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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Uma (pequena) grande história de amor: Como o Mulo e a Mula se conheceram

Porque hoje falamos de histórias, de personagens e de livros, e porque vocês já me conhecem bastante bem, e no fundo já conhecem tanto sobre nós, parece-me oportuno contar-vos a nossa história, digna de publicação numa qualquer revista cor-de-rosa, de como tudo começou. Agora que falta menos de uma semana para o casamento e as emoções estão à flor da pele.

 

Têm uma cadeirinha? Então sentem-se que a história é grande!

 

Eu e o Mulo conhece-mo-nos há muitos anos atrás, na rede da época, nada social, chamada carinhosamente de mIRC - abreviatura de Internet Relay Chat Client. Tinha eu na altura 11 anos e ele 14 e encontra-mo-nos no canal - assim se chamava - do concelho. Torna-mo-nos imediatamente amigos, e desde então todas as sexta-feiras falávamos duas horas. Sim, porque a internet que eu tinha em casa ainda ocupava a rede telefónica e por isso eu só estava autorizada a conectar-me às sexta-feiras das 22h às 24h. Uma preciosidade, e eu ficava a semana toda à espera daquelas duas horas que passavam a voar. Ele, por sua vez, não tinha internet em casa, e acedia a partir de um cibercafé. 

 

Após para aí um ano de falarmos rotineiramente pelo mIRC, trocamos números de telemóvel e a partir de então falávamos praticamente todos os dias. Mas um dia o Mulo, literalmente, desapareceu. O telemóvel deixou de chamar, o nickname dele nunca mais surgiu no mIRC, nada. Esfumou-se totalmente sem qualquer aviso prévio ou notificação. Todos os dias eu tentava ligar-lhe mas nunca chamava  e surgia logo a mensagem "o número para o qual ligou, tem o telefone desligado". Comecei a esmorecer e deixei de ligar diariamente, e passei a tentar semanalmente, e depois mensalmente... Sempre a mesma mensagem. Nada se alterava.

 

Até então éramos bons amigos, apesar de não nos conhecermos pessoalmente, falávamos há mais de um ano com regularidade, eu sentia um carinho muito grande e obviamente que toda a insistência se devia a preocupação. Mas entretanto desisti... Sou chata, mas também tenho os meus limites.

 

Passados mais de dois anos, já eu tinha 14 anos e ele 17, numa ronda à minha lista telefónica voltei a olhar para o número de telemóvel dele. E fiquei com saudades, e pensei "porque não?"  e tentei mais uma vez. Na altura namorava com um rapaz bastante mais velho que eu, que não me tratava devidamente, mas pelo qual eu era doida e por isso não me conseguia libertar.

 

Inacreditavelmente o telemóvel tocou. Fiquei tão perplexa que desliguei logo. "Já se passou tanto tempo que o mais provável é ele nem se lembrar de mim", era só o que eu pensava. Mas pelo sim e pelo não mandei-lhe uma mensagem a perguntar se ele ainda se lembrava  quem eu era... E a resposta não tardou a chegar. 

 

Claro que se fosse nos dias que correm isto era impossível de acontecer, à velocidade com que os números de telemóvel são reutilizados e atribuídos a outra pessoa, o mais certo era ter dado a volta a Portugal e estar atribuído, entretanto, a algum idoso pervertido que se iria aproveitar da situação. Não, os tempos eram outros, não se falava ainda de reciclagem de números, até porque muita pouca gente tinha telemóvel na altura, e o número era dele, e ele lembrava-se de mim, e a partir dessa altura voltamos a falar regularmente. Pediu-me desculpa, explicou-me que deixara de poder frequentar o cibercafé e que na mesma altura partira o telemóvel, não tendo forma de me explicar o que  se tinha sucedido, mas que estava muito feliz por eu ter insistido, porque ele  não tinha o meu número de telemóvel para me poder ligar, agora que tinha um novo telemóvel. 

 

Sempre foi um grande amigo, esteve sempre lá quando eu precisei, e foi dos que mais me apoiou quando o outro gajo me trocou por uma gaja mais velha que eu, claro. Passei um bocado muito mau, deixei de querer ir às aulas, deixei de querer estar com os amigos e chorava de dia e de noite. Foram uns meses mesmo muito maus, mas ele esteve sempre lá, atrás de um telemóvel, atrás de um ecrã, mas sempre lá.

