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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Coisas que só a mim... #12

imagem retirada daqui

 

 

A mãe pede-me para ir ao supermercado e dá-me uma listinha em papel. Guardo a listinha de papel no porta-moedas para me focar no que vou comprar. Chego ao supermercado, pego na lista e entro no supermercado com a lista na mão e rapidamente percebo que aquele, em específico, não tinha o que eu precisava pelo que me desloco para a saída.

 

Antes de sair, percebo que estou com fome, volto para trás e decido ir buscar um bolito para matar a fome. Vou buscar o bolito, guardo-o no saco e decido perceber - já que ia ficar na fila para pagar o bolo - se há alguma coisa da lista que ali pudesse comprar. 

 

A lista? Onde está a lista? Pois que percebo que a lista não está mais na minha mão, não está nos bolsos, não está na carteira, nem em lado nenhum!

 

É que só eu, é que entro com uma coisa na mão, de um momento para o outro essa coisa já não está na minha mão e eu nem sei em que momento é que deixou de estar!

 

Claro está que tive de ligar com a minha mãe e pedir-lhe que me escrevesse tudo o que precisava por mensagem, já que não sou responsável por SEGURAR um simples papel num supermercado!

 

Depois surpreendo-me de ainda estar solteira...!

A Mula está de volta ao Instagram

A conta original da Mula foi eliminada pelo próprio Instragam com a indicação de ter violado as normas da comunidade. Tendo em conta que todas as fotografias eram da minha autoria, que não obtive seguidores de forma ilegítima, que não publiquei nudez nem conteúdo sensível, não entendo como foi a minha conta eliminada, sem direito a revisão. Mas adiante...

 

Passada a depressão de ter perdido 7 anos da minha vida em fotos, com fotografias que já nem existem nos meus backups, e tendo em conta que o ano de 2023 chegou em grande, com boas notícias e em forma de recomeço, decidi olhar para o futuro, e criar uma nova conta, desta vez com conhecimento de que é possível criar backups da conta - para não voltar a ser apanhada desprevenida.

 

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Eu que nunca vos pedi muito... Peço-vos, hoje, que me sigam! Não que tenha conteúdo de elevada qualidade e indispensável para a vossa sobrevivência mas...

 

 

...Seguem a Mula no Instagram, seguem?

Da saga: O universo sabe o que faz...

Confia: Nada acontece por acaso!

Screenshot_1.png

 

Relembro-vos que os meus cartões de multibanco foram, estranhamente, parar à minha antiga casa. Morada atualizada, tudo nos conformes, e ainda assim os meus cartões foram parar à minha antiga casa. Na altura não entendi o que o universo me queria dizer, com tantos sinais, já me começava a desesperar um pouco. O universo estava a dar sinais claros de que tinha uma mensagem para mim, mas eu meia surda, meia cega, não entendia o que me dizia ele.

 

Tudo a seu tempo, dizem. Logo eu que gosto pouco de esperar... Mas porque quem espera não só desespera mas também alcança, eis que finalmente entendi o que o universo me reservava.

 

O Mulo não tinha apenas os meus cartões de multibanco, o Mulo tinha também um papel de elevada importância na minha vida profissional.

 

Devido aos cartões, conversa para aqui, conversa para ali, eis que atiro assim para o ar, sem qualquer tipo de expectativa ou esperança, foi só e apenas em tom de desabafo, que caso ele soubesse de alguém que precisasse de uma competente e empenhada administrativa para falar comigo, que eu procurava mudar de emprego. Contei-lhe o que se estava a passar. Expliquei-lhe que a cada dia que passava me custava mais olhar para a cara daquela pessoa, falar com aquela pessoa, trabalhar com aquela pessoa. Por muito que o meu trabalho não fosse diretamente com ele, muito do meu trabalho era com ele e estava cada vez a tornar-se mais insuportável ali trabalhar.

