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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Não lido bem com a lei da vida

Nem com o curso natural da natureza

Vocês sabem que adoro animais. Quase todos. Adoro quase todos. Excluindo aqueles que rastejam, com demasiadas patas. E cobras, também não gosto de cobras, apesar de não terem patas. Gosto de ver documentários fofinhos de animais selvagens, mas lido muito mal com a parte da lei da sobrevivência em que animais matam outros animais para comer, sei que tem de ser, mas não sou fã dessas partes.

 

E estou a contar-vos isto porquê?

 

Eu tinha um ninho de pardais na minha laranjeira. Vimos o ninho, depois apareceram lá os ovinhos e depois os passarinhos... Eram três. Primeiro sem peninhas, agora mais recentemente com as penas já aparecer. A mãe constantemente a visitar o ninho, alimentava-los, estavam a crescer bem. Comecei a temer que o Hachi lhes fizesse mal, mas como ele não anda assim tanto no jardim, fiquei mais ou menos tranquila, iria tudo correr bem. Assim como assim, se me apercebesse que eles iriam começar a tentar voar iria prender o Hachi cá em cima, só para garantir. Mas eles ainda eram muito pequeninos, longe de mim achar que iriam tentar sair do nininho tão cedo...

 

O Hachi comeu os passarinhos... um por um... não sobra nenhum no ninho. Eu apanhei-o com um, e a mãe apanhou-o com outro, e o terceiro ninguém sabe, por isso pressupõe-se o mesmo fim.

 

Estou devastada! O meu cão não passa fome. Sei que é do instinto e bla bla bla, mas a natureza deveria de ter mais respeito. Eram bebés! Provavelmente tonto como o meu cão é, nem teria destreza para apanhar um pássaro adulto, mas aproveitou-se de bebés!

 

Já andávamos a estranhar que ele não andava a comer a ração, já imaginava que andava a apanhar bicharada, mas não assim... Sei que é natural, normal e bla bla bla, mas não estou, mesmo, a conseguir lidar com isto... Pior, pelo que nos apercebemos no topo da laranjeira existem mais ninhos, não sabemos se tem ovos porque estão muito altos, nem sabemos que pássaros são - um talvez de melro - e não sei se há mais crias em risco!

 

Estou-lhe com uma raiva! Ainda vai durar a passar-me esta!

Coisas que acontecem por cá...#15

Vem um consultor pedir-me um carregador emprestado. Diz-me que tem dois telemóveis e que os dois estão sem bateria.

 

Digo-lhe rapidamente:

 

"Um consultor não pode ficar sem bateria, porque não compra uma powerbank para ter sempre, pelo menos,  uma carga extra?"

 

Diz-me ele:

 

"A nossa assistente tem uma... Peço-lhe sempre, só que ela está de férias..."

 

Eu, claramente, não me expressei devidamente. Eu não lhe disse que deveria de cravar uma power bank... Disse?

Lutar contra o excesso de peso #29

Sábado passado foi dia de colocar a pesagem em dia na nutricionista...

 

Se eu podia ter fingido demência? Fingido surpresa perante os resultados desastrosos da balança? Poder podia, mas sabendo ela da existência aqui do curral, não sei se me iria safar.

 

[Mania de botarmos tudo nas internetes pá!]

 

Podia ter tentado... Mas optei por colocar as cartas em cima da mesa, de outro modo não poderia justificar o motivo de ter perdido peso por via de perda de massa muscular e ainda ter, pela primeira vez, aumentado massa gorda e consequentemente, medidas. Não voltei à estaca zero, obviamente, mas digamos que apesar de estar mais leve, regredi um mês. Quis festejar os 33 como se não houvesse amanhã e arranjei um belo de um 33! Carrega Mula, que agora tens de perder o que devias de ter perdido no mês passado, recuperar a massa muscular que perdeste e ainda correr atrás dos resultados deste mês!

 

Apesar de ter consciência que os resultados não iriam ser do meu agrado, confesso-me chocada, porque apesar de ter cometido demasiados excessos e de ter reduzido a intensidade dos treinos, por falta de tempo, não os reduzi para zero, apenas não treinei uma semana, mas mesmo nessa semana, continuei a fazer as minhas caminhadas. Fui para a consulta carregada de dores musculares do último treino, com direito a dores nas costelas e axilas, esperava um pouco mais, confesso. Por isso, claro, fiquei um pouco frustrada.

