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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Adicta

Claramente tenho um vício, e claramente é cada vez mais difícil de o abandonar. Nem tão pouco sei se o quero abandonar... De facto! 

 

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Quem me segue no Instagram sabe que desde que trabalho junto ao rio que me viciei no mar, tão perto, logo ali ao lado. Agora que o sol se põe tarde não há dia que não saia do trabalho e não o vá só e apenas contemplar. As ondas a bater na areia - "O mar enrola na areia... Ninguém sabe o que ele diz, bate na areia e desmaia, porque se sente feliz!" -, o sol a refletir no mar, as pegadas deixadas por gentes e animais, gente a ir e a vir, casais, solitários como eu. Viciei-me no cheiro a maresia e no barulho das ondas. Tinha saudades de me sentir assim: leve, tranquila, como o mar...feliz!

 

Tenho reparado ainda num pormenor importante e que de pormenor tem muito pouco: quando estamos só e apenas assim, felizes, coisas boas vêm ter connosco e as coisas que simplesmente nos deixam e que numa outra altura até nos poderiam causar algum tipo de dano, abandonam de mansinho sem causar mossa ou fazer barulho, quiçá abafado pelo barulho dos risos interiores ou exteriores.

 

O mar faz-me feliz, e eu estou viciada no mar porque no fundo estou viciada em ser feliz!

Testam-se personalidades...

Que a vossa Mula é meia doida, um tanto destrambelhada, isso vocês já sabem, o que vocês não sabem é que isso pelos vistos pode ser um problema.

 

Antes de encontrar este novo emprego, enviei vários currículos com afinco. A minha anterior chefe - cuja saída me levou a querer abandonar o antigo emprego - com vasta experiência em Recursos Humanos, ajudou-me a criar um bom currículo e a verdade é que fui sempre chamada para entrevistas de todos os anúncios que respondi. Cheguei a receber outras respostas positivas, mas a verdade é que eu estava expectante com esta - a atual -, confiei e correu bem.

 

Mas a publicação de hoje não é sobre este novo emprego e de como estou feliz. Tão feliz!

 

Nessa fase de procura de novo emprego, respondi a uma candidatura para uma empresa toda XPTO, moderna, com um mindset diferente que consta das 100 melhores empresas para se trabalhar em Portugal. Pode até ser a número 99 ou a 100, mas a verdade é que fiquei curiosa. Numa primeira fase fui a uma entrevista de grupo, com o diretor da empresa, que é um coach conhecido da nossa praça e que eu já seguia há algum tempo nas redes sociais. A entrevista aparentemente correu bem, e passei para a segunda fase de recrutamento, que era nada mais nada menos que um extenso teste de personalidade.

 

A vossa Mula foi trabalhadora estudante desde os 16 anos, fez um curso superior enquanto trabalhava e cuidava de uma casa e de um marido, nunca reprovou... E a primeira vez que reprova, tinha de ser num teste de personalidade sobre si.

 

Uns dias após a realização do dito cujo, à qual fui sincera que as pessoas têm de gostar de mim pelo que sou e não pelo que querem que eu seja, recebi a resposta que o meu perfil não se enquadrava no pretendido...

 

Ainda hoje matuto, será que foi a parte em que eles perceberam que era explosiva, impaciente e teimosa? Não se deveriam de ter focado antes e só nas coisas boas? É que também sou comunicativa, resiliente e organizada...

 

Pois é meus amores da Mula, a vossa Mula é trolaró da cabeça e pelos vistos isso não passou despercebido ao olhar demasiado exagerado, pareceu-me, dos recursos humanos da empresa, até porque sempre me ensinaram: Quem muito escolhe, pouco acerta.

Quase 35 anos...

... E às vezes acho que ainda não me conheço. 

 

Não me conheço o suficiente para cair constantemente no erro do excesso de chocolate e acabar enjoada e a repetir mentalmente que nunca mais faço aquela combinação...

 

A minha memória é do tamanho de uma avelã!

 

Mula, repete: se a bebida é de chocolate, o que se come tem de ser salgado, ou menos doce, e não bolo de chocolate!

 

Quase 35 anos e continuo a ter mais olhos que barriga como se tivesse 13!

Obras

Colado à minha casa, foi vendido um terreno com uma casa praticamente em ruína. Quem comprou tem de fazer grandes obras, para tornar a dita habitável. E assim, tenho os meus novos vizinhos com obras, há meses!