 

Um dia, já tinha eu 15 anos, o Mulo manda-me uma mensagem que eu nunca esqueci: "Estou muito chateado contigo." Assim, sem ais nem uis, nem mais explicação. Intrigada mandei de imediato a resposta: "Mas o que é que eu te fiz?" Ao qual ele acrescentou de imediato  "Sei que já conheceste bastantes pessoas pela net, já nos conhecemos há mais de 3 anos e nunca me quiseste conhecer." Era efectivamente verdade, já tinha conhecido pessoalmente um montão de gente do mIRC, e estranhamente entre nós nunca se tinha proporcionado, nunca tínhamos falado sobre isso, e ele não morava assim tão longe.

 

Eu não tinha muita liberdade, normalmente quando conhecia as pessoas - rapazes e raparigas - elas vinham ter comigo à escola ou assim, porque moravam relativamente perto de mim, mas o Mulo morava mais longe e era mais complicado eu conseguir-me deslocar até à cidade dele, ou ele à minha. No entanto tive a oportunidade ideal: Tinha o meu bilhete de identidade a caducar - sim, isto foi no tempo da Maria Cachucha e ainda não existia o CC -  e então precisava de ir à terra dele tirar fotografias para poder tirar o dito - que na minha terrinha não tínhamos estas modernices. Assim foi, marquei com ele depois das aulas na paragem de autocarro, levei CINCO amigos comigo - não fosse o diabo tecê-las - e lá o conheci. Ainda hoje tenho as fotos que tirei no dia que o conheci. Toda eu acne e cabelos no ar, calças com gancho pelos joelhos e... E só usei um top decente de rapariga porque tinha de ficar bonita nas fotografias - dentro do possível, que não havia milagres - toda eu berrava "afastem-se rapazes, que eu estou farta de vocês". Dizerem que eu era Maria-rapaz era serem simpáticos comigo... Dizerem que eu era rapariga era também um pouco insultuoso para a espécie. Era portanto, qualquer coisa no intermédio, mas claramente tinha o meu encanto.

 

Desde essa altura se percebeu que éramos muito diferentes, ele estava num embaraço que só visto, em todo o tempo que estivemos juntos ele quase não abriu a boca - tão diferente atrás de um computador... - eu totalmente o seu oposto, não me calei um só momento - preenchendo cada silêncio com o som da minha voz. Quando nos despedimos, voltei a encontrar-me com os meus amigos e fiquei com a sensação de que o encontro tinha corrido muito mal, que ele não tinha gostado minimamente de mim. E só isso explicava tamanho silêncio. Mas estranhamente, no dia seguinte perguntou quando me poderia voltar a ver. Ora, como precisava de ir buscar as fotografias - não... as fotografias também não saíam na hora! Irra que vocês fazem-me senti velha - pedi novamente aos pais dinheiro para o autocarro e lá fui eu toda pimpona buscar as fotografias. O Mulo pagou-me o lanche e estava bastante mais espevitado do que da última vez, e também bastante mais intimidador - já que não parava de olhar para mim e isso me deixava muito desconfortável.

 

Quando cheguei a casa nesse dia, reparei que pela primeira vez em muito tempo, eu já não pensava no outro. Pela primeira vez em muito tempo eu andava feliz da vida, já sorria e cantarolava como antigamente. Só que o Mulo voltou a desaparecer... Deixou de aparecer no mIRC novamente e não me respondia às mensagens. Lá fiquei novamente em sobressalto... Iria dentro de cinco dias  num furo da tarde, tirar o bilhete de identidade, tinha mais uma oportunidade para estar com ele e ele não me dizia nada... Pensei "brincamos?" Ao fim de dois ou três dias, lá quebrou o silêncio. E pois que me manda uma mensagem toda confusa a dizer que sabia que eu gostava do outro, que sabia que não tinha nenhuma chance comigo, e que por isso era melhor nos afastarmos e coisas assim do género. Não compreendi nada, a minha inocência não me permitia perceber o que ele estava a tentar dizer e o meu pensamento foi: "pronto, não gostou mesmo nada de mim, está para aqui a arranjar desculpas para deixar de falar comigo, quando podia simplesmente dizer-me isso mesmo em vez de andar às voltas!" E foi isso mesmo que lhe disse, em dezenas de mensagens altamente irritada! Até que ele disse que não compreendia o porquê, mas que não conseguia deixar de pensar em mim... Que achava que estava a começar a gostar de mim e aí coisa complicou-se. Eu tinha acabado aquela relação há muito pouco tempo, estava muito magoada - apesar de ter apenas 15 anos, eu já vivia as coisas de forma demasiado adulta, e hoje tenho o afastamento necessário para compreender que efectivamente não eram coisas de criança, porque ainda são coisas que me magoam - e a verdade é que não estava disposta a passar novamente por tudo, até porque mal nos conhecíamos e não me queria estar a precipitar até para ninguém sair magoado, até porque eu gostava dele, mas achava eu que não gostava dele dessa maneira. Uns dias depois fui tirar o BI e fui então ter com ele, passamos o dia todo juntos, e as coisas acabaram por acontecer bastante naturalmente e quando nos beijamos eu percebi que o que eu sentia por ele não era apenas amizade. É verdade que ainda estava magoada, que o que eu sentia pelo outro era muito mais forte, mas senti que deveria dar uma chance ao Mulo, e parece que fiz bem, porque já lá vão 13 anos.