 

Ainda assim, estou meio quilo mais próxima do meu objetivo e tenho esperança que aumentar agora a minha massa muscular não me vá aumentar o peso.

 

Para o próximo mês vemos...

Vamos falar de cenas de gaja?

Menstruações, tampões e copinhos menstruais

Sou menstruada desde os meus 11 anos - imagino que folguem em saber esta informação - no entanto, só agora mais recentemente - desde há uns dois anos para aí - é que me consegui habituar a usar tampões. De quando em vez ia tentando mas a sensação era demasiado estranha, e como sabem a ideia é que nem sintamos que os estamos a usar e eu para além de sentir, ainda me magoava. De tanto tentar e insistir lá atinei com o bicho e hoje em dia é o meu absorvente de eleição. Muito mais higiénico. Não digo que seja mais prático, porque não acho nenhum método verdadeiramente prático e limpo, mas acho mais higiénico.

 

Entretanto, entre conversas de amigas, aconselharam-me o copo menstrual. Fiquei interessada e uma amiga até acabou por me oferecer um, o mais pequeno.

 

imagem retirada daqui

 

Como já uso muito bem os tampões, achei que ia ser fácil de usar o copo menstrual. Não podia estar mais enganada. Primeiro, sou das abençoadas com um fluxo mínimo. Não podia ser sacrificada em tudo, já sou castigada nas cólicas, nas dores de cabeça e de rins, mas em compensação sofro apenas 3 dias e chego a ter menstruações em que só tenho verdadeiramente fluxo, 1 dia, pelo que é possível que não tenha fluxo suficiente para o dito e é super desconfortável. Segundo, que até deveria de estar em primeiro: Como raio se coloca aquilo mesmo? Não achei prático e praticável e tentei das mais diversas formas. Terceiro, e o mais horrível de todos, e agora peço desculpa se estou a ser demasiado visual mas... Eu uso unhas de gel, ok? Não uso umas unhas gigantes, mas também não são rentes ao dedo. Conclusão... Tirem vocês as vossas conclusões. Por último: O vácuo que cria ao retirar!! Aqui já me explicaram que deveria de ter feito de outra forma, aceito... Mas continua a ser um não.

 

Ora, até pode ser sustentável e económico, mas não achei prático ou higiénico ou confortável. 

 

Sei que as opiniões são ótimas, que imensa gente aconselha, mesmo dentro do meu grupo de amigas, conheço imenso quem use, mas não creio que seja para mim. Não digo que não voltarei a tentar, já que os tampões também foi algo progressivo, mas enquanto me lembrar desta experiência, acho que não consigo pensar em tentar, se quer.

 

E vocês, falem-me de vocês: já experimentaram? Como se dão?

No dia em que eu roubei um escritório de advogados sem saber

Precisei de ir buscar umas bebidas num frigorífico aqui do edifício do trabalho, numa zona ainda pouco explorada por mim. Não me deram grandes indicações, basicamente disseram-me para ir "à copa do piso de cima" buscar as bebidas. E eu fui, que eu sou Mula ordeira e obediente. Vinha com umas garrafas, e por acaso, só por descargo de consciência digo assim na brincadeira "não estou a trazer nada que não seja nosso, certo?" e claro, rio-me. Diz a minha chefe um pouco assustada "por acaso estás... Onde foste buscar isso?" E eu lá expliquei onde. Disse-me que eram umas latas, e lá não haviam latas. Fico confusa, a minha chefe, fica confusa. 

 

Eis que descobrimos que ela não sabia da existência de uma copa no 1º piso e eu desconhecia a existência de uma outra copa no 2º piso (onde estavam, efetivamente as nossas bebidas), descobri assim que aquela copa era utilizada pelos advogados daquele piso. Toca a repor tudo direitinho, mas já não sabia se quer como é que aquilo estava anteriormente,  por isso provavelmente não será difícil de perceber que alguém os tentou roubar. 

 

Acham que vou ter problemas com a justiça?

 

Se entretanto for presa por invasão e apropriação de material alheio, dizer-vos que foi um gosto, vemo-nos daqui a uns anos (que os pequenos delitos têm sempre penas mais pesadas que os grandes delitos, como todos já bem sabemos).

Correr atrás do prejuízo

imagem retirada daqui

 

As coisas que o covid propicia... 

