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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

A partir de que percentagem passamos a ser especiais?

 

Quando nos dizem que 1% da população pode sofrer com um determinado problema, nunca achamos que poderemos fazer parte das estatísticas. Nunca duvidamos. Não temos medo. É só um porcento. Qual é a probabilidade de sermos assim tão especiais - para o bem e para o mal - para fazermos parte daquele um porcento? Logo nós que somos tão banais, tão ordinários...

 

Mesmo quando o número é um pouco mais elevado, desvalorizamos; 10%, 20%, 30%... Com as percentagens cada vez maiores começamos a preocuparmo-nos. Fazemos exames de rotinas, fazemos despistes e rastreios.

 

E porquê isto agora?

 

Tive a oportunidade de eliminar a minha rosácea a laser, mas a médica referiu que apesar de ser um procedimento simples há pessoas que ficam com cicatrizes impossíveis de remover. Cicatrizes para a vida. Perguntei-lhe qual era a percentagem de sucesso e ela indicou desconhecer. Fiquei com medo e obviamente desisti. Antes uma vermelhidão na cara irritante que cicatrizes persistentes.

 

Falando com o Mulo, reclamava do facto dela não saber a percentagem de sucesso. Que poderia ter influenciado a minha decisão e eis que ele me devolve a pergunta:

 

Mulo: Qual era a percentagem que considerarias baixa para arriscar?

 

Sem pensar muito sobre isso atirei um valor mais ou menos ao calhas que me tranquilizaria:

 

Mula: Sei lá eu... Mas abaixo dos 20% parece-me um bom valor! Qual é a probabilidade de eu não fazer parte dos restantes 80%?

Mulo: Achas que 2 em cada 10 pessoas é um valor baixo?

Mula: 2 em cada 10 é muito arriscado mas... 2000 em cada 10000 já me parece aceitável.

 

A Mula é terrível a matemática mas sabe bem que a percentagem é a mesma, só que os valores já não parecem tão assustadores. Pois que o Mulo é que é de matemática é que sabe e por isso deixou-me a pensar: Mesmo que a taxa de sucesso fosse de 99%... E se eu fizesse parte das estatísticas de 1%?

 

 

Por isso pergunto-vos: A partir de que percentagem passamos a ser especiais e a ter medo? 

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.