostava de relativizar mais, fingir mais, desvalorizar mais. Parece que na minha vida tem de existir sempre drama para me sentir viva. Parece que deixar de sentir, seja bom ou não, é deixar de viver, e eu adoro a vida. Mesmo quando estou na merda, eu adoro a vida.

 

Poderia atribuir estes sentimentos à tão falada TPM - de que sofro, oh se sofro! -, ou ao facto de ser mulher, ou ao facto de ser carneiro, ou simplesmente ao facto de todos estes três fatores se conjugarem de uma tal maneira que até para mim se torna cansativo. Essencialmente para mim.

 

O meu mau feitio tende a afastar as pessoas, suponho que seja difícil conviver com alguém que vive e que vê as coisas de forma tão intensa. Tendo a estragar tudo por pôr demasiadas expectativas, por exigir demais, por precisar de mais. Mas nem sempre verbalizo a deceção, a expectativa falhada. Não. As deceções gosto de as guardar para mim, mas dizem que tenho olhos demasiado transparentes, demasiado profundos. Nos meus olhos vêm tudo. Mas tantas vezes vêm tudo mas não percebem nada...

 

Sou complicada...

 

... Pior é quando complico a vida os outros.

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: Assim Nasce Uma Estrela

A minha primeira vez com ATMOS... A primeira vez de Bradley Cooper como realizador... A primeira vez de Gaga no cinema. São demasiadas primeiras vezes para um filme só. Que filme! Só me apetece gritar! E logo eu que não costumo ser fã de remakes, mas como não vi o primeiro filme, nem o segundo, nem o terceiro... Este remake para mim sabe a original.

 

Desde que vi o trailer que eu sabia que tinha de ver este filme. Há filmes que nos fazem qualquer clique no interior, e este é um desses filmes.

 

Posso já acabar com todo o suspense e dizer que amei? Sim, digo-vos já que amei, arrepiei-me vezes sem conta e claro... Chorei. Esta poderia ser a minha review, fechava o computador e ia dormir a sesta para me refazer - sim porque este filme descompensou-me  um bocadinho, talvez por estar a viver a situação que estou... - mas este filme merece ser explanado, só um pouquinho, para não lhe tirarmos a essência, porque é um filme que sem dúvida merece ser visto e merece ser reconhecido.

 

 

Assim Nasce Uma Estrela conta a história de Jackson Maine, um famoso cantor e compositor country, que luta contra uma doença degenerativa auditiva, que o poderá deixar surdo, à medida que se afunda no vício do alcool e das drogas. Após um concerto com a sua banda, entra num bar durante um espetáculo transformista e aí conhece Ally, uma jovem empregada de mesa apaixonada por música, com um talento incrível quer para cantar, quer para compor. Desde logo se apaixonam. Jack é intenso, e apaixonado por Ally decide mostrar ao mundo a sua incrível voz, convidando-a para cantar com ele nos seus concertos. À medida que o amor entre eles evolui Jack melhora no que toca ao seu vício e ambos parecem felizes. Mas tudo muda quando Ally conhece Rez, que se tornará seu produtor musical. Rez afasta Ally da música rock/country e transforma-a numa cantora pop com tudo o que isso implica, para desgosto e vergonha de Jack. E é aqui que Jack entra numa espiral cada vez mais perigosa no que toca ao álcool e às drogas que poderá colocar tudo a perder, desde o seu casamento à sua vida. À medida que Ally vai "nascendo" Jack vai "morrendo", como se o mundo da música só pudesse suportar um deles, não os dois.

 

Assim Nasce Uma Estrela é um filme intenso. É um filme que nos prende do início ao fim do filme, essencialmente para pessoas que como eu vivem a música de uma forma intensa e verdadeira. Uma música no dia e na hora certa podem ajudar-me a tomar decisões.

 

Este é um filme que levanta um pouco o véu do que acontece por trás dos palcos, de como as pessoas se anulam em prol das vendas, do sucesso e de como isso nem sempre lhes trás felicidade, pelo menos não a felicidade que procuram. É um filme que fala de como a ambição pode estragar tudo o que traçamos, e de como os nossos atos influenciam demasiado os outros. É um filme que pretende passar uma imagem clara, é um filme que mais que uma história quer retratar emoções, sentimentos, vivências.

