As voltas, sobre as voltas, sobre as voltas, sobre as voltas...
... das voltas que a vida dá!
Acredito no destino, ou numa pré-história já escrita sobre nós. Ainda que admita que possamos ter algum controlo (pouco) sobre o nosso futuro e decisões, acredito que há voltas que não conseguimos evitar, porque o que está traçado, traçado está. Um bocadinho ao estilo do Hilo Rojo acredito que há pessoas que estão ligadas. Para o bem e para o mal, estão ligadas. Acredito que, por muito que tentemos fugir da nossa rota, acabamos sempre, por muito boas e más decisões que tomemos, por voltar à órbita de uma maneira ou de outra, leve o tempo que for necessário.
Não deixa de ser assustador pensar nesta inevitabilidade. Às vezes parece até que somos meros atores, e há alguém lá em cima - um Deus com um humor muito sádico - que se diverte com indicações cénicas até um pouco contrárias. Mordazes. Até um pouco macabras.
As voltas que a vida dá e dá e dá e dá e dá e dá para voltar exatamente ao mesmo sítio. São as chamadas voltas de 360º. As verdadeiras voltas de 360º. Damos a volta, percorremos o mundo, passaram-se anos e de repente damos por nós exatamente no mesmo ponto de partida. Exatamente com as mesmas pessoas, com os mesmos medos, com as mesmas revoltas, com os mesmos sentimentos. Apesar de tudo aparentemente ter mudado, se olharmos bem, no fundo, nada mudou. Estaremos mais sábios quiçá. Achamos nós. Achamos que vamos conseguir lidar com as situações de modo mais sóbrio, de modo mais maduro. Mas não. Continuamos exatamente os mesmos bobos, os mesmos inocentes com os mesmos medos, com os mesmos sentimentos, a lutar contra os mesmos demónios.
Sim, porque há pessoas na nossa vida que são verdadeiros demónios. Achamos que se foram embora, que deram tréguas, mas não. Há pessoas que viveram e assombraram toda a nossa vida sem darem um único sinal de existência. Não as vemos mas elas estão lá e ao menor sinal de fraqueza...
...Peekaboo!
Até que percebemos que não há demónios, fantasmas ou assombrações, só nos assombraram o futuro, porque nós insistimos em viver agarrados ao passado.