Uma espécie de curta do dia #92
Interrompendo só aqui um bocadinho a viagem a Málaga...
Lembram-se do que passei aqui? Só para a avisar que tenho um sistema imunitário fantástico e estou novamente com uma amigdalite...
#estageraçãonãovalenada
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Interrompendo só aqui um bocadinho a viagem a Málaga...
Lembram-se do que passei aqui? Só para a avisar que tenho um sistema imunitário fantástico e estou novamente com uma amigdalite...
#estageraçãonãovalenada
Ora bem, onde é que nós íamos?
(Ignorando o facto de se terem passado entretanto 10 dias...)
Ah sim, Málaga!
Fui de férias para Málaga. E porquê Málaga? Basicamente porque recebi uma mensagem a dizer que "era giro fazer-mos o Caminito do Rey" e eu sem ter visto muito bem o que era o Caminito do Rey, disse como é meu costume: "Bora!" Depois, claramente, chorei no colo da mãe, no colo das amigas, fiz o testamento e entreguei as palavras-passes das minhas redes sociais a alguém de confiança porque comecei a acreditar que poderia não sair viva desta viagem - o que de certa forma, metaforicamente escrevendo, até não é mentira nenhuma, que eu morri várias vezes ao analisar a qualidade de pessoas que vivam naquela terra, if you know what i mean! - é que para quem não sabe, eu sofro de vertigens e então tenho de vos confessar que o Caminito do Rey foi uma das maiores loucuras que eu já cometi.
A verdade é que Málaga nunca tinha despertado muito a minha curiosidade e talvez por ir com tão baixas expectativas me tenha apaixonado tanto pela terra, como pelas pessoas, como pela comida, por tudo, ainda por cima depois das última férias em que quase quinei... Estava mesmo a precisar de umas férias assim!
Deixem-me dizer-vos que me apaixonei logo no avião, ainda no Porto, já que partilhei o meu lugar com um moço muito jeitoso simpático que trocou de lugar comigo para eu ir à janela, já que íamos só os dois. Afinal ainda se fazem cavalheiros nesta terra à beira mar plantada. Ainda estive para lhe pedir a mãozinha na descolagem, mas ele pareceu estar a sofrer mais do que eu e também não quis abusar da sorte já que teríamos de estar ali lado a lado durante pelo menos uma hora.
Dia 1
A viagem foi bastante rápida e assim que chegamos fomos a pé para o apartamento que alugamos. Biquínis na mala, almoçamos junto ao mar e zarpamos para a praia.
No porto de Málaga, que é uma espécie de galeria comercial ao ar livre, conhecida por Muelle Uno, existem várias opções para almoçar, jantar, lanchar, ou apenas beber uns cocktalis ao por-do-sol, e foi então aqui a nossa primeira refeição:
Muelle Uno
O Muelle Uno tem várias opções de restaurantes, desde fast food a healty food a regular food - tinha que ser tudo em food... - passando por lojas de roupa, perfumarias, gelatarias, tem de tudo um pouco, é um lugar muito agradável para passar uma tarde, quem prefira, a ir dar umas braçadas ao mar.
Escolhemos um restaurante com um menu completo de turista a preço aceitável: O Gorki. Entradas - um conjunto de tapas variadas e salada de folhas com queijo chévre, banana e tomate seco envolta em molho balsâmico - prato principal - uns canelonis de espinafres e ricota - e para finalizar o belo do petit gateau. Deixem-me só acrescentar que adorei a cerveja malagueña.
Refeição no Gorki
Refeição concluída... Energia refeita... Praia!
Bem vindos à la Malagueta!
A vossa Mula toda animada na Malagueta
Claro que uma praia com este nome teria de ter muito picante... E tinha... Ó se tinha! Água quente, areia ainda mais quente - queimei-me tanto nos pés... - vistas de arrepiar - em sentido lato e figurado - e foi incrível fazer praia em Outubro. Deu para repor muito do bronze que já se tinha apagado de Setembro.
Voltava para ali já hoje!
Dizia a meteorologia que as temperaturas rondavam os 25ºC mas a verdade é que a sensação térmica era muito diferente, e houveram alturas em que não se aguentava estar espalmada na toalha ao sol, tal que era o calor. Nunca saímos da praia muito cedo... Nunca apanhamos vento, ou chuva, ou frio,... Tudo fantástico... Tirando a areia negra que me estragou um biquini.
Depois da praia a rotina normal em período de férias: Banho, e ir para a cidade jantar. Ficamos sempre pelo centro histórico à noite, mas isso serão outros carnavais que já vos mostrarei tudo.