 

Pelo que percebo, porque estive duas semanas em teletrabalho e não ouvi barulhos durante a semana, serão eles que aos poucos estarão a reconstruir e então acharam por bem iniciar as obras aos sábados às 8h30, da MANHÃ - para que não restem dúvidas sobre o sistema horário - todos os sábados, faça chuva ou faça sol. A casa deles é colada ao meu quarto, quando eles batem telhas ou usam a maquinaria barulhenta, até parece que sinto o meu quarto a abanar, e o barulho entra e aloja-se no meu cérebro ao expoente da loucura.

 

Preciso de dormir! Vocês sabem que eu sou dorminhoca e que preciso de dormir! Trabalho a semana toda na esperança do sábado chegar rápido para dormir até tarde e tem sido completamente impossível. Já me mentalizei que agora só tenho os domingos... Ou tinha!

 

Há duas semanas começaram também a fazer barulho aos domingos de manhã! Disse para mim que se o voltarem a fazer irei acionar a polícia que já me parece abuso. Se já é abuso - e proibido, tanto quanto sei a lei do ruído é só de segunda a sexta - ao sábado de madrugada - sim, porque 8h30 de sábado vamos ser sinceros que é de madrugada - repetir ao domingo é simplesmente gozar, literalmente, com quem trabalha de segunda a sexta!

 

Por isso... Há alguns meses que não tenho um fim de semana descansado e relaxado, ainda esta semana disseram-me que estava com mau ar, que estava com aspeto cansada, e se ando feliz e satisfeita no trabalho, só pode ser de não dormir, já que durante a semana acordo às 6 da manhã.

 

É triste quando não há respeito. Eu respeito que eles queiram e precisem de fazer obras, mas eles também têm de respeitar quem precisa de descansar, ainda pra mais porque nunca vieram cá pedir ou informarem-se se era ou não um problema, assumiram apenas que era para avançar.

 

Estou tão mas tão farta disto que estou quase a reservar um quarto de hotel qualquer baratucho só para tirar um fim de semana de descanso. A minha saúde mental começa a ficar afetada!

Déjà-vu

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Vi-te e memorizei-te na minha memória como uma paisagem ou quiçá uma lembrança de uma viagem. Não sabia se te voltaria a ver nem tão pouco se te reconheceria se te voltasse a ver. És discreto, mas reconheci em ti algo especial. Algo me atraiu para ti sem motivo ou justificação.

 

Voltei-te a ver.

 

Mais.

 

Estás agora colado à minha vista como um post-it importante com uma tarefa a executar sem erros. Desvio o olhar por uns mílimetros e ali estás tu, também tantas vezes a desviar o olhar quando encontra o meu por erro de cálculo ou por falta de velocidade, ou simplesmente pela audácia de me encarares. Quero ser discreta, estou a falhar. Queres ser discreto, penso, mas não te preocupas tão pouco em tentar.

 

Fujo do teu olhar, corro para a chuva para respirar um pouco, ordenar as ideias. Apareces vindo do nada como uma sombra, em pezinhos de lã apenas para não me deixares pensar. Bem sei que também te intrigo. Intrigas-me mais ainda. Fazes-me perguntas para as quais já tens respostas. Queres preencher os silêncios. Incomoda-te o silêncio comigo mas ainda assim não me evitas. Queres saber mais sobre mim, como eu quero saber mais sobre ti. Que sabemos afinal um do outro? Não! Não quero saber mais de ti!

 

Tenho medo.

 

Dás-me medo!

 

Dás-me medo não por ti, não por seres mau, que não o és, mas por mim, porque já o vivi noutra vida, que foi nesta, mas que por ser há tanto tempo parece que já não a reconheço como atual. Vivi exatamente isto, não contigo mas com ele. Vivi exatamente isto com ele. Só que contigo foi mais rápido. Com ele não. Com ele demorei a emaranhar-me na teia que dizia pela qual nunca iria passar. Passei e fiquei presa. Demorei a desenlaçar-me dos finos fios de seda mas consegui e nesse dia disse que não voltaria a cair em algo semelhante.

 

E agora tu!

 

Chegas tu, que sendo tão igual e tão diferente, me fazes relembrar tudo o que vivi com ele. Não o quero viver contigo, porque vivê-lo contigo seria permitir a existência dele novamente na minha vida, no meu pensamento.