 

Quem me conhece sabe, quando uma pessoa me desrespeita eu não consigo voltar confiar. Digo isto, porque a atitude dele até mudou comigo - provavelmente por ter ido falar com o meu CEO - mas nem assim consegui confiar. Sabem a velha máxima de que quando as crianças estão demasiado sossegadas estão a fazer asneira? Era exatamente a isso que me cheirava... Ele andava demasiado sossegado, com demasiados elogios, demasiado manso, mas para mim estava a preparar algo muito maior, muito pior. Sou desconfiada por natureza, não consigo ser diferente. Então disse para mim: "vou-me adiantar ao que poderá vir dali...". Não sei se, efetivamente, viria dali alguma coisa, mas também, sinceramente, não quis saber.

 

Tudo isto para vos dizer que desabafei com o Mulo, confesso que desde que nos afastamos que sinto a falta dele, ele era o meu melhor amigo e a pessoa mais racional que eu conheço - esse foi o mal, no fundo - e faz-me falta tantas vezes falar com alguém com os pés bem assentes na terra. Por isso desabafei, e ele ouviu-me, e enviou o meu currículo para uma empresa de recrutamento e numa semana consegui uma entrevista com alguém responsável pela fase inicial para uma grande empresa internacional e iniciei assim um longo e complexo processo de recrutamento. Feita a entrevista inicial, tive outras fases de entrevista diretamente com a empresa onde iria trabalhar, primeiro com o diretor da empresa, depois com os RH e finalmente com a chefe de departamento. 

 

Sabem quando entram num sítio e se sentem em casa? Foi assim que me senti no primeiro dia, na primeira entrevista que tive presencialmente. Senti-me bem, senti que ali era o meu lugar, e por isso quando no próprio dia recebo uma outra proposta de trabalho - muito, mas mesmo muito bem paga! - em que queriam que eu começasse imediatamente eu recusei! Se eu sabia se iria ficar? Não, claro que não, até porque a pessoa que me entrevistou inicialmente - a quem o Mulo me recomendou - nada mais tinha que ver com o processo de recrutamento. Mas soube a partir daquele momento que se o universo tinha mandado os meus cartões para a morada errada para eu chegar até ali que não tinha sido à toa!

 

Se sou maluca? Talvez seja um pouco, mas com isto aprendi que é preciso confiar! A outra oferta, por muito que fosse muito mais bem paga, não me iria fazer feliz, não era o que eu queria e por muito que me permitisse elevado crescimento pessoal e profissional, não era o que eu queria fazer, e eu sentia que o meu caminho não era por ali. Ainda pensei "e se..." mas a partir do momento em que deixei de dormir porque só de pensar em aceitar me causava elevada ansiedade... Sabia que o meu caminho que não era por ali e que eu já tinha encontrado o meu caminho, era só esperar, e caso não fosse por ali o meu caminho, algum igualmente bom estaria certamente à minha espera. 

 

O processo foi moroso. Passaram-se semanas, a cada semana que passava sem resposta era um pedaço da esperança que se desvanecia, mas eu continuava a achar que nada tinha sido à toa. Que tudo acontece por um motivo, e que se nunca tinha acreditado em coincidências que também não seria a partir daquele momento.

 

E foi assim que a meio de Janeiro eu recebi a boa notícia de que iria começar nessa nova empresa em Fevereiro! Não imaginam a felicidade!

 

Eu fiz all in, eu confiei, eu consegui!

 

Estas últimas semanas foram uma loucura. Despedir-me foi intenso, eu sabia que gostavam de mim mas não tinha noção do quanto e do impacto que a minha despedia iria ter na maioria das pessoas. Passar todo o trabalho em meia dúzia de dias foi complicado mas fez-se, em contra relógio mas fez-se! E quando saí dali... Foi como se tivesse perdido 20kg!

 

E pensar que se os meus cartões de multibanco não tivessem ido parar à minha antiga casa que nada disto teria acontecido... Acham que devo ligar para o banco a agradecer o engano?

Como se ainda fosse miúda...

Como se ainda fosse miúda,
E te esperasse impaciente atrás do pavilhão,
Pela hora da saída que nunca chega,
Inquietando impiedosamente o meu coração.