 

Todos os meus outros namorados - sim confesso que fui um pouco precoce nesta coisa dos namoricos e tive alguns antes do Mulo, apesar de ser tão nova - tinham surgido de paixões fulminantes de alguém que eu conhecia e imediatamente me encantava, ou que já me encantava antes de conhecer... Com o Mulo descobri que as relações não se começam apenas quando há purpurinas e borboletas à primeira vista, como eu achava que sim, que podem ser construídas tendo por base a amizade, o amor e a confiança. Fomos nos conhecendo, verdadeiramente, já enquanto namorados, e por acaso - mas só por acaso - resultou muito bem. Tivemos as nossas chatices, acabamos duas ou três vezes, mas o máximo de tempo que estivemos separados foi de uma semana. Cinco anos depois, tinha eu 20 anos e ele 23, saí de casa e fomos viver juntos, e agora 13 anos depois, vamos casar-nos.

 

Quando olho para trás e me lembro do medo de me precipitar, não tenho dúvidas: Sim precipitei-me, assim como me precipitei quando fomos morar juntos - nem eu nem ele tínhamos um trabalho seguro,  e decidimos ir morar juntos por impulso no meio de uma discussão, e eu por orgulho depois não voltei atrás - mas... Sabem que mais? Ainda bem que me precipitei, porque se pudesse voltar atrás, precipitar-me-ia de novo, vezes e vezes sem conta, porque não há ninguém neste mundo que me faça tão feliz como o Mulo me faz!

Hoje tirei o dia para...

... ESTAR DE PIJAMA! 

 

Soubessem vocês as saudades que eu tinha de não fazer nada, de ter uma folga para mim e só para mim. De ficar em casa sem um horário para tomar banho, para almoçar ou lanchar e sem um comboio para apanhar. E até para ler blogs! Há quando tempo não lia tantos blogs como hoje, no conforto do meu sofá e do meu pijama - que é camisa de dormir, mas não importa.

 

Com o casamento, todas as folgas têm tido um propósito e não tenho parado um segundo: testar penteados, falar com a decoradora, tratar das músicas com o DJ, ir buscar as provas dos pratos, ir falar com a menina das unhas, buscar as segundas provas dos pratos... Uffa! Fico cansada só de me lembrar. Porque isto de ficar em casa a anhar é também necessário. E eu estava mesmo a precisar. Em primeiro lugar porque me constipei e precisava mesmo de ficar no choco a ver se afasto este vírus de mim, segundo porque com a redução das folgas e como as poucas folgas que tinha, estavam tão ocupadas, andava de rastos!

 

Acho que por isso, hoje esteja tão... desinspirada. Abri várias vezes um novo post para escrever qualquer coisa que me saísse da alma, para vos contar sobre os preparativos do casamento e até para vos contar sobre mim, mas não sai nada. Acho que esgotei todas as minhas energias, o sofá ficou com toda a minha inspiração e não tarda, irá o pouco que me resta, e que me ajudou a escrever este pequeno post, ralo a baixo com o chuveiro.

 

Acho que deveria de ser decretado a todas as pessoas -  e essencialmente às mulheres - um dia por semana - uma vez por mês já ficava feliz - para ficar em casa, que fosse proibido sair, nem para comprar pão que fosse. Eu já encomendei o que preciso ao Mulo para comprar, com o aviso de que "hoje só saio de casa, se a casa arder... e por não querer morrer queimada!"

 

Hoje tirei o dia para estar de pijama! E que bem que me está a saber este dia!

As lágrimas e a Mula

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Chorar faz bem... alivia tantas tensões! Chorar é uma verdadeira descarga eléctrica, e por isso sou defensora de que se deve deixar chorar e sou contra frases ao estilo "oh vá lá não chores"; "tristezas não pagam dívidas", "agora, não adianta chorar..." e frases deste género. Porque estar triste e sofrer faz parte da nossa condição humana, faz parte da vida.

 

Só que eu não sei lidar com as lágrimas dos outros... 

 

Sou uma pessoa meiga, mas não sou muito carinhosa. Não sou das que abraça os amigos, não sou das que está sempre agarrada e aos beijinhos, e que toca na cara e faz carinho. Não sou assim, assim como não me sinto à vontade quando as pessoas o fazem comigo. Não lido bem com muitos abraços apertados, beijinhos e festinhas. Não que não as agradeça, não que até não me possam fazer sentir bem, acarinhada... Só não me sinto à vontade! 

