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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Uma espécie de curta do dia #2

Tenho um velocímetro ciumento.

 

What, Mula???

Aquela coisa que marca a velocidade na minha carripana não funciona com a frequência que eu desejo. Basicamente o meu carro tem vontade e personalidade própria e há coisas que só funcionam mediante estado de espírito. O velocímetro é uma dessas coisas. Então como diariamente passo por vários radares convém saber a quantas ando.  Como com ele raramente podia contar, e recentemente eram mais as vezes que não funcionava decidi sacar uma app para o telemóvel que marcava a velocidade. Desde que tenho a app o velocímetro funciona todos os dias... 

 

Entedem quando digo que o meu carro tem personalidade? 

"Tatuagens que ficaram"

Hoje feridas que não saram
Tatuagens que ficaram
E que o tempo
Não conseguiu apagar

By Polo Norte         

 

Sempre fui de luas. De luas que iam e vinham, como a lua. Acho até que devia de tatuar uma lua em homenagem às minhas luas. Talvez um dia... Mas como vos dizia, sempre fui de luas. Passei pela fase de querer colocar rastas e extensões no cabelo. Rapidamente (e felizmente) passou. Passei pela fase dos piercings. Rapidamente passou, essencialmente por me lembrar do desespero que foi furar as orelhas. Em suma... Passei por várias fases que foram passando e evoluindo consoante a idade.

 

Há no entanto um gosto que se manteve coerente e fiel ao longo do tempo: tatuagens. Desde miúda que dizia que iria fazer uma tatuagem e até guardo uma, de uma pantera, que dizia desde sempre que iria tatuar. Para mim essa pantera significava força, determinação, coragem. Fazia todo o sentido. Nunca tatuei nenhuma pantera. Ainda.

 

Há uns anos, em 2012, porque trabalhava com uma colega que tatuava, aventurei-me e cheia de coragem lá fui. E assim fiz a minha primeira tatuagem.

 

tatto1.jpg

 

O pé direito foi a minha primeira tela escolhida. Flores, borboletas e a inicial do Mulo foi o que decidi tatuar. Uma espécie de trepadeira. O objetivo? Criar a árvore da minha vida. A ideia seria fazer subir a trepadeira com as iniciais dos futuros filhos.  Os últimos acontecimentos fizeram-me mudar de planos quanto a esta tatuagem... Mas ainda assim não muda o sentimento que tenho por ela.

 

Nos últimos meses andava a pensar fazer uma tatuagem no pulso. Tinha várias ideias, e até cheguei a pedir opinião no instagram sobre o que deveria tatuar. No entanto, uma vez mais os últimos acontecimentos ditaram a minha segunda tatuagem: Faith - Fé. Para que tenha fé no futuro. Para que tenha fé que vou conseguir ser feliz. Para que tenha fé nas minhas escolhas. Nos dias em que me esquecer de ter fé, tenho-a bem no meu pulso esquerdo a olhar para mim para me refazer.

 

IMG_20181107_164350.jpg

 

Adorei o resultado. Eu ainda não sabia bem, mas era mesmo isto que eu queria e precisava. Adoro-a.

 

Aproveitei esta do pulso para refazer a do pé, que já estava um pouco baça e até sem algumas partes, já que ao fazer depilação definitiva apagaram-me um pouco da tatuagem... Foi um verdadeiro extreme makeover versão tattoo. O que outrora era preto agora ganhou cor e novas formas se criaram.

 

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Esta foto foi tirada no próprio dia em que a fiz e ainda estava um pouco "borrada" com cor, mas dá perfeitamente para ver o resultado. A minha trepadeira ganhou uma nova vida.

 

Podia ter arranjado maneira de ter disfarçado o "L" que me está cravado no pé? Podia. Mas disfarçar o "L" do pé não o faria arrancar do meu coração e será sempre a inicial do homem da minha vida apesar de estarmos a seguir caminhos diferentes, por isso faz sentido que o "L" tenha ficado intacto. Ficará sempre.

