7 meses de pandemia...
... E as pessoas ainda se estão a marimbar para ela. Assim não vamos a lado nenhum... Quer dizer vamos: para o lado do contágio!
Ontem fui a uma consulta no hospital. Como já é do conhecimento de todos - achava eu, agora acho que não! - temos de manter distanciamento social. Se a trenga da DGS diz em tom de crítica que nós temos o problema de confraternizar demasiado com a nossa família, eu cá digo que as pessoas adoram confraternizar com estranhos.
Não sou hipocondríaca, mas a verdade é que ir a um hospital em altura de pandemia é algo que não me alegra nem me deixa tranquila. Pertenço ao grupo de risco, se apanhar o dito não digo que me quine assim - sou de risco mas sou de gancho - mas a verdade é que tenho tudo para ficar bastante mal e o ideal é evitar essas brincadeiras. Onde é que eu ia? Ah sim, distanciamento social. Passaram-se mais de 7 meses desde o primeiro infetado em Portugal e as pessoas continuam sem saber o que é isso do distanciamento social, e é inevitável que me chateie com pessoas em todo o lado que vá. Ontem não foi exepção.
imagem retirada daqui
Estou sentada nos bancos da parte da sala de espera do hospital porque os corredores estavam simplesmente apinhados de gente. Os bancos da sala de espera têm a indicação de onde nos podemos sentar com um visto ou uma cruz, mediante a situação. Chega uma mulher e senta-se ao meu lado! Assim, cheia de lata, chega e simplesmente senta-se.
Mula: Desculpe, não se pode sentar aqui. - Digo educadamente.
Mulher: Não posso porquê? Estou ao lado do meu marido!
Mula: Mas está também ao meu lado e eu não vivo consigo e nem a conheço! Pode ir para outro lugar? - Digo já exaltada.
Mulher: Já lhe disse que estou ao lado do meu marido!
Mula: A senhora não tem olhinhos? - Digo enquanto me levanto para ir para outro lugar - Não sabe ver que aqui tem as indicações onde pode e onde não se pode sentar? - Digo, inevitavelmente aos berros, o meu lado carneiro levou a melhor...
Levantei-me e fui para outro lugar longe da mulher. A mulher não era idosa, e o marido também não pelo que nem deveria de ser permitido acompanhamento, mas à parte de tudo esta gente não tem a mínima noção do perigo e do ridículo. Cinco minutos antes, tinha uma senhora se aproximado de mim para me perguntar onde tirava as senhas e lá andava eu feita tola a fugir da senhora sempre para trás e ela sempre a avançar para mim...
Não posso negar, mais do que o vírus, chateia-me a ignorância! A ignorância e os seguranças que em vez de ficarem só na entrada deveriam de controlar estas pessoínhas nas salas de espera!