 

Deste modo, quando alguém chora à minha frente, fico sem saber o que fazer: agarro/não agarro; continuo a falar/calo-me; digo chavões para alegrar a pessoa/sou sincera. No fundo, sou uma boa amiga, mas tenho um péssimo ombro, porque apesar de achar que todos devem chorar e que chorar faz bem à alma, desejo secretamente que a pessoa não chore, num ato de egoísmo, porque eu não sei o que fazer com aquilo, até porque na maior parte das vezes implica quebra do meu espaço, de entrar numa realidade que me é desconfortável.

 

Confesso que esta relação que tenho com o corpo e com o meu espaço pessoal, mudou muito com o Mulo, com ele, sou diferente, com ele sou das que agarra e esborracha, mas não sou assim com mais ninguém. Não dou beijinhos e digo que amo às pessoas de quem gosto. Mas ainda assim acho que essas pessoas sabem que as amo e as respeito, e que as quero, à minha maneira. Na minha maneira especial e tosca de querer e de amar.

 

Por ser assim, também não choro à frente dos outros - a não ser quando não dá para ser de outra maneira. Não sou das que liga para desabafar. Eu não desabafo, e às vezes quebro. Choro muito, muitas das vezes isolada no quarto às escuras, mas não ligo - e acho que nunca liguei - a pedir ajuda. Prefiro antes afundar-me no chocolate e nas natas. E não sou assim por orgulho, não para não pensarem que afinal eu também tenho os meus momentos maus, mas porque se eu não consigo suportar as lágrimas dos outros, porque haveriam os outros de suportar as minhas? Prefiro semanas depois dizer o que se passou, e que já passou e que já não há motivos para tristeza... e as pessoas ficam sempre assim:

 

"Então e não disseste nada porquê?"

 

Pois... Assim sou eu, que não sei ser de outra maneira.

Curiosidade escabrosa sobre a Mula

Eu faço-me de muito séria - not - e de muito adulta - às vezes - mas sou na realidade uma fraude. Eu sou uma pita tão pita como aquelas que vão chorar e berrar para os concertos do Bieber. 

 

Deixem-me primeiro tranquilizar-vos, eu não sou fã do Justin Bieber e nunca fui dormir para a porta do espaço onde ele dá concertos. Deus me livre e me guarde. Não! No entanto... e é até com alguma vergonha no olhar que digo isto mas... eu sou uma Luanática...

 

Sim eu gosto - muito - de música sertaneja, mas tenho uma paixão assolapada por um cantor sertanejo em particular, do Luan Santana! Já o vi duas vezes ao vivo, da primeira vez inclusive paguei pelo bilhete VIP e estive ali na terceira fila, ali tão pertinho... da segunda vez, porque fui com uma amiga tive longe, mas foi ainda assim memorável.

 

Se acham que isto não é grave, conto-vos ainda que da primeira vez fui com gripe e com febre para o concerto, esperei por ele duas horas, berrei e cantei e saí do concerto como quem sai de um spa!

 

Pronto... senti que vos andei a enganar este tempo todo... Disse inclusive ontem ao Moralez que a minha pré-adolescência e a adolescência já tinha passado, e na realidade como é possível verificar, não é tanto assim, mas agora sinto-me mais aliviada.

 

Qual é a minha música favorita? Oh... não me perguntem isso... São todas!

 

Aqui fica uma das músicas mais recentes dele:

 

 

"Tenho medo de acordar de madrugada,
E uma luz semi apagada refletir ela pra mim.
Sei que está tão curiosa e louca pra me perguntar,
Quem está no seu lugar,
Quem roubou meu coração,
Se chama: Solidão!"

 

 

E pronto, findo o momento de confissão, vá, vamos voltar para as nossas vidas, e fingir que nada disto aconteceu, sim? E por favor, não comecem já, a correr muito, a retirarem o blog das subscrições, eu juro-vos que adoro muitos outros estilos de música

 

Grata pela atenção.

Atrás da Mula...

Está uma mulher independente e relativamente segura, mas que nem sempre o foi.

 

Actualmente consigo fazer uma vida solitária sem sofrimento. Consigo ir ao cinema sozinha, entro em qualquer café ou restaurante e faço uma refeição sozinha, passeio pelo shopping e vou às compras sozinha. Relaciono-me sem dificuldade com um grupo de desconhecidos, brinco e abuso com amigos que não são os meus, e digo piadas sem receio que não se riam.

 

Mas nem sempre fui assim.