 

E então Mula tatuar dói?

Não me vou pôr aqui com histórias, vocês sabem que vos sou sempre sincera. Dói. Dói muito. Dói horrores. No pé é uma dor a roçar quase o insuportável, essencialmente junto à parte que une à planta do pé. Na perna e pulso a dor é mais suportável. E se eu vos digo que é suportável confiem em mim porque eu sou muito piegas. Mas também acreditem em mim quando vos digo que no pé até tinha espasmos de dor... É... Dói... BASTANTE!

 

Mas... Como quem corre por gosto não cansa e como sempre me disseram que o pior é começar... A terceira tatuagem já está a ser idealizada, talvez para fazer na parte interna do antebraço, e ainda gostava de fazer uma quarta na nuca mas... Uma de cada vez, que para além de doer bastante no corpo, dói imenso na carteira... Sorte é que liberta a alma.

 

Se estão a pensar fazer uma tatuagem dou-vos alguns conselhos:

Vejam bem o portefólio do tatuador, vejam as linhas e até se têm trabalhos semelhantes ao que vocês querem para verem o tipo de trabalho. Visitem antecipadamente o espaço e vejam as condições de higiene e segurança e acima de tudo falem com a pessoa que vos vai marcar para a vida. Convém que sintam o mínimo de empatia já que vão passar algum tempo juntos. No meu caso demorou cerca de 3 horas... Agora imaginem o que seria eu passar 3 horas com uma pessoa horrível sem o mínimo de interesse... É, empatia é importante, por isso é o melhor conselho que vos posso dar.

 

E por aí, quem tem tatuagens? Contem-me tudo.

 

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Publicação sugerida pela minha querida Trevo. Se vocês tiveram algum assunto que gostassem de ver explanado pela Mula aproveitem este balanço e peçam aqui nos comentários ou por email: desabafosdamula@hotmail.com

As voltas, sobre as voltas, sobre as voltas, sobre as voltas...

... das voltas que a vida dá!

 

 

Acredito no destino, ou numa pré-história já escrita sobre nós. Ainda que admita que possamos ter algum controlo (pouco) sobre o nosso futuro e decisões, acredito que há voltas que não conseguimos evitar, porque o que está traçado, traçado está. Um bocadinho ao estilo do Hilo Rojo acredito que há pessoas que estão ligadas. Para o bem e para o mal, estão ligadas. Acredito que, por muito que tentemos fugir da nossa rota, acabamos sempre, por muito boas e más decisões que tomemos, por voltar à órbita de uma maneira ou de outra, leve o tempo que for necessário.

 

Não deixa de ser assustador pensar nesta inevitabilidade. Às vezes parece até que somos meros atores, e há alguém lá em cima - um Deus com um humor muito sádico - que se diverte com indicações cénicas até um pouco contrárias. Mordazes. Até um pouco macabras.

 

As voltas que a vida dá e dá e dá e dá e dá e dá para voltar exatamente ao mesmo sítio. São as chamadas voltas de 360º. As verdadeiras voltas de 360º. Damos a volta, percorremos o mundo, passaram-se anos e de repente damos por nós exatamente no mesmo ponto de partida. Exatamente com as mesmas pessoas, com os mesmos medos, com as mesmas revoltas, com os mesmos sentimentos. Apesar de tudo aparentemente ter mudado, se olharmos bem, no fundo, nada mudou. Estaremos mais sábios quiçá. Achamos nós. Achamos que vamos conseguir lidar com as situações de modo mais sóbrio, de modo mais maduro. Mas não. Continuamos exatamente os mesmos bobos, os mesmos inocentes com os mesmos medos, com os mesmos sentimentos, a lutar contra os mesmos demónios.