Despeço-me apenas com o jantar do primeiro dia para vos aguçar o apetite para logo:
Restaurante Pepa y Pepe - camarões grelhados com um molhinho que não sei de que era, mas era bom, cebola frita, batatas bravas e uma bela carne cujo animal me escapou mas que era muito boa e tenra (vitela provavelmente).
Se há coisa que me atrai na cultura espanhola é a forma como eles encaram as refeições: um momento de lazer e de partilha e por isso foi sempre possível degustar mais porque as refeições eram para duas pessoas e não apenas para mim. Infelizmente quando se faz esta tentativa em Portugal somos encarados pelos empregados como pobres, aqui a partilha é normal e encorajada. Por isso cada refeição foi um deleite de vários sabores e texturas!
E pronto não vos maço mais por hoje.
Próximo capítulo falar-vos-ei do Caminito do Rey!
Fiquem desse lado!
Reflexão da semana:
Agora é que deveríamos de estar confinados e em teletrabalho obrigatório...
... É que ao preço do combustível começa a ficar insuportável trabalhar fora de casa!
Eu quero muito ser mãe. Acho que não é segredo para ninguém o meu desejo há muito anunciado.
imagem retirada daqui
Já estive tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Quando penso nisto sinto-me tão vazia... Tão estranhamente vazia... Mas quis o destino não me proporcionar, até à data, este cumprimento deste desejo. Talvez alguém superior anteveja que eu vá ser uma péssima mãe... Alguém que goste tanto de dormir e de sossego, como eu, pode não conseguir ser uma boa mãe. Posso não conseguir ser uma boa mãe. Mas a verdade é que posso nem nunca vir a descobrir.
Para além do relógio que não para - já caminho a passos largos para os 34 -, estou mais solteira que uma árvore esquecida no meio do deserto, e o pior de tudo é que a saúde não está na melhor fase, como já disse algures por aqui. Umas complicações surgiram... E ao que parece sofro de endometriose no ovário, que é só uma das principais causas de infertilidade na Mulher... Só! Aparentemente é só no ovário direito, mas a verdade é que não me adiantaram grandes informações e dizem que tenho de repetir o exame daqui a uns meses... E só depois ver o que se pode fazer... E até lá...
Já chorei, já me apeteceu gritar, já me apeteceu atirar abaixo de uma ponte - calma, é só uma forma de expressão - já me apeteceu largar tudo para trás das costas e recomeçar do zero longe daqui - como se resolvesse alguma coisa - mas agora só... resignei-me! Resignei-me. Que me adianta tentar lutar contra o tempo? Que me trouxe este desespero, ao longo do tempo? Nada... Nada de nada...
Hoje não me apetece gritar mais... Apesar das lágrimas caírem sem grande controlo. Dizem que tenho de aprender a aceitar mais. Talvez tenham razão. Dizem que posso tentar engravidar por aí, assim à maluca, como se doenças e outros problemas não fossem reais, que posso tentar de forma médicamente assistida ou até mesmo adotar, mas à parte disso, parece-me importante referir que quando falo que quero ser mãe, não me refiro só ao ato de ser mãe... De abrir as pernas e parir uma criança - perdoem-me a imagem - mas sim ao facto de querer uma família! Gostava de ter um filho com um lar como sinto que nunca tive: com amor, estabilidade, segurança, ...
... Mas parece que o meu lar seguro, com amor, estabilidade e segurança será uma conta muito fácil de fazer: Uma Mula e um montão de gatos fofos para substituir o vazio de algo mais...
Hoje sinto que estou pouco resignada... Sinto-me até mais condenada do que resignada... Mas... Amanhã será um dia melhor!
Até amanhã!
Descobri o meu grande problema com os homens - ou comigo, vá -, mas não sei como o resolver. Solicita-se por isso préstimos gratuitos de psicoterapia**, a leitor psicólogo que me pretenda adotar como um caso pro bono para o currículo.
Vejam só como ficava bem no CV:
"Cura parcial da mente de uma Mula desregulada. Não foi possível cura total, porque já não tem solução possível".
Ah mas adiante, caros psicólogos da vossa Mula. Eis o problema:
Descobri que eu quero um homem na minha vida... Mas só me interesso por miúdos (e não estamos a falar de idades...,), e agora?
** Não me julguem, que a Mula está tesa como um birote, que isto das férias anima a alma, mas esvazia a carteira.
Esta é a história do dia em que eu entrei para o avião com um cartão de embarque e um cartão de cidadão que não correspondia.
Imagem retirada daqui
Podia ser uma história de ficção? Poder podia, mas não seria a mesma coisa.