 

És-me tão estranhamente familiar e ao mesmo tempo tão estranhamente novo. Consegues provovar-me uma nova e estranha sensação, que sendo nova a reconheço tão bem. Dou por mim novamente presa num ciclo vicioso que me assombra a alma que me faz reviver uma e outra vez todo o meu passado, como que presa num loop, incapaz de avançar.

 

Já vivi isto. Exatamente isto! Mas tu és diferente, apesar de igual, tu és matreiro, desconcertante, evasivo. Entras e não pedes licença. Ele pedia. Ele era cuidadoso e reservado e mesmo assim não o vi chegar. A ti sim, eu vi-te chegar. Vi-te chegar muito antes de saberes da minha existência. Vi-te chegar muito antes de saber que eras apenas uma sombra do passado de uma história mal concebida, como um drama barato. E agora vejo-te a chegar e a partir, porque já o vivi com ele, também ele partiu antes de chegar, apesar de continuar a partir e a chegar, a partir e a chegar, vezes e vezes sem conta ao longo de tanto tempo. Livro-me dos finos fios de seda e logo reparo que ainda há mais...

 

E agora tu!

 

Quero acreditar que já ter vivido isto na tal outra vida, que me traz vantagem, sabedoria, tática e habilidade, mas percebo que sou apenas um gato a caminhar. Sabes que as patas traseiras dos gatos pisam sempre no mesmo local das dianteiras? Dizem que sim! Também eu sou um gato, mas dos mal-amanhados, a repetir as pisadas mal feitas uma e outra vez. O tempo não passa por mim, não porque não fique velha, que nova já não sou, mas pelos erros em que persisto cair.

 

Não, não vou cair neste erro. Não vou, porque apesar de me lembrares d'ele, és diferente. Tens de ser diferente. Mas se assim não for, já sei como tudo vai ser. Os sorrisos que me vais transmitir, as lágrimas que me vais provocar, as ilusões que me vais criar. E cá estarei eu, porque o tempo não passa por mim, a pisar, como os gatos, a mesma marca no chão.

"Toquem que é vosso"

imagem retirada daqui

 

Durante muito tempo era complicado dançar em público e tocar à vontade no corpo, baloiçar corpo e cabelos de forma leve e sensual, como o faço enquanto limpo a casa de música em alto som, qual Freddy Mercury. Esqueçam apenas a vestimenta e os saltos do Freddy, que aqui é mesmo de pijama e pantufas, mas durante as limpezas dança-se de tudo e dou altos espetáculos para os meus gatos.

 

Não sei se é vergonha, falta de confiança, desconforto com o próprio corpo, ou se um mix tipo cocktail molotov, mas a verdade é que quando dançava em público os movimentos eram rígidos, como se estivesse colada ao chão e o corpo pesasse chumbo.

 

Tenho evoluído imenso desde que danço com mais frequência e aqui percebi que não sou a única com esta... chamemos-lhe limitação. É impossível não rir quando as professoras e os professores gritam: "toquem que é vosso", ou "aqui é para ser sem vergonha, a vergonha fica lá fora". Lembro ainda dos tempos em que fiz aulas de danças afro-latinas, de como era rígida ao dançar com par, ficava desconfortável, era estranho, ficava firme e hirta como uma viga de betão, nem o professor me conseguia domar. Ao fim de uns meses, quando dançava com o professor ele levava-me para onde queria e bem lhe apetecia que eu deixava-me conduzir sem medos ou problemas, quem visse de fora pensava que era uma bailarina nata. Não era e não sou, era apenas porque me deixava conduzir sem problemas, com alguém que não saiba dançar ou não saiba conduzir, eu danço zero e o ideal é levar botas de biqueira d'aço.

 

imagem retirada daqui

 

 

Encontrei na dança mais uma alavanca para o desenvolvimento da autoconfiança e autoestima, que tenho vindo a falar aqui nos últimos tempos e estou a dar baby steps para me melhorar. Deixei as danças Afro-Latinas, pois perdi o meu par, mas continuo na Zumba, faço FitBrasil e até já fui a duas ou três aulas de Sensual Moves - aí sim, aí sim é para soltar tudo! -  para me soltar, para deixar de lado a rigidez corporal e deixar apenas fluir. Lembram-se quando vos disse que não conseguia gritar? Até nisto estou a trabalhar. Aos poucos tento que se solte um pouco de voz, quando a malta começa a gritar feita louca. Mas isto ainda é estranho... Acho que nunca partilhei com ninguém, mas quando grito dá-me vontade de chorar, mesmo quando estou a divertir-me, feliz... Preciso de libertar isto de mim, não quero isto pra mim!