 

Sim, porque há pessoas na nossa vida que são verdadeiros demónios. Achamos que se foram embora, que deram tréguas, mas não. Há pessoas que viveram e assombraram toda a nossa vida sem darem um único sinal de existência. Não as vemos mas elas estão lá e ao menor sinal de fraqueza...

 

...Peekaboo!

 

Até que percebemos que não há demónios, fantasmas ou assombrações, só nos assombraram o futuro, porque nós insistimos em viver agarrados ao passado.

Desafio de Cinema | 52 filmes em 52 semanas

#47 Filme premiado

Já disse por aqui algures que não costumo ser fã dos filmes vencedores de Óscars e afins, mas há um, para além deste, que eu gosto muito e bem recente: Moonlight.

 

 

Gostei tanto, mas tanto, mas tanto deste filme. Podem encontrar a review do filme aqui.

 

Quem mais aí desse lado viu e adorou Moonlight?

Quem conta um conto #16 Cartas Soltas IV

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Não temos uma banda sonora que nos caracterize, ou filme ou livro que nos relate porque não existimos. Não temos história. Não temos um passado, um presente e estamos longe de ter um futuro. Gostava que o nosso nós pudesse ter um futuro. Mas o nosso nós não existe. Não há musica, filme ou livro que descreva o que não existe. Porque não existe.

 

Gostava apenas de perceber, de saber, se compreendes a dimensão da história. A dimensão daquele pequeno papel colocado aparentemente ao acaso, mas tão propositado. Gostava de saber o que sentiste. Se te arrepiaste. Se te amedrontaste. Gostava de saber se sorriste. Gostava de saber se simplesmente ignoraste e nada sentiste. Gostava tanto de saber... E no meio de tanta questão existencial, gostava apenas de saber se viste. Se é que se pode ver o que não existe.

 

Não sou normal. Não me conheces mas esclareço-te que não sou normal. Passaste tanto tempo ao meu lado e nunca te vi. Nunca te tinha visto e agora... Agora... Agora fecho os olhos e bato na cabeça para deixar de te ver. Não te quero ver. Grito para mim que não existes. Mas adoras demonstrar-me que existes. Que és real. Ou então não.

 

Sou confusa. Tu és ainda pior que eu. Não me queres, não me amas, não me sentes. Mas fazes questão de deixar a tua marca para que eu te queira, para que eu te ame, para que eu te sinta.

 

Sou revoltada. Tu és ainda pior que eu. Se te afasto, se propositadamente te afasto, tu aproximas-te. Se eu me aproximo tu não te moves. Quiçá por medo, por cobardia ou simplesmente por ignorância. Não nos aproximamos os dois nunca. Mas afastamo-nos sempre em separado.

 

Sou apaixonada. Tu és ainda pior que eu. De mão em mão, de corpo em corpo. Procuras o que não é possível encontrar, porque não é possível encontrar quando não se sabe o que se procura. Talvez por isso não me procures a mim.

 

Não entendo onde a história nos irá levar... Mas irá-nos levar. Ou levar-me-á apenas a mim. Tu ficarás sempre imóvel no mesmo sítio.

 

E no final, porque o fim é sempre certo, fecho o livro, guardo-o na estante e tento seguir a minha vida como se nunca te tivesse conhecido e grito para mim que é só mais uma história.

 

É sempre só mais uma história.

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: Bohemian Rhapsody

Ja vi este filme há mais de uma semana, mas só agora consegui parar por uns segundos e vir aqui falar-vos sobre esta maravilha de filme.

 

 

Acho que o filme dispensa apresentações, mas ainda assim... Bohemian Rhapsody conta a história de Freddie Mercury, dos Queen, desde a formação da banda, em 1968, até ao Live Aid em 1985.