 

Espero-te, conformada, diariamente,
Com uma tola esperança de criança,
Que um dia me olhes de forma diferente,
E dês ao meu coração uma nova esperança!

 

E quando me sorris o mundo para,
Contigo nem dou pelo tempo passar...
E quando me provocas o meu coração dispara...
As tuas ausências fazem-se notar!

 

Como se ainda fosse miúda,
Falo-te com ansiedade descontrolada no peito
E com voz trémula que sempre denuncia,
A minha total falta de jeito!

 

Como se ainda fosse miúda,
Olho-te envergonhada, de soslaio, esperando
Que os nossos olhares se encontrem.
Meu sentimento confirmando!

 

Mas nem assim te mostras incomodado,
Entendes os sinais mas nem isso te faz afastar,
Sabes o que sinto e nem assim,
Ignoras e continuas a fazer-me corar!


Imatura, nervosa, atrapalhada,
Diminuo, até, de tamanho a teu lado,
Como se ainda fosse miúda,
Perco até o meu semblante delicado!

Mas já não sou uma miúda,
E teu coração não pertence ao meu,
Resta-me fantasiar com a utopia.
Não és quem a vida me prometeu!

Manias pós covid

Longe da existência do bicho e das máscaras - não sei se têm a mesma sensação que eu, de que já se passou uma eternidade - há hábitos que continuo a manter, essencialmente no que toca a contacto humano.

 

Se eu já era fã do meu espaço pessoal e se já tinha problemas com excesso de proximidade dos outros, desde o covid que este meu valor pelo meu espaço, aumentou significativamente. Continuo a não gostar de demasiado contacto com pessoas fora do meu círculo íntimo, e com o tempo tornei-me quase a alérgica ao tocar nos outros, quando os outros são estranhos, obviamente que com os meus, sou diferente.

 

Assim evito os beijinhos - quando é que abolimos de vez este comportamento? - e quando me apertam a mão - ou me beijam a mão, que há muita malta aqui no trabalho com este terrível vício -  automaticamente os meus olhos buscam a presença do desinfetante!

 

Que desconforto! Sinto-me suja, não vos sei explicar mas que me larguem do pé e parem de me tocar!

 

Espero não ser a única assim, caso contrário acho que tenho de fazer terapia!

2023!

 

Antes de mais desejar-vos um excelente 2023.  A vossa Mula está com uma boa sensação relativamente a este ano. Tenho cá pra mim que será um grande ano!

 

Assim, como sempre, fiz as minhas resoluções de ano novo, que fiz questão de revisar ao comer as passas, à meia noite. Poderia enumerá-las, mas resumindo bem resumido, as minhas resoluções de ano novo têm todas um propósito: ser feliz! Para isso percebi - que o final do ano foi de reflexão - que terei de deixar várias situações e pessoas no devido lugar delas, ou seja, em 2022.

 

Sinto que 2022 foi um ano de grandes aprendizagens, essencialmente onde aprendi a importância de se ser egoísta. Egoísta de um modo positivo! Ou seja, aprendi que para sermos felizes temos de fazer, e querer, por nós, não pelos outros! Pensar em nós e querer por nós, ainda que os outros desaprovem ou se sintam fragilizados com isso. Aprendi que a felicidade vem de dentro para fora e não o contrário. 

 

É todo um caminho, mas em 2023 não me apertarei onde não caibo seja em que campo for: profissional, amoroso ou simplesmente nas amizades! Tudo o que tem de ser forçado e não é natural deixou de me servir, por isso tenciono em 2023 dar uma grande volta - não de 360° graus que não tenciono voltar ao mesmo lugar - de 180° graus. Devido mudar radicalmente. Mudar de trabalho, mudar de casa, mudar de rotinas, mudar e abrir o meu coração, deixar fluir, deixar de me proteger com extrema preocupação. Viajar mais, poupar mais, arriscar mais. Quero ser mais!

 

Vou ser mais e desejo a todos vocês que sejam mais: mais felizes, essencialmente!

 

Que 2023 seja do caraças! 

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.