Já não é a primeira vez que me queixo de queda de cabelo. Já não é também a primeira vez que escrevo sobre isso, mas... Porque há sempre um mas, é a primeira vez que o caso está a assumir proporções completamente descontroladas. Não sei é do confinamento, se da alteração das rotinas, se do stress do novo trabalho, não sei, mas sei que se não me nascesse cabelo novo neste momento teria zonas inteiras peladas, porque tenho zonas inteiras só de cabelinho novo, tal nunca tinha acontecido, não assim. Quando seco o cabelo, é cabelo em todo o lado, no lavatório, nas paredes, e não fosse o meu tecto ser tão alto, acho que até lá teria. A par disto - ou na volta é uma das causas - ando com uma grande crise de eczema que me faz ter a roupa preta sempre carregada de "neve". Enfim! É que já nem sei o que me enerva e preocupa mais...
Comecei por usar alguns sprays contra a queda do cabelo e já usava um champô da ISDIN para a descamação do couro cabeludo há uns dois meses e resultados... zero! Eis que decidi gastar metade do meu salário na farmácia e atacar em todas as frentes, estes problemas capilares.
Comprei Ecophane cápsulas para três meses, o champô da Ecophane e ainda o champô da nizoral, e a ideia é ir alternando os champôs. Isto ou vai ou racha, mas continuar assim é que não pode continuar. Já cortei o cabelo curtinho, pouco abaixo do queixo, já pintei da minha côr - castanho escuro - para poder esticar as colorações - tenho na mesma de pintar o cabelo porque tenho muitas brancas, mas já consigo esticar mais alguns meses - e assim pinto só as raízes.
Relativamente à descamação, desde a primeira utilização do Nizoral que sinto resultados, pelo menos aquela solta que me infernizava a vida está muito melhor, relativamente à queda... sei bem que ainda tenho de ter paciência...
Vem também a caminho uma escova adaptada para cabelos frágeis e finos como o meu, uma tangle teezer, alguém usa que possa dar feedback? Li que era a melhor escova que pessoas com o meu tipo de cabelo pode usar, e como o desespero já é tanto já acredito em tudo o que leio... Ou pelo menos quero experimentar tudo o que leio.
Além do que eu já estou a fazer, alguém tem mais alguma sugestão? Ajudem aqui a Mula!
Sábado foi dia de pesagem e dia de pesagem é sempre aquele dia importante, encarado com nervosismo. Basicamente porque o dia de pesagem é aquela verificação/compensação de todo o esforço feito ao longo de 30 dias e nem sempre conseguimos obter a recompensa desejada e é isso que torna este dia tão potencialmente dramático. Quem nunca fez um esforço descomunal para perder peso e o ponteiro da balança não se mexeu um milímetro que atire a primeira pedra. Ou pior! Quem nunca se esforçou verdadeiramente para perder peso e a balança ainda subiu os números? Eu já passei por isso... Por isso o dia de pesagem para mim é sempre um dia importante, encarado com alguma ansiedade e esperança.
E o dia anterior à pesagem?
Desse ninguém fala, mas alguém tem de dizer as verdades neste mundo. O dia anterior à pesagem é ainda pior, porque é aquele dia que nós achamos que vamos conseguir compensar todos os males cometidos em 29 dias, é o dia em que temos de beber o máximo de água que conseguimos "para limpar", é o dia que não podemos comer um bróculo se quer a mais, porque é isso que vai desequilibrar os números no dia seguinte, e não podemos se quer respirar demasiado ar porque inchamos e os resultados vão ficar comprometidos. Compreendem a pressão? Conseguem sentir a pressão? Claramente estou a satirizar e a elevar ao expoente da loucura tudo isto, mas a verdade é que os dias próximos das pesagens, são os dias em que mais andamos a toque de caixa, certinhos, sem excessos, na inocência de que vamos compensar os disparates já cometidos. Não quero desiludir-vos, mas, e apesar de ter algumas atitudes parvas a este nível, o que importa é o todo, e não apenas o que fazem no dia anterior. Não digo que devemos estar focados 100% do tempo, mas no mínimo 80% do tempo, que não serão os restantes 20% que nos irão derrubar, ainda que nos possa atrasar.