 

Apesar de gostar dos Queen desde sempre nunca me interessei muito pela história deles e do Freddie Mercury, pelo que não sei se a história é verdadeiramente fiel à biografia oficial ou não, mas posso dizer-vos que é uma história louca, o que torna o drama que foi a história deste grande homem numa história um tanto cómica. Freddie Mercury, foi  um homem que sofreu muito e é o exemplo de que podemos estar muito sós no meio de uma multidão. Confesso que apesar de lhe conhecer alguma excentricidade que desconhecia que ele era assim tão excêntrico como referido no filme.

 

A caracterização do ator está brutal, há mesmo alturas que parece o próprio Freddie Mercury. Os efeitos sonoros são brutais e parece mesmo o próprio a cantar, mas aqui tanto quanto consegui apurar não é o ator que canta propriamente, mas sim a sua voz misturada com a de Marc Matel, conhecido imitador de Freddie Mercury.

 

Fui ver o filme a uma sala Atmos, e o som foi incrível. Recomendo mesmo a verem o filme, essencialmente se forem fãs da música (é possível não ser?), mas mesmo que não sejam o filme vale pela história.

 

E daqui, quem já viu o filme? Quem quer muito ver levante o braço!

Do melhor e do pior. Da entrega.

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Não sou das que beija, abraça e diz coisas bonitas. Não sou das que elogia, das que bajula. Não sou das que diz que tem saudades. Nunca fui. Nunca abracei porque sim, nunca pedi um beijo por estar carente, nunca liguei a meio da noite para a mãe por estar triste ou sozinha. E muito menos para as amigas. Com o Mulo era diferente. Tudo era fácil e natural. Eu abraçava quando queria, quando precisava, ou quando ele queria e necessitava. Com ele eu podia ser, e era, do tipo carente. Das que elogiava, das que bajulava, das que abraçava e dizia coisas bonitas. Com ele eu era romântica, sempre fui. Entreguei-me sempre sem reservas, podia atirar-me sem nunca temer bater com o nariz no chão. Despertou sempre o melhor de mim.

 

Também despertava o pior. Foi com ele que tive as piores discussões, foi a ele que eu disse as coisas mais atrozes. Foi com ele que fiz as birras mais violentas e foi com ele e por ele que eu mais chorei algum dia. Ele sempre teve a capacidade de me fazer chorar por tudo e por nada. 

 

Ele conseguia despertar o meu melhor e o meu pior.

 

Acho que um dia mais tarde vai ser fácil alguém voltar a despertar o meu pior. Sou mau feitio por natureza, rebento com a mesma facilidade que um balão rebenta na presença de uma agulha. No entanto, não acho que vá ser fácil entregar-me novamente a alguém sem reservas. Não vai ser fácil alguém voltar a despertar o melhor de mim. Não vai ser fácil amar alguém e reconhecer a esse alguém que é amado. Não vai ser fácil beijar alguém com carência e abraçar enquanto admito que tenho saudades. Não vai ser fácil mostrar o melhor de mim baixando a defesa, recolhendo a guarda. Não vai ser fácil confiar ou voltar a ser carente. Descobri que a carência assusta as pessoas. Descobri que as pessoas têm medo de ter algo demasiado importante, demasiado valioso, demasiado frágil nas mãos. Têm medo que se parta... E por medo, deixam cair e acaba mesmo por partir...

 

Temo voltar a não conseguir ser eu sem reservas... Será que é possível ser-se feliz sem se ser inteiro?

Desafio de Cinema | 52 filmes em 52 semanas

#46 Filme baseado no trailer

Vou ver os filmes por causa dos trailers, quase sempre. Com à excepção de um filme esperado, de alguma saga, ou de algum livro que possamos ter lido, o primeiro contacto que temos com os filmes é através dos trailers. Mas, e porque realmente os trailers podem ser muito importantes, vou escolher o Deadpool para esta categoria porque eu não gosto de filmes de super-heróis e se o trailer não me tivesse captado a atenção não seria agora a fã que sou deste anti-herói.

 

 

E vocês, qual a importância que dão aos trailers?

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