Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Update saúde

Fui fazer novamente as ecografias para vigiar os meus quistos ováricos e mamários. Saí com um mix de sentimentos...

Se por um lado respirei de alívio e rasguei o sorriso quando ouvi que os meus quistos nos ovários simplesmente desapareceram... Quando falamos do nódulo da mama a coisa já muda de figura, pois o dito - que parafraseando as palavras do relatório, é - aparentemente benigno, aumentou... dobrou de tamanho para ser mais específica. Em 5 meses dobrou de tamanho! O doutor diz que ainda não é motivo para alarme mas para continuarmos a vigiar. Podia ter-me focado na palavra alarme, mas foquei-me inevitavelmente no "ainda". Que porra!

 

Apanhei um médico espetacular que brincou comigo, aliviou ao máximo a situação - provavelmente vendo a minha cara de pânico - ainda me animou com o facto de dizer que se os meus quistos nos ovários não eram funcionais e desapareceram, que na mama pode acabar por acontecer igual, que quiçá seja hormonal... Mas quando lhe disse que os meus ciclos menstruais eram mais certos que um relógio suíço percebi um silêncio que não sei se foi propositado.

 

E é isto... É para continuar a vigiar...

 

Tão enganadinha estava quando achava que os 30 eram os novos 20...

 

No meio disto tudo, porque temos sempre de retirar a positividade das coisas que nos acontecem na vida, retiro o facto de começar a preferir homens para fazer estes exames, do que as mulheres. Ultrapassando o facto de ficar praticamente nua em frente a um sujeito estranho com idade para ser meu pai, a verdade é que me disse coisas que nunca me disseram antes. Fiquei a conhecer muito mais sobre mim: desde que tenho um canal interno mais curvo que o normal, signifique o que isso significar e também não vou pesquisar para não aumentar a neura, e que tenho uns ovários pequeninos para a minha idade! Eu nem sabia que os ovários aumentavam de tamanho com a idade...!

 

E é isto gente...

 

Não sei que vos dizer, vai um mix de medo, de pavor e pânico aqui dentro... Ai são sinónimos? Ups! Está realmente complicado!

Uma espécie de curta do dia #99

Ontem era suposto ir a Pilates às 19h e a Pump às 20h... Às 21h30 já era suposto estar a jantar.

 

Cheguei ao ginásio já passava das 19h.

 

Fui a Cycling, que começou às 19h15... A aula de cycling acabou depois das 20h já não consegui ir a Pump e então fui a Zumba às 21h...

 

Não acerto nas aulas do ginásio nem nos horários...

 

...Mas quero acertar nos números do euromilhões!

 

 

Isto já pra não falar, que ia a duas aulas de intensidade moderada e vinha pra casa... Mas sobre isso nem vamos falar.

 

Vou só ali morrer um bocadinho e já venho! 

Se isto funcionar...

Andaram a queimar sutiãs à toa!

"Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite p'ra passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos"

António Variações in Canção de Engate

 

Creio que o António Variações anda desde os anos 80 a passar uma imagem errada à rapaziada... Ao contrário do que se pensa - ou serei eu apenas um ET? - não é porque eu estou livre e mais alguém está livre, que há uma noite para passar. Bem, noites e dias há pois claro para passar, mas não necessariamente uns com os outros, só e apenas porque se está livre.

 

Desde que estou solteira que recebo, com frequência, pedidos de amizade nas redes sociais de pessoas que não conheço. Não adiciono pessoas que não conheço, até porque quando quero conhecer pessoas novas, há aplicações para o efeito. Mas já por algumas vezes para além dos pedidos de amizade moços enviam mensagens. Quando temos amigos em comum, normalmente respondo - mediante o tipo de mensagem claro. Apuro se nos conhecemos ou não, o motivo da mensagem e afins. E é assim que volta e meia caem melros na minhas caixa de mensagens com pedidos bastante descarados e intenções bastante claras de encontros casuais. 

 

Já não se tenta conhecer as pessoas. Já não interessa conversar. Já não interessa perceber se a pessoa agrada ou não. Não! Agora, um moçoilo vê uma moçoila, toca com os pés no chão, tem mamas, uma cara aceitável e mostra logo a sua intenção. E vamos ser claros. Eu até podia ter a mesma intenção, e estar na vida para andar aqui na ramboia com A ou com B, mas o que os leva a acreditar que uma abordagem assim tem resultados? É que não estou a falar de malta que começa a falar e passados dois ou três dias apresenta proposta! Não! Estou a falar de pessoas que mostram logo a proposta ao fim de duas ou três linhas na primeira conversa, e alguns logo na fantástica primeira mensagem: "ai esse sorriso...", "ai que olhos...", "és tão linda". A estes... nem respondo!

