Ainda à cerca de ontem, sobre a minha prenda de Natal - estou cada vez mais curiosa.
Pelos vistos foi comprada numa loja infantil. Disse-me a minha mãe que pediu à menina para embrulhar muito bem porque eu era das que abria os embrulhos e que os fechava sorrateiramente sem ninguém perceber - já fui assim, mas já não sou tá? - e como tal a menina perguntou a idade da sortuda.
Imaginam a cara da menina a ouvir que se tratava de uma mulher de 33 anos? É que eu não estava presente, mas imaginei.
A minha mãe disse que já me comprou a prenda de Natal, mas que não comprou exactamente o que queria. Acrescentou que já tinha corrido os centros comerciais todos e que era impossível.
Perguntei-lhe, por ser assim tão difícil, pelos vistos impossível, se me tinha tentado comprar um namorado.
Sabemos que a polícia está a fazer um excelente trabalho quando vamos atrás de um carro patrulha durante alguns quilómetros e só quando o carro patrulha sai da frente e fica escuro, é que percebemos que fomos o tempo todo, de noite, sem faróis.
Já disse algumas vezes por aqui que sou um animal encartado. Paciência no trânsito não é comigo... Paciência no geral não é comigo, na realidade, mas neste contexto só piora. Que fazer? Odeio chicos espertos! Odeio pessoas que se acham mais espertas e ágeis que os outros. Odeio pessoas que não sinalizam manobras, que sabem que a faixa de rodagem deles acabou mas que ainda assim continuam a par daqueles que têm prioridade. Odeio pessoas que se acham donas da estrada. Sinalizam as manobras, esperam no sítio certo? Sou a primeira pessoa a ceder passagem! Tentam armar-se em espertos? Têm de ir à volta porque por ali não passam! Literalmente.
Mas tentei relaxar. Tentei ser zen. Tentei ajudar as pessoas e tornar-me numa querida ao volante. Ser boa pessoa no matter what. Sabem que mais? Não resultou!
Ontem, aproveitei que até estava a chover, para ir mais devagar e colocar em prática esta resolução de ano novo para aí de 2015! Só as minhas entranhas sabem o que me remoeu a alma ser uma fofinha para os chicos espertos!
Mas...
...Mas não dá mais!
Dos 10 ou 12 carros que "ajudei", que facilitei mesmo sabendo que se estavam a armar em espertos, APENAS DOIS agradeceram a gentileza!
Lá no centro de vacinação - na interminável fila, ao frio - duas pessoas conhecidas encontram-se separadas por uma barreira que mais parecia o labirinto do pacman:
Pessoa 1: Olha, por aqui? Há quanto tempo!
Pessoa 2: Realmente!
Pessoa 1: Sabes quem morreu?
Pessoa 2: Não, quem é que morreu?
Pessoa 1: A pessoa X!
Pessoa 2: A sério? Não sabia!
Pessoa 1: Sim... Mas já morreu há alguns anos... Eu é que também só soube na semana passada.
Não sei se me choque mais com o facto de duas pessoas que não se vêm aparentemente há algum tempo falarem de uma terceira pessoa que já não viam ainda há mais tempo... Ou se pelo facto de separadas pela barreira do pacman isso não as ter impedido de se abraçarem... Ou ainda mais pelo facto de ninguém ter dito absolutamente nada. Deixo ao vosso critério.
Sim, só ainda tomei a primeira dose. Sim, eu sou culpada daquilo que me acusaram no centro de vacinação: Sou uma fugitiva! Mas também para que fique registado, tomei a primeira dose sob protesto!
Não, eu não sou contra as vacinas, nem nada que se assemelhe. Sou contra o covid, apenas e só. Mas não ser contra as vacinas não significa que as queira para mim - também não sou contra as calças à boca de sino, e no entanto isso não entra no meu armário! -, porque considero que não há estudos suficientes das mesmas, e ninguém sabe muito bem ao certo quais os efeitos que estão a criar, seja a curto ou a longo prazo e para além do mais, eu vi o filme Eu sou a Lenda, eles também achavam que tinham encontrado a cura para o cancro e vejam no que deu... Ah e tal é filme! É filme, mas sempre me ensiram que a ficção imita a realidade. Estão a perceber bem o problema?
Mas, agora falando bem a sério, pensem comigo:
Se é verdade que não estamos tão mal deste a vacinação em massa - e os números falam por si -, também é verdade que a serem verdadeiros os dados que nos dão, e esses dados a 1 de Dezembro reportam que 87,8% na população portuguesa já está vacinada com pelo menos as duas doses, este tipo de medidas e proibições e afins só vêm reforçar a ineficácia da vacina. Porque se fosse eficaz, os números covid estariam bastante diferentes e não seria necessário as pessoas apresentarem certificados e testes para acederem a determinados bens e serviços.
Então se é assim tão ineficaz, Mula, porque a tomaste?
Primeiro, porque os vacinados, apesar de poderem andar aí a passar covid na mesma como se não houvesse amanhã são uns priveligiados... E basicamente vacinei-me porque não quero viver como um ermita - já que agora para tudo e mais alguma coisa tenho de ter certificado ou testes negativos, e testes à covid gratuitos são apenas 4 por mês e não tenho dinheiro para sustentar farmácias - e tenho de vos confessar que o que mais pesou na minha decisão foi o facto de me "tirarem" o ginásio. Não tiraram, porque posso fazer testes para ir, e assim farei enquanto não tiver certificado digital. AS MINHAS AULAS DE ZUMBA À TERÇA E QUARTA NINGUÉM MAS TIRA! E basicamente é isto... o meu amor pela zumba é tanto que me vacinei por ela. Podia ser por amor a um moço esbelto, moreno de olhos verdes? Podia... Mas não, foi mesmo por amor à zumba...
A modos que é isto...
Andei a caminhar por entre as gotas de chuva, e agora encurralaram-me. Bem jogado, Costa, bem jogado! Aceito a derrota: Costa 1 - Mula 0.
A pedido de algumas famílias - poucas poucachinhas, mas eu sou pelas minorias -, vim só aqui dizer-vos que estou viva.
Pode ser só um delírio da vacina - rendi-me... senti-me encurralada e rendi-me... - e não estar nada viva e achar que estou... Mas pronto, vou aproveitar este pequeno pico de droga no meu sangue e contar-vos um pouco da minha vida.
Mas só amanhã... Que isto de escrever só com um braço - já que o outro foi inutilizado por aquela coisa que me enfiaram nas veias - é coisa para cansar demasiado!
Até amanhã meus picolinos desta vossa Mula que vos adora.*
______________________________________
* Sim... Estou a dar-vos graxa para que me perdoem a ausência. Resultou?