 

Até aos meus 16 ou 17 anos, entrar em qualquer sítio e pedir informações, ou dirigir-me simplesmente a alguém para pagar, ou fazer qualquer outra coisa, era um inferno. Era extremamente envergonhada, quase patologicamente envergonhada. Até para levantar um  braço na aula e pedir algum tipo de esclarecimento era complicado.

 

Depois, fui estudar para "longe", relacionar-me pela primeira vez em muitos anos com pessoas que não conhecia de lado algum, e tudo mudou. Inicialmente olhavam para mim como se eu fosse um ET, porque com 17 anos, eu nunca tinha entrado numa discoteca, já usava aliança de comprometida, a até já tinha trabalhado. Falava de uma maneira demasiado adulta - diziam-me -, e não me vestia como a maioria das raparigas da minhas idade. A verdade é que eu vinha de uma aldeia, uma aldeia localizada a 6 km do centro do Porto, mas não deixava de ser uma aldeia. Aos poucos, foram-me achando piada, e fui integrada na turma sem grandes reservas. Passei de aldeã a psicóloga em três tempos: viam-me como uma figura séria, com uma opinião válida. Isso, no fundo foi um impulso, para o aumento da minha confiança e auto-estima e foi quando comecei a perceber que afinal eu até sabia umas coisas, e que até podia ter importância para os outros.

 

Comecei a falar com mais confiança, e isso fazia com que ganhasse ainda mais confiança em mim própria. Aos poucos fui deixando de agradar aos outros para ser aceite, e passei a querer agradar-me a mim mesma, marimbando-me para o que os outros pensavam e fui ganhando pessoas na minha vida que gostavam de mim como eu era, e não como os outros achavam que eu deveria ser. Percebi que era este o caminho.

 

Longe vão os tempos em que me chamavam de "burra" e eu baixava, literalmente, as orelhas sem repostar, aceitando. Longe vão os tempos em que faziam de mim gato sapato sem que eu protestasse ou denunciasse. Longe vão os tempos em que me deixava maltratar, me violava a mim própria permitindo que os outros me desrespeitassem.

 

Ainda sou reservada e envergonhada. Ainda tenho as minhas fragilidades. Quem não as tem? Só não as deixo dominar a minha vida!

Eu gostava...

Eu gostava de ser mais alta, de ser mais magra, de ter as coxas mais finas e a perna mais torneada. Gostava de ter um cabelo menos rebelde, mas comprido, sempre liso e pronto a sair de casa. Gostava de ter olhos verdes, de ter pele morena e de ter sorriso maroto. Gostava de ser mais optimista, de falar mais baixo, de não dizer palavrões. Gostava de ser mais forte, de ser mais bem sucedida, de ser mais culta. Gostava de ser glamorosa, de me vestir melhor, de usar sapato alto. Gostava de ser considera importante, ter um posição de chefia, ser uma referência para alguém.

 

Gostava de ser muita coisa, até conseguir, aceito-me tal como sou!

Desafio | O Melhor de 2015

A minha querida Aventureira criou um desafio, e tenho o prazer de ser uma das três primeiras pessoas a responder. E que honra, muito obrigada Aventureira. Como qualquer desafio, existem regras.

 

E as Regras deste desafio são as seguintes: 

- Fazer o Top 3 de Cada Item;

- Substituir um dos items iniciais por um outro à escolha, criado por vocês;

- Desafiar 3 blogs para continuar o desafio.

 

 

- As 3 músicas preferidas de 2015:

  • Cheerleader - OMI
  • Sia - Alive
  • Deixa-te de merdas - Agir

 

- As 3 melhores séries de 2015:

Eu não....... eu não vejo séries... :\

 

- Os 3 melhores filmes:

Confesso que este ano, não fui muitas vezes ao cinema, e vi, por isso poucos filmes deste ano, mas tendo em conta os que vi os que mais gostei foram:

  • Inside Out (Divertida Mente) - Para mim o melhor filme de animação de sempre.
  • The Longest Ride (Uma Vida ao teu Lado)
  • Pátio das Cantigas

E estou mortinha, mortinha para ver o último dos Hunger Games!

 

- Os 3 momentos mais altos de 2015:

  • Ter ficado noiva
  • Ter viajado e conhecido novas terras, novas cidades
  • Ter criado este blog

 

- As 3 maiores mudanças na tua vida em 2015:

  • Ter mudado a minha alimentação e ter-me tornado mais saudável
  • Ter comprado casa
  • A cor do meu cabelo

 

- As 3 coisas que pretendes deixar para trás em 2015:

  • Não há nada que pretenda deixar para trás... a não ser, talvez o meu excesso de peso e o meu emprego actual, mas ainda é capaz de ultrapassar 2015 e 2016... É algo que leva sempre o seu tempo.