 

Não me choca, atenção. Não me choca mesmo, só me preocupa se eles são realmente assim por resultar mais vezes do que o suposto.

 

É que sejamos francos...

 

Não querendo ser demasiado conservadora mas... Se isto resultar, a malta nos anos 60 andou a queimar sutiãs à toda e andam umas quantas mulheres a dar impressão errada aos homens que pode ser tudo como eles querem e bem lhes apetece... Bem, estou cá eu para pôr logo os pontos nos "i's" e mandá-los passar à seguinte, porque eu mesmo quando tenho as mesmas intenções ao menos tento conhecer a pessoa porque o que me agrada não é apenas um corpo bonito mas um todo composto inclusive por personalidade e estes demonstram logo à partida que personalidade é uma coisa que não lhes assiste muito.

Pós Vacina

Coincidências ou não

Tenho algumas coisas para vos contar, alguns filmes para fazer review, algumas peripécias para que vocês se riam comigo, algumas parvoíces à mistura... Mas o cansaço não tem ajudado. Não estou a desculpar-me ou arranjar desculpas para a ausência, mas sim a desabafar o que sinto nos últimos dois meses.

 

Sinto um cansaço extremo.

 

Coincidências ou não, desde a segunda dose da vacina um cansaço extremo caiu sobre mim. Uma falta de vontade para me levantar de manhã... Uma falta de vontade para fazer coisas que gosto. Uma falta de vontade de me mexer.

 

Se é verdade que os dias de trabalho têm andado agitados também é a verdade que não acho que seja exatamente por esse motivo porque o trabalho é muito mas não é para tanto.

 

Testes vários. Sentimento de que é desta que o bicho me agarrou... Sempre negativo. Nas ultimas semanas são mais os dias em que às 20h já estou enfiada na cama, do que aqueles em que ando a procrastinar para me deitar. Desde a vacina são mais os dias em que a cabeça estala e dói do que aqueles em que ando fresca e fofa que nem uma alface do supermercado cujo nome não me apetece pronunciar.

 

Ando literalmente a arrastar-me o dia todo há mais de dois meses...

 

Não morremos da doença, morremos da cura...

 

Mais alguém na mesma situação que eu?

Sobre o toque

 

A vida tem me encarregado de me mostrar que é mais fácil encontrar sexo do que um abraço sentido, sem segundas intenções, só um abraço. Terno. Sentido. Caloroso. Curiosamente, ensinou-me agora, que é quando mais preciso desses abraços. Esses abraços que mesmo sem palavras nos dizem que vai ficar tudo bem. Mesmo que não fique, naquele momento fica. Para a primeira situação, basta dar um pontapé numa pedra, aparecem vindos daqui e dali e do nada. Para a segunda, apenas silêncio. Ninguém. 

 

Dizem que não temos o que queremos, mas o que precisamos. Às vezes não entendo. Não entendo também como é possível um abraço ser mais íntimo e com mais alma, do que deixarmos alguém entrar no nosso corpo, desprovido de qualquer sentimento. É incrível como é possível tocar sem sentir, e sentir tanto quase sem tocar.

 

Durante muito tempo, desde que estou solteira, procurei abraços da forma errada. Parecia que algo mais carnal com alguém acalmava a necessidade de mimo, de conforto, mas rapidamente percebi que era algo tão temporário que não compensava o vazio que, inevitavelmente, logo chegava. O vazio ficava ainda mais corrosivo.

 

Demorou, mas aprendi finalmente a estar sozinha e isso fez-me perceber que eu tenho pessoas a quem abraçar, afinal.

 

Aprendi a conhecer as minhas necessidades verdadeiras e a não camuflar com outros artefactos as verdadeiras dores. Sou péssima a lidar com a dor - é mais fácil esconder por baixo do tapete - mas aos poucos encontro estratégias.

 

Curiosamente há uns anos gostava muito de estar sozinha, passar tempo em casa, sozinha, as folgas não me soavam a folgas se não fosse em casa de pernil estendido no sofá. Agora folgas não são folgas de pernil estendido no sofá, mas sim com os amigos. Folgas agora para mim só fazem sentido quando rodeadas de gente, de risos, de mimos e de palavras. Amigos que não julgam, que escutam só, que se riem e me ajudam a rir de mim. Gosto de me rir de mim.

 

E são estas as minhas estratégias. Procurar abraços nos sítios corretos, nos braços certos, de quem nos consegue afagar verdadeiramente a alma, mesmo sem nos corromper o corpo.

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.