Casamentos, contratempos e triagens
Hoje - acho que - finalmente compreendi por que é que as preparações dos casamentos estão cheios de coisas e coisinhas, e por que é que é um processo tão moroso. Descobri hoje que a preparação funciona como um processo de triagem.
Como assim? É simples.
Os casais que superam todas as provas com sucesso, seguem com o casamento, casam-se e vivem - em poucos casos - felizes para sempre. Os casais que não conseguem alcançar consensos, e não conseguem cumprir o que lhes é solicitado com sucesso sem andarem à porrada, cancelam o casamento e poupam num divórcio, futuramente.
Tenho descoberto ao longo deste processo, que na preparação de um casamento - ainda por cima com um orçamento tão limitado como o meu - nunca as coisas são como queremos ou gostaríamos de prever. Os preços nunca são do nosso agrado, o que inclui também não; as quintas nunca permitem visita nos dias que nos são mais convenientes, milhentos e-mails sem resposta. Mas vá, cá me vou adaptando...
Só para que estejamos todos sintonizados na mesma frequência, vou "ler-vos" um poema - sou fã(zérrima) da Florbela Espanca, e aqui vai um poema dela para me ajudar a explicar-vos umas coisinhas, mais à frente.
É normal que o casal não se comprometa de igual modo nas mesmas situações, porque não é possível que estejam sintonizados com as mesmas intensidades. E na situação de preparação do casamento, não é diferente. Na vida, é um bocadinho assim como no poema, há uns que amam e desejam algo com muita intensidade e o outro deixa-se ir pela maré, sem remar contra ela, deixando-se levar. Nos relacionamentos, o importante é não remarmos para lados contrários, tudo o resto, pode ser tolerado. Só que há limites, pois claro que há!
Eu sabia que iria ser assim. Eu já sabia, desde o princípio que iria ser eu a remar para levar o meu sonho avante. Porque como eu referi, é o meu sonho, nem tão pouco é o dele. Fui eu que o pedi em casamento, ele apesar de não ser a favor, também não era contra, e aceitou. Sou eu que estou a fazer pedidos, e pedidos, e pedidos de orçamentos. Ele apesar de dizer que também quer ser parte activa, ainda não se activou, mas não o condeno, ou julgo, porque não me importo. Só não aceito é uma total desresponsabilização do processo. A única coisa que ele terá de fazer é aparecer nos locais comigo, para realizar as visitar comigo. Mas quando um jogo de futebol é mais importante, uma saída com os amigos é mais importante, uma diarreia é mais importante... as coisas tornam-se mais complicadas. Eu sou paciente, bastante paciente até, mas não vamos exagerar!
Estou desmoralizada!