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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

A importância das primeiras impressões

Disse-o aqui a propósito de uma outra situação que somos "primeiro e inequivocamente um nome, só depois uma cara, e só depois, então, uma personalidade" e é inegável que esta situação é válida em todo o lado - no primeiro dia de escola, no primeiro dia de trabalho, ... - mas toma proporções gigantescas quando a questão é: uma entrevista de emprego.

 

Do sucesso das primeiras impressões numa entrevista de trabalho depende o nosso futuro. Se o nosso nome não o pudemos mudar por muito mau que possa ser, a nossa cara pode e deve estar cuidada, e por cara entendamos toda a nossa figura, da ponta do cabelo à sola do sapato. Devemos mostrar através da nossa postura, da nossa forma de vestir, da nossa higiene - ou em alguns casos, da falta dela - que queremos aquele trabalho, que nos preocupamos em agradar o outro, mas sem nos mostrarmos demasiado desesperados. Ninguém gosta de desesperados, e quando gostam.. Acreditem que é para fazer picadinho. Por isso acho exagerado quando alguém vai de salto agulha, maquilhagem digna de uma festa de discoteca e saia que mal cobre os glúteos a uma entrevista, a não ser que o trabalho seja para bailarina noturna ou para promotora de carros - que já se sabe: carros e saias curtas combinam como o café com leite. Mas por outro lado não devemos ir a uma entrevista de trabalho da mesma forma como vamos deitar o lixo ali à esquina do prédio. Acho que devemos ser acima de tudo profissionais sem cairmos no exagero. Acho que sensibilidade e bom senso é tudo quando nos referimos a trabalho.

 

Quem nos chama para uma entrevista já conhece o nosso currículo, até já viu a nossa fofa tez - e até em alguns casos as nossas marufas - já ouviu, em princípio, a nossa voz, e se ainda assim nos convidou para uma entrevista, é porque passamos nesse primeiro teste, onde somos "primeiro e inequivocamente um nome" - e depois números. Passado o primeiro teste, é agora altura de nos esforçarmos e estudarmos para o segundo: A nossa cara, a nossa postura. A presença é tudo na entrevista de trabalho, porque se fomos chamados a uma entrevista é porque o nosso CV se enquadra minimamente com o que eles pretendem - a menos que depois se descubra que é tudo mentira - e por isso, temos que demonstrar que nós, a nossa cara, o nosso nome, e os nossos números, são aquilo que a empresa quer. Aqui é importante estudar um pouco de psicologia invertida, porque como já disse, não devemos mostrar desespero, e devemos demonstrar até que é no fundo a empresa que precisa de nós - quando na realidade, nós é que precisamos desesperadamente daquele emprego para pagarmos à edp que já mandou o aviso de corte - devemos por isso mostrar que temos autoestima, que nos valorizamos, que podemos acrescentar alguma coisa à empresa - mesmo que achemos que não - porque o que queremos é que nos deem uma oportunidade para mostrar o que valemos.

 

Quem nos entrevista, não nos conhece, a é inegável - por muito que digam que não - que vão tecer considerações - boas ou más - logo nos primeiros segundos acerca da nossa pessoa, até pela nossa estrambólica forma de andar vamos ser julgados, e é por isso que naquele curto espaço de tempo, devemos vendermo-nos  o melhor que soubermos e conseguirmos, porque se outro se vender melhor que nós, esqueçam, aquele emprego não será nosso.

 

Muitos dirão que Ah ó Mula, a relevância do currículo é que é importante! certo é verdade, mas a relevância do vosso currículo, foi selecionada lá atrás, na primeira fase, junto com a vossa cara, não se esqueçam disso. Agora na entrevista, chegou a altura de vocês demonstrarem a vossa personalidade - mas só as coisas boas... - e mostrar que são os candidatos ideais sem parecerem arrogantes, narcisistas e prepotentes.

 

E vocês, o que acham importante para as primeiras impressões?

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.