Mas adiante, que já sabem, que quando começo a divagar... A coisa alonga-se demasiado. Tinha-vos contado aqui que este mês estava a ter algumas dificuldades, e que apesar de estar a cumprir o plano direitinho e de treinar quase todos os dias que a balança não estava a ser minha aliada... Pior, e isso não vos contei, mas ainda se atreveu a aumentar de peso um pouco. Dá-me cabo dos nervos a bicha, confesso, e já faltou menos para a atirar janela fora. Fizemos um ajuste no plano e a coisa desempanou. Desempanou e finalmente alcancei o meu primeiro grande objetivo: Estou oficialmente abaixo dos 70kg!
Não conseguem imaginar a minha felicidade ao subir para a balança e ver um 6 como primeiro número. Não importa que logo a seguir estivessem dois noves, não interessa, porque para a vossa Mula não são 100g que separam os 69,9 dos 70kg - já sabem que sou má com números -, na minha cabeça 69 pertence aos 60kg, e 70, são 70kg. E essa diferença são de 10kg! Contas estranhas? É... eu sei... Mas quem luta diariamente contra o excesso de peso certamente me compreenderá. Senti exatamente o mesmo quando deixei os 80kg, e sinto o mesmo agora que voltei a deixar - e espero que desta vez, de vez - os 70kg para trás.
Estou oficialmente confirmada nos 69,6kg, a balança de casa do moço assim o diz e a balança da nutri confirmou! Percebem o porquê de querer deitar a balança pela janela fora? Como assim roubar-me 300g? Maldita! Perdi alguns centímetros em todo o corpo, diminui 2% de massa gorda e ainda consegui aumentar a massa muscular, poucochinho, mas consegui e esta última semana tenho a confessar-vos que não consegui treinar um único dia, por falta de tempo.
E foi assim que num mês supostamente mau, em que durante duas semanas não alcancei, supostamente, resultados, que consegui perder quilo e meio. É por estas e por outras que devemos de ser persistentes e não desanimar. Estou assim a aquecer para rumar ao meu segundo grande objetivo: Chegar aos 65kg, peso que estupidamente me escapou por entre os dedos há uns 2 anos atrás. Não querendo bater com a cabeça na parede, acho que o pior já foi conseguido, que foi criar rotinas alimentares saudáveis, inclusive lanchar - que sempre foi algo que não se encaixava na minha rotina -, não passar fome e ser feliz.
Neste processo de perda de peso estipular objetivos é muito importante e eu estabeleci três: sair dos 70, alcançar os 65 e a minha meta final são os 60kg e lá manter-me até ser velhinha, permitindo-me uma oscilação consciente de 1 ou 2kgs, no máximo.
E é isto minha gente, continuo aqui firme, a rumar para o meu corpo de verão que pode chegar entre este ano e o ano de 2025 - não vamos botar muita pressão, né? - num caminho sinuoso, com lombas e paralelos desnivelados, mas continuo firme e otimista!
Ao vir para o trabalho, mas ainda na minha terra, a estrada principal estava cortada. Tinha lá o sinal de trânsito proibido em frente e o respetivo sinal de desvio por entre caminhos apertados e sinuosos. Não sou, normalmente, uma mula vai c'as outras, mas como vi toda a gente a ignorar a sinalética e a ir em frente, e como não gosto das ruas do desvio, acionei o meu modo chica-esperta e lá fui eu também. Não via nada em obras, estava a sentir-me vitoriosa.
Eis que cheguei ao fim da linha, e eu, tal como os restantes chicos-espertos tivemos de voltar para trás. Ou seja, tive de ir pelo caminho que não queria mas mais atrasada...
