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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Ainda acredito em finais felizes

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Não sou a maior fã de romances literários. Prefiro ler um bom thriller ou uma boa comédia - sou de extremos - mas no que toca a cinema, sou das que consegue passar uma tarde a ver filmes lamechas e românticos, preferencialmente com finais felizes, sem grandes margens para dúvidas ou interpretações. Sou fã de clichés nos romances cinematográficos. Na vida não sou muito diferente.

 

Não sou a pessoa mais lamechas que poderão conhecer. Não sou de grandes mimimis ou de olhar pormenorizadamente aos detalhes, mas gosto de surpresas. O cliché é como um vestido preto, digam o que disser, cai sempre bem. Por isso considero-me uma romântica camuflada: com uma casca dura por fora, mas por dentro manteiga derretida em pleno dia de verão. Gosto de ser mimada - ainda que não em excesso -, gosto de ser surpreendida - em bom, claro! -, gosto que me digam que gostam de mim - se for verdade! - e gosto acima de tudo de perceber que sou notada, que faço falta, cuja ausência se sente. Gosto que me digam que tiveram saudades minhas. Gosto de palavras, ou nao tivesse eu um blog. Mimimis à maneira da Mula, por assim dizer, porque nem todos os mimimis têm de vir num coração de pelúcia ou numa caneca a dizer "Amo-te!". Podia agora dizer-vos que é muito mais romântico um anel de diamantes ou um colar de pérolas, mas a verdade é que também não sou materialista - mas se alguém me quiser oferecer também não me faço de rogada, tá?

 

Apesar de todo o meu percurso e história, não me tornei numa divorciada com mau feitio - tirando aquele mau feitio que já me acompanha desde o berço. Não sou descrente. Tenho fé no futuro e ainda acredito no amor e em finais felizes, mesmo que até possa não ter o meu, ainda me comovo com pedidos de casamento românticos, em histórias de amor eterno e delicio-me quando ouço histórias reais de pessoas reais que me provam que é possível amar-se para sempre. Seja o sempre, enquanto durar e enquanto os dois forem felizes. Ainda olho para casais felizes com a mesma alegria e comoção de quem vê uma ninhada de gatos bebes fofinhos. Não digo "isso passa!" mas penso "é isto que quero para mim!" de sorriso estampado no rosto.

 

Compreendo que muita gente não seja como eu, compreendo aquelas pessoas que se tornam contra os casamentos após o seu ter falhado e que deixam de acreditar no amor, no amor sincero de alguém, quando a vida só deu porrada e indicou à viva força que nada disso é verdadeiro e sentido, mas para mim uma vida sem amor será uma vida vazia e uma vida sem acreditar que o amor existe então nem é viver. Porque o amor pode não ser tudo, mas é muita coisa. E não me refiro só ao amor romântico, mas o amor no geral. O amor pela família, pelos amigos, pelos animais. Posso estar completamente errada mas para mim desacreditar um tipo de amor pode levar à descrença dos restantes, acima de tudo o nosso próprio amor, ao amor próprio. Creio que aquelas pessoas que criaram uma memória negra do amor e que se invocam contra ele que criaram uma capa tão dura entre o cérebro e o coração que achando que se estão a proteger só se estarão a magoar ainda mais... Mas isto é apenas o que eu acho... E que sei eu da vida?

 

Não sei o que o futuro me reserva, não sei se voltarei a casar ou concretizar o meu sonho de ser mãe e ter uma família feliz. Mas não quero saber, da mesma forma que não leio o fim do livro antes de lá chegar, e até posso não ter a mesma tampa a vida toda e não viver o meu amor romântico e eterno como nos filmes mas peço apenas um desejo:

 

Que a vida me permita continuar a acreditar em finais felizes.

 

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Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.