Chegar
Chegar e sentir não pertencer, não ter lugar. Chegar e não sentir o lar, não ter motivo para permanecer. Chegar e não querer chegar. Não querer ser confrontada uma vez mais com a realidade de nada valer a pena, da inexistência de um motivo para ficar. Sentir a carência, a ausência e o silêncio do vazio.
Chegar e não ver mil e um motivos porque chegar. Chegar e querer partir. É mais fácil estar longe que perto. É mais fácil forçar o sorriso há muito ausente do que esconder as lágrimas da inevitabilidade, do confronto, da dor de voltar e tudo estar igual. Nada ter mudado. Nem eu.
Cheguei e tudo está igual. Tudo igual.
Cheguei e só quero partir, porque partir é mais fácil do que chegar.