 

Substituo este último item - "As 3 coisas que pretendes deixar para trás em 2015" - por "As 3 concretizações de 2015 que não foram cumpridas."

 

Para responder a este desafio nomeio:

- Just Smile 

Saracasticamente

Alexandra

Desafio | Ouve esta música

Eu avisei que desafios iam chover! E antes choverem desafios, que chuva a sério, que odeio.

 

Bem... hoje é o primeiro dia de 3 dias de trabalho das 09:30 às 23:00. Por isso bem preciso de me entreter com alguma coisa para aliviar o stress de trabalhar até tarde, porque é tradição na cidade do Porto, as lojas ficarem abertas até tarde nos dias que antecedem o Natal... mesmo quando não há propriamente trabalho que justifique este sacrifício... E... viva o Natal, com tudo o que este tem de bom e de mau. 

 

Adiante!

 

A Língua mais Afiada do sapo, nomeou a Mula para falar de música... [Muito obrigada Língua, que como saberás, adooro música]. E por isso vamos cá desanuviar e falar sobre música! 'Bora lá?

 

Os passos são:

1- Indica quem criou a tag - Que pela minha árdua pesquisa foi o blog The Diary of a Teenager

2- Indica quem te nomeou - Língua Afiada

3 - Colocar a imagem de marca

4- Responde às seguintes perguntas:

 

Parece fácil, vamos lá ver.

 

 

  1. Qual é a música que descreve melhor o teu estado de espírito? Porquê?

Porque acho que realmente este não é o meu lugar... Pelo menos não hoje... e preferia estar em casa com uma "Ice cold fever" do que estar a aturar pessoas nem sempre bem humoradas. E a Anouk tem uma música para cada momento da vida minha vida. É fantástica. Neste caso temos então a música Girl - Anouk.

 

 

  1. Preferes pop ou rock?

Há música boa e má em qualquer estilo. E é isso que eu prefiro: Música boa, com boa letra, bom instrumental, e tudo o resto, não importa. A verdade é que ouço um pouco de tudo e depende muito do meu estado de espírito - sim, eu também oiço e gosto, de músicas ocas, parvas, kizombas e afins! 

 

  1. Que música te faz lembrar o amor?

O amor... Há tantas músicas sobre o amor... Mas acho que a música que mais descreve o que é o amor, sem nunca falar sobre o amor, é a música Só é Fogo se Queimar dos Amor Electro, porque o amor obriga a promessas - na maioria das vezes parvas - faz sentir saudade, faz o corpo levitar, faz perder o ar, e só é amor verdadeiro quando queima a alma. Já dizia Camões: "Amor é fogo que arde sem se ver" e para mim esta música dos Amor Electro é uma versão moderna desse poema de Camões. Adoro. 

 

 

  1. Que música te faz dançar?

Uii qualquer música que não me faz chorar, faz-me dançar, por isso a lista seria interminável.... Mas vá, deixem-me cá escolher a minha música preferida de verão deste ano - que como qualquer música de verão, é para dançar. Passei umas férias muito boas com a minha mãe, só as duas, em Palma de Maiorca e esta música faz-me lembrar essas férias, já que se ouvia em todo o lado. Cheerleader do Omi.

 

 

 

  1. Responder às perguntas de quem te nomeou

5.1- Qual é a música que te acalma?

Tenho várias músicas, que pelas letras, pelo instrumental me trazem a luz em tempos de tempestade. O importante é ouvir uns decibéis acima do normal para substituir os meus pensamentos. Mas confesso que há uma música que há muitos anos se destaca... Uma vez mais temos Anouk com a música One Word. Em tempos, esta música descrevia, palavra por palavra, tudo o que eu sentia, tudo o que eu queria dizer, numa altura muito, muito má da minha vida, e tudo se resolveu... e então quando preciso de sentir que as coisas se vão resolver, volto a ouvir esta música e fico melhor...

 

 

 

5.2- Qual é a melhor música para ouvir pela manhã?

Qualquer música animada é boa. Tive um ritual que durou mais de um ano e corria bem, que era, ouvia música brasileira a caminho do trabalho, durante a viagem do autocarro, e ficava bem acordada e bem disposta. Um exemplo do que me põe bem disposta logo pela manhã. Chimarruts - Do Lado de Cá

 

 

 

6.1 Qual a música que mais te irrita, aquela que te dá um ataque de nervos quando ouves?

Não sou fã de U2... na realidade são poucas as músicas que eu gosto deles... e há muitas que oiço deles e não gosto... mas há uma delas que odeio mesmo e que é daquelas que me irrita mesmo... pronto, e agora fiquei irritada... The Sweetest Thing dos U2. Não é pela letra, que essa nunca lhe prestei muita atenção, mas é pela sonoridade... 

