Não estou inteira, feliz ou mentalmente estável, mas estou viva.
Muitas coisas aconteceram nestes últimos dias de ausências, muitas lágrimas foram derramadas, muitas cabeçadas foram dadas na parede, mas estou viva.
Quero agradecer a todas as mensagens que me enviaram, a todos os comentários e a todas as visitas que dia após dia sem qualquer publicação continuavam a chegar a este curral. Vocês merecem uma explicação, não que o tenha que o fazer, mas porque vocês merecem. Tudo a seu tempo... Deixem-me primeiro assentar e perceber o que vai ser a minha vida daqui para a frente e vocês saberão o que se passa com a vossa Mula.
Não estou inteira. Mas como vos falei aquando do Colecionador de Cacos, já não estou inteira à demasiado tempo, porque não há ninguém que esteja verdadeiramente inteiro.
Estou de volta. Devagarinho, passito a passito, sem curtas, apenas desabafos.
Deixem-me só colar os meus cacos e voltarei inteira, não igual. Mas inteira.
Tenho estado ausente. Muito ausente, acho que têm percebido. Tenho estado cá, mas não estado cá. Tenho algumas, poucas, publicações quase escritas a ferros, mas nem tenho conseguido responder aos comentários. Não sei se é falta de tempo, falta de vontade ou inspiração, mas posso garantir-vos que é falta de alguma coisa. Fui de férias, vim de férias e já estou a precisar de férias novamente. Férias de mim. Férias da vida, quiçá. Tenho trabalhado muito, vivido pouco e sentido tudo e mais alguma coisa.
Ando desinspirada... É possível que as publicações deixem de ser tão regulares, é possível que as curtas do dia tenham os dias contados, é possível que o blog termine ou continue, neste momento sinto que qualquer hipótese é possível, mas por agora vai continuando a ser arrastado por mim, como eu também me tenho arrastado.
Regressei ao ginásio, mas ainda não regressei em grande e com força como desejaria. Tenho saudades de TRX, tenho saudades de sair morta do ginásio, porque sair morta do ginásio faz-me sentir viva. Tenho saudades de vos ler e de escrever como se não houvesse amanhã.
Tenho saudades de dormir uma noite seguida e como uma pedra, a minha alergia tem atacado em grande e não consigo respirar... Acho que é isto que me está a fazer tanto mal: as noites mal dormidas, o descanso que não se repõe, o cérebro que não para.
Parece que estou a tentar estar In... Mas na realidade estou Out!
Por vezes ganhar inspiração para escrever no blog é só uma questão de nos sentarmos e ouvirmos o mundo. Esta fantástica observação veio ter comigo gratuitamente. E o que eu me ri com a senhora.
Uma senhora, ali na casa dos 50/60 anos, estava ao meu lado e ambas estávamos de frente para a sala de treinos, enquanto esperávamos a chegada da professora para a nossa aula. Estava uma sala de treinos especialmente carregada de moços - não é muito normal. Moços para todos os gostos e feitios. Altos, baixos, com o corpo mais trabalhado, ou mais magros, mas estava uma sala especialmente carregada de moços jeitosos. De repente, essa senhora diz:
Meu Deus, antigamente não havia nada disto! Antigamente os homens eram todos iguais e não tinham um corpo assim. Agora é que é! Se eu tivesse 30 ou 40 anos, e vivesse num mundo assim cheia de moços jeitosos estava desgraçada, nem sabia qual escolher!
E rimos todas muito, pois claro! A senhora estava claramente maravilhada com o mundo - e realmente, como não estar? - e muito entretida com um ginásio carregado de moços jeitosos a exercitarem-se.
E posto isto concluo que, para um solteiro ou solteira - não só, mas essencialmente para estes - um ginásio é mais ou menos como uma loja de gomas...
Nem sei se foi fácil escolher este filme. Não entendo o que é um "filme épico" mas... Fui ao google escrevi "filme épico" apareceu uma lista e eu escolhi um dos meus filmes favoritos de sempre - que não entendo se é épico ou não, mas olhem que adoro este filme adoro e isso é o que verdadeiramente interessa.
Lendas de Paixão é mais um filme que já perdi a conta às vezes que o vi, e as vezes que chorei - ou seja, o mesmo número de vezes. É lindo! Tem um final triste e belo ao mesmo tempo. Grande interpretação do Anthony Hopkins! Grande história. Grande tudo!
Quando achamos que ainda há alguma fé na humanidade, vemos uma senhora a maquilhar-se enquanto conduz. Não parada numa fila, não parada nuns semáforos, mas em andamento.
Já tinha saudades de ir ver um bom filme ao cinema. Não um filme ao cinema, mas um bom filme ao cinema. Fui ver o Um pequeno favor, com a Blake Lively e Anna Kendrick.
Tenho de ter cuidado para não vos elevar demasiadas as expectativas, porque já sabemos que o que um adora o outro não tem de adorar mas... Foi dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. Imaginem um thriller cómico e inteligente, com uma boa dose de nervos e risadas. Pronto, é o Um Pequeno Favor.
Stephanie e Emily conhecem-se devido aos filhos que são amigos e querem brincar juntos. E é assim que a enigmática Emily se torna na melhor - e única! - amiga da inocente e mãe a tempo inteiro, Stephanie. Na perspetiva de Stephanie, Emily tem tudo: Um marido incrível, um bom emprego e uma casa de sonho e por isso Emily torna-se numa devota amiga, porque é também uma forma de ter um pouco desse sucesso e fama para si. Um dia, Emily pede a Stephanie um pequeno favor: pede-lhe que vá à escola buscar o seu filho e que tome conta dele durante umas horas, no entanto desaparece totalmente. Apesar do marido desvalorizar o seu desaparecimento, já que é habitual, decidem chamar a polícia e uns dias mais tarde Emily é encontrada morta. Com Emily fora de jogo, Stephanie começa aos poucos a ficar com tudo o que era da amiga, mas entretanto o jogo começa a inverter-se. O que será que aconteceu com a Emily?
É um filme em que nada é o que parece. É um filme emocionante, cativante e provocador, cheio de reviravoltas. As personagens são bem caricatas, diferentes, muito cómicas. É um filme que demonstra como há pessoas que conseguem manipular outras de modo assustador e é um filme com uma dimensão complexa pois as próprias personagens são complexas e é fácil criar juízos de valor. É um filme que nos faz pensar sobre isso. Quando vemos a Stephanie a apoderar-se do que era da Emily é inevitável o pensamento de que é ela a má da fita, só porque deseja ter mais, e na realidade não é porque temos ambição, e desejamos algo que temos de ser maus por isso, e o filme mostra isso muito bem. O filme mostra também como relações demasiado intensas podem ser devastadoras. Como pode levar a que as pessoas se destruam e autodestruam.
E... mais não posso dizer, caso contrário corro o risco de ser spoiler.