 

Sou fã do Bradley Cooper já há muito tempo e sabia que não me ia desiludir, mas confesso que fiquei bastante surpreendida com a Lady Gaga. O filme não desilude nem um pouco e a química entre os dois atores é... fantástica! A imagem é linda, a história é apaixonante e as músicas? As músicas são incríveis e o Mr. Cooper canta muito bem, aqui confesso que fiquei surpreendida!

 

Sabem que mais? Vejam-no... É incrível!

Desafio de Cinema | 52 filmes em 52 semanas

#43 Filme Nacional

Sou fã assumida do cinema nacional. Para mim o cinema português tem evoluído imenso nos últimos anos e temos muitos e bons filmes. Podia destacar aqui o Sorte Nula, o São Jorge, o Amo-te Teresa, e tantos outros bons filmes que adoro.

 

Destaco no entanto o Assim Assim, que é bem capaz de ser um dos meus filmes favoritos com atores que eu adoro como o Ivo Canelas, o Nuno Lopes e o Joaquim Horta.

 

 

 

Para quem não conhece, Assim Assim não conta uma história, conta antes várias histórias. É um filme em mosaico, que conta a história de várias pessoas que se cruzam em Lisboa dando enfoque ao amor, à falta dele e à complicação das relações devido às pessoas pensarem demasiado.

 

É um filme introspetivo com boas reflexões sobre a vida, sobre o amor e sobre as relações.

 

Quem daqui já viu?

1 minuto de silêncio...

... Pela grande burrice que eu ia fazendo. É que eu não estou bem da cabeça, não estou mesmo!

 

A luz da água do meu carro acendeu. Ela volta e meia acende e apaga - acho que é lixo no depósito - mas desta vez fixou-se e eu percebi que precisava de lhe colocar água. Ontem de manhã mal ligo o carro, como a luz acedeu lembrei-me que tinha de pôr água no depósito. Desligo o carro, carrego na patilha para abrir o capot e vou à mala buscar a água. Entretanto começam a aparecer demasiadas pessoas, demasiados vizinhos e eu pensei "oh, o caminho até o trabalho é curto, coloco à volta, no trabalho." Pois muito bem, devolvo o garrafão à mala, fecho a mala, entro no carro e arranco e lá vou eu toda feliz e contente - #sóquenão - trabalhar. 

 

Estou na via rápida e eis que vejo o capot a mexer, como que a querer abrir... Revi num ápice, mentalmente, todos os meus passos antes de arrancar com o carro e concluí que bater o capot não foi um deles...

 

Pânico.

 

Abrando, recolho-me à faixa da direita, como não há estações de serviço na VCI, saio assim que possível e lá vou eu estacionar e fechar o capot do carro...

 

Que belo serviço tinha eu feito se o capot tivesse aberto em andamento...

 

Que grandes disparates já fizeram vocês com os vossos carros?

C-A-O-S

 

Pelos vistos os 30 são os novos 40 e não os novos 20 como me quis convencer. Talvez por ter saído demasiado cedo de casa, talvez por ter começado a namorar demasiado jovem, talvez por ter crescido demasiado depressa. Demasiado depressa... 

 

Hoje com 30 anos não me conheço. Sinto-me totalmente em crise. Estou um verdadeiro caos. Sinto-me num barquinho pequenino no meio do oceano, perdida, sem saber qual é o norte ou sul, sem saber se vivo ou se morro. Tenho tanto medo de voltar a este buraco... Sinto-me a cair lentamente... lentamente... lentamente...

 

Mas eu disse que o tempo estava a terminar... Ao longo deste último ano, talvez dois, eu sentia o tic tac na minha cabeça. Tic tac... Tic tac... Silênciei-o durante meses, consegui viver feliz durante meses e agora a bolha rebentou.

 

Saí de casa. Regressei a casa da mãe e estou a viver uma realidade paralela como se tivesse voltado a ter 15 anos, como se voltasse a ser menina pequenina, menina da mamã. Voltei ao meu quarto de miúda, e a ter a minha mãe a descascar-me a fruta...

 

Sim... Saí de casa. Abandonei o homem que amo, a casa que eu cuidei ao longo destes últimos 4 anos, o meu piolho, e as minhas coisas. Saí com meia dúzia de peças de roupa numa mala e alguns pertences essenciais. Deve ser o karma: Sempre brinquei que a Carolina Deslandes um dia teria de explicar que não foi para a vida toda e afinal o meu Happily ever after! é que não aconteceu.