 

Porque não se pode juntar todas as pessoas queridas numa mesa para comer, beber e rir... Enfim, para festejar! O aniversário deste ano pareceu festa cigana - sem qualquer tipo de conotação negativa, atenção! - e durou quase uma semana. Basicamente comecei os festejos na quarta-feira e o ditos só terminaram no domingo depois do redom ter sido todo deglutido. Basicamente e resumindo, quarta houve um evento aqui no trabalho e o almoço foi oferecido: Uma bela de uma sandocha de alheira e ovo que comi com todo o prazer e satisfação mas que tenho a certeza que não passaria no teste da nutricionista. Quinta, festejei com a mãe, as duas melhores amigas e o moço, na sexta com mais duas amigas e uma repetente. Novamente bolinho e coisas boas que alimentam a alma e que enchem uma mesa cheia de risos. Sábado com o moço e com o melhor amigo do moço. Não houve bolinho, mas houve gelado, e sushi, muito sushi. Domingo, por mais que uma parte da minha consciência dissesse "Não faças isso",  a outra parte da minha consciência mais conscienciosa lá ditou que as sobras tinham de ser comidas.

 

A parte gira disto tudo, é que sábado é dia de consulta, por isso é altura de correr atrás do prejuízo. Não apetece treinar? Problema meu, tenho mesmo de treinar. Apetece um docinho? Problema meu, não há docinho para ninguém. Se queremos resultados temos de fazer sacrifícios, e se decidi viver como se o mundo fosse terminar no final da semana, e tentar por momentos esquecer esta pandemia - eu Mula, me confesso, ainda que tudo realizado com as devidas condições de segurança - na semana passada, agora é hora de retomar ao carril. Não engordei, calma, mas também não perdi peso, obviamente.

 

Agora é continuar.

 

'Bora lá!

A incrível capacidade das pessoas...

... de separar as águas!

Um dos meus - muitos - papéis aqui no trabalho é pedir dinheiro às pessoas. Não no sentido de beneficência, não no sentido belo da vida, mas no sentido do paga o que deves. Já se sabe, quando mexemos no bolso de alguém nem sempre corre bem. [Que bonito, até rimei!] Por isso já aconteceu, apesar do curto tempo que aqui trabalho, trocar alguns galhardetes por email com pessoas que se recusam a aceitar algumas contas que apresento. A minha grande dificuldade prende-se com o facto de grande parte das reclamações reportarem-se a períodos anteriores à minha entrada na empresa, mas ainda assim só cumpro o que me é pedido, com a informação que me é prestada. As pessoas sabem disso, e talvez por isso tenham atitudes tão estranhas. Não digo boas ou más, mas estranhas.

 

Acontece que já por diversas vezes, após troca de galhardetes via email, as pessoas aparecem aqui pelos escritórios e agem como se nada tivesse acontecido. Bem sei que o problema não sou eu, nem é comigo, mas as pessoas nem abordam o assunto e cumprimentam e falam com toda a simpatia. Depois, ali na sala ao lado, continuamos a trocar emails mas nada se passa quando passam por mim. Poderia achar que não associam o email à pessoa, mas sei que não é verdade, poderia achar que evitam o confronto, mas também não sei se é isso. Confesso que quando vejo as pessoas a entrar penso "pronto, lá vou eu me chatear e argumentar para o boneco" mas não, sou poupada nessa guerra.

 

Eu teria mais dificuldade em separar as águas, mas há realmente pessoas que separam mesmo todas as águas.

 

Já vos aconteceu?

Sobre as pessoas

Hoje tenho uma pergunta delicada para vos fazer...

 

... Eu não queria, mas a curiosidade fala mais alto!

 

As pessoas no vosso trabalho também são porquinhas?

 

Na minha anterior empresa existia sinalética básica em todo o lado: "se sujou, limpe", "se deixou cair, apanhe", "use o piaçaba", coisas deste género, se é que me entendem. Aqui na empresa não existe este tipo de sinalética, mas como começo a perceber a necessidade da sua existência, estou a começar a distribui-la. As pessoas não têm o mínimo respeito por espaços comuns! O mínimo. Desde papel das mãos e papel higiénico espalhado em toda a casa de banho, loiça suja na copa - que nunca é de ninguém! - e outras coisas que prefiro nem referir. Não pode ser só aqui, não é possível que as pessoas porquixonas estejam todas concentradas aqui... O que me leva a acreditar que as pessoas realmente não têm o mínimo de decência e de bom senso, o que é estúpido até porque até os meus gatos, antes de terem tamanho de gato, já sabiam usar a areia sem sujar muito o espaço.

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.