O meu metabolismo é preguiçoso - é como a dona, no fundo... - e por isso é necessário, por vezes, fazer alguns ajustes aos planos, sob pena de chegar à consulta e não ter perdido uma grama. Já aconteceu. A importância de ter a nutricionista à distância de um click - ou de uma mensagem - é a de não necessitar de esperar pela próxima consulta para fazer ajustes necessários ao plano.
Desta última vez, voltei a ficar presa no peso da última consulta, por duas semanas. Continuei a treinar - ainda que não tanto quanto gostaria, por falta de tempo - continuei a fazer tudo direitinho e a verdade é que a coisa não andava, ou não diminuía, vá. Mandei assim uma mensagem à menina que acompanha aqui a Mula e fizemos as devidas alterações ao plano de alimentação e a coisa desempenou. Isto é um processo complicado por si, mas fazer esforço para controlar o que como e fazer um esforço descomunal para treinar depois de um dia de trabalho e a balança não reagir é algo que me desmotiva com alguma facilidade e que pode fazer com que deite tudo a perder. Não quero isso. É por isso importante estar sempre atenta e reagir rápido às alterações e não alterações. Vigiar intestinos, inchaços e reações estranhas após refeições. É importante vigiar peso e perceber o que está a correr menos bem.
É por isso importante termos um acompanhamento personalizado que nos ajude a alcançar os nossos objetivos e ter alguém do outro lado que rapidamente nos ajuda é muito importante.
Go, metabolismo, go! E ele vai... devagarinho, mas vai.
... Mas que provavelmente acontecem a outras pessoas.
Também vos acontece, estarem a falar com alguém, com máscara, não perceberem algo que essa pessoa vos disse - porque se já há pessoas que sem máscara não se entendem, com máscara então... -, mas pensarem que entenderam, porque "tiraram pelo contexto", só que afinal o contexto mudou - sem que vocês tivessem percebido - e responderem a algo que não tem nada a ver? E só quando a pessoa vos disse "hã? como assim?" é que entenderam que afinal não perceberam nada do que vos foi dito?
Está-me sempre a acontecer...
... Só resta passar pela vergonha e perguntar: "O que é que disseste, mesmo?"
Este é um trabalho completamente fora da minha zona de conforto e por isso já passei por vários estados de espírito: Já quis fugir e senti-me arrependida de ter aceite, mas neste momento estou a gostar e estou a abraçar com os dois braços o desafio.
Quando me contrataram, porque não me deram grandes informações da função, fiquei convencida que tinha o perfil que procuravam. Entrevistaram-me tendo por base as minhas qualidades e defeitos - foi das entrevistas mais estranhamente boas que tive - e a minha entrevista teve por base a minha forma de estar na vida e de me relacionar com os outros, e não tendo por base as minhas qualificações e competências. Queriam alguém que pudesse dar ânimo à empresa, alguém positivo que pudesse influenciar de forma positiva os outros. E sem dúvida que me enquadrei no perfil, ou não fosse eu formada em educação social com uma boa formação em pessoas e que toda a vida trabalhou com e para pessoas. Sou uma pessoa positiva, com um sorriso sempre pronto, apesar da minha paciência não ser proporcional ao meu sorriso, consigo passar uma mensagem de tranquilidade. Até aqui tudo me parecia certo.
Entretanto começou a formação. A primeira semana começou muito bem, estava super animada, as pessoas eram simpáticas, ainda que com alguns quês que exigiam algum tato e sensibilidade - nada que não me tivessem avisado. Mas depois começou a parte mais prática da função e aqui foi quando pensei em comprar uma viagem para o destino mais longínquo - preferencialmente covid free -, mudar de nome e de número de telefone e cancelar todo o correio para a minha morada. Quis fugir porque comecei a achar que não iria ser capaz, é um trabalho, que à parte das pessoas, exige muito de uma área que não domino e comecei a acreditar que não era de mim que a empresa precisava. Quiçá necessitariam de uma contabilista ou de alguém ligado à gestão. Alguém das matemáticas - que tanto me assustam -, vá. Não uma pessoa que trata os números por você, mantendo o devido distanciamento de segurança. Entrei em desespero. Já tinha cancelado o subsídio de desemprego já não havia volta a dar. No máximo, teria de ter uma conversa profunda sobre estados de alma e mostrar por a+b - esta pequena fórmula ainda a sei utilizar - que não tinha as competências necessárias para o exercício pleno das funções, já que a empresa também não tem ferramentas que me permitissem simplificar. Digamos que um programa de faturação era o suficiente para me ter tranquilizado um pouco mais a alma, mas é tudo à lá pata, número por número, e sabem que a Mula não tem mãos... Tem cascos.