 

Mas aconteceu alguma coisa? Neste momento? Nada! Não aconteceu nada... Não nos chateamos nem nos traímos. Nada! Estranhamente estávamos a passar por uma das melhores fases da nossa vida - que sucedeu uma das piores fases de sempre da nossa vida - e um dia eu acordei e simplesmente achei que não era isto que queria para mim, ou simplesmente deixei de saber se é isto que quero para mim. Como é irónica esta merda desta vida. Um dia temos certezas de tudo e um dia acordamos e não há certezas de nada... De rigorosamente nada. Um dia temos uma vida estável, um sofá e uma mesa pronta para sentar, e noutro dia temos tudo baralhado e quando olhamos em frente só vemos dor, mágoa e sofrimento. Não foi isto que imaginei para mim...

 

Estou em sofrimento. Dirão vocês que fui eu que escolhi isto e que deveria de estar feliz mas não estou. Eu na realidade não escolhi nada disto, não sei como aconteceu, e de repente só vi os pés a fugir-me do chão.

 

Estou um caco, tenho a minha cabeça numa grande confusão: Uma parte de mim quer voltar, outra parte de mim não se quer mover. Parece que de repente me fixei em tudo o que ele fez de mal, em tudo o que ele não me compreendeu ou respeitou. Parece que de repente me fixei em tudo o que ele me magoou, quando ele sempre me fez mais bem que mal... E depois quando o vejo... Só me apetece abraçá-lo e esborrachá-lo contra o meu peito... Mas ainda assim não quero voltar... Sinto que queremos, e sempre quisemos, coisas muito diferentes. Acho que de repente as diferenças começaram a sobressair demasiado. Simplesmente não consigo voltar... Não agora...

 

E sei - e apetece tanto bater-me por isso - que quando souber o que quero e que quero voltar, que terei a porta fechada e aí espero ter-vos desse lado a dizerem-me porque eu vou merecer: Bem feita!

 

Só gostava de acordar deste pesadelo... provocado por este novo eu que eu desconheço quem seja.

 

Procura-se Mula... Dá-se recompensa a quem a encontrar...

Tenho uma alma velha...

A minha mãe para me animar, no fim-de-semana levou-me a um bar, com música que eu gosto, apesar da idade média das pessoas que frequentavam o espaço ser quase o dobro da minha. Chegamos às 23h00 e às 00h eu estava a chamar um uber para regressar a casa... A minha mãe, lá ficou. Esta é a grande prova de que a idade não é a que está no CC, mas sim o que está na cabeça e a minha idade não é claramente de 30 anos.

 

Dizia-me o senhor da uber que não compreendia como as pessoas conseguiam estar até de madrugada, de bar em bar, de discoteca em discoteca. Digo-lhe eu "pois nem eu, como vê à meia noite transformo-me em abóbora e tenho de me vir embora...", pergunta-me ele admirado: "ai menina  não veio de trabalhar?" Digo-lhe que não, que vim de um bar... diz-me ele muito rapidamente "ai menina, mas na sua idade esta hora é demasiado cedo também..." e ri-se.

 

Pois é... Tenho uma alma velha... Até o senhor da uber concorda!

Desafio de Cinema | 52 filmes em 52 semanas

Está na hora de colocar pés ao caminho, porque bola pra frente que atrás vem gente e colocar os desafios em dia...

 

Cá vai o desafio de cinema que estava atrasado:

 

#41 Filme de Comédia

Pensei que fosse uma das categorias mais fáceis para escolher um filme, mas parece que o facto de eu adorar filmes de comédia que dificultou bastante aqui a minha tarefa. Tantos, mas tantos, mas tantos... E daqui já excluí as comédias românticas para não dificultar tanto a tarefa.

 

Mas porque a vida é feita de escolhas... Escolho o American Pie, o primeiro, porque não há amor como o primeiro.

 

 

É dos que me faz rir do princípio ao fim, é dos que nunca me canso de ver, é dos que me diverte imenso. É dos que considero intemporais. #teamamericanpieforever

 

 

#42 Realizador Favorito

Não sou de saber os realizadores dos filmes, mas há um ou outro que conheço e que sabendo que vai sair algum filme dele que vou querer ver. Um deles é o Quentin Tarantino, mas o meu favorito de todos é mesmo o Tim Burton. Adoro os filmes dele, são diferentes, mórbidos, encantadores.

 

 

E se tivesse de escolher o meu top 3 de filmes favoritos seria: Eduardo Mãos de Tesoura, Alice no País das Maravilhas e Noiva Cadáver.

 

 

Concordam com as minhas escolhas? Que filme e realizador escolheriam?

 

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.