Enquadrando...
...Dizem que a segurança dos aeroportos é apertada... Que os controlos são apertados. Que há muito zelo. É tudo tão, mas tão... Que não é nada disso.
Quem me acompanha no Instagram sabe que viajei para Málaga na semana passada, de férias - em breve conto-vos tudo sobre a viagem, que amei! - e no regresso, não tive como imprimir o cartão de embarque - também não tentei imprimir, é certo, mas a verdade é que hoje em dia com o telemóvel tudo é mais simples - e então tinha um print screen do meu cartão de embarque no telemóvel. Com o meu, outro cartão de embarque que não me pertencia. Na entrada para o controlo, passei apenas com o QRCode e ninguém pediu cartão de cidadão - até aqui tudo certo, até porque passei o QRCode correto. No embarque, passei o QRCode da pessoa que me acompanhava e a moça deixou-me seguir. Pareceu-me que vi no ecrã um nome que não era o meu, estranhei, mas tendo em conta que a hospedeira olhou para o meu cartão de cidadão e me mandou seguir... Nem raciocinei. Quem já voou sabe que isto acontece tão rápido que nem sempre o tico e o teco têm tempo para raciocinar. Quando a pessoa que estava comigo tentou passar o seu bilhete... Tcharan... Não deu! Deu erro! E foi assim, que EU, detetei o erro e voltei para trás e expliquei à hospedeira que muito provavelmente teria passado o bilhete errado e propus-me a passar o meu QRCode - desta vez - para que alguém não ficasse retido em Málaga. Até porque, sejamos sinceros, eu gostei tanto da terra que se houvesse alguém para ser retido, que fosse eu. Depois lá me entenderia com os meus patrões. A hospedeira não pareceu perceber muito bem o sucedido - a cara demonstrava alguma confusão - mas a verdade é que não questionou - acho que nem a ouvi falar... - e lá seguimos sem qualquer problema.
Mas prontos, meus caros, é para que vejam. Alguém passa um cartão de embarque de alguém - não interessa quem - ter um cartão de cidadão na mão disfarça o delito, a tripulação faz o seu papel - desliza os olhos sobre o cartão de cidadão sem nada ver realmente - e está tudo certo. E assim entra um criminoso num avião disfarçado - não era o caso, mas poderia ter sido. E eu que já não me sinto confortável a voar... Fiquei ainda mais desconfiada da (in)segurança dos aeroportos.
Já alguém passou por algo semelhante?
Imagem retirada daqui
Hoje, pouco mais de dois anos depois entrei num aeroporto... Num avião. Com 3 viagens canceladas em 2020, chegou a altura de fazer diferente em 2021, enquanto há tempo para mudar um pouco o rumo do que nos está destinado: Enclausura - que tantas vezes é mental.
Nem tudo é vírus.
Nem tudo pode ser pandemia.
Alguma coisa tem de nos revitalizar.
Achei que era altura de perder algum do medo que tenho, e tentar alguma normalidade. Já tinha saudades desta sensação, e com ela a inevitável nostalgia. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que viajei de avião: Tinha 10 anos e fui a Lisboa - oferta da câmara municipal às escolas do concelho. Lembro-me perfeitamente de achar estranho estar em cima das nuvens. Achei mágico. Podermos andar em cima das nuvens é mágico.
Hoje em dia, apesar de já não sentir a magia, continuo a achar um encanto olhar para baixo e ver pequenos pontos muito juntinhos de algo que lembra a algodão doce. Olhar para baixo e ver montes e vales muito longínquos. Rios imensos percorrendo o que de longe parecem apenas pequenas fendas na rocha. Estradas que parecem retiradas da playmobil. Pessoas que parecem formigas. O mundo ali tão perto e tão longe. É inevitável sentir que somos no fundo tão pequenos, tão insignificantes... Um pequeno ponto entre milhões de pontos.
Aqui em cima - sim, escrevo-vos do ar - tudo é relativo. A nossa vida nas mãos de um pássaro gigante que nos leva por entre todo um espaço denso e profundo e hoje, pela primeira vez, não tenho nenhuma mão para apertar na descolagem. Saudades de ter uma mão para apertar na descolagem que tanto me angustia.**
Sim, tinha realmente saudades da sensação que ora me atormenta ora me alenta, porque normalmente, do outro lado da viagem, existe todo um mundo por explorar.
E vocês? Sentem-se confortáveis a viajar de avião?
**Podia ter apertado a mão dos estranhos desconhecidos que comigo voaram, mas... achei melhor não abrir esse precedente!