 

Por isso acho que dançar deveria de ser obrigatório. Dançar sem medos, com sensualidade, sem vergonhas ou ansiedades, deixar apenas fluir. Ser natural! O que funcionou comigo foi começar a treinar algumas das coreografias em casa, pelo facto de ficar menos preocupada, durante a aula, em acertar os passos e poder aprimorar a técnica e o movimento, e assim aos poucos ganhar cada vez mais confiança e já se sabe...

 

Confiança atrai confiança! Autoestima atrai autoestima!

Que espécie de adultos estamos nós a criar?

 

Semana passada na cadeia do M amarelo, estava uma criança, que deveria de ter uns 4 anos, aos berros desde que lá entrou. Até aqui tudo certo, sou da opinião que não se pode colocar uma mordaça na boca das crianças para que elas se calem por muito que possa irritar quem está à volta. São crianças, é suposto chorarem, fazerem birra e fazerem barulho. Tudo certo até aqui.

 

O restaurante estava cheio, já eu estava numa mesa alta, e os pais encontraram um lugar confortável sentados naquelas poltronas. A criança apontava para a mesa ao lado e berrava, berrava, berrava. A mesa ao lado tinha aqueles tablets com os joguinhos para as crianças, e ali estava uma família - sem crianças pequenas - a jantar. Notou-se que a família acelerou a refeição e mal se levantaram, os pais foram para essa mesa, e não mais se ouviu a criança aos berros.

 

Diz assim um homem que estava ao meu lado, para a sua filha pré-adolescente:

 

Pessoa: Ah! Estava a ver que não! Não sabiam ter cedido logo aquela mesa ao menino? Faz algum sentido eles estarem ali sentados? Aquilo é para as crianças!

 

Juro-vos que fico cega com estes comentários! Juro-vos que me enervam os pais que fazem tudo aos filhos. Levantem-se e comentem pais que a partir deste momento me vão odiar um bocadinho, com esta publicação...

 

Mas atentem no que eu digo, que não sou mãe, mas sou formada em educação: O papel das crianças é testar os limites. O papel dos pais é estabelecer os limites! É importante que os pais demonstrem às crianças que não pode ser tudo como elas querem, quando elas querem, e só porque elas querem. É importante que recebam nãos, porque a vida é assim, quantos nãos recebemos nós ao longo de uma vida? Temos de preparar as crianças para os nãos, para perder (sim, porque também não sou a favor que deixemos as crianças ganharem sempre, quando jogamos com elas), para terem contrariedades e adversidades, a vida não é assim tão simples e simplista. É preciso ir à luta, nada cai do céu, é preciso ser persistente, é preciso ser... Resiliente!

 

Ao deixarmos as crianças fazerem tudo à maneira delas, só criamos crianças com baixa resistência à frustração, arrogantes, com mau perder, sem fairplay, sem respeito pelo outro.

 

Claro que se calhar estou a levar tudo ao extremo, nem conheço as pessoas envolvidas, mas mais do que os pais que se levantaram e foram para a mesa que a criança queria - porque provavelmente eu também o faria como mãe, só para que a criança parasse de chorar, já que estava num espaço público - chocou-me o comentário do outro pai que estava com a pré-adolescente, a miúda não deveria de ter mais de 12 anos.

 

Sim, aquela família apesar de não ter crianças pequenas, tinha todo o direito de ali estar, como qualquer outra pessoa. Não, eles não tinham de ceder o lugar para a criancinha que estava chateada por não ter o brinquedo para jogar!

 

Preocupa-me a sociedade que estamos a criar, com as crianças que estamos a (des)educar, porque se ainda houver esperança para a minha reforma, são estas gerações que me vão dar sustento na minha velhice, e deste modo não estou a ver jeito!

 

Agora, a sério, questiono-vos: Pais, educadores e afins desta blogosfera, estarei a exagerar? Não é importante as crianças perceberem que nem sempre têm o que querem?

A maravilhosa touca de cetim

Já referi por entre uma publicação ou outra, que tenho o meu couro cabeludo oleoso. Lavo o cabelo, no próprio dia ele fica direitinho, vou dormir e basicamente acordo, no dia seguinte, como se tivesse sido lambida toda a noite por uma vaca - que espero que seja uma daquelas dos Açores, criada ao ar livre, feliz.