Tentei manter uma calma aparente. "Vão-me dar formação... e tu não és burra nenhuma!", pensei. Confesso que a autoconfiança é algo que preciso de trabalhar, dou por mim a desacreditar-me, dou pelos outros a acreditar mais nas minhas capacidades do que eu.
Antes de ter formação deram-me uns quantos ficheiros para eu analisar e ficar por dentro da coisa. Só me apetecia chorar! Estar em português, árabe ou russo era exatamente a mesma coisa. Nem reconheci a língua. Aqui confesso que o meu desespero de antemão também já me tinha colocado umas quantas palas. Mas eu sou Mula, não sou égua, não deveria de usar palas. Fechei o ficheiro e abri o ficheiro num número incontável de vezes. Insisti. Parei, respirei, pirei, despirei e voltei a tentar olhar com olhos de ver. Eis que aos poucos e de papel e caneta ao lado comecei a perceber. Quando fui para formação em sala aqueles números, siglas e caracteres estranhos já não eram tão estranhos e após ter estado mais de 6 horas a fazer cálculos e mais cálculos, com apoio, finalmente fez-se luz. Não entendia os ficheiros porque os ficheiros não foram propriamente criados para serem entendidos. Eis que decidi recriar os ficheiros existentes, e os cálculos - que anteriormente me pareciam impossíveis de aplicar no dia-a-dia, se tornaram bastante mais simples.
Eu, que achava que não ia conseguir, estou a ajudar a empresa a ter um método mais simples, talvez por também eu ter uma visão mais simples dos cálculos. Dizem que quem percebe muito tem mais dificuldades em passar a informação aos outros porque não sabe sintetizar, talvez tenham razão, talvez por eu não dominar a matéria tenha criado algo mais simples para também eu perceber. E não posso negar, estou animada. Claro que ainda tenho muita coisa para aprender, e há muitas dinâmicas que ainda não entendo mas estou a criar, estou a desafiar-me porque estou a fazer coisas que achava que não sabia e com as quais achava que não iria saber. O excel aqui é uma ferramenta muito importante que eu tinha alguns conhecimentos mas que não tantos quanto gostaria, mas até aqui estou a desenvolver-me. Em tempos fiz uma formação de excel avançado, mas como não utilizava no dia-a-dia a maioria daquelas funções existiu muita informação que não absorvi, mas como passei a saber que existia e que dava para fazer, o resto, o google e a exploração livre, torna possível.
E é isto, sinto ainda que sou uma ervilha bem verde neste meio, mas que me estou a desenvolver positivamente e claro, estou super animada. Vejo e falo diariamente com muita gente diferente e é um trabalho que apesar de ter uma componente muito grande de cálculos e de focar-me num ecrã que os meus olhos tendem a desfocar, a verdade é que também tem uma componente muito grande de humanismo, com pessoas. E é assim que uma Mula cai de paraquedas num departamento financeiro de uma empresa do ramo imobiliário, por terem acreditado em mim, sem que eu mesma acreditasse, e isso é bom. Estou feliz e a parte boa é que parecem felizes comigo. Acho que vou ter aqui uma grande escola e vocês sabem que eu adoro aprender.
Questões que apoquentam - e muito - a alma da vossa pequena Mula à quarta-feira:
O que responder à pergunta "E então?" - só e apenas! - efetuada por alguém que praticamente não conhecemos? Desabafamos com a pessoa para que a pessoa nunca mais nos pergunte tal ou sorrimos apenas e seguimos caminho?