Deveria de ter vindo cá com antecedência falar-vos do desafio que hoje recomeça. Não consegui. Deveria ter vindo cá, falar-vos de como adorei ter pertencido ao desafio de escrita e de como me roubou horas de sono por ser boa portuguesa e deixar tudo para a última e depois estar bloqueada e nada sair durante horas a fio e acabar a escrever de madrugada. Deveria de ter vindo cá com antecedência dizer-vos como apesar de tudo isso, que gostei. Deveria. Mas não consegui. Tentei. Mas não consegui... Por isso o tema desta semana, deste recomeço não poderia ter sido melhor escolhido:
Acho que a coisa não vai correr bem
Apesar de bloqueada e sem tempo, No desafio dos pássaros decidi continuar. Por isso já imaginam... Como é que isto vai terminar.
Com textos sem cabeça nem pé, Sem fim, sem ponta ou ligação. A imitar a vida como ela é, Vai ser para aqui uma grande confusão.
Por isso a cantar vos digo, Acho que a coisa não vai correr bem, Mas com certeza confirmo. É melhor viver a tentar, do que viver sem.
Desistir pra Mula não é opção, Mesmo sem tempo, paciência ou coração. Por isso aqui vai mais um desafio, Que espero seguir de fio a pavio!
Bons textos maltinha. Choquem aí! [imaginar punho fechado e animado]
Andei toda a semana passada a esfregar as mãos, porque iria ter um dia para dormir mais um bocadinho de manhã, esta semana. Não muito mais, mas mais um bocadinho, uma vez que tenho uma consulta no hospital e não iria trabalhar logo de manhã cedo...
Bom dia pessoas!
Esse dia era hoje e ainda acordei mais cedo que o normal que foi dia de lavar a trunfa... Já estava a secar o cabelo quando me lembrei que tinha a consulta e que poderia perfeitamente ter ficado na cama mais uma hora!
Eu realmente...
Só posso andar mesmo muito lixada da cabeça para me esquecer de tal. Logo eu! Que tenho um urso em hibernação constante dentro de mim.
Há uns tempos ia num IC a caminho de casa e passa uma carrinha por mim na faixa da esquerda... Em sentido contrário!
Não posso negar, nos primeiros instantes duvidiei de mim, duvidei que eu é que estava bem e paniquei. Olhei logo pelos espelhos e percebi que estava tudo bem, que ainda não estava doida da cabeça e que estava tudo bem. E volto a olhar pelo espelho e lá ia a carrinha em contra mão... Fiquei sem saber o que fazer, se seguir, se chamar a polícia, mas a verdade é que a saída - entrada na realidade! - ficava a menos de 3km e chamar a polícia e não chamar, já ninguém iria encontrar a carrinha, mas fiquei atónita confesso.
Isto permite-me fazer um paralelismo com outros cenários da vida: Quando as coisas apertam, é fácil duvidarmos de nós, mesmo quando à partida fizemos tudo bem.
Ninguém gosta de estar com a neura. Causa cabelos brancos, esfumam-se (literalmente) cigarros, as rugas intensificam-se e suponho que no geral toda a gente prefira andar tranquila e feliz.
No entanto, temos de reconhecer que a neura por vezes é importante. No meu caso, desorganizada incurável, os meus armários gritam constantemente por serem arrumados e reorganizados. Se não me der a neura como é que eles se arrumam?
Não sei quanto a vocês... Mas eu quando estou com a neura não há armário que me resista.
Facilitas a entrada àquele gajo que estava na faixa de aceleração ou no cruzamento, mas se precisares uns quilómetros mais à frente que o gajo te facilite algum movimento ou alguma passagem, ele não irá facilitar.
No trânsito... Como na vida: Retribuir é uma palavra que não faz parte do dicionário de qualquer pessoa.
Ontem estive a fazer umas pesquisas no meu PC da empresa e pelos vistos ativei uns alertas de um site qualquer sem querer. Apercebi-me que ativei mas não dei importância. "Depois quando o alerta aparecer eu elimino" E assim foi... E assim foi, mas não sem antes ter passado a maior vergonha da minha vida.
Pois que o site era banal, uma espécie de revista online. Mas o alerta tinha tudo menos de banal.
"SEXO" em letras garrafais. "Os melhores brinquedos sexuais" ligeeeeeeiramente mais pequeno.
Naquele preciso momento a minha nova chefe precisou de vir ao meu PC e eu não tive tempo de fechar o alerta que teimava estar no canto inferior direito do ecrã.
Não sei se viu. Agimos as duas com naturalidade, mas imagino que em breve terei uma inspecção para procurarem pornografia aqui no estaminé virtual.
Juro-vos que as pesquisas tinham que ver com o pedido que vos fiz no instagram, pesquisava expressões populares regionais que nada tinham que ver com sexo! Palavra de Mula!
Disfarçada de bela música, de música ligeira, vem em pezinhos de lã e fala-nos de violêcia. Daquela violência que não se vê mas que deixa marcas para a vida. A violência que é anularmo-nos para cabermos nas caixinhas dos outros. E adaptamo-nos. E ficamos. Moldamo-nos. E ficamos. E cedemos. E ficamos. Vale a pena? Nunca devemos deixar de ser quem somos por ninguém... Nunca devemos de pôr a felicidade de outrém acima da nossa.
Rio feliz, com candura, e serenamente, Limpo as lágrimas e escondo o lenço, Escondendo no lenço a amargura, Que na alma se crava, de modo denso.
Porque de dia sou luz, sou alegria e multidão, Mas à noite sou sombra, sou tristeza e solidão! Porque de dia sou barulho, sou gente com esplendor. Mas à noite sou silêncio, sou vazio... Apenas dor!
Choro triste, sem pudor, mas ternamente, Escondo o sorriso envergonhado que à luz espreita, Escondendo no coração a alegria, Que na alma brota, de modo puro, tão perfeita.
Aceito-me. Não tenho de viver em contra-luz, Nem contra a luz, nem contra as sombras. Aceito os meus sorrisos e os meus olhos raiados. Aceito os dias felizes e os amargurados.
E o que seriam dos dias sem as noites? Ou então das sombras sem as luzes? Bem ou mal eu quero sentir, Nem que em mil pedaços me tenha de partir!