 

Tentei de tudo, champô purificante - que me resseca imenso as pontas -, champô próprio para cabelos oleosos, sprays e o diabo a sete. Sem resultados. Durante muitos anos rendi-me ao champô seco, que não fazendo milagres, ajudou-me a lavar o cabelo pelo menos dia sim, dia não - a menos que vá ao ginásio todos os dias, aí tenho mesmo de levar diariamente - mas ainda assim por vezes, pelo menos a franja tinha de lavar, no suposto dia não, porque às vezes a vaca entusiasmava-se e a franja ficava completamente assapada na cabeça sem solução.

 

Imagem retirada daqui

 

Descobri o milagre da touca pouco sexy de cetim. A minha obviamente é de uma imitação qualquer de cetim da SheIn e que me custou pouco mais de 2,00€. Bem sei que não é a coisa mais bela do mundo, e que quem durma acompanhada pode ser um turn off para o parceiro, mas é como nos dizem, minha gente boa, não se pode ter tudo: Ou têm um marido feliz ou um cabelo bonito e brilhante, e eu tendo em conta a sorte que tenho com os homens aposto forte na segunda. Também não acordo ao lado de ninguém, a escolha é fácil.

 

A touca, tenho de vos confessar, não é a coisa mais confortável para dormir, ainda por cima a minha tem um elástico regulável que aperta um pouco - tenho medo de a deixar demasiado solta e que fuja de noite, como os homens... - e confesso que às vezes exagero e até acordo com as orelhas um pouco doridas, mas... consigo aguentar 2 dias sem lavar o cabelo e ele fica impecável nos dias seguintes! No dia seguinte é só dar um pouco de ar com o secador para lhe dar algum movimento e tirar os jeitos de dormir, et voilà! Resultado: A cor dura mais tempo, porque não é tão frequentemente lavado, não resseco tanto as pontas, e o cabelo cresce mais saudável, espero - que ainda uso há pouco tempo. A ver se é desta que o bicho finalmente cresce em condições!

 

Quem desse lado usa touca de cetim? Alguém com dicas de modelos mais confortáveis?

Quando nos surpreendemos com banalidades que deveriam de ser normais

Trabalho desde os meus 16 anos e a empresa onde trabalho atualmente, é a primeira - tirando as da área da restauração por onde passei - com água quente. Não imaginam o choque quando fui à casa de banho lavar as mãos e me apercebi que a água estava quente! Uma colega estava comigo na casa de banho e foi impossível não soltar um: "Aqui há água quente!" Com um ar de surpresa igual a encontrar um pote de ouro atrás do arco-íris! A colega riu-se e empaticamente disse: "eu tive a mesma reação quando vim para aqui..." e rimo-nos as duas.

 

 

Reparem que poderia aqui estar a enumerar e a mostrar-vos o meu choque com os inúmeros benefícios que a empresa nos dá, como fruta, águas, bolachas e café à descrição, poderia vir aqui fazer uma vénia ao facto da minha empresa disponibilizar, na casa de banho das mulheres, absorventes, também gratuitamente, mas isso é inegável que é um benefício que a empresa dá, que não são obrigatórios e que é impossível não agradecer ou apreciar. No entanto, estamos a falar de água quente! Eu sei, eu sei, estou a repetir-me bastante, mas é para que entendam o meu choque!

 

Eu surpreendi-me com o facto da empresa ter água quente, que tanto estou a agradecer neste inverno gélido, porque por todos os escritórios por onde já passei isso não existia, e deveria de ser um requisito obrigatório, a par do aquecimento e do ar condicionado, faz parte de condições básicas de trabalho. Eu não me deveria de ter surpreendido porque deveria de ser normal, e incrivelmente não é!

 

Já trabalhei num sítio perto do shopping, e acreditem ou não, no inverno eu preferia sair do meu local de trabalho e ir à casa de banho do shopping, do que à da loja, para poder simplesmente lavar as mãos decentemente, para me aquecer um pouco. Nessa mesma loja, já aconteceu eu ligar uma vela para poder aquecer minimamente as mãos porque as queria mexer e não conseguia, tal era o frio.

 

Pensando bem é triste surpreendermo-nos com coisas que deveriam ser normais, que deveriam de estar instituídas, que deveriam de ser obrigatórias!

 

Assim realmente é fácil nos surpreendermos com empresas que com tão pouco conseguem marcar pela diferença, quando na realidade deveriam ser apenas mais uma!

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.