 

 

6.2 - Qual a música que escolherias para banda sonora da tua vida e porquê?

Definitivamente a música Para Sempre dos Xutos e Pontapés. Eu conheço o Mulo há muitos, muitos anos, e estamos juntos há muitos anos, já vivemos muito, já sofremos muito, e então esta é a nossa música há já bastante tempo. Esta é a banda sonora da nossa vida, e a nossa vida é a minha vida. 

 

 

E... não vou nomear ninguém porque sei que esta TAG já anda a circular há bastante tempo e já muita gente respondeu... No entanto, deixo o convite a quem ainda não tiver respondido, a responder. E a dizerem-me apenas qualquer coisa... Caso alguém queira então responder, deixo as minhas duas perguntas, que faria aos nomeados:

 

- Qual é a música que tem sempre de fazer parte do teu mp3/telemóvel/ipod?

- Para ti, qual foi a melhor década musical? Porquê?

Desafio | Um desafio natalício

E a minha querida C* nomeou a Mula para mais um desafio natalício. Obrigada C* por te teres lembrado aqui da Mula. É justo, estamos na altura de Natal, e como tal, é para falar do Natal. Por isso cá vamos!

 

 

1. Natal com frio ou calor?

Prefiro um natal mais quentinho. Ainda que, sejamos sinceros, não me faz muita diferença se não tiver de sair de casa, porque tenho lareira, e aqui dentro vai sempre ser um Natal quente... mas gosto de ir à missa do galo e se tiver muito frio, e ainda por cima a chover, dificilmente saio de casa, o que é uma pena.

 

2. O Natal deve ser uma época de sentimentos, emoções, amor e harmonia familiar, mas é também indissociável da palavra "presentes". Qual o melhor e o pior presente recebidos até hoje?

Aiii que se vai destapar aqui o meu espírito consumista! Ahahaha tenho recebido sempre boas prendas. Adoro nova tecnologia, e qualquer coisa como um telemóvel novo, um tablet e afins fica no topo da minha lista, no entanto, vou destacar um presente que recebi há dois anos, pela completa surpresa que foi, e por isso é um misto de prenda sentimental e prenda, prenda. E foi a melhor prenda de sempre, pelo seu significado. Tinha a minha guitarra há bastante tempo parada, porque tinha as cordas partidas, e já tinha comprado cordas e montado, mas voltaram a partir, e eu desanimei e arrumei-a a um canto... Mas há dois anos, o Mulo fez-me uma surpresa, sem que eu desse conta, foi a uma loja com a minha guitarra e mandou colocar cordas novas... então ao entregar-me a minha prenda de natal, uma carteira, tinha lá a caixa vazia das cordas... e eu claro está, que sou muito esperta (não confundir com inteligência) fui a correr ver a guitarra e lá estava ela, de cordas novas e brilhantes. Nunca me irei esquecer...

 

Já há muito tempo que não recebo más prendas... mas recordo-me bem da pior prenda que recebi até hoje: uma caixa em verga, dada por uma tia em 2º grau com péssimo gosto... tinha eu uns 6 ou 7 anos... Ah, só para que conste, foi só mesmo a caixa... dentro não tinha nada... nem uns míseros chocolates de marca branca!

 

3. Jantar de Natal - Bacalhau, Perú ou outro?

Bacalhau, sempre! Mas nada de bacalhau cozido que não gostamos... Aqui em casa, desde há uns anos para trás que se come bacalhau com broa. No dia seguinte... a tradição é já antiga: leitão assado.

 

4. Lareira ou aquecedor?

Lareira! Adoro lareira! Vivi 5 anos numa casa sem lareira e os meus Natais não eram a mesma coisa...

 

5. O filme de Natal?

Gosto muito, como já disse no desafio anterior, dos Santa Buddies. Gosto do Patas Natal! Isso sim é um Pai Natal decente, a esse Patas Natal eu abria a porta!

 

6. Bolo Rei ou Bolo Rainha?

Gosto dos dois, não sou nada esquisita! Mas normalmente compro o Bolo Rei.

 

7. O melhor do Natal?

A família à volta de uma mesa! Esse é para mim o verdadeiro significado do Natal, e o que o Natal tem de melhor.

 

E pronto... e os nomeados são...

- O Smurf - que acho que descobriu agora o motivo de não ter seguidores, e vamos lá ajudá-lo.

- A Ana Rita Garcia M. - Para que o outro desafio de Natal não se sinta sozinho.

- A Pandora - Para a ajudar a despertar o espírito de Natal que está escondido.

- PNLima - Que espírito natalício tem ela de sobra e a ver se contagia outros tantos.

Desafio | Tradições de Natal

Bem, e hoje vou às reacções e tenho três desafios para responder... Se calhar é melhor começar a pôr a mão na massa... Porque já sabem, a Mula não seria a Mula se não respondesse a desafios.

 

Então cá vamos nós falar sobre as tradições de Natal, desafio proposto pela Ana Rita Garcia M., a quem agradeço desde já a lembrança... Ainda por cima, como acho que já vos disse: ADORO O NATAL!

 

 

  1. Quando é que o Natal começa para ti?

Para mim o Natal começa quando vejo as primeiras decorações de Natal, normalmente em meados de Novembro. Assim que vejo as primeiras luzes, as primeiras bolas, as primeiras fitas, sejam nas lojas, sejam nos centros comerciais, fico rapidamente contagiada e não descanso até ter a minha árvore feita e os primeiros presentes debaixo dela. Depois já não há volta a dar... começo a partir desse momento a cantarolar canções de natal, e a olhar para as montras para decidir quais as prendas que vou oferecer. E... volto a ser criança outra vez!

  

  1. Qual é o filme de Natal que tens mesmo de ver?

Gosto especialmente de ver os Santa Buddies! E... se alguém souber de algo do género, mas feito com gatos, por favor avisem-me!

 

  1. Fazes um bolo de Natal ou compras?

Costumo ter pão-de-ló, feito pela minha mãe, e compramos por vezes o tronco de natal. O Bolo Rei é comprado também.

 

  1. Quando é que montas a Árvore de Natal?

Não tenho uma data definida. Este ano montei a árvore no dia 2 de Dezembro, já com direito a presentes de baixo... mas por percalços que me são alheios, só a decorei no dia 5 de Dezembro.

 

  1. Tens uma Árvore de Natal verdadeira ou falsa?

Confesso que tenho saudades de ter um pinheiro de verdade, mas considero que isso é egoísmo do ser humano e sou contra o corte de pinheiros para o natal, por isso a minha árvore é falsa, com muito orgulho. 

 

  1. Quando é que começas a ouvir músicas de Natal?

Mal sou invadida pelo espírito natalício... ou seja, em meados de Novembro! 

 

  1. Usas sempre as mesmas decorações de Natal todos os anos ou compras novas?

Comprei este ano, pela primeira vez em 5 ou 6 anos, algumas peças novas. Aproveitei a perda temporária das bolas de Natal, para comprar algumas novas, e assim quando as minhas bolas foram encontradas aproveitei para não colocar as bolas já velhinhas. Para verem como muitas delas são bastante velhinhas, muitas delas vieram já da casa da minha mãe, que quando renovou as delas, as ia deitar fora e eu quis ficar com elas.

 

  1. Como passas a noite da véspera de Natal?

Passo a véspera, e o dia de Natal em minha casa. Este ano vou receber a minha mãe e a minha sogra. Tem sido assim nos últimos anos, para evitar chatices. Assim quer eu, quer o Mulo não temos de andar a discutir "este ano, é na minha mãe, porque o ano passado foi na tua!", mas confesso que já tenho saudades da minha noite de Natal da infância, passada na aldeia com a família alargada, com os primos, com os avós... Mas é inevitável a mudança dos tempos...

 

  1. Calendário do advento ou não?

Não.O único calendário de Natal que outrora tive, eram os de chocolate!

 

  1. Deixas um lanche para o Pai Natal e as renas?

Deixo a mesa cheia de doces de 24 para 25... por isso ele se quiser que se sirva como os outros, que aqui em casa não se marca a comida!

 

  1. Como é que o Pai Natal entra na tua casa?

Não entra, que a mim sempre me ensinaram a não abrir a porta a estranhos... E confesso, eu nunca gostei do Pai Natal... sempre tive medo. Eu era daquelas meninas, que na altura da escola ou da catequese, quando o Pai Natal ia lá entregar alguns brindes, se escondia debaixo das mesas e das cadeiras para não ser obrigada a confraternizar com alguém cuja cara é impossível de ver... Odeio máscaras.... odeio não conseguir ver a cara das pessoas... e sempre foi assim.

 

  1. Que cheiros te fazem lembrar do Natal?

Canela, sem dúvida! Até em pleno Agosto se utilizar canela, me lembro inevitavelmente do Natal...

 

  1. Como passas o dia de Natal?

Á volta da mesa a enfardar que nem uma lontra... para depois passar o resto do ano a lamentar-me na passadeira!... Oh vida!

 

E os meus nomeados são....

Maria Popia

Dama de Espadas

Nervoso Miudinho

Língua Afiada

Chic'Ana

 

E já sabem... como é habitual, mesmo quem não tiver sido nomeado, respondam, ao desafio e avisem-me só para